Incitados



A neve ainda caia, os flocos desciam lentos e com uma frequência pequena. O frio gelava os ossos, mas fiquei onde estava. Estava bem coberto e tinha uma forte sensação de que naquela noite ela apareceria.


Já havia decorrido algum tempo desde nosso ultimo encontro na torre e eu acreditava, por mais que não houvesse me dito, que ela não deixaria de aparecer, uma hora ou outra. Havia em mim a idéia de que ela devia aparecer, mesmo que não soubesse porquê.


Naquele mesmo momento eu tinha um livro destruído guardado entre minhas coisas, o livro dela e assim que pensei na minha atitude incompreensível com relação aquele objeto, ela surgiu, como se esperasse que eu concluísse o processo de recordar.


Se aproximou e fitou a floresta proibida, agora uma mistura entre verde e marrom, sobrepujados pelo branco.


Persistiu no silencio de sempre, mas ele não era mais cabível ali, alguma coisa havia mudado. Ela também sabia. Sua atitude no outro dia permitira que a parede invisível se quebrasse, agora qualquer um de nos podia atravessá-la.


- Greengrass – falei como a ninguém em especifico.


- O que? – perguntou ela.


Uma reação imediata. Sim, tudo havia mudado. Ela não poderia mais me ignorar. Peguei-me rindo.


- Você... é uma Greengrass...  – expliquei – Quem diria!


Ela me fitou séria, como se a houvesse injuriado.


- Será que não pareço nem um pouco assim com o resto de minha família?


 Havia uma ponta de irritação ali. Pessoas de famílias de sangue-puro tinham de ter orgulho de quem eram. Havia me esquecido disso.


Como poderia explicar a ela que na verdade aquilo era um elogio. Ser um Greengrass significava muitas coisas e nenhuma me agradava muito.


Os Greengrass eram uma família que podia facilmente se comparar a minha, só não no fato de que foram mais espertos em se manter apagados durante os dois levantes de Voldemort e eu os odiava e desprezava ainda mais por isso.


Mas ela? Tudo isso parecia não se estender até ela.


Dei de ombros apenas. Não gastaria palavras com tais justificativas.


Ela me fitou. Seus olhos negros refletiam a luz de forma estranha. Me perguntei porque só percebera aquilo agora e senti seu olhar se intensificar. Ela não desistira da resposta e foi quando me ouvi dizendo:


- Não considere isso algo ruim.


Seus olhos mostraram surpresa. Depois ela também deu de ombros, respondendo sem convicção:


- Se você diz - e fitou novamente a floresta.


Depois, aceitando o fato de que éramos duas pessoas em um mesmo lugar, se voltou novamente para mim.


- O que você tanto faz aqui?


Uma ruga de curiosidade e incompreensão se formou em sua testa.
Enfiei as mãos nos bolsos e me encostei a amurada.


- Estar aqui faz a solidão não parecer tão ruim – eu fui sincero.


Era bom falar, ainda mais sobre o modo como me sentia. Conclui que definitivamente me tornara um tolo e ela atraiu minha atenção, me fazendo perceber que ficara pensativo. Tentei disfarçar questionando-a também.


- E você? Ainda fugindo?


Ela ficou uns instantes calada e pensativa antes de responder.


- Não... – pensou um pouco mais - talvez sim.


Depois abriu um curto riso.


- Seria estranho se eu me apresentasse agora, não é?


Fiquei confuso e ela percebeu.


- Sei que é tolice, mas aprendi a sempre me apresentar educadamente, porém nosso primeiro encontro não foi dos mais comuns - explicou.


- Sim - completei – mas acho que já passamos desse estagio.


Ela me fitou e havia algo em seus olhos que não conseguia entender.


- Sim, creio que sim.


Ela se virou para a porta e começou a se afastar sem nem sequer se despedir. Não gostei de vê-la se distanciar e após ela dar poucos passos a chamei. Ela se virou, me fitando curiosa.


- Obrigado... Pelo que fez em Hogsmead.


Ela acenou com a cabeça e saiu.


 


 


 


N/A: Me desculpem o hiato. Problemas em minha vida off afetam terrivelmente minha vida on. :/


De qualquer modo, aqui está! Ast se destacando novamente, e essa é a tendência daqui pra frente, já que este capitulo marca o começo da história – dos dois – em si. *tentando incentivar a curiosidade* Então espero que gostem!


E continuo pedindo: se ficar melodramática demais, me avisem. ^^


 


Respondendo:


Dorcas Potter... novas pessoas comentando! \o/  Obrigada  pelos elogios :3


Lana, essa história do livro é inspirada em minha primeira fic (A rosa e o Escorpião – Scorose), uma característica que eu acabei fixando no personagem da Ast como forma de ‘revelar’ mais seu caráter e que vai fazer sentido em breve. ^^


E... Ast não é uma aborto. Sigo a teoria cannon (sim, sou meio presa a essa palavrinha) sobre ela, ou seja, ela tem sangue puro (dos Greengrass) e seus poderem em pleno funcionamento. Mas pode continuar chutando... se as teorias que vocês inventarem forem melhores que a minha eu mudo tudo e faço logo um plágio na cara de pau! Kkkk

Mary Malfoy, me dando pressão pra postar! haha
Sim, eu gosto disso! Afinal, se querem mais é por que estão gostando não é?
Brigadinho e fique ligada! 


Ah, e Neuzimar, acho que nem Draco sabe o que quer com o livro, ainda está muito confuso, e pode viajar, mas... como disse pra Lana, estou seguindo a teoria cannon então sua teoria não foi no alvo – ainda.


Obrigada por tudo e continuem comentando!

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    kkkkkkkkkkkkkkk morri. Eu imaginei mesmo que o aborto seria algo totalmente louco...Mas é bom pensar em tudo né ? Ahhhh eu gostei desse capitulo. Gostei demais. E quero saber o que vem por ai...E o Draco elogiando alguém é algo raro, pelo menos antes de conhecer a Astória. Eu não sei se já li A Rose e o Escorpião...Quer dizer, vou dar uma olhada pra ver se já li. Acho que agora os dois vão se tornar amigos, ou algo parecido. Mas...Vão ter suas reservas, acho que vai demorar um pouco para que os dois confiem plenamente um no outro. Eu, particularmente, tô amando essa maneira como os dois estão seguindo e como está havendo evolução nesse quase inesistente relacionamento dos dois... E eu quero mais *-*Beijoos! 

    2013-06-06
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