Viagem indesejada, compromisso
Já era tarde da noite e Harry estava em sua casa arrumando suas malas, tinha se despedido de Mione mais cedo àquele dia. Prometeram conversar assim que este chegasse, porque ele insistira.
Ele suspirou deitando-se na cama.
O que era aquilo? Só podia acontecer com ele não é mesmo?
Tudo de uma vez só... Hermione, sua... Sua, er, amiga. Uma viagem que ele não tinha idéia do que faria...
Só mesmo Harry Potter pra ter tanta confusão em sua vida. Não que ele se arrependesse de algo. Oh! Não, ele nem sabia o que significava isso em ‘seu dicionário’.
O sono começava a lhe acalentar, estava precisando mesmo. Os dias não seriam nada fáceis, tinha certeza.
O sol poente ainda resistia a bater em seus corpos.
Eles estavam deitados na areia e aquilo era magnífico.
O barulho das ondas, os suspiros dela misturados com seus próprios suspiros, a cor dos olhos dela, tudo fazia com que aquele momento fosse inesquecível.
Aquele beijo terno completava seu ser.
****
Corro contra o tempo pra te ver
Eu vivo louco por querer você
Ôôô, morro de saudade a culpa é sua
-Eu vou sentir saudade - ela o abraçou.
-Eu também, Mione – murmurou no ouvido dela.
Estavam no escritório dele, portas fechadas. Ainda era cedo e poucas pessoas haviam chegado ao ministério.
Ela suspirou, e então se voltou para olhá-lo, só pra guardar o brilho que ele emanava, que seus olhos nunca deixaria de ter.
-Tome cuidado! – ela apontou o dedo indicador para o rosto dele.
Ele deu um sorriso – Certo... Minha Senhora – falou sedutoramente aproximando-se.
-É sério Harry... – a mulher murmurou olhando-o preocupada.
-Eu sei – beijou seu rosto. – Eu tomarei cuidado.
Hermione o abraçou mais uma vez. E então, afastando-se, encostou seus lábios no dele, queria senti-lo, só mais uma vez... O beijo era calmo e insinuante, numa estranha mistura de preocupação e desejo. Não era apenas carne, era cerne, eram almas se encontrando, – quase misturando-se – era sede e ao mesmo tempo tudo era saciado com o encontro de suas línguas... Era como se abandonar um ao outro. – em seus braços. - As mãos de Hermione seguravam carinhosamente o rosto do amigo. Enquanto este segurava sua nuca e cintura. Aquilo poderia durar para sempre, e intimamente, eles rezavam para isso.
-Harry? Você está ai?
Hermione deu as costas para a porta, respirando pesadamente.
-Estou... – falou passando a mão pelo cabelo.
-Bem, Vamos...? – a mulher olhou para Hermione, que estava perto da mesa de Harry agora. – Estou atrapalhando algu-?
-Não. O que é isso... – Hermione a interrompeu, quanto menos a ouvisse, melhor seria. – Eu já estava de saída – falou forçando um sorriso. – Bem Harry. Como eu disse, se cuide – ela espalmou um beijinho em seu rosto. Enquanto o homem segurava levemente uma de suas mãos e apertava.
-Eu vou sentir saudade – ele disse com um sorriso um tanto infeliz e lhe dando um beijinho na testa.
Hermione suspirou e após pegar sua bolsa, que se encontrava no sofá, se retirou. – Eu também. Boa viagem...
-Então? Vamos? – perguntou Maristela animadamente.
-Você também foi escalada?
-É! Não é demais?! – estranho, Harry, apenas, não tinha percebido o quão era irritante e estridente a voz daquela mulher quando estava excitada.
-Ô! Não sabe o quando...
****
Não demorou a chegarem ao hotel, trouxa, onde se instalariam – uma equipe de seis bruxos.
Óculos escuros, uma capa de viajem longa, calça e blusa social, um ar imponente e a mala de executivo fechava o figurino de Harry.
-Senhor? – o recepcionista chamou. – Seu quarto é o de n°452. Jonatan o acompanhará.
-Obrigado – respondeu educadamente.
Aquele era um quarto, digamos, nada simples. Era quase uma suíte presidencial, e Harry se perguntava para quê algo tão desnecessariamente grande.
Guardou as malas e acessórios e logo estava indo ao Hall do hotel, precisava instruir ‘seus’ homens.
****
Bares, ruas, estradas, desertos, luas
Que atravesso em noites nuas
Ôôô, só me levam pra onde está você
Com um sobretudo pesado, as mãos no bolso e a mente tentando fugir das emboscadas das lembranças. Era assim que enfrentava a primeira noite naquela cidade fria.A noite triste, noite fosca, até a lua, cheia, parecia perder seu esplendor naquele momento.
Andando sorrateiramente pelos lugares, quase com uma sombra, captar todos os movimentos era essencial. Acompanhado, ou talvez não, ele não estava muito ‘aí’ pra isso.
Duas horas e nada... Sentia como se tivesse perdido algo mais importante. Não havia coisa alguma ali... Naquelas ruas, naqueles quarteirões. Entrou em bares, ruas diversas, becos escuros, pulou muros, passou por pracinhas e mais uma vez... Vácuo.
Aquilo não o deixava estressado, tão pouco confortável. Significava que não estava fazendo o trabalho direito? Certamente que não, era um bom profissional.
Sentando agora em um dos bancos daquela praça deserta, os pensamentos logo foram ocupados. Ele queria estar na Inglaterra, ele queria estar em Londres, mais precisamente aconchegado a uma certa morena que rondava sua mente e que ele sabia, nunca sairia de lá, era seu lugar certo, afinal. Ele queria voltar pra lá, como ele queria...
O vento que sopra meu rosto cega
Só o seu calor me leva
Ôôô, de uma estrela pra lembrança sua
O que sou, onde vou, tudo em vão
Tempo de silêncio e solidão
O que sou, onde vou, tudo em vão
Tempo de silêncio e solidão
Um vento passou por ele, como se levasse seu beijo pra Hermione, como se quisesse lhe confortar, deixando claro que Harry tinha um aliado. Abraçou seu próprio corpo para se aquecer, não que estivesse com tanto frio assim, ele só, apenas, achou certo fazer isso.
Com um suspirou olhou o céu,estava estrelado, mas aquelas estrelas não atingiam seu coração como o sorriso de Hermione, tal pouco aqueceram seu corpo.
-Pensando em que?
Harry sorriu. – Em uma estrela que brilha muito mais que essas aqui – ele gesticulou ainda olhou o céu.
-E o que seria essa estrela? Ou quem seria? – perguntou se aproximando.
Harry ponderou. – É o que você quer que seja... – respondeu olhando-a.
Ela deu um sorriso e pôs a cabeça de lado. – Poderia ser seu sorriso? – perguntou flertando.
O sorriso de Harry diminuiu. – Vamos? Ainda temos muito que fazer – fingiu não ouvi-la. Ela se levantou sorrindo.
-Certo. Chefe.
E novamente, tornou a andar, averiguar, procurar qualquer rastro. Afastou-se de todos novamente, sabia que assim, se concentraria com maior facilidade – e também, francamente, não precisava, e nem queria, ouvir ‘besteira’.
A quietude lhe trazia uma certa serenidade, talvez falsa, mas ainda assim, era melhor do que estar nostálgico.Seria apenas uma semana... Apenas.
O mundo gira sempre em seu sentido
E tem a cor do seu vestido azul
Ôôô, todo atalho finda em seu sorriso nu
No quinto dia estava de folga - logo voltaria para casa.- Não queria ficar no seu quarto de hotel, lá fora deveria ter algo mais atraente.
Pôs um terno preto, - que fazia com que seus olhos brilhassem ainda mais e chamassem mais atenção também - sem gravata, nem tentou pentear o cabelo, - aquilo ali não tinha mais jeito. – O óculos completava o usual.Pegou a carteira, as chaves do quarto e sua varinha – para qualquer eventualidade.
Um barzinho trouxa interessante lhe chamou atenção. Era aconchegante, animado, tinha cores vivas, um som vibrante.
Harry sentou-se próximo ao bar, tocava uma música animada e parecia que aquelas pessoas queriam apenas esquecer, o que quer que seja, e se divertir. Um copo de Uísque na mão, os olhos voltados para a pista, o que ele esperava que brotasse de lá? – Harry sorriu e voltou-se novamente para o bar.
A noite corria, e Harry ainda procurava a diversão. Agora tocava uma música romântica, só casais, ao menos pareciam, estavam dançando.
Na madrugada uma balada soul
Um som assim meio que rock n' roll
Ôôô, só me serve pra lembrar você
Qualquer canção que eu faça tem sua cara
Rima rica, jóia rara
Ôôô, tempestade louca no Saara
É. Não estava dando certo. Aquilo não estava sendo nada divertido. – Seu plano havia falhado miseravelmente...
Calando-o, pondo a mão em sua boca. – Eu não quero falar do que vai acontecer, Harry... Vamos deixar tudo correr, está bem? – pediu - O futuro inexiste... – ela sussurrou.
Harry apenas acariciou a face da amiga, da amante.
-Está bem...
E então ela o beijo, ou foi ele?
Certo, ele não sabia. Mas sentia... E seus lábios estavam novamente juntos, num frenesi carinhosamente deleitoso, num encontro antigo, entre bocas e línguas, num desejo contido, numa amizade mais forte, num encontro mais íntimo.
Seus corpos não casavam de se experimentar. Era impressionante, no entanto ele nem conseguiu perceber quando Hermione estava em cima de si, abrindo, outra vez, o zíper de sua calça. Estava perdido demais nos seus olhos e lábios para ligar para seu próprio corpo, além, é claro, de ter o corpo dela ao seu alcance...
Já era hora de ir mesmo, tinha bebido, tinha... hã, tentado se divertir. Mas o que fazer quando tudo o que se quer está longe o suficiente para te trazer lembranças? Ou trazer desânimo por não poder ter naquele momento?
O que sou, onde vou, tudo em vão
Tempo de silêncio e solidão
O que sou, onde vou, tudo em vão
Tempo de silêncio e solidão
Pegou as chaves na recepção e pegou o rumo para o elevador. Quando chegou ao seu andar, dirigiu-se calmamente para sua porta. Pegou, no bolso, a chave e avriu a porta.
-Boa noite.
-Noite.
-Não vai me convidar para entrar? – perguntou encostada a parede, próxima a porta dele.
-Seria deselegante...
Ela deu um sorriso. – O Sr. Potter sempre cortês... – Maristela brincou. - Tenho certeza que você não fará nada que eu não queira...
-Claro – Harry abriu a porta, deixando-a passar.
-Uau... Meu quarto não é nem um terço desse aqui.
-É essas pessoas de lá. Não cansam de ser exageradas.
-Ah! Mas você merece... Você é Harry Potter – ela deu uma risadinha.
Enquanto tava as costas a ela revirou os olhos. – Ora, por favor, Maristela.
Ela sorriu atrás dele, isso com certeza o deixou confuso, ele se virou e qual não vou sua surpresa ao se deparar com a mulher atrás de si. Ela se aproximou, colocou as mãos na cintura dele e na ponta dos pés tentou beijá-lo...
Harry desviou e se apostou.
Aquela mulher era realmente atraente, mas lhe faltava algo... Então como um fleche lhe veio o que faltava: Ela não era Hermione Jane Granger...
Enquanto Harry foi até a estante, Maristela sentou-se na cama. Harry deixou lá algo e depois foi até a porta. Ele pôs a mão na maçaneta e a abriu. – Por favor.
Maristela franziu a testa e levantou-se da cama. Andou até ele. -Você não quer realmente isso – e tirando cuidadosamente a mão dele do local, fechou a porta.
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