Nasce Um Pokémon (Parte 1)



Episódio 15
Nasce um Pokémon (Parte 1)





        Harry se acomodou ao lado da janela, depositando ao seu lado a bolsa com o ovo de pokémon, e olhou a estação e depois a paisagem de colinas verdejantes correrem velozmente enquanto a locomotiva começava a correr pelos trilhos, apitando um alto e agudo “piuííííí”.


        Hoothoot começou a dar bicadinhas em Harry e voar pela cabine.


      - O que? –perguntou o menino ao pokémon. –Será que... oh! Você quer voar lá fora? Toda essa exposição deve ter deixado você com vontade de ar fresco, não é verdade? –Harry acariciou o pokémon e então abriu a janela da locomotiva. –Mas não se perca da locomotiva.


      Hoothoot lhe deu uma bicada carinhosa de agradecimento e saltou para o céu azul daquela manhã ensolarada.


       Harry ficou olhando seu pokémon subindo nos céus e sentindo o vento fresco despenteando ainda mais os seus cabelos arrepiados quando a porta da cabine foi aberta pelo mais jovem dos meninos ruivos, que carregava um Rattata e era seguido por uma Chikorita. O menino, meio sem jeito, perguntou:


       - Tem alguém sentado aqui? O resto do trem está cheio.


       Harry disse que não, acenando com a cabeça. O menino entrou e se acomodou junto à janela, no banco à frente de Harry. Chikorita pulou para cima do banco dando um saltinho veloz e se colocou ao lado de seu mestre, enquanto Rattata em seu colo parecia muito agitado, esticando-se e encarando Harry de olhos arregalados.


      - Pare com isso! –disse o menino de repente para Rattata, fazendo Harry quase dar um pulo de susto. –Eu disse para não olhar para ele assim!


       Apressadamente Rattata correu se esconder dentro da camiseta do menino ruivo.


       - Aiii! Ele sempre me arranha quando faz isso! –Disse ele, com cara de dor. –Eu sou Rony. Mamãe deu uma bronca em Fred e George quando ela percebeu que estavam constrangendo você. Mandou eles se desculparem. Disse que você não era um pokémon numa feira de exibição.


       Harry sorriu, pensando que a mãe de Rony devia ser uma mulher gentil.


      - Eu me senti embaraçado na hora, mas já passou, está tudo bem. –Respondeu Harry.


     - Eles falaram que você tem um pokémon shiny então eu pensei que Ratatta e Chikorita ficariam curiosos com ele e disse aos meus pokémons que agissem naturalmente. Mas Rattata ficou curioso mesmo foi com você... pokémon estranho, não é? Está na minha família há muitos anos! E quando entrou na nossa família já era velho! E nunca evoluiu, acho que ele não quer ser um Raticate... Ele nem gosta de batalhas, é um covarde... Falando nisso, onde está seu pokémon?


      - Eu deixei ela voar um pouco. –respondeu Harry.  –Todos na sua família são bruxos?


      - Ah... Acho que sim... –respondeu Rony, com incerteza.


     - Então você deve saber muitas mágicas. Eu não sei nada, eu morava com trouxas. Eu vou ser o pior na escola! –falou Harry, desanimado.


    - Aposto que não. –disse Rony. –Em Hogwarts, diversos alunos vêm de famílias de trouxas e aprendem magia rapidinho.


    - Verdade? –disse Harry, ficando animado. Ele não havia pensado que fosse encontrar outros bruxos que viessem de famílias de trouxas.


    Então os dois continuaram conversando por um longo tempo. Rony contava a Harry sobre sua família bruxa e Harry ficava encantado, fazendo várias perguntas. Rony tinha pai e mãe bruxos. Enquanto o pai trabalhava no ministério da magia (Hagrid já havia contado a Harry sobre a existência do ministério), a mãe cuidava do lar e dos filhos, que não eram poucos. Gui e Carlinhos, os mais velhos que já haviam deixado Hogwarts. Percy, Fred e George, que Harry conhecera. Ele e Gina, a menininha meiga que Harry vira com o Teddiursa.


    Enquanto conversavam o carrinho de doces passou e Harry percebeu que estava morto de fome. Mas para sua surpresa não havia nada que ele conhecia. Sua empolgação foi tanta que ele comprou um pouco de tudo. Havia tortinhas de abóbora, bolos de caldeirão, varinhas de alcaçuz, feijõezinhos de todos os sabores (e eram todos mesmo!).


     Ele dividiu tudo com Rony, e ele estava muito feliz de ter Rony ali com ele para poder conversar e compartilhar.


    Logo Harry teve que falar sobre si e contou sobre os trouxas horríveis com os quais morava, e depois sobre quando Hagrid lhe buscou e por fim sobre sua visita ao Beco Diagonal. Quando Harry contou sobre o ovo, Rony ficou muito empolgado.


     - Um ovo de pokémon! Cara, que irado! E ele esperou por você todo esse tempo! –Disse Rony, com os olhos brilhando.


     Harry, que já havia visto que Rony era um bom menino e de confiança, foi logo dizendo:


     - Quer ver o ovo?


     - Sim, seria demais! –Respondeu Rony.


    Harry encarou sua bolsa e percebeu que dentro dela o volume parecia um pouco maior do que deveria. Ao colocar a mão direita dentro da bolsa, não sentiu o calor do seu ovo, mas algo frio e úmido. Espantou-se e apressou-se em tirar de dentro da bolsa o que lá estava e quase caiu para trás ao ver que era um pokémon.


     - Nasceu! –Gritou Rony, rindo. –Nossa cara, parabéns! É um Tympole!


     O pokémon era semelhante a um grande girino de sorriso meigo. Suas bochechas vibravam e sua pequena calda balançava para cima e para baixo.


     Harry sorriu e abraçou o pokémon, sentindo-se muito alegre. Porém, sentiu que havia alguma coisa errada e comentou em seguida:


   - Estou muito feliz em finalmente conhecer você Tympole... só não consigo entender como foi que um pokémon aquático como você tinha um ovo tão morno, e que ficou quente a ponto de queimar o Malfoy na lojas de vestes...


    Harry contou do episódio com Draco a Rony e o amigo achou aquilo genial, porém fora do comum.


   - Nunca ouvi falar de pokémons aquáticos que soubessem atacar com fogo. Quer dizer, existem TM’s e HM’s, que são objetos enfeitiçados para que quando um pokémon os tocar, eles aprendam ataques ou poderes que são incapazes de aprender naturalmente com treino...


     Harry nunca havia ouvido falar de TM’s e HM’s, pois elas não existiam entre os trouxas.


    - Mas de qualquer forma, nem todos os pokémons podem usar uma TM ou HM. –Continuou Rony –O pokémon precisa ser compatível. Certa vez Percy ganhou uma TM em Hogwarts por ter se destacado em uma aula, mas foi incapaz de usar em qualquer um dos seus pokémons...


    - E qual a diferença de uma TM e uma HM? –quis saber Harry.


    - Uma TM só pode ser usada uma vez, enquanto uma HM pode ser usada diversas vezes. Somente um bruxo poderoso consegue criar uma TM e um bruxo mais poderoso ainda uma HM. Poderosos como os professores de Hogwarts, eles criam TM’s para dar aos seus alunos prediletos, Percy disse... –Explicou Rony.


    - Sei... Mas é possível que seja dada uma TM a Tympole enquanto ele ainda era um ovo? –Harry não acreditava que aquilo fosse possível.


    Tympole saltou do colo de Harry e pulou para o banco da frente. Prontamente, Chikorita se colocou entre o pokémon girino e seu mestre, com uma carinha de brava.


    - Ei Harry... Segure seu Tympole, não acho uma boa idéia ele vir perto de mim. Chikorita é meio que possessiva comigo... –explicou Rony, corando.


     Harry levantou-se para agarrar seu Tympole, mas o pokémonzinho fez a infeliz decisão de saltar em direção ao colo de Rony. Num movimento rápido, Chikorita chicoteou-o com a folha de suas costas jogando-o no chão.


      - Tyyyyyyym... –choramingou o pequenino, fechando os olhos.


      - Ah Harry, me desculpa por favor... Chikorita, por que você é assim? Já não basta ter pendurado o Rattata no teto do sótão com um cipó! Ele ficou lá por três dias de cabeça pra baixo, até o encontrarmos! –explicou ele para Harry - Você é má! Volta pra pokébola...


      Harry abraçou o Tympole, enquanto ele chorava baixinho.


     - Tudo bem, Rony. Tympole, você também vai ficar bem...


     Então a porta da cabine se abriu e Harry viu um garoto e uma garota. O menino era gordinho (não tão gordo como Crabbe!) e tinha uma expressão chorosa, enquanto a menina era magra e tinha cabelos castanhos e volumosos. Aos seus pés um Meowth se enrolava e ela segurava em seu colo um Eevee, castanho no mesmo tom que os cabelos da dona.


     - Algum de vocês viu o Tympole do Nev... –Dizia a garota.


   Do colo de Harry, o Tympole abriu os olhos e ao ver o menino gordinho saltou para ele, alegremente.


      - Tympole! –disse o menininho.


      - Ah, vocês encontraram ele. Obrigada!


      - Esperem! –disse Rony –Esse Tympole é do Harry!


      - Não seja bobo! –disse a menina – É do Neville! Ele adora sumir e se esconder, deve pensar que é uma brincadeira mas Neville não gosta nada, pobrezinho... Espera, você disse Harry? Harry Potter? Nossa eu já li sobre você! Eu sou Hermione Granger e... espera, o que você está fazendo...


     Apreensivo, Harry conferia dentro da bolsa, e então olhou ao redor, sentindo-se cada vez mais desesperado.


       - Ah não! –disse ele. -Meu ovo de pokémon sumiu!

       Se Tympole não havia nascido do ovo de Harry, onde o ovo estaria?


       


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