Best Friend

Fiquei esperando curiosamente para saber qual era o plano de AGD, mas os minutos passaram e nenhuma palavra apareceu no diário.

Qual é o plano?

Chamei (escrevi), sentindo-me curioso e impaciente.

Eu vou precisar saber quem é a garota para poder ajudar.

Ela escreveu.

Estava prestes à contar a ela sobre Rachel quando algo me ocorreu.

Toda Hogwarts sabia que Albus estava querendo ficar com a corvinal, assim como toda escola também sabia que eu era o melhor amigo dele. Se eu dissesse à AGD sobre Rachel, ela logo perceberia que se tratava de Albus e conseqüentemente concluiria que IPA (ainda achava aquele apelido completamente ridículo) era eu. O que me faria perder a aposta e eu odiava perder.

Bufei sentindo-me usado.

Espertinha você, huh? – escrevi – Mas isso não vai colar sua ladra! Tentando vencer a aposta aproveitando-se de minha inocência.

Haha, se você é inocente eu sou um boto e acredite, eu tenho muito osso para pouca pele.

Então ela era magra. Hum... Não que aquilo fosse grande coisa, mas era um grande alivio saber que eu não estava trocando idéias com uma pessoa com 90 quilos acima do peso que leva em conta acima de tudo o velho ditado de que ‘a aparência não importa e sim o interior’. Bah, se isso fosse realmente verdade não existiriam tantos tratamentos para as mais variadas coisas que as mulheres dizem precisar.

Poderia excluir as gordinhas de minha lista de garotas que podem ser a AGD.

Mas voltando ao assunto principal que no momento era o fato de que a garota estava tentando ganhar a aposta por meios suspeitos.

De qualquer forma, botinho, eu não vou lhe dizer quem é a garota.

Se você escrever ‘botinho’ mais uma vez, acredite, eu ainda lembro sobre a presa de basilisco e não descansarei até descobrir quem você é e cravar a presa no meio de seu peito, encarando-o enquanto o veneno o mata aos pouquinhos.

Talvez eu pudesse acrescentar ‘pende para o assassinato’ na lista também. Isso eliminaria completamente as garotas fofinhas e meigas que havia em bandos na escola.

Sabe, talvez você precise de um psicólogo.

E talvez você precise morrer.

Assim você me magoa profundamente!

Ah, vá catar coquinhos IPA!

Comecei a rir descontroladamente quando li isso, o que fez minha letra sair um pouco tremida quando escrevi:

Você precisa urgentemente achar melhores xingamentos.

Deixe-me em paz sobre meu modo de falar! Vamos voltar ao assunto principal antes que eu me revolte e queime este livro.

Você não faria isso.

E porque, pelas calças de Merlin, você acha isso?

Porque você me ama e não vive sem mim.

Boa noite para você!

HEY! Okay me desculpe, não vou incomodar mais, não precisa ficar brava.

Então não fuja do assunto!

Fugir do assunto era inevitável quando eu conversava com AGD, a conversa simplesmente fluía (mesmo que geralmente parecesse mais brigas do que trocas de palavras amigáveis) e nós conversávamos sobre os mais diversos assuntos durante horas. E eu me sentia muito leve depois daquilo.

Albus reclamava que eu quase nem conversava com ele, mas agradecia por poder dormir sem eu incomodá-lo com meus resmungões sobre sonhos estúpidos.

Lembrar de meus sonhos me fez mal, pois acabei lembrando também de uma certa ruiva que havia tornado meu dia tremendamente lamentável.

Então, qual é o plano?

Não sei...

Grande ajuda!

Como é que eu vou poder te ajudar se eu nem sei como a garota é? Eu preciso saber pelo menos as características dela para que eu possa dizer o que o seu amigo pode ou não fazer.

Tentei pensar em coisas que eu sabia sobre Rachel, mas, pensando bem, eu não sabia nada. Desde que Albus tinha ficado ‘viciado’ na garota, eu não estava convivendo muito com ele, tanto por causa das tentativas de aproximação frustradas do garoto quanto de minhas conversas com AGD. Eu nem sequer lembrava como a garota era realmente!

Eu não a conheço...

Disse, sentindo-me um imprestável. Meu amigo estava sofrendo por causa de uma garota e nem ajudar eu conseguia direito.

Então dê um jeito de saber mais sobre ela, assim, poderei ajudar.

Okay. O que vai fazer agora?

Meus temas.

Oh sim claro, a senhorita perfeição precisa fazer tudo duas semanas antes.

Vá a merda.

Eu também te amo.

Idiota.

Botinho.

Eu fechei o diário antes de ver sua resposta provavelmente muito, muito, muito revoltada.

Peguei meus materiais e folheei meus livros, tentando me concentrar nos deveres. As pessoas começavam a voltar do passeio à Hogsmead e a Sala Comunal começou a encher. Continuei sentado na poltrona, escrevendo 30 centímetros sobre o que era ‘asfódelo’, até que ouvi a voz de Albus.

– Hey – ele me cumprimentou enquanto lançava um olhar maligno à um terceiranista que sentava na poltrona ao meu lado.

A criança correu para longe e Albus sentou, colocando os pés em cima de um de meus deveres de Transfiguração.

– Tire os pés daí – reclamei quando terminei de escrever a ultima frase de minha redação.

– Sim, mamãe – Albus revirou os olhos e tirou os pés de cima da mesa.

Ele parecia ter dormido e tomado um banho. Sua expressão estava bem melhor do que há algumas horas atrás.

– Scorpius Malfoy fazendo os temas de casa – Albus balançou a cabeça fingindo incredulidade. – Uma coisa muito difícil de ver.

Olhei para ele.

Talvez aquilo soasse muito gay, mas como os pensamentos são meus, eu tinha liberdade de pensar o que quisesse.

Eu conhecia Albus e sabia que, mesmo que ele estivesse fingindo estar bem, ele não estava. Definitivamente.

– Cara, vou ficar deprimido se você continuar me olhando desse jeito – brinquei enquanto ele passava as mãos pelos cabelos úmidos.

– Olha, me desculpa por hoje mais cedo – ele pediu. – Eu só estou meio...

– Muito mal? Com o coração partido? Com vontade de beber todas? Querendo bater em alguma coisa para descontar a frustração? – fiz uma lista para ele, coisas que eu já tinha sentido muito bem (e ainda sentia) desde que havia começado a ter aqueles sonhos perturbadores.

– Todas essas coisas – ele sorriu um pouco e suspirou. – Okay, me diga qual é o plano – ele falou diretamente e eu ergui uma sobrancelha.

– Plano?

– Para conquistá-la – ele corou fortemente ao dizer isso e eu ri.

Uma almofada bateu fortemente contra meu rosto.

– Hey! Se acalme! – eu disse à ele.

– Desembucha.

– Bem, eu ainda não tenho um – eu disse a ele e meu olhar foi até onde eu havia jogado o livrinho. – Mas conheço alguém que pode ajudar – eu sorri e puxei o diário.

– Quem? E porque você está pegando este livro? – Albus tinha uma sobrancelha erguida. Fiz um gesto para ele esperar e vi enquanto me encarava estranhamente.

Estava prestes a abrir o diário quando Albus disse algo que me fez paralisar.

– Hey, eu conheço esse diário.

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N/A: Oii gente! Final malvado, eu sei, mas a partir de agora é que as coisas começam a esquentar hoho
Ain, hoje é meu aniversário e eu fiquei muuuito feliz com a indicação que a Ana CR fez da minha fic na 'Lavando Roupa Suja' (que cara, é uma das melhores fanfics que já li)
Obrigado mesmo flor, de coração *-*
E, claro, obrigado à Lana Sodré pelo comentário do capítulo anterior *O* Vocês me fazem muito feliz com os comentários maravilhosos que me mandam :)
Beijos :* 

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