Animagia e Dementadores



Alvo agora seguia ao lado de Scorpio pelas arvores da floresta, mas atrás deles vinha os gemeos, Lysander marcava o caminho da forma como os escoteiros trouxas geralmente fazem, eles não conheciam muito bem a região poderiam se perder quando tentassem voltar para o acampamento, sobre a luz das varinhas os quatro seguiam pela floresta densa, com galhos que batiam violentamente sobre seus rostos, e densos pelos quais tinham que abrir caminho. Finalmente chegaram ao local que Scorpio vira enquanto voavam de carro sobre a floresta, era uma clareira com um pequeno lago ao seu centro, a lua estava escondida por entre as nuvens, e sua fraca luz prateada se refletia na agua. O quarteto sonserino se sentou embaixo de uma arvore proxima ao lago, eles então acenderam um lampião que traziam e o colocaram sobre uma pedra, para que suas varinhas podessem descansar, o livro já envelhecido antes do tempo, por ter sido muito usado nos ultimos dois anos, era de uma capa vermelha e trazia na capa quase inlegivel o titulo: “ Segredos e Misterios da Animagia” o subtitulo “ curiosidades e ensinamentos sobre a Arte Probida da Transfiguração” escrito por M.M, a alguns anos descobriram que a autora do livro era ninguem mais ninguem menos que Minerva McGonagall, a diretora de Hogwarts. O livro fora aberto entre os quatro garotos, a pagina marcada trazia escrito em letras belas e inclinadas “ Capitulo 35: Mentalização e Limpando a mente”, eles haviam lido todo o capitulo e no final dele entenderam o que deveriam fazer, mas isso não impediu Scorpio de relembrar a todos.

_ primeiramente acho que todos aqui se lembram do que devemos fazer não é mesmo? – disse Scorpio e os outros tres acenaram positivamente – pois bem, devemos limpar nossa mente de pensamentos humanos, de qualquer pensamento, deixando apenas fluir em nos os inconscientes, a nossa parte mais selvagem, desvendar o que temos dentro de nos, descobrir nossa fera, nosso animal interno – ele pegara o livro e rira – quem diria que a velha McGonagall podia ser tão poetica em suas palavras... mas de qualquer forma, vamos lá... fechem os olhos, e comecemos, aqui deixa claro que devemos estar em um lugar calmo, e com quase nenhum som, e esse é um local que tem essas caracteristicas.

_ posso fazer uma pergunta? – disse Lorcan erguendo uma mão como um garotinho de quatro anos, Scorpio fizera um aceno positivo – por que estamos aqui? Podiamos estar na barraca, aqui tem uma energia ruim, não gosto desse lugar – falara Lorcan em meio a calafrios, parecendo uma criança assustada – eu estou com frio... e me sinto muito triste aqui.

_ respondendo sua pergunta Lorcan – disse Scorpio, ignorando o comentario do amigo, sobre a energia que emanava naquele lugar, estava frio sim, mas ele não estava se sentindo triste – na nossa barraca estão alem de nos, Tiago, Fred, Frank e Teddy, eu não sei você, mas não me sentiria seguro em treinar em um local com bastante gente algo que não deveriamos nem estar praticando, se eles acordassem e nos vissem com esse livro – ele mostrara a capa do livro – poderiamos dizer adeus a nos tornamos animagos.

_ ele tem razão – disse Alvo olhando Lorcan e colocando a mão sobre o ombro do amigo – e não precisa ter medo Lork, sei que estamos em um lugar estranho, que nunca estivemos, e que estamos sozinhos aqui, isso é normal, tememos um lugar que não conhecemos, não nos sentimos bem e confiantes, é natural ter um temor, eu tenho... sinto o mesmo que você, mas estou bem, pois sei que quando nos quatro estivermos juntos nada de ruim pode acontecer – agora Alvo fizera Lorcan sorrir, e assanhara os cabelos loiros dele – certo... pode continuar Scorp.

_ desculpem, mas não sei se quero continuar isso – disse Lysander olhando para os três que pareciam confusos – animagia é algo muito serio, e somos muito novos para isso, podemos acabar nos metendo em encrenca, nos dando mal, muito mal mesmo, vocês lembram das fotografias de transformações que sairam erradas? Eu não quero acabar como aqueles caras, com chifres de bode, tromba de elefante, asas de morcego, rabo de porco ou bico de pato, nem pensar... – Lysander retorcera a cara se imaginando como um hibrido de homem e animal, semelhante a uma mutação mal feita – e claro, tem o fato de estarmos fazendo algo ILEGAL, podemos ir parar em Azkaban se alguem pegar, nossos pais iriam ficar decepcionados com a gente, seriamos e expulsos de Hogwarts e ficariamos mal vistos pelos outros bruxos – ele suspirara e encarara os outros esperando que falassem algo.

_ terminou? – disse Scorpio e ele fizera um aceno com a cabeça – certo, você disse o que sempre diz, desde que começamos a praticar, mas nunca deixou de participar, e mesmo que caia fora agora, você terá um grave problema se formos pegos, pois você sabia de tudo e não contou – Lysander parecia ainda duvidar das palavras do amigo – e se cairmos meu caro, te levaremos juntos, Sonserinos nunca abandonam uns aos outros, e posso garantir que você iria adorar sua estadia em Azkaban, se deixassem aposto como ficaria com seu irmão na mesma cela – o gemeo ficara calado – mas sabe que nunca te entregariamos né cara? Lysander, você é um do quarteto, e somos fieis, não fariamos de nada para que acabasse mal, mas seria muito chato que apenas nos três fizemos isso, nos tornassemos animagos.

_ é cara, não nos abandone, não seria a mesma coisa sermos animagos sem você – disse Alvo encarando Lysander e usando sua voz piedosa e triste que sempre usava para conseguir o que quer – somos amigos, sempre fizemos tudo juntos, e não duvido nada se um dia nossos filhos forem amigos assim como a gente, mas até lá, é apenas nos quatro, as Serpentes da Sonserina...

_ certo, eu não vou embora, participo dessa reunião – disse Lysander com um leve tom irritado – mas Alvo, é corvadia usar essa voz, você sempre consegue o que quer quando a usa, isso é injusto.

_ é eu sei – disse Alvo sorrindo maroto passando as mãos no cabelo, os assanhando um pouco mais, os quatro cairam na gargalhada – vamos então, perdemos muito tempo já.
Os quatro deram as mãos e formaram um circulo ao redor do livro, os olhos de todos se fecharam, e cada um buscou desvaziar sua mente. Aquele era o passo final, a ultima instrução para se tornar um animago, era necessario que se repetisse mais vezes, pois só assim conseguiriam alcançar a transformação.

Enquanto isso Tiago acordara, a verdade é que não conseguira pegar num sono direito, ainda se lembrava da conversa que tivera com Alvo aquela manhã, ele tinha razão, por mais que odiasse admitir, Alvo tinha razão. Naqueles três anos, ele tentava conquistar Narcisa de todas as formas, tentara tirar a primeira impressão ruim que ela tivera dele no Beco Diagonal, pensava que estava conseguindo mudar aos poucos, ele e a loira conversavam agora sem brigar, tendo as vezes uma ou outra discussão, mas eram raras, ele se comunicava com ela durante o verão, por meio de corujas visto que os Malfoys moravam em Little Hangleton que ficava muito longe de Godric’s Hollow, Little Hangleton era uma pequena cidade quase inteiramente trouxa, o que surpreendeu Tiago quando soube, pois sempre achou que Draco Malfoy gostaria de cercar de seus iguais, ou seja, Bruxos Sangues puros, na cidade havia apenas algumas poucas familias bruxas morando ali nos aredores, era esse o caso da Mansão da familia de Narcisa, mas nos ultimos tempos as cartas dela se tornaram poucas, ela estava distante e mais fria que de costume com ele, e isso lhe deixava nervoso. Tiago se surpreendera quando soube que Narcisa não viera para o acampamento, ela prefirara ficar em casa com a irmã que voltara da universidade bruxa americana, e isso o incomodava muito, pois sabia que Luciana, irmã mais velha dela e de Scorpio, fazia a cabeça da garota contra ele, a ex-sonserina sempre o desprezara, e o odio dela por ele só aumentara com a proximidade dele com Narcisa.

Tiago se erguera de seu beliche, batendo a cabeça sobre o foro da cama de cima, ele sentira uma dor horrivel e ouvira Fred sobre ele resmungar qualquer coisa enquanto dormia. O ruivo ainda sonolento buscou sua varinha que estava sob o travesseiro e a acendera ele observou a barraca, as camas e notara que do lado oposto ao quarto e par de beliches estava vazio, seus olhos castanhos se estalaram e ele engolira em seco, seu irmão e os outros Sonserinos não estavam ali, ele se levantara da cama, vestindo um rompão vermelho sobre o pijama que usara, ele encarara o primo adormecido, um grande rio de baba escorria de sua boca e fortes roncos podiam ser ouvidos, com todo o carinho que Tiago poderia ter com Fred ele aproximara dele com a varinha, a luz forte acordara o moreno que soltara um grito, no beliche ao lado um rapaz de cabelos azuis acordara com uma feição de poucos amigos, e da cama de cima despencara Frank, que se levantara todo dolorido do chão, o único que não acordara fora Hugo que dormia feito uma pedra.

_ QUAL É O SEU PROBLEMA TIAGO? – disse Fred – POR MERLIN, PODIA TER ME CEGADO, SEU MERDA – ele arremessara um travesseiro contra Tiago e tornara a se cobrir, o ruivo revirara os olhos e descobrira o primo brutamente – O QUE FOI CARA? O QUE ESTÁ ACONTECENDO AFINAL?

_ Fred, ninguem aqui é surdo – disse Frank com a voz em tedio – daria para parar de gritar?

_ e o mais engraçado é que o Hugo não acordou ainda mesmo com seu grito, seu escandalo e o Frank ter caido do beliche – disse Teddy no mesmo tom de Frank – queria ter o sono de pedra dele.

_ foi mal, vocês sabem como odeio ser acordado – disse Fred – então, o que está acontecendo?

_ Alvo e os outros sumiram – disse Tiago mostrando as camas vazias – temos que ir atrás deles, rapido...

Logo os quatro sairam da barraca, cada um levava sua varinha acesa, Teddy ainda tentara argumentar de que deveriam avisar Harry e os outros adultos, mas os Grifinorios tentavam convence-lo de que eles não deveriam estar longe, e que os outros não precisavam ser acordados, que eles mesmos podiam resolver isso. Fred usara uma tatica que sabia que talvez funcionaria com o jovem professor, ele se voltou para Lupin e dissera simples e com a voz mais seria que já conseguiu fazer.

_ Você quer que a gente avise os adultos, mas que me lembre você é um adulto não Teddy? – disse Fred arqueando a sobrancelha – mas se quiser acordar-los, só acho que talvez se os encontrassem, muitos problemas para o seu lado poderiam se resolver, afinal, é o mais velho da nossa barraca, deveria ser responsavel por nós, mas deixou quatro sairem de noite sem que você visse.

_ não me importo com isso, será pior se acontecer alguma coisa com as crianças – disse Teddy – temos que avisa-los, desculpe mas eu vou acordar Harry. E vocês, se fosse vocês, me envergonharia, pensam que podem encontra-los sozinhos mas não podem, nos precisamos de ajuda, e se não tivermos as crianças podem acabar se machucando.

_ quem vai acabar machucado? – uma voz fora escutada de trás de Tiago, na porta de uma das barracas surgia seus pais, Harry lhe encarava severamente, como se imaginassem o que eles estivessem prestes a aprontar – me digam, onde iam sem avisar? Quem pode sair machucado? – era um tom autoritario que Tiago conhecia muito bem.

_ parece que não precisarei avisa-los – disse Teddy soltando um pequeno sorriso vitorioso – eu vou te explicar tudo Harry, foi assim...

Enquanto isso, Alvo demorara a limpar sua mente, ainda pensava no que Alice lhe dissera, e não podiar tirar aquilo de uma hora para a outra da cabeça. Com muito esforço conseguira, a sua mente agora estava livre, ele ficara por minutos somente ouvindo o barulho da sua respiração, o ar entrando e saindo de seus pulmões, sendo aspirado e solto, um clarão começara a se formar em sua mente, uma imagem desfocada e embaçada, que aos poucos foi ficando clara. Lá estava ele, em uma floresta como aquela, ele podia ver vultos correndo apressados por de trás dos arbustos que o cercavam, Alvo tambem começara a correr, até que se viu sozinho em uma clareira, onde estava seu bando, não podia ter se perdido deles, ele ouvira um barulho e o seguiu, ele caminhava sobre suas quatro patas, atravessando os arbustos e chegando a um pequeno rio rasteiro e rochoso, ele andava sobre as aguas, ele abaixara para beber um pouco d’agua, quando vira olhos ao observar por de trás das arvores, as silhuetas esguias de patas longas assim como ele, ele havia encontrado seus iguais.

Lorcan corria muito, por entre uma floresta densa, cruzando arbustos e correndo por colinas de grama alta, atrás dele ele podia ouvir ao longe cães o perseguindo, pareciam se aproximar muito, estavam bravos e latiam muito enquanto se aproximavam, ele podia ouvir vozes humanas que acompanhavam os cachorros, eles corriam e incentivavam os animais. As patas de Lorcan pareciam estar exaustas, ele saltava sem dificuldade por pedras e passava debaixo de troncos de arvores secas, eles não o pegariam, não, ele não se deixaria ser pego, os caçadores não fariam dele a caça do dia, ele entrara em uma toca, um buraco de onde pode ver seus perseguidores passarem sem o ver.

Lysander acordara, estava em um lugar como o oco de um tronco, saiu lá de dentro e pode perceber o quão alta era a arvore que estava, pela sua copa repleta de folhas dava para ver o céu noturno, ele esticara as asas e soltara um forte piado, ele levantara voo batendo as asas fortemente e se deixando inrromper pelos galhos, a luz da lua lhe tocou as penas, finalmente estava livre para voar.

Scorpio estava ali, em meio a arvores secas, sua respiração estava acelerada, a sua frente a neve caia intensamente, mas ele estava com fome, precisava de comida, sentiu um cheiro a lhe invadir as narinas, e sobre os montes de neve a sua frente uma lebre pulava sobre sobre os grandes blocos de neve que cobriam o solo, ela parara, parece que estava sentindo que ele a observava, as patas de Scorpio estavam encurvadas prontas para saltar sobre a presa, a lebre começara a correr desesperada, Scorpio não podia perde-la de vista, ele partira desesperado atrás dela, sua respiração acelerada, ele conseguira cercar a sua caça em um tronco de arvore oco onde ela se escondera, com suas patas começara a aumentar o buraco, sua boca tentava agarrar o pequeno animal encolhido ali dentro, fora então que seus dentes conseguiram alcança-lo, e um gosto delicioso de sangue lhe invandiu a boca, e conseguira matar sua caça.

Os quatro abriram os olhos ao mesmo tempo, estavam ofegantes, e suados, Alvo tinha um sorriso leve nos labios, ele olhara nos outros e vira que tambem haviam tido visões, ele se deixara cair sobre as folhas secas que cobriam o chão, estava exausto. Scorpio se aproximara de Alvo, ele parecia sorrir, um pouco sem graça, mais sorria.

_ então Al? – disse Scorpio quase sem folego – o que achou? Gostou do que viu?

_ sim, não podia imaginar o quanto isso poderia ser intenso – disse Alvo se sentando – vocês gostaram como foi? Eu particulamente achei...

_ foi horrivel – disse Lysander com uma feição abatida e palida, semelhante a que se encontrava quando desceu do carro voador – e-e-eu voava, eu não quero ser um animago que voa, não isso seria uma piada, uma sacanagem tremenda do destino, justo eu que tenho medo de altura, que sente tonturas e enjoo quando voa – ele falara com um tom de voz descrente e idignado – sou um passaro? – ele falara como se fosse o fim do mundo.

_ está reclamando do que? – disse Scorpio – não foi você que teve que matar um coelho ou uma lebre, seja lá o que era, na sua visão, cara, eu vou ficar um dia inteiro sem comer carne só por causa disso – o loiro fez uma careta e e passara a mão na boca como para sentir se ali tinha algum vestigio do animal que matara no sonho.

_ eu estava sendo perseguido por cães e caçadores e não estou reclamando – disse Lorcan com a voz mais simples que possuia – e você Al viu o que?

_ eu... – disse Alvo quando sentira algo a lhe invadir, um frio imenso, e uma baforada de ar frio saira por sua boca, ele sentia uma sensação de medo, e nem mesmo a alegria de estar naquele lugar com seus amigos parecia suficiente, ela ia se perdendo, e a pior das tristezas lhe atingia, ele olhara para os outros, seus rostos demonstravam sentir o mesmo que ele, se o que for que havia ali estava afetando a todos.

_ olhem – disse Lorcan apontando para as aguas do lago, elas iam se congelando rapidamente – cara... isso é muito sinistro – agora alguns flocos de neve caiam sobre eles, aumentando em uma intensa nevasca – certo, acho que estamos proximos de um Glaciatus, ou a mãe natureza pirou de vez... mas em todo o caso, alguem ai tem uma camera? Caso vejamos o Glaciatus voando por ai...

_ Cala a boca Lorcan – disse Lysander com uma voz em tedio desviando os olhos para o céu, uma feição assustada e recuando alguns passos para trás para enfim, tropeçar, mas suas orbes azuis ainda encaravam o alto com um olhar de medo – acho que são eles os causadores disso tudo.

No céu noturno, uma densa massa negra se movia, como uma nuvem de tempestade sem raios, criaturas encapuzadas voavam num circulo perfeito, e suas capas esvoassavam pelo ar como fumaça e de suas bocas um grito agudo do mais puro medo podia se ouvido.

Uma das criaturas voara até proximo a Lysander que estava caido, Alvo pode sentir a capa dele a lhe encostar no rosto, ele sentira como se sua pele queimasse, as mãos cardavericas e magras de longos dedos se colocaram no capuz descobrindo-o revelando uma especie de boca, um barulho de algo sendo sugado, pode ser ouvido, era assustador, barulhos de gritos de prisioneiros sendo torturados, e o gemeo com uma mascara do mais profundo horror gritava, mas de sua garganta nenhum som se ouvia, aquela criatura, o Dementador estava atacando Lysander Scamander, prestes a dar o beijo.

Alvo dera alguns passos proximos de Lysander tentando arrasta-lo para longe do Dementador mas ele parecia ter o prendido de alguma forma no chão, estava dificil de tira-lo dali, Scorpio se juntou ao moreno, Lorcan parecia em choque, recuando alguns passos para trás, quando suas mãos encontraram com o lampião que haviam levado para aquele lugar, seus dedos o seguraram, e seus olhos azuis possuiam um brilho no mais puro odio, ele avançara contra a criatura das sombras.

_ EI SEU MERDA, SEU FILHO DA MÃE - disse Lorcan e o dementador olhara para ele confuso - FICA LONGE DO MEU IRMÃO, VOCÊ NÃO VAI ROUBAR A ALMA DELE, SEU SUGA-SUGA MALIGNO - e com um golpe certeiro estourara o objeto sobre ele, o corpo do Dementador começara a ser consumido pelas chamas, e um grito do mais profundo horror fora solto, sendo capaz de ser ouvido em toda a floresta.

Enquanto isso, Tiago seguia ao lado de Fred, de Teddy e do pai por uma das trilhas da floresta, estava frio, não era comum naquela epoca do ano, muito menos aquela nevoa densa que os cobria, ele caminhava um pouco atrás juntamente com o primo, Harry liderava o grupo, ele não ficara nem um pouco feliz com a ideia de seu filho e os amigos desaparecerem assim, ele demonstrava o quanto estava preocupado e o quanto se decepcionara com Tiago por não ter cuidado do irmão direito, ele não dissera nada, mas seu olhar ao ruivo e seu silencio já diziam muita coisa. Tiago então parecera ver um vulto, alguem correndo por entre as arvores, ele cutucara Fred e lhe mostrara, ambos então decidiram segui-lo.

Eles seguiram o vulto, ele parecia bem rapido, ela estava em uma clareira, e com movimentos de varinha uma fumaça densa saia, era negra como o breu, e dela se formavam as criaturas mais sombrias que podiam existir, seja quem fosse, estava criando dementadores, mas como aquilo podia ser possivel eles ainda não sabiam. O vulto parecera vê-los, e correra para longe deles, entrando ainda mais na floresta.

Tiago sacara sua varinha e lhe lançara um feitiço que lhe derrubara, ele se aproximou dela, estavam sobre uma pequena clareira, a luminosidade da lua os envolviam, era uma mulher, isso podia ser notado pelas curvas que se escondiam sobre as vestes, e pelas formas que possuia, mesmo escondidas debaixo da longa capa negra, sobre o rosto da garota uma mascara, uma especie de lenço ou cachecol negro,lhe cobrindo a boca e a maior parte do rosto deixando apenas os olhos e os cabelos livres.

Tiago encarava a mulher nos olhos, eram de um azul cinzento intenso, ele via algo familiar neles, ele sentira sua mão fraquejar ao observar uma mecha loira saindo pelo capuz, mas ainda encarava aqueles dois mares acizentados de tempestade que eram as pupilas da garota, ele as conhecia muito bem, aqueles olhos, eram os olhos que mais amava ver, ele sonhara com eles durante varias noites incontaveis desde os seu quinto ano. Tiago sentira sua mão tremula e deixara sua varinha cair aos seus pés, Fred os alcançara finalmente, estava quase sem folego, mas mesmo assim mantinha a varinha apontada para a garota caida no chão, ela olhara para Tiago e sorrira, era nitido isso por de baixo da mascara, e então aparatara, deixando os dois Grifinorios sozinhos na clareira.

O ruivo caira no chão, seus olhos não acreditavam no que acabara de ver, ele sabia quem era aquela garota, ele a reconheceria mesmo que se passassem seculos, sabia que nunca esqueceria aquele olhar, aquelas orbes azuis acizentadas, o cabelo loiro platinado liso sempre caindo sobre eles, aquela que eles viram correndo pela floresta, e que viram invocando dementadores, ele conhecia, mas não podia ser, não, ela não podia estar tão diferente assim, não podia ter mudado tanto. Fred se aproximara do primo, lhe colocando a mão sobre o ombro, ele encarava a cara que Tiago possuia, uma cara de decepção e descrença, que ele nunca tinha visto na face do primo.

_ você, você está bem Tiago? – disse Fred cuidadoso com as palavras, e com um tom de voz que mostrava sua preocupação – aconteceu alguma coisa?

_ e-e-era... era ela Fred, aquela garota... era... – disse Tiago e uma lagrima rolara pela sua face – aquela garota era... Narcisa.

Os quatro sonserinos agora encaravam o bando de dementadores, o grito da criatura que Lorcan atacara parecia ter os deixado ainda mais furiosos, e eles agora avançam sobre os quatro, Scorpio conseguira apoiar Lysander que se encontrava quase inconsciente em seus ombros, com um rosto vago e vazio, Alvo vira quando Dementador em chamas se voltara contra seu agressor, lhe agarrando pelos pulsos.

Lorcan era segurado pelo dementador que pegava fogo, quando outros o envolveram lhe cobrindo por completo, gritos agora podiam se ouvir, os senhores do medo estavam prestes a lhe sugarem a alma com seu beijo.

Alvo parecera em choque, ele via um de seus amigos ser coberto por um enxame de dementadores. Scorpio gritara para que ele corresse, e então suas pernas se despertaram e o moreno conseguiu se mover, ele correra por entre as arvores, saltando pos troncos e pedras pelo caminho, não ligando para os galhos e arbustos que lhe atingiam o rosto, ele podia sentir que estavam perto, podia sentir os gritos proximos, muito proximos, ele sentira uma das mãos a lhe agarrar, mas conseguira se soltar dos dedos ossudos da criatura.

Alvo então perdera Scorpio de vista, ele e Lysander haviam desaparecido, mesmo assim ele não podia deixar de correr, e correra, até que caiu no chão, ao tropeçar em uma raiz alta de uma arvore, com o impacto torcera o tornozelo, pois não conseguira voltar a se levantar, fora então que vira seus amigos mais adiante, o gemeo estava caido no chão com dois dementadores a lhe sugar, ele estava inconsciente, mas as criaturas pareciam não se importar, o outro loiro estava erguido por dois dementadores pelos braços a quase um metro do chão enquanto um outro lhe segurava o rosto e despia o capuz, Malfoy se debatia tentando se livrar, mas com o tempo foi enfraquecendo, os três dementadores o atacavam ao mesmo tempo.

Alvo se arrastava, tentando fugir daquele lugar, mas sentira alguem lhe tocando os ombros, ele fora virado de costas para o chão, e pela primeira vez o sonserino estava vendo o rosto de um dementador, era deformado e asqueroso, com uma especie de boca no centro, ele então sentira os gritos dos torturados de azkaban, antigas vitimas daquelas criaturas. A mente do garoto ele podia sentir as suas lembranças mais felizes sendo levadas de si, como se a felicidade lhe abandonasse, lhe deixando apenas a tristeza, em sua mais doce e fria realidade. Imagens lhe vinha a mente, lembranças das torturas que sofrera no seu primeiro ano nas mãos de Umbridge, o envenenamento que sofrera por Rasbatan, e por ultimo cenas que ele desconhecia, ele estava em uma sala, na Casa dos Gritos, e alguem estava com ele, flashs era apenas isso, uma mascara prateada, uma capa negra, um falcão peregrino que piava, olhos azuis e frios como lagos congelados lhe encaravam, por ultimo palavras lhe vieram a mente, uma voz.

_ durma Potter, e se prepare, pois em nosso próximo encontro vou querer enfrentá-lo, e você terá que lutar para se mostrar digno de continuar vivo - disse uma voz distorcida e distante e por fim o vulto se desfez em uma fumaça negra e Alvo viu sua vista escurecer.

Alvo parecia em estado de transe, hipnotizado com as imagens que lhe vinham a mente, de seus olhos finos rios de lagrimas rolavam, ele estava morrendo, sentia isso, fora então que um grito lhe despertara, um dementador estava lhe sugando, logo perderia sua alma, algo pior que a propria morte. Um grande lobo prateado atingira o dementador, ele se afastara de Alvo, o lobo saltara sobre a criatura lhe estraçalhando fazendo que ele se desfizesse em uma densa nuvem negra. Alvo pode ver um cachorro afastar os dementadores de Scorpio os destruindo em seguida, um leão protegia e mantinha as criaturas longe de Lysander enquanto uma aguia e uma serpente destruiam os que tentavam se aproximar.

Alvo sorrira fracamente, ele ouvira alguem lhe chamando pelo nome repetidas vezes, gritavam por ele, alguem lhe amparava nos braços, e a ultima coisa que vira antes de desmaiar fora a imagem de um rosto embaçado, já que seus oculos haviam caido longe, o borrão a sua frente possuia cabelos negros e despenteados e olhos verdes iguais o seu, Harry gritava pelo filho tentando desperta-lo, mas nada evitara que o moreno desmaiasse.

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Comentários (1)

  • meroku

    nnnnnnnnoooooooooooooooossssssssaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!ta otima a fic!to doida pra saber o que vai acontecer agora!eles vão ficar bem ne?e a Narcisa é do mal agora, não pode ser!!!!!!e engano ne? só pode ser isso é a unica explicação!      

    2012-07-29
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