Pequenos medos

Lily encarava ceticamente o objeto anunciado por Dumbledore como a "penseira", os olhos estreitos em fendas e os lábios apertados com força. Ao mesmo tempo em que sua curiosidade gritava para saber como usava aquela estranha coisa ela obrigou-se a ficar quieta e deixar o diretor levar seu irmão até sua mesa.

A menina estava com o coração à solavancos, enquanto andavam livremente pelos corredores da escola, arriscando que outros os vissem com Dumbledore. A sua única esperança, era que Dobby mantivesse seus pais longe deles. Voltando seus pensamentos para o objeto mágico em questão, Lily questionou se seria realmente seguro fazer isso, dispor de suas lembranças a um desconhecido, mesmo que este tenha sido um verdadeiro mentor e herói segundo seu pai, Harry.

O que poderia dar errado? Embaralhar o futuro? Entregariam informações valiosas sobre o que iria acontecer, fato! Mas... O velho diretor teria sabedoria o bastante para lidar com certos acontecimentos que poderiam revelar? Ela ponderou que tipo de lembranças poderia mostrar ou como seria enxergar as lembranças de outra pessoa através daquela "bacia" vazia e um arrepio percorreu sua espinha.

A grifinória engoliu em seco sem imaginar ao certo como fazer para tirar uma memória da sua mente, seria tão atordoante quanto lançar um feitiço de esquecimento? Bastava apontar a varinha para a cabeça do indivíduo e murmurar algumas palavras em latim??? Ela temeu por Jared, seu irmão já se encontrava perturbado o bastante, talvez uma penseira não fosse lá uma boa ideia afinal.

-Estão prontos?

Perguntou Dumbledore. O tempo acabou, pensou Lily mordendo o lábio inferior em hesitação.

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James debatia-se angustiado em seu sono, o rosto vermelho e a respiração descompassada. Algo estava errado, algo o deixava extremamente furioso e ele não conseguia acordar. Pequenos objetos começavam a levitar pelo quarto quando finalmente o grifinório abriu os olhos para enxergar, apenas, montes de borrões a sua frente.

Praguejando mentalmente, o garoto estendeu a mão para pegar os óculos sobre a cômoda para logo depois... "POOOFT" despencar da cama de cara no chão num estrondo pesado, fazendo todos os pequenos objetos flutuantes a caírem no chão em tilintares irritantes.

Abafando um grunhido de dor, James percebeu que mal conseguia se mover.

Essa não! Praguejou ele. Estava preso por cordas fluorescentes dos pés à cabeça. Os pulsos atados, as pernas, os pés, os joelhos. Quem raios faria isso com ele enquanto estava dormindo??? Foram atacados? Onde estariam os outros? Como diabos ele não ouviu nada???? Teddy, Violet, Logan, Vick, Alex... onde estavam eles agora???

O medo atingiu o menino que logo obrigou-se a levantar em busca da sua amiga Arianna. Com muito esforço, ainda amordaçado, ele virou o rosto em direção à cama da sonserina, estreitou os olhos concentrando-se com tudo o que tinha para enxergar ao menos o perfil borrado da loirinha.

Não havia nada. O grifinório congelou em choque absoluto, não estava certo! Onde estava Arianna? Por que a levaram? Onde estavam os outros? Por que o deixaram para trás amarrado e amordaçado? Não fazia sentido!!! Droga ele ainda não podia enxergar nem meio palmo a sua frente!!! Fechando os olhos com força, o garoto obrigou-se a criar um rápido plano de ação.

O primeiro passo... Ficar de pé! Merlin, levaria uma eternidade!!! Pensou desesperadamente James, agitando as pernas entre os lençóis que ainda o envolvia, os pulsos firmemente amarrados esticavam-se em direção ao que ele imaginava ser a cômoda, só para acertar os dedos contra a cabeceira da cama e morder a língua quando um grunhido de dor cortou sua garganta.

Ah quando encontrasse o infeliz que o prendeu assim, enfrentar dementadores seria o paraíso perto da sua vingança!!!

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Logan Weasley tinha os seus impressionantes olhos azuis, focados, em absoluta e inquietante surpresa, no rosto de sua maior inimiga sonserina. O ruivo abriu a boca disposto a protestar as palavras que Violet confessara, mas nenhum som escapou por seus lábios.

O que raios ela estava falando? Como diabos ela pensa quando discute com ele? Que está demonstrando todo seu "carinho e afeto" e forma "sonserina"? O que fica naquela cabecinha distorcida quando o insulta e o persegue?

Ela claramente se divertia quando o enfrentava... Cada sorriso que ela lhe dedicava era unicamente um prelúdio de um desafio, onde ele (certamente) sairia mal, como sempre acontecia! Se ela não o odiava o que, em nome de Merlin, seria? O que significavam aquelas malditas palavras dela?

Violet mordeu o lábio inferior com força e o grifinório sentiu todo o ar escapar dos seus pulmões. A jovem de olhos cinzentos, cabelos negros e rosto perfeito, como esculpido em porcelana branca e imaculada, a garota que declarou guerra à sua inocente oferta de amizade desde os sete anos de idade quando se conheceram no Largo Grimmauldi.

Violet Black, a criatura com rosto de anjo e personalidade digna de uma harpia, a mesma garota que se consagrava tão profundamente por transformar sua vida num inferno... sua inimiga número um, acabara de confessar que por mais que tentasse... ela nunca seria capaz de odiá-lo!

Logan queria rir, bradar, acusar, sacudi-la pelos ombros por estar mais uma vez brincando enquanto ele falava sério, mas, apenas balançou a cabeça negativamente em descrença.

-Eu nunca quis ser sua inimiga! Satisfeito agora!?

Esbravejou ela desviando os olhos do grifinório e cruzando os braços firmemente sobre o peito. Sua respiração irregular denunciando sua agitação e a sonserina praguejou mentalmente ter falado demais. Era obvio que ele não entenderia.

-Isso... maldição! Isso não explica nada!

Rebate Logan enfurecido apontando o dedo acusadoramente contra o rosto de Violet que ficou vermelha de raiva.

-É muito mais do que você precisa saber! Não importa o que aconteceu ok? Nós dois vamos continuar nos detestando quando sairmos desse armário e ponto final!

Garante Violet secamente, empurrando o Weasley contra a parede e estreitando os olhos em sua direção como ameaça. Se ela o fizesse há alguns anos atrás, ele se sentiria intimidado pela morena, mas, agora, sua ira o obrigava a enfrentá-la.

-Não é você que decide as coisas, pirralha!

Rosnou ele tirando as mãos dela de cima dele.

-Se não me odeia, por que infernos, está sempre no meu pé??? O que eu te fiz??? Me diz logo a droga que eu fiz, por que eu TENHO que consertar isso! Eu juro por Merlin que nenhum de nós vai sair desse armário para continuar essa guerrinha idiota sem um bom motivo!

Protestava ele fervorosamente, aumentando o tom de voz drasticamente, sem se importar com as consequências. A determinação no rosto enfurecido do ruivo, a raiva velada por trás da sua voz firme. Violet tinha os olhos amplos e o queixo caído em uma expressão admirada. 

Por mais rude, irritante, arrogante, estúpido e atrapalhado que o Weasley estivesse sendo naquele momento, ele conseguiu silenciar a sonserina insolente quando deixou bem claro que toda sua revolta, acontecia por ele não conhecer a razão por trás da eterna implicância dela.

E ao final de tudo, ele não queria apenas um motivo, Logan Billius Weasley deixara bem claro que estava disposto a "consertar" o que quer que ele tenha feito de errado. quando a única pessoa que começou do jeito errado fora ela mesma.

-É muito tarde para consertar o que quer que tenha acontecido Weasley!

Diz ela sem desviar os olhos dele.

-Não importa! Temos esse armário sujo e a eternidade esperando por nós dois! Sem respostas... sem liberdade Black!

Rebate ele sarcasticamente.

-Você nunca iria entender! Desiste logo desse interrogatório ridículo, estamos perdendo um tempo precioso agora!

Argumenta ela nervosamente.

-Lá fora nossos amigos estão com a vida por um fio e você quer nos manter aqui para rever as lembranças do nosso "álbum de família"!!! Acorda  Weasley ESSA É A VIDA REAL!!!

Desafia em tom autoritário, estapeando o ruivo enquanto falava.

-Não venha com essa agora! Se estivesse tão preocupada com os outros já teria me respondido há muito tempo!

Responde ele com uma risada fria.

-Está com tanto medo assim de me contar?

Provoca ele se aproximando ainda mais dela, a pressionando contra a porta do armário novamente a deixando sem saída.

-Você pode me falar qualquer coisa Black! Cada palavra dita aqui dentro permanece aqui! Eu prometo!

Insistia ele com o rosto à centímetros do dela. Violet sentiu o coração dar cambalhotas dentro do peito, amaldiçoando o efeito que esse grifinório bobo lhe trazia. Era só uma questão de tempo e se ela não fizesse nada a respeito ele ganharia essa batalha.

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Alice Longbottom suspirou profundamente enquanto dava passos furiosos em direção a seu quarto. Fechando os olhos com força ela obrigou-se mentalmente a contar até um milhão antes de explodir em pedacinhos irreconhecíveis a primeira coisa que visse à sua frente. Saphire tinha realmente ultrapassado todos os limites do bom senso e destruiu completamente a tão inabalável paciência da garota.

Suas costas doíam, seus músculos estavam rígidos e tensos, seus olhos ardiam pela noite sem sono, a constante posição de alarme, os dedos pressionados inflexíveis contra sua varinha. Cada centímetro do seu corpo implorava por descanso enquanto sua mente exigia concentração, foco, cuidado e vigilância! Havia muito em jogo.

Guardando a varinha no bolso da saia, ela esfregou as têmporas firmemente antes de seguir para a janela ao lado da sua cama olhando para a chuva fria do outro lado do castelo. Seu coração apertou. Onde estariam Jared, Lily e Ruby? Se seu namorado ainda não tinha retornado, significaria que não estava mais à procura de Lily... conhecendo a persistência do capitão grifinório ele provavelmente já a teria encontrado! Ou... fora encontrado pela irmã mais nova!

Os irmãos Potter não se separavam por muito tempo! Um sempre dava um jeito de encontrar o outro mesmo que isso significasse confusão e discussões épicas! Alice não conseguiu suprimir um sorriso ao lembrar das inúmeras vezes que Lily arrastou seu irmão mais velho pela orelha por passar do horário de recolher no campo de quadribol, quando deveria estar estudando para as provas finais.

Houve também momentos que o moreno marcava em cima de Lily, em especial quando ela tinha que ficar até mais tarde na biblioteca com um certo garoto indiano da corvinal... um tal de Krishna, para terminar seus longos projetos de aritmância. Jared era tão coruja que chegava a escalar seu time inteiro para as "rodadas" de vigilância sobre Lily se encarregando de buscar pessoalmente sua irmãzinha todas as noites, lançando olhares assassinos para o outro corvinal.

O jeito brincalhão e sempre superprotetor de Jared a encantava. Desde o seu terceiro ano, ele se esforçava para chamar sua atenção, pequenos sorrisos, anotações emprestadas, olhares demorados em sua direção, a insistência em ser sua dupla durante as aulas de poções... Jared Potter nunca deixara de dizer o quanto a admirava, não só por ela ser bonita ou inteligente... mas, por que a achava diferente de todas as outras garotas da escola... "Você e diferente... é especial!"

As palavras dele na noite do seu primeiro beijo ficaram guardadas no coração da Longbottom. Fora tão mágico, tão lindo e perfeito. Diferente da maioria das meninas do seu ano, os interesses de Alice estavam longe da popularidade e vaidade adolescente. Ser a filha do chefe da casa era uma responsabilidade um tanto difícil de lidar e por essa razão a filha de Daphne e Neville evitava a todo custo se expor em confusões.

Ela também teve seus problemas, não costumava confiar em qualquer pessoa, no primeiro ano, sofreu bastante por que muitas meninas só queriam ser sua amiga para aprontar sem serem punidas pelo professor Longbottom. Depois de recusar mentir para seu pai para proteger suas "supostas" amigas, as outras meninas passaram a excluir a garota.

Saphire Brown se destacou como uma dessas meninas para o desgosto de Alice. Provocações sem fim a atormentavam. Porém no ano seguinte as coisas se tornaram mais suaves, ela conheceu Lily Potter e Ruby Weasley, suas primeiras amigas dentro de Hogwarts e surpreendeu-se quando logo ganhou como uma espécie de amiga "extra" a impetuosa Violet Black.

Foi a partir do segundo ano que Jared começou a se aproximar dela, passando de colegas a amigos em pouco tempo, mas a Longbottom nunca o deixara passar disso. apenas amigos e ponto final! Esse era o seu lema. No entanto, Potter que é Potter precisa ser insistente, lutar contra aquilo que parece impossível de vencer, transgredir um elevado número de regras e burlar inúmeras ordens, com uma finalidade benigna, usada como impulsionadora de suas ações irresponsáveis.

Ele foi ganhando seu coração a pequenos passos, sem pressa, aos pouquinhos, valorizando a amizade dela acima de tudo, respeitando seu tempo. As palavras duras de Saphire ecoavam novamente em sua cabeça, claro ele saiu com outras garotas, muito mais bonitas e divertidas que ela e lembrar isso deixava alie furiosa.

Mas, não adiantava de nada ter ciúmes do que já não existe mais, Jared deixara bem claro que gostava dela e respeitava seu tempo. A grifinória sentiu falta dele agora, queria poder abraçá-lo bem forte e esquecer o resto do mundo.

Porém, as condições atuais eram desfavoráveis em todos os sentidos possíveis, será que ele e Lily foram capturados pelo bruxo das trevas? Mordendo o lábio inferior com força ela pensou nos seus pais.

Como estaria Daphne lá fora? Onde estaria Neville? Estaria bem? Estaria vivo??? E seu irmão mais novo... Frankie estava em Durmstrang! O garoto de apenas treze anos de idade era seu único irmão, chegou a pensar o que faria se ele também estivesse correndo perigo... mas, Frank estava a milhas de distância da Grã-Bretanha, talvez isso fosse melhor assim, dizia-lhe a razão... mas, algo lá no fundo do seu coração insistia... que se ao menos Frank estivesse por perto ela não estaria se sentindo tão sozinha agora!

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A manhã ia sumindo aos poucos entre as nuvens cinzentas e o ar abafado do meio dia. O silêncio pacífico dos perfeitamente limpos corredores dos pisos de mármore e colunas cor marfim do antigo museu chegava a ser perturbador. O único ruído na antessala era o clicar rouco dos ponteiros do relógio redondo.

Entediada, Melissa Potter continuava a encarar os quadros pelo caminho com uma sobrancelha levantada em desconfiança. Suspirando dramaticamente a pequena insistia que os retratos estavam fingindo estar "dormindo" estavam todos pregando alguma peça nela e seus pais.

Apertando o coelhinho com força em seus braços ela batia repetidamente o pé direito no chão, tinha que fazer alguma coisa, sua mãe nunca acreditaria nela e seu pai lhe daria uma super bronca por tentar "acordar" os retratos. O tempo passava e ela bocejava sonolenta.

"Mamãe ele mexeu"

Disse ela à Hermione, puxando o casaco dela e apontando freneticamente para o monge que ficou imóvel novamente, sua mãe apenas lhe lançou um olhar severo por ter interrompido sua discussão com a senhora de cabelos brancos.

"Melissa, estamos ocupados agora!"

Repreendia Harry impaciente. Mas, ela não estava mentindo! Ainda mais com o tal monge esquisito da ampulheta, que não tirava os olhos dos seus pais e a areia escorrendo pelo objeto de vidro, por alguma razão a deixava inquieta. Retornando mais uma vez para afrontar o quadro, Melissa estreitou os lindos olhos verdes em sua direção.

-O que você está fazendo?

Desafiou a menina e os olhos do monge, lenta e ameaçadoramente voltaram-se em sua direção. Com um resmungo avaliativo, o monge encarou criticamente a criança e balançou negativamente a cabeça a ignorando novamente.

-Eles não acreditam em mim por culpa sua!

Reclama ela impaciente, estava furiosa com o monge irritante que sempre fingia de morto quando algum adulto chegava perto. E como que para provocar a garotinha, ele apenas deu de ombros.

Harry e Hermione se despediram da curadora do museu com um sentimento sombrio de anseio e pesar pairando sobre eles. O que a Lady Dulpin podia informar sobre seus encontros com Dumbledore nada ajudavam em suas buscas.

-Nada de útil!

Vociferava Harry abrindo a porta do carro bruscamente e praticamente se jogando no banco de motoristas praguejando a manhã perdida. Hermione fecha os olhos com força reunindo sua paciência ao máximo antes de colocar Melissa na cadeirinha na parte de trás do carro.

-Harry, ainda temos muito a fazer aqui em Glasgow!

Argumenta ela seriamente ao ocupar o banco de passageiros ao lado do marido.

-Dumbledore não teria escolhido esse lugar ou procurado uma mulher trouxa sem alguma razão específica! Ainda mais quando as datas coincidem com o período em que Riddle frequentava Hogwarts!

Explica Hermione impacientemente.

-Mas, nada do que ela sabe nos serviu de ajuda Hermione! O paradeiro de Dumbledore ainda é um mistério e nossos filhos ainda estão presos em Hogwarts!

Reclamava apertando os dedos furiosamente contra o volante, o pé afundando no acelerador elevando a velocidade a níveis agressivos. Respirando pesadamente o moreno esforçava-se para manter a calma, guiando cegamente o carro pelas ruas da cidade sem se importar para onde estavam indo.

-Francamente Harry, estamos falando do mesmo bruxo que nos deixou um livro de histórias infantis, um pomo de ouro e um bisbilhocópio como pistas para encontrarmos as horcruxes enquanto forjou sua própria morte para o Ministério Mágico! Ele não faz nada do jeito simples!

Rebate Hermione numa tentativa de tranquilizar Harry.

-Eu sei... mas, isso não ajuda em nada! Não temos tempo para mais enigmas ou vira-tempos amadores!

Esbraveja ele batendo a mão com força contra o volante, voltando os olhos verdes em chamas para Hermione.

-Se não pararmos para entender as pistas que temos não chegaremos a lugar algum!

Repreende ela franzindo a testa para o marido.

-Onde chegaríamos então Hermione? Se ele usou o maldito vira-tempo como diabos vamos alcança-lo? Que sentido faz ele reencontrar Voldemort? Acha mesmo que eu conseguiria entender isso?

Argumenta o moreno secamente.

-Talvez, se parasse de pensar somente em como chegar a Hogwarts e se concentrasse em entender como tudo isso se interliga com a vinda de Dumbledore para cá você encontrasse algum sentido!

Profere, a ex-grifinoria, entre dentes.

-Desculpe se não tenho um cérebro tão eficiente quanto o seu, mas eu estou preocupado com os nossos filhos!

Rosnou Harry deixando Hermione colérica com seu comportamento tão explosivo e imaturo quando mais precisavam de calma, concentração e foco.

-Não é o único preocupado com a segurança dos nossos filhos! Estou me esforçando tanto quanto você, Ron, Draco e Tonks, mas não posso ser a voz da razão por nós dois o tempo todo eu preciso que você se mantenha sob controle acima de tudo! Droga Harry não deveríamos se quer estar discutindo agora!

Esbravejava ela indignada com o marido.

-Eu não estou discutindo Hermione!

Gritou ele trocando olhares frustrados com sua esposa até que...

-Harry cuidado!

Gritou Hermione em choque quando o moreno ultrapassou um sinal vermelho em alta velocidade e seguindo em direção a um ônibus escolar branco.

-Papai!

A voz aterrorizada de Melissa despertou Harry do transe, voltando-se em direção à pista, desviou no último segundo evitando um impacto letal entre eles. O carro derrapou na estrada em semicírculos antes de parar e quase subiu a calçada, o som estridente da buzina do imenso veículo branco ecoando em seus ouvidos e as mãos trêmulas o assombrando tanto quanto um encontro com um dementador.

O sangue corria violentamente em suas veias, a adrenalina pulsando em seu corpo, entorpecendo os sentidos. Harry amaldiçoou-se mentalmente. Quase envolvera o que restava de sua família e outras criancinhas inocentes em um acidente sério, por descuido, por culpa de seu temperamento explosivo, por não dar ouvidos à Hermione!

-Droga!

Bradou Harry saindo do carro, fora de si, e batendo a porta com força antes de tirar sua filha mais nova da cadeirinha no banco de trás, a apertando protetoramente em seu colo como se fosse capaz de apagar todos os absurdos que tinha acabado de fazê-la presenciar.

-Está tudo bem! Estamos todos bem!

Repetia ele para a filha que soluçava em seus braços. Hermione finalmente saia do carro ofegante, estava visivelmente pálida, a varinha em sua mão. Harry não precisava olhar para ela uma segunda vez, sabia muito bem que o carro só não fora em direção à calçada por causa do feitiço que ela lançou.

Maldição! Escaparam por pouco e agora sua mulher estava furiosa com ele. Ela baxu os olhos cansados para os pés, escondendo a varinha na manga de seu casaco evtando mais perguntas dos trouxas que começavam a se aproximar para verificar a pequena família que escapara por pouco de um acidente. Lançando um olhar furioso para Harry, ela recostou-se contra a porta do carro e esfregou o rosto com as mãos.

-Vocês estão bem? Tinha uma espécie de luz vermelha nos pneus, pense que estivessem em chamas!

Perguntou a Hermione, uma mulher de meia idade com avental colorido, saindo de uma confeitaria de esquina. Engolindo em seco, ela apenas acenou com a cabeça ates de apontar discretamente a varinha em sua direção.

-Obliviate!

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-Eu queria te odiar Weasley!

Rosnou ela furiosamente.

-Mas, eu não conseguia, as coisas teriam sido muito mais fácil se eu tivesse conseguido! Eu... Eu só... eu só pensei que era uma forma de me proteger de você! Manter você longe...

Diz ela fechando os olhos em frustração, as palavras estavam escapando antes que ela tivesse o controle sobre a própria língua. A sonseria ainda imaginou se essa seria a sensação de estar sob a poção de veritasserum.

Logan a encarou com curiosidade, seus olhos azuis estudando cuidadosamente os traços do rosto de Violet em busca de algum sinal de falsidade ou hesitação.

-Me manter longe? Se proteger de mim? Que diabos de ameaça eu te oferecia???

Questiona o Weasley, sua voz ganhando um tom perigosamente baixo.

-Era uma forma de manter você com seu status de garoto com a vida perfeita!

Rebate ela amargamente o deixando fora de si.

-Agora a culpa é da minha suposta "vida perfeita"?

Questiona ele perplexo.

-Eu te mantive a salvo... longe da "criança indesejada" ou "menina problemática" que eu era na primeira vez que encontrei você!

Revela a garota fechando os olhos com força quando as lembranças novamente perturbavam sua mente.

-Eu nunca deixaria de ser seu amigo por algo tão absurdo!

Rebate ele ferozmente.

-Mas, essa era a forma como EU me sentia...

Defende-se a sonserina.

-Não é como se seu pai tivesse te virado as costas! Sírius te deu tudo, ele te ama como um louco!

Emendou Logan segurando a menina pelos ombros.

-Ele ama Violet Black! Violet Windsor era completamente estranha, uma intrusa, revoltada, órfã e desajeitada!

Desabafava furiosamente ela, finalmente abrindo os olhos cinzentos, cheios de angustia empurrando Logan para longe de si.

-É apenas um sobrenome! Ele não define quem você é!

Desafia o ruivo não entendendo onde a garota queria chegar.

-Era a MINHA vida!

Protestava ela.

-Essa ainda é a sua vida!

Garantia o ruivo.

-Você não entende!!!

Gritou ela arfante.

-Tudo era muito novo e repentino! Eu não tinha nada nem ninguém e você foi a primeira pessoa que fez com que eu me sentisse bem com quem eu era!

Logan estava estupefato. Aquela mimada ingrata o atormentava por que ele a fazia bem? Que diabos se passava na cabeça da sonserina afinal?

-O que eu odiava era não ter controle das minhas emoções quando você estava por perto! Eu estava com tanta raiva, tão perdida depois da morte da minha mãe que eu não podia confiar em alguém assim novamente!!!

Violet tremia violentamente, seu rosto ganhando um semblante desesperado e sombrio.

-Era doloroso permitir que você despertasse tantas coisas em mim... seria um risco que eu não suportaria assumir naquele momento! Eu não podia gostar de você por que no final você acabaria me deixando ou se tornando um alvo como a minha mãe!

Acusava ela esmurrando o peito de Logan a cada palavra que deixava sua boca.

-Você me desafiava a enfrentar a antiga Violet Windsor e reconhecer a Violet Black como tinha que ser! E eu não queria isso!

Violet o enfrentava ofegante e os olhos nublados por lágrimas que ela mantinha firmemente, por orgulho, sem deixá-las cair. Logan segurou os pulsos da sonserina novamente, o coração batendo numa frequência quase frenética.

-E você só me agredia para fugir desse... dessa sua ideia maluca? Me insultava por que achou que assim seria mais fácil do que enfrentar seus medos e ser minha amiga? Percebe o quanto está sendo contraditória essa sua historinha?

Questiona o ruivo lívido enquanto a morena apenas resmungou entre dentes.

-Fala logo Violet!

Exige ele furiosamente.

-Isso é verdade!

Rebate ela irritadiça.

-Bastava me ignorar e garantiria um efeito muito melhor!

Argumenta o grifinório para fúria da menina.

-Você teria feito o mesmo comigo!

Insiste Violet o deixando novamente confuso.

-Mas, eu não queria que você esquecesse de mim seu idiota!!!

A escuridão e a precariedade daquele pequeno espaço que dividiam, pareceram se dissolver em sua mente enquanto as palavras da filha de Sírius ecoavam repetidas vezes na sua cabeça. O bruxo das trevas, a ausência de seus amigos em Hogwarts... Tudo desapareceu dando espaço ao choque.

Os olhos dos dois encontraram-se numa intensa onda de temores e desafios. Ele a confrontava e ela não conseguia mais fugir. As mãos de Violet agarravam com força a camisa do ruivo que afrouxava seu aperto nos pulsos dela.

Suas respirações entrecortadas e o vão espaço entre eles diminuindo continuamente quando o rosto do grifinório inclinava-se para alcançar a boca da sonserina. Houve um misto de frio e calor, vibrações elétricas no instante que Logan reivindicou os lábios de Violet nos seus.

Era surreal, tão certo e tão errado, havia posse, raiva, instinto, todos misturados à sensação de encontrar os braços deles a segurando contra a porta de madeira. Ela ofegou entreabrindo os lábios e o beijo tornou-se mais urgente e profundo.

A filha de Sírius ma sentia as próprias pernas quando Logan interrompeu o beijo e sussurrou no seu ouvido com uma voz indecifrável na percepção da Black:

-Existem muitas outras maneiras de se tornar inesquecível para alguém Black... eu só acho que você escolheu o caminho errado para isso!

Completa Logan numa reflexão severa, antes de soltar a sonserina e tomar novamente a capa sobre si. Violet piscou os olhos atordoada até ele a puxar pela mão, finalmente abrindo a porta do armário, desbloqueando quaisquer feitiço que houvera lançado anteriormente.

-Vamos! Os outros devem estar ficando preocupados com a nossa ausência!

Diz ele casualmente, diante de uma Violet impressionada. Logan estava agindo como se nada tivesse acontecido ali dentro, bem como havia lhe prometido. Ela abriu seu coração, reviveu lembranças aterradoras, confrontou seus próprios sentimentos até assumir que não suportaria ser ignorada por ele e foi recebida por um beijo de tirar o fôlego.

Porém, Logan cumpria fielmente à sua palavra, não voltaria a tocar naquele assunto e não a atormentaria com sua humilhante confissão. Mas, agora depois de tudo... a sonserina não sabia mais se era exatamente isso que desejava dele.

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A chuva ainda caía pesadamente do lado de fora, estava escuro, apesar disso, não poderia negar a presença de dois homens de pé ao lado do corpo de seu irmão mais velho. A voz desesperada do primeiro homem e as ameaças do segundo, que torturava constantemente o pobre grifinório, permaneciam ecoando sombriamente naquela passagem.

Lily ofegou e apertou com mais força o braço do seu irmão, a grifinória tinha os olhos ligeiramente vidrados sobre as imagens que passavam diante de si, sem poder acreditar em tudo que via e ouvia. Seu cérebro gritava com toda a força que aquilo não passava de uma memória, vista através de uma penseira antiga e que Jared, ao seu lado agora, estava bem.

Mesmo assim, a garota não conseguia evitar o pânico crescente ao ouvir o desejo do bruxo que o torturava, em levar Harry Potter até Hogwarts. Não era certo, ninguém fora da família sabia sobre a ligação entre Harry James Potter e seu filho primogênito Jared Sírius Potter além de Albus Dumbledore, que desapareceu poucos anos depois do mundo mágico.

Ela teve que morder o lábio inferior com força para impedir-se de gritar, pois desde o momento que encarou os olhos brilhantes e terríveis do bruxo que torturava Jared, toda a cor fugiu de seu delicado rosto e suas pernas pereciam amolecer ignorando a função fundamental de sustentar seu corpo.

Este bruxo sabia exatamente como atingir seus inimigos, conhecia muito bem as vítimas certas, seus pontos fracos, fazia joguinhos de ameaça e para piorar tudo estava brincando com o tempo. Lily já não duvidaria da possibilidade dele ter selecionado o pequeno grupo de alunos em Hogwarts para manipular seus pais lá fora.

-Muito bem Sr. Potter! Existe mais algum detalhe sobre o qual precisamos saber?

Pergunta pacientemente Dumbledore, seus olhos azuis mergulhados em pensamentos profundos.

-Não! Isso foi tudo o que aconteceu!

Responde seriamente o garoto esfregando os olhos com a mão direita e puxando Lily para sentar na cadeira frente à mesa do diretor. Estranhamente sua cabeça começou a e alguns flashes obscuros serpenteavam sua memória, era o reflexo do que seu pai sofria dentro da escola, Jared se perguntou se de alguma forma, Harry saberia ou poderia perceber que mais alguém além de Riddle podia ver por seus olhos..

-Senhorita Lily?

Questiona o diretor percebendo a reação alerta da menina que apenas negou com um gesto ligeiro do rosto. Com um suspiro cansado, o maior bruxo desde Merlin recostou-se em sua cadeira antes de comunicar seu veredicto.

-Não posso dizer, minhas caras crianças... o que em tudo isso fora o mais perturbador...

Começa ele com pesar e uma nota de amargura em sua voz.

-Se foi a dimensão do poder que pairou sobre Hogwarts "no seu tempo futuro" ou a presença de um "velho conhecido" no mundo mágico, presente em sua forma mais perversa...

A voz de Dumbledore estava vazia de emoção, o velho bruxo ostentava uma expressão sombria e seus olhos percorriam toda a sala até alcançar sua fênix e companheira, Fawkes. A tristeza profunda fora sentida pela magnífica ave mágica que entoou uma breve melodia reconfortante em apoio.

Jared cerrou os olhos severamente, não interpretando a forma como Dumbledore falava como algo bom, e ao seu lado, Lily ofegou em choque antes de perguntar:

-O senhor sabe quem são esses bruxos?

Bastava olhar para o velho diretor novamente para saber a resposta.

-Sinceramente, eu esperava que "ele" já estivesse morto!

Confessa Dumbledore dolorosamente. A presença daquele bruxo e tudo o que acontecia em Hogwarts estava longe de ser uma conhecidêcia.  Ele era um mestre em estratégias e sua mente era movida com o mais puro desejo por poder e vingança... as crianças que ainda estavam na escola, corriam grave risco de vida!

O medo dominava os dois Potter's ali presentes. O diretor guardou silêncio em meditação e o tempo passou arrastado para angústia de Lily e impaciência de Jared. O grifinório estava inquieto, pronto para levantar e sair em busca desse tal bruxo por conta própria quando uma canção quase lúdica o fez recuar e sentar-se novamente ao lado da sua irmã.

-Precisamos de um plano! Alguém capaz de nos ajudar a enfrentar esse cara!

Resmunga Jared esfregando os olhos com agitação até que algo o fez paralizar e voltar-se em direção à janela com os olhos vidrados. Sacudindo brevemente o rosto como se despertasse de um transe, Lily desviou os olhos do seu irmão para encarar estupefata a belíssima fênix de penas flamejantes e olhar penetrante. Lily encarou a lendária figura mágica com fascínio, era a criatura mais bela que seus olhos já encontraram.

-Fawkes, não seja tímida, se apresente!

Diz Dumbledore com um ar divertido no rosto ao perceber a interação da sua fênix e a jovem Potter. E como se o entendesse perfeitamente, a ave de plumas rubras abriu magnificamente sua asas a gritou antes de sobrevoar o pequeno espaço da sala ao redor de Lily e pousou imponente no braço estendido de Jared, que estava tão chocado quanto sua irmã.

-Creio que se alguém poderá ajudá-los... será ela!

Conclui Dumbledore.

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Finalmente atualizaçãoo genteee, capítulo pequenininho eu seii, mas estou com o tempo mega ultra super power corrido T_T
Hermione Jean Potter seja bem vindaaaaaaaaaa!!! Jhenny Lass meninaaaa, quanto tempoooo sem deixar uma respostinha aos seus coments, já estava morta morrida de saudades ;D hauhauhauhauhaa Jhuliaa Diva, espero que esse capítulo esteja do seu agrado, Jadeeeeeee não me abandonaaaaa!!! Coveiroo-senseiii, o que achou??? 

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