A Seleção das Casas
A Seleção das Casas
Quando o dia primeiro de setembro amanheceu Scorpius Malfoy já estava acordado. Mal pregara o olho aquela noite, a ansiedade lhe roubando o sono. Desde que recebera a carta de Hogwarts se sentia meio temeroso com a chegada daquele dia. Era, com certeza o mais decisivo e importante de sua vida. Levantou-se assim que o sol começou a entrar em seu quarto e tomou um banho rápido. Terminou de colocar suas coisas no malão, tentando a todo custo não pensar que a partir daquela noite seu futuro estaria traçado. Lembrou-se do que o avô dissera sobre ir para a Sonserina, e deu um suspiro resignado. Daria qualquer coisa para não ser escolhido para a antiga casa de seu pai, mas achava que apenas a sua vontade não bastava. Cogitou até a possibilidade de pedir aos pais para não ir para Hogwarts, talvez fosse mais feliz na Durmstrang ou quem sabe em Beuxbaton, mas abandonou essa idéia ao ouvir a mãe contar como a primeira visão de Hogwarts toda iluminada vista do lago era linda, de como os jogos de quadribol eram emocionantes e como eles tinham o melhor manjar com calda de amora que já experimentara na vida. Também queria ver isso tudo. Também queria correr pelos jardins da escola nas tardes ensolaradas, ver as grandes árvores de Natal que colocavam no Salão Principal, aprender magia com os melhores professores do mundo. E para isso deveria enfrentar o seu destino, mesmo que necessitasse ir para a Sonserina.
Já estava colocando seu sobretudo escuro quando ouviu uma batida na porta e viu a mãe entrar.
- Mas já está acordado, Scorp? Pensei que dormiria um pouco mais. - ela falou, indo até a cama dele e se sentando.
- Não consegui dormir direito. Acho que estou nervoso. - ele respondeu, meio sem graça.
- Isso é normal. Ir para Hogwarts é um dos momentos mais importantes da vida de qualquer bruxo. Eu também fiquei bem nervosa quando fui. - Astória declarou e observou bem o filho. Sabia que ele escondia algo, por causa do olhar triste. - Mas me diz: o que o está preocupando de verdade.
Scorpius fitou a mãe alguns segundos e resolveu abrir seu coração. Pelo menos podia por pra fora seus medos.
- É a seleção das Casas. - ele declarou e baixou a cabeça. - Eu não quero ir pra Sonserina.
- Por quê? - Astória perguntou, fazendo um gesto para que o garoto se aproximasse e se sentasse ao seu lado.
- Todos os bruxos maus foram da Sonserina. Todos, principalmente Voldemort. E eu não quero ser como eles, não quero ser como ele. Eu não sou mau, eu não quero ficar mau. - o menino declarou, visivelmente chateado.
- Claro que você não é mau, querido. E nem vai ficar. Nem todos que vão para a Sonserina são pessoas más. Veja sua tia Daphene. Ela também foi da Sonserina, mas não é má. É um pouco arrogante, é verdade, mas é uma boa pessoa. - o menino ainda a olhava com desconfiança. - E tem seu pai. Ele não é mau
- Mas já foi. - Scorpius deixou escapar baixinho, mas a mulher ouviu.
- Não, não foi.- respondeu veemente, fazendo o menino a olhar nos olhos. - Seu pai cresceu ouvindo que era superior as outras pessoas e acreditou nisso. Mas quando encarou o mau de verdade, viu que não queria aquilo para a vida dele. No entanto, foi obrigado a fazer coisas terríveis para proteger a própria família. - fez uma pausa e respirou fundo. - Seu pai mudou, amadureceu. Se não fosse assim eu não teria me apaixonado por ele.
Scorpius ficou calado vários minutos, pesando o que tinha acabado de ouvir.
- E pode acontecer de você não ir para a Sonserina. - Astória declarou.- Eu fui da Corvinal, você tem chance de ir para lá.
O menino sorriu, um fio de esperança voltando a nascer no peito.
- Agora vamos descer. Fiz aquele bolo que você adora. - Astória falou, já se levantando e indo para a porta.
- Tá. Só vou colocar uma coisa que eu estava esquecendo no malão e já vou.
Astória saiu do quarto e Scorpius foi até a gaveta de sua mesa de cabeceira, tirando de lá um monte considerável de figurinhas de sapo de chocolate. Adorava colecioná-las. Tinha quase todas, faltava apenas a de Harry Potter. Pegou também seu álbum de figurinha de quadribol, com os maiores astros do esporte no último século. Nele, a sua figurinha favorita, e mais valiosa, era a de Gina Potter. Custara muito a encontrá-la, gastara sua mesada durante meses só com figurinhas até encontrá-la. Pelo que já tinha ouvido falar, Gina havia sido a melhor jogadora que existira. Batera todos os recordes da época e ainda mantinha alguns mesmo tendo parado de jogar a mais de dez anos. Guardou tudo no malão, o fechou e desceu para tomar café. Os pais já estavam a mesa, também já prontos para irem a estação para que ele pegasse o trem para Hogwarts. Passaram um tempo conversando até que deu a hora de partirem. Draco buscou o malão, enquanto Astória ajeitava o casaco do filho.
- Prontos? - Draco perguntou e mãe e filho assentiram com um movimento de cabeça. Deram as mãos e segundos depois estavam num canto da Estação King's Cross. Colocaram o malão num carrinho e foram em direção a barreira que escondia a plataforma 9 ½. Grandes nuvens de fumaça branca encobriam tudo a sua volta impedindo-os de distinguir os rostos das pessoas. Pararam a pouca distância dos vagões e Scorpius encarou admirado a grande locomotiva vermelha. Se sentiu entre excitado e intimidado mas procurou não demonstrar. Draco embarcou a bagagem e voltou para junto do filho.
- Vou sentir tanto a sua falta. - Astória falou, abraçando o garoto. - Nem acredito que você está indo para Hogwarts. Ontem mesmo era só um bebezinho.
- Por favor, mãe, não faz drama. - o menino falou, levemente corado.
- Tá vendo, Draco. Nem embarcou no trem ainda e já nem liga mais para mim. - Astória falou dramática, fazendo Scorpius revirar os olhos e Draco sorrir.
- A vida é assim mesmo, querida. E pode se acostumar: antes que você perceba nosso filho estará saindo de casa de vez e se casando com uma linda garota.
- Espero que isso demore muito tempo. Pelo menos uns 50 anos. - Astória declarou um tanto quanto inconformada com aquela idéia, mas não obteve resposta nenhuma do marido que tinha a atenção voltada para um grupo de pessoas logo a frente. - Algum problema, querido?
- Não, nenhum. - ele falou respondendo ao aceno de cabeça dos Potter e dos Weasley. - Eu tinha me esquecido que eles também estariam aqui. - falou e Scorpius encarou curioso o grupo a frente. Era a primeira vez que via o trio que derrotara Voldemort de perto, mas quem mais lhe chamou a atenção foi Gina Potter. Cogitou a possibilidade de ir até ela e pedir um autografo, mas acreditou que o pai não gostaria nenhum pouco disso. Era de conhecimento de todos que ele nunca se dera bem com os Potter e os Weasley quando estavam na escola.
- Bom, está na hora. - Draco falou após consultar o relógio. Astória abraçou mais uma vez o menino, os olhos marejados de lágrimas.
- Se cuida, querido. Aproveite bem as aulas, faça muitos amigos. Hogwarts é um lugar incrível, cheio de histórias e mistérios, que acolhe muito bem os seus habitantes. Você será feliz lá. - acariciou o rosto do menino e lhe beijou os cabelos. - Não deixa de escrever pra gente.
- Tá, mãe. - o menino declarou e virou-se para o pai, de quem recebeu um forte abraço.
- Bom ano letivo, Scorpius. E ande sempre de cabeça erguida. Você tem o direito de estar em Hogwarts como qualquer outro estudante e merece respeito tanto quanto eles. Procure não se meter em encrencas, mas não se deixe humilhar nem intimidar por ninguém.
Scorpius embarcou no trem e foi até o vagão onde o pai deixara seu malão. Abriu a janela e acenou para os pais. Aos poucos, a locomotiva começou a se mover e ele sentiu um leve rebuliço no estomago, uma mistura de expectativa, medo, curiosidade. Olhou uma última vez para os pais lhe acenando da plataforma, ao lado de vários outros pais que se despediam de seus filhos. Fechou a janela quando o trem deixou a estação e sentou-se junto dela, observando a paisagem. Percebeu que os corredores estavam cheios de estudantes que conversavam alto, contando sobre as férias e viagens. Alguns ainda passavam pela cabine dele, davam uma olhadela pela janelinha e seguiam seu caminho sem nem dizer olá. Sabia que isso se devia ao passado de seu pai, mas resolveu não ligar pra isso. Eles não conheciam nada sobre seu pai e sobre sua família e não se deixaria abalar por eles.
Voltou a olhar a paisagem tentando desviar os pensamentos de qualquer coisa que pudesse aborrecê-lo. Então a porta da cabine se abriu e um menino de cabelos pretos e uma menina ruiva o olharam com ar questionador.
- Oi. - cumprimentou o menino. - A gente pode ficar aqui? O resto do trem está cheio.- pediu.
Os encarou por alguns segundos e deu de ombros. Não tinha nada demais dividir a cabine com aqueles dois. Com certeza eles iriam ignorá-lo. Os outros dois entraram, fecharam a porta da cabine e ajeitaram as coisas. O garoto sentou-se junto a janela, de frente a ele, e a menina ruiva a seu lado, abriu um grosso livro de Historia da Magia.
- Eu sou Alvo. - declarou o menino de cabelos negros e estendeu a mão para Scorpius. - Alvo Potter. E esta é minha prima: Rose Weasley.
- Sou Scorpius Malfoy. - apertou a mão do outro, dando um olhar de esquela para a garota, que apenas o cumprimentou com um gesto de cabeça.
- É seu primeiro ano também? - Alvo indagou e o loiro confirmou com a cabeça. - Então vamos ser colegas. Tiago, meu irmão, diz que é o pior ano, porque a gente não sabe nada e não pode voar, nem fazer parte do time das casas. Só meu pai conseguiu entrar pro time no primeiro ano. - falou, entre orgulhoso e pesaroso.
- Seu pai é Harry Potter, não é. - Scorpius perguntou e Alvo acenou com a cabeça confirmando. - Vi uma foto dele no jornal. - fez uma pausa, avaliando se deveria continuar a conversa ou não. - É verdade que sua mãe jogava nas Harpias de Holyhead? - ele perguntou com os olhos brilhando.
- É. Mas ela parou de jogar quando Tiago nasceu. - Alvo respondeu. - Agora ela só joga em eventos especiais e lá na Toca, com o resto da família.
- Queria poder ver ela jogar. - comentou o loiro.- Ela está entre os dez melhores jogadores de todos os tempos. Será que ela me daria um autografo? - perguntou, esperançoso.
- Acho que sim. Vou escrever e pedir pra ela. - Alvo declarou e aquilo deixou Scorpius extremamente feliz. O outro tirou vários sapos de chocolate do bolso e ofereceu a ele. Abriu um e tirou a figurinha fazendo uma leve careta. - Meu pai. - entregou ao outro.
- Legal. Ainda não tenho essa. - falou pesaroso, encarando a foto de Harry. - Mas já tirei a do Ronald Weasley e da Hermione Granger.
- Pode ficar com ela, se quiser. - Alvo falou, dando de ombros.
- Legal. Papai diz que é bobagem colecionar os cartões, mas eles são demais. - Scorpius agradeceu entusiasmado pelo presente. Ficaram conversando algum tempo, até que a porta da cabine abriu de repente, e uma moça loira lindíssima entrou.
- Ah, ai estão vocês. Os procurei no trem inteiro. Pensei que iam ficar com o Tiago.- ela falou e sentou-se graciosamente ao lado de Scorpius, que a olhava de boca aberta.
- Nós o perdemos de vista. - declarou Rose. - Acho que ele está muito ocupado em algum lugar contando tudo que aprontou com Fred e Louis nessas férias.
- Imagino. - a loira declarou se levantando. - Ainda bem que é meu último ano. Já cansei de tentar evitar as marotices desses garotos. Acho que são os alunos mais bagunceiros que essa escola já viu. - balançou a cabeleira loira com desanimo. - É melhor ir ver o que andam aprontando. Vejo vocês na escola.
Saiu tão graciosamente quanto entrou. Scorpius ainda estava de boca aberta.
- É minha prima Victorie. - Alvo falou, mordendo outro sapo de chocolate. - Ela é filha do tio Gui e da dia Fleur.
- Poxa. Ela é linda. - o loiro ainda estava abobalhado. Nunca na vida tinha visto uma garota tão linda.
- Claro que é. - Rose falou diretamente com ele pela primeira vez em toda a viagem. - Ela é parte veela. Herdou da mãe. Já o pai dela foi mordido por um lobisomem.
Scorpius arregalou os olhos, o medo evidente em sua expressão.
- Não esquenta. Rose só quer te assustar. Tio Gui é muito legal. Não tão legal quanto o tio Jorge, mas legal. Agora o mais legal mesmo é o Teddy, afilhado do meu pai. Ele é como meu irmão mais velho. - Alvo falou e o loiro sentiu um pouco de inveja. O outro tinha tantos parentes.
A mulher do carrinho de doces passou e eles compraram um punhado de bolos de caldeirão. Comeram algum tempo em silêncio, apenas olhando a paisagem.
- Então, pra que casa você quer ir. - Alvo perguntou. Scorpius o olhou desanimado e um pouco triste. Até aquele momento não tinha pensado na seleção das casas e a apreensão voltou com força total.
- Eu vou pra Sonserina. - declarou. - Meu avô disse que todos os Malfoys foram da Sonserina e comigo não vai ser diferente. Só que eu queria ir pra outra casa.- olhou pela janela, o dia já escurecendo. Não sabia muito bem por que dissera aquilo para Alvo.
- Meu pai me contou que o Chapéu Seletor leva em conta a vontade da gente. - Alvo declarou. - Se você não quer ir pra Sonserina, é só pedir pra ele te por em outra casa. Eu vou pedir pra ficar na Grifinória.
O outro assentiu com um pequeno gesto, depois de encarar os dois primos a sua frente por alguns segundos. Será que o Chapéu Seletor realmente levava em conta a vontade de cada um? Se fosse verdade, então não tinha por que sentir medo. Era só pedir para não ir para a Sonserina e pronto. Pouco tempo depois, se trocaram e esperaram ansiosos o trem parar na estação de Hogsmead. Descobriu que ele e Alvo tinham muita coisa em comum, como a paixão para quadribol e coleções de figurinhas dos grandes jogadores de todos os tempos. Desceram conversando sobre quadribol, e seguiram Hagrid até os barcos. Ficou impressionado com o tamanho do guarda caças e o seguiu sem questionar até os barcos a beira do Lago Negro. Atravessaram o lago e puderam contemplar o castelo todo iluminado. Como dissera sua mãe, aquela era a visão mais incrível do mundo. Juntamente com outros alunos do primeiro ano, esperaram em uma sala ao lado do Salão Principal até serem chamados pelo professor Longbottom. A cada minuto ficava mais nervoso, as mãos começando a suar. Entraram em silêncio, olhando tudo a sua volta, admirados com o teto todo enfeitiçado refletindo a noite enluarada.
- O teto foi enfeitiçado para parecer com o céu lá fora. - ouviram Rose dizer a uma garota do lado dela. - Li sobre isso em Hogwarts, uma História.
Viu Alvo balançar a cabeça com ar descrente e o fitou questionador.
- Só ela e tia Mione leram esse livro. - ele falou e os dois riram baixinho, recebendo um olhar reprovador da garota ruiva.
A seleção começou e Scorpius sentiu o estomago revirar de ansiedade quando o professor Longbottom chamou o primeiro nome e uma garota loira foi até o banquinho de três pernas e colocou o chapéu na cabeça. Logo em seguida, ele falou o nome da casa dela e a garota praticamente saíra correndo para junto de seus novos colegas. Vários outros alunos foram chamados, até que, finalmente, chegou a sua vez.
- Malfoy. Scorpius. - ouviu a voz firme de Neville Longbotton e o garoto ficou mais pálido do que já era. Sentiu as pernas vacilarem um pouco e encarou Alvo um instante, que tentou encoraja-lo com um aceno de cabeça, andou até o banquinho e colocou o chapéu em cima dos cabelos muito loiros, com um suspiro fundo.
- Hum, um Malfoy. - ouviu o chapéu falar. - E um Greengrass também. Interessante, muito interessante. Se parece com seu pai, no entanto é tão diferente dele. Será que devo colocá-lo na Sonserina?
- Não. - o garoto gritou em pensamento. Respirou fundo tentando se acalmar e lembrou-se do que Alvo dissera sobre poder pedir para ir para outra casa. - Por favor, não me mande para a Sonserina. Sei que sempre foi a casa da minha família, mas eu não quero ir pra lá.
- E onde eu o colocaria? - questionou o chapéu, mas não esperou resposta. - Sua mãe era Corvinal, mas não vejo em você os requisitos exigidos pela Rowena.
- Qualquer uma, por favor, menos a Sonserina. - continuou a pedir. - Eu não quero ir pra Sonserina.
- É preciso ter muita coragem pra ir contra a origem de sua família. - comentou o chapéu. - Acho que só existe um lugar pra você aqui em Hogwarts. - e erguendo a voz para que todos ouvissem decretou. - Grifinória.
Scorpius sentiu tanto alivio que nem notou a comoção a sua volta. Mais que depressa, ficou de pé, colocou o chapéu novamente no banquinho murmurando um obrigado, e caminhou até a mesa de sua casa, não sem antes dirigir um sorriso agradecido a Alvo, intimamente torcendo para que ele também fosse para a mesma casa. Só quando se sentou ao lado dos novos colegas é que notou que todos o olhavam de maneira estranha, muitos cochichando entre si, mas tudo acabou quando o professor Longbottom recomeçou a chamar os alunos.
Depois de vários nomes, ouviu o professor de Herbologia chamar Alvo. Reparou que o garoto olhava para a mesa da Grifinória e, seguindo seu olhar, reparou que fitava um garoto ruivo que o encarava e fazia um discreto sinal com a cabeça. Deve ser o irmão dele, pensou. Reparou que Alvo parecia tão nervoso quanto ele ao se sentar no banquinho e colocar o velho chapéu. Poucos minutos depois, ouviram-o falar Grifinória e houve uma grande comemoração na mesa. O garoto, mais que depressa, deixou o chapéu no banquinho e correu para sua mesa, se sentando ao lado dele.
- Legal, estamos na mesma casa. - comentou alegre.
- Parabéns Al, sabia que você viria pra nossa casa. - ouviu o garoto ruivo
- Pensei que você queria que eu fosse pra Sonserina? - Alvo falou com uma leve carranca.
- Claro que eu não queria você na Sonserina. Você me conhece: só queria te encher falando aquelas coisas. - o outro falou com um grande sorriso. - E aí, quem é seu amigo?
- É o Scorpius. - Alvo falou. - Scorpius esse é meu irmão, Tiago. - o garoto loiro cumprimentou o outro com um gesto de cabeça. - E os outros são meus primos Louis e Fred. - os outros dois garotos ruivos também o cumprimentaram. - Os outros depois eu apresento.
- E você tem mais primos? - Scorpius perguntou admirado.
- Um monte. - Alvo falou dando de ombros, ficando novamente em silêncio para assistir a seleção de sua prima Rose. Como era de se esperar, ela também foi mandada para a Grifinória. Então puderam se fartar no grande banquete e antes de serem liberados para irem aos dormitórios ouviram uma série de recomendações sobre confusões no corredor e para não irem a floresta proibida. Seguiram os monitores pelos corredores e escadas conversando animadamente, até que foram cercados por um grupo de alunos da Sonserina do 3º ano.
- E aí Malfoy. - cumprimentou o mais alto deles. Scorpius o conhecia, era filho de um antigo colega de seu pai. - Acha que se escondendo na Grifinória vai se livrar da gente? - perguntou com um olhar ameaçador.
- Não estou me escondendo de ninguém. - declarou Scorpius, querendo aparentar uma calma que estava longe de sentir. O outro agarrou a frente das vestes dele e Alvo, quando foi tentar intervir, foi cercado por outros dois garotos.
- Escuta aqui, Malfoy, eu... - ele iniciou.
- Algum problema, Goyle? - Ouviram atrás deles. Scorpius sentiu um certo alívio quando avistou o irmão de Alvo. Tiago abriu caminho entre os alunos que começavam a se aglomerar, seguido de perto pelos primos Fred e Louis.
- Não se meta, Potter. Esse assunto é entre eu e o Malfoy aqui. - o outro rosnou.
- Engano seu. Ele é amigo do meu irmão, portanto amigo meu e dos Weasley, então isso é assunto nosso também. - tirou a varinha e apontou para o outro. - Larga ele e cai fora.
Goyle deixou o colarinho de Scorpius e Alvo foi solto pelos outros garotos, que também pegaram suas varinhas. Fred e Louis fizeram o mesmo e só não iniciaram um duelo no corredor por que Neville apareceu na hora.
- Que está acontecendo aqui? - perguntou olhando todos os alunos com jeito desconfiado.
- Nada, professor. - declarou Tiago, com um sorriso inocente nos lábios. Todos tinham guardado as varinhas e se encaravam com animosidade.
- Acho que esse não é o caminho para o salão comunal da Sonserina, não é sr. Goyle.- o professor falou cruzando os braços.
- Não professor. - o outro respondeu insolente. - Nos vemos por aí, Potter. E você Malfoy, é melhor se cuidar. Nem sempre seus amigos estarão por perto. - falou em tom de ameaça. Saiu seguido por seus colegas e pelo olhar de Neville.
- É melhor irem pro salão comunal de vocês. - ele falou e ficou no mesmo lugar observando-os caminhar em silêncio.
- Claro, professor. - falou Tiago como se nada tivesse acontecido. - A propósito, mamãe mandou lembranças. - e saíram antes que o professor dissesse alguma coisa.
- Obrigado. - agradeceu Scorpius, quando viraram num corredor. Estava extremamente grato pela ajuda. Não gostava de brigar e sabia que iria acabar apanhando de Goyle.
- Não esquenta. - falou Tiago. - O Goyle é um idiota. Mas não precisa se preocupar. Vamos dar um jeito nele. - falou com um olhar malicioso para os primos, que tinham olhares idênticos.- Bem vindo a Hogwarts. E Al, é melhor não contar isso pra mamãe quando escrever pra ela. Sabe como ela é exagerada.
Entraram no salão comunal sob o olhar surpreso da Mulher Gorda e Alvo e Scorpius seguiram direto pro dormitório.
- Acho que meu pai não vai gostar quando souber que fui escolhido pra Grifinória. - Scorpius comentou, enquanto se trocavam pra dormir. Só agora pensara no que o pai diria. Seu avô com certeza teria um ataque quando soubesse
- Talvez. Mas não se preocupe. Até o Natal ele se acostuma com a idéia. - o outro comentou e jogou um travesseiro no novo amigo. Logo começaram uma guerra de travesseiros, rindo e brincando. Scorpius nunca tinha brincado daquele jeito e, pela primeira vez na vida se sentia leve e despreocupado, sem o peso do nome que carregava. Ficara imensamente agradecido aos céus por Alvo não ter lhe virado as costas quando desceram do trem e, queria muito que continuassem amigos, mesmo sabendo que o pai dele e o seu pai não se gostavam. Mas resolveu deixar pra pensar naquilo outro dia. Só queria aproveitar os seus primeiros dias em Hogwarts e ter amigos de verdade.
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N.A.: Oi gente. Aqui está mais um capítulo para vocês. É sobre a seleção das casas. Resolvi fazer sobre o ponto de vista do Scorpius porque acho que ele era o que mais tinha medo desse momento. E sim, ele foi para a Grifinória. Por que não? Comentem dizendo o que acharam. Aceito criticas e sugestões.
Beijos
Fabiana.
Comentários (4)
to adorando a fic!!!!!!!!!!!!otimo capitulo!!!!!!!!!!o Scorp ir pra Grifinoria foi uma bela surpresa!!!!!!!!!!!
2012-12-07Gostei, gostei... principalmente da parte que o Scorpius foi para a Grifinória! :)Só estou estranhando a Rose não ter feito nenhum comentário do tipo: "Al, não devemos ser amigos desse oxigenado... você não se lembra do que o papai falou?". Não sei, estou sentindo falta de uma dificuldadezinha na história!
2012-11-08Apenas uma coisa a dizer: P A R A B É N S !!!
2012-10-30Aeeee o pequeno Scorpius está na grifinória (coitado do Lucio vai ter um infarto) e muito legal você ter mantido a mesma linha do Momentos da Vida nesse capitulo, legal ter feito do ponto de vista do Scorpius, o Alvo era meio que obvio que ele iria para Grifinória pois ele é muito parecido com o Pai.Parabens e continue assim que está excelente. :D
2012-10-30