Draco
Nunca havia pensado que podia sentir amor verdadeiro por ninguém. Meu pai sempre me disse que isso não existia. Era uma ilusão de tolos e fracos. E eu acreditei piamente nisso até te conhecer.
E digo conhecer de verdade porque, meu bem, os anos que passei te xingando não contam.
Falo daquela noite quente. Estávamos havia pouco tempo em Hogwarts e eu sem ninguém. Sonserinos tornaram-se ainda mais solitários, como uma desculpa. Ninguém queria que pensassem que estávamos armando algo. Aconteceu tão naturalmente.
Todos ficaram sós.
Você então se aproximou, um arrepio percorreu meu corpo quando sua mão tocou a minha tão suavemente. Você era, afinal, uma grifinória. Ousada e nobre.
- Não se preocupe. Tudo vai ficar bem. – sua voz era suave.
E, pela primeira vez desde que toda aquela bagunça no Mundo Bruxo havia começado, sorri verdadeiramente. E foi tão natural.
Passamos alguns dias sem nos encontrar, você era a Monitora-Chefe e eu não suportava ficar nas masmorras. Aquele silêncio perturbador entre todos nós. Apenas o barulho de livros sendo fechados, da pena contra o pergaminho, passos na escada...
Tudo se resumia a isso.
No fundo, confesso, queria também te encontrar. Queria sua mão na minha mais uma vez, o toque já não era mais tão firme para conseguir me lembrar.
E passado algumas semanas, você surgiu no fim de um corredor qualquer. Afastei-me da parede esperando você se aproximar, o olhar desconfiado.
- Sabe que precisa me dar uma boa razão para eu não te dar uma detenção, certo?
Eu sorri segurando sua mão e te puxando. Seu corpo colou ao meu tão perfeitamente! Mergulhei em seu cheiro, os cabelos revoltos fazendo cócegas em meu rosto me fazendo sorrir.
Não me importei com seus braços, em choque, parados ao lado do corpo. Queria apenas o conforto que sentira dias antes.
Queria deitar em minha cama sem pensar nos gritos. Em meu pai. Na morte.
Era apenas você em meus sonhos.
Mas então me encontrar com você tornou-se difícil. Eu não queria apenas seu abraço. Nem seus olhos amendoados brilhando ao meu lado. Queria seus lábios nos meus.
E por que não arriscar? Perderia apenas o que nunca deveria ser meu.
Mas então, quando toquei seu rosto, seus olhos se fecharam e seus lábios se abriram levemente, como se me chamassem. E eu fui.
Meu coração nunca ficara tão agitado. Meu bem, eu me rendi. Era, afinal, um tolo e fraco apaixonado.
E todas as noites eram tão intensas e entusiasmadas. Até você, sempre achara o inverno uma estação ruim.
E realmente era.
- Draco, não ouse. Agarre o pouco de orgulho que temos. Afaste-se daquela Sangue-Ruim. – essas foram as palavras de minha mãe quando, no Natal, nos encontramos.
Ah, deveria mesmo ter ficado em Hogwarts.
Um novo ano chegou e, confesso, não tinha coragem de te dizer adeus.
Mas não podia levar aquilo adiante. Como? A única pessoa que eu respeitava inteiramente na vida havia mandado eu me afastar e, por mais que eu soubesse que seria doloroso, o fiz, em uma tarde de Sol.
Querida, nunca pensei que sofreria tanto ao ver seus olhos marejados me olhando descrentes. Eu sempre fui afinal um covarde.
Mas lhe confesso, que me arrependi instantaneamente. Queria gritar e te pedir para voltar, mas não consegui. As palavras travaram em minha garganta e depois aquela sensação de vazio me tomou. As lágrimas desceram por meu rosto também.
Três dias se passaram sem que você aparecesse no Salão Comunal. Potter me lançava olhares estranhos de sua mesa, mas ignorei. Queria apenas que você aparecesse.
E então, no jantar, você entrou como uma Nimbus altamente capaz. Não olhou em minha direção, mas meus olhos ficaram cravados em você enquanto se sentava com seus amigos.
E seus olhos encontraram os meus, por um segundo, fazendo eu me sentir a pior pessoa do mundo.
As coisas estavam realmente erradas, Hermione.
Você não se demorou em levantar e sair do Salão Principal.
Dois segundos e eu me levantei, ágil, indo atrás de você.
Virei-a em minha direção no meio da escada e, sem pensar, sem me importar que depois você fosse me dar alguns tabefes, te beijei.
E, Merlin, revivi a sensação de perfeição que me faltava.
Arfei quando me afastei, olhando seu rosto, seus olhos fechados.
- Eu te amo, Hermione. – e você os abriu surpresos. – Me desculpe, por favor, por me afastar. Eu… não… não sei viver sem você.
Sua respiração estava alterada e sua atenção se voltou para um grupo parado, estático no começo da escada.
- Eu a amo, sabia? – apontei para ela quando gritei. Dois do grupo já estavam com as mãos no bolso, provavelmente preparados para usar a varinha, mas ficaram estáticos com minhas palavras.
- Draco! – sua voz foi receosa atrás de mim e me virei para ela.
- Acredita… Hermione? - seus lábios se curvaram em um sorriso. – Eu te amo.
É, você acreditou. Seus braços estavam em meu pescoço, me sufocando em um abraço.
E eu?
Eu estava, finalmente, completo.
N/A: Então, gente, comentários? *-* careço saber o que acham. Beeijos
Comentários (1)
Que Draco fofo!!!!rsrsrsrsrrs achei q ele demoraria mais pra ver a cagada que fez!Muito bem escrita! Foi nessa fic q vc travou?bejos e um ótimo domingo
2012-05-27