Hermione

Pareceu tão errado no começo.

Depois nem tanto.

Eu segurei sua mão firmemente e, admito, esperava que você soltasse todas aquelas palavras chulas. Aquelas as quais eu estava acostumada a ouvir. Mas então você sorriu para mim, de um jeito sincero. Meu coração se derreteu naquele momento.

Quando essas coisas acontecem, você percebe que o amor chega mesmo assim, de repente. Como um intruso.

Você o deixa se acomodar levemente ao seu lado, esperando que ele vá logo embora. Mas ele não vai. E quando você se dá conta, já está alimentando-o.

Já está alimentando aquele amor proibido.

Foi assim que aconteceu.

Hogwarts não estava em sua melhor época, assim como a maioria de nós. Todos desgastados com o fim da Guerra, mesmo que existisse, na maioria, um fio de felicidade. Mas era apenas isso.

E esse fio era quebrado pelas menores coisas que nos aconteciam. Uma discussão no meio da aula tornava-se grande e sem proporção, mas o que acontecia era apenas o reflexo da tensão de todos.

E, veja bem, você me parecia o mais fragilizado.

Não sei se era apenas por seu pai estar preso e todos saberem que ele não duraria muito em Azkaban, ou por sua mãe estar privada de sair de casa. Todos viam sua tristeza, mas ninguém se aproximava. Então eu agi ingenuamente.

Sim, me aproximei esperançosa em te ajudar. E você me acolheu de uma forma tão tentadora. Não resisti.

E tudo parecia bem. Seus olhos brilhavam ao me ver. Era encantador como você passou a me acolher em seus braços, tão indisciplinadamente. A mão em minhas costas, os dedos me acariciando levemente.

Meu bem, naquele dia eu me perguntei se você sentia por mim tudo que eu sentia por você.

Seria possível Granger e Malfoy vivenciarem uma história de amor? E quando em uma noite de inverno, a neve começando a cair, seus dedos passaram levemente por meu rosto, de uma forma tão delicada e fria, vi seus sentimentos.

E os senti, quando finalmente você quebrou a distância tão indesejada entre nós. Eu então queria uma explicação: por que demoramos tanto a nos encontrar verdadeiramente?

O tempo passou e, a cada noite, tudo parecia mais mágico e infinito, como se tivéssemos sido feitos um para o outro.

Mas em um dia ensolarado, marcamos de nos encontrar na Torre de Astronomia. Sorri ao te ver parado, escorado à parede. Estava sério, mas isso não me pareceu um problema inicialmente.

Aproximei-me tocando seu peito e me inclinando em sua direção para um beijo. Mas então você me segurou pelos pulsos de uma forma desajeitada e esperou eu me firmar para dizer as palavras proibidas.

- Granger, acho que é melhor pararmos de nos ver.

Meu coração despedaçou. Querido, você segurou seu orgulho como deveria ter me segurado. Você era, afinal, o mesmo de sempre.



N/A: Minha própria revisão, não me matem *-* mas podem comentar? ausaushaus ok, parei. Espero que gostem, beeijos.

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