França



As vozes a sua volta falavam cada vez mais rápido, sem conseguir entender uma só palavra de francês e sem ver o que acontecia a sua volta, Harry se sentia inseguro, ameaçado, alguma coisa parecia errada.



Antes de chegarem a Londres, Nickolas o vendou, alegando ser necessário para proteger o “método” de viajem que fariam, sem ter escolha, Harry aceitou. Horas passaram, as mesmas vozes conversando ao seu lado.



Ouviu passos vindo na sua direção, sentiu que um par de mãos desamarravam suas vendas. Estava sentado no banco traseiro de uma limusine, “estranho, não lembro de terem me feito levantar ou coisa assim” pensou, intrigado, certamente não haviam atravessado o oceano num carro.



- Chegamos, mas teremos que esperar até amanhã, depois que Voldemort voltar para a Inglaterra nós entramos.

- E onde passarei a noite? – perguntou, estava com medo

- Ficaremos num hotel trouxa para não levantar suspeitas. Comensais estão vigiando a casa da Sra. Neveu. – respondeu Nickolas, sério, um brilho de insanidade passou por seus olhos – Vou traze-la de volta – sussurrou sinistramente.



A limusine parou na frente de um prédio antigo e muito requintando, o Fracê Plasa Hotel. Levaram a pequena bagagem de harry e um homem alto vestindo um uniforme vermelho vivo o levou até o quarto andar, onde tomou um quarto no corredor esquerdo, já Nickolas ocupava o quarto ao lado.



Era um cômodo grande e bem iluminado, uma grande cama de colunas no meio, uma escrivaninha de mármore, armários, lindos quadros nas paredes de madeira antiga. Sem saber o que fazer até o dia seguinte, Harry tomou um bom banho e foi deitar-se, precisava estar preparado para tudo. O sono demorou a vir.

Estava no mesmo corredor escuro e longo, como se já sabendo o que esperava, correu o mais rápido que pode até a porta do outro lado. O quarto estava exatamente igual. Olhou para os lados, mas não havia nada estranho ali, de repente ouviu um grito ensurdecedor. Mais uma vez, procurou de onde ele vinha em vão, nenhuma das duas portas abria, estava preso “Me tirem daqui!” gritou várias e várias vezes.



Sua cicatriz ardia e seu corpo estava todo suado. A claridade em que o quarto do hotel se encontrava o fez perceber que já era dia. Meio zonzo, Harry pegou seus óculos e se trocou.



- Está na hora Potter – Gritou Nickolas entrando em seu quarto alguns minutos depois acompanhado de dois homens altos e robustos que usavam longas capas pretas.

- O que teremos que fazer exatamente? – perguntou

- Você? – começou Nickolas com um sorriso sinistro – Ficar quieto até que eu traga Sophia de volta e depois misteriosamente aparecer morto na mansão dos Neveu, que papel trágico não é?

Antes que Harry pudesse alcançar a varinha, os dois homens o agarraram, um deles vendou seus olhos e o outro amarrou suas pernas e braços. Sentiu uma pancada forte na cabeça, tudo se apagou.



Quando abriu os olhos, esfregou as mãos neles para ter certeza de que não estava sonhando. Era o mesmo quarto que já havia visto duas vezes em seus sonhos. Tateou os bolsos á procura da varinha, mas não a encontrou. “E agora....o que eu faço?” se perguntou. Caminhando de um lado para o outro, estava sem saída, mesmo sem tentar, sabia que as portas estavam trancadas. Passou uma das mãos pela cabeça, havia um galo enorme e sangue seco na maioria de seu cabelo.

Foi até a porta lateral, tentou abri-la, sem sucesso “Vamos Harry, pense!” Afastou-se, e com toda a força que tinha, chutou-a. A porta se escancarou no chão fazendo barulho, se alguém estivesse por perto vigiando, certamente o descobririam.



Abaixou-se para ver melhor, pelo pouco que conseguia ver, deduziu ser algum tipo de passagem. De quatro, entrou, era sua única escolha, se ficasse provavelmente seria morto, se fosse teria uma chance de achar a saída daquele lugar.



Para o seu espanto a passagem era limpa, sem poeira ou teias de aranha, o que tornou claro que era muito usada. Sem enxergar por onde ia, apensar sabia que estava indo em linha reta, para onde e qual era a extensão, não fazia idéia.



Vários minutos se passaram, Harry já sentia as palmas das mãos e os joelhos doloridos, mas não havia como sentar-se. Mais alguns minutos passaram, de repente, ouviu vozes gritando acima dele, pelo menos ainda estava dentro da casa. Mais um passo para a frente, bateu a cabeça em algo duro, ao passar as mãos pela superfície, sentiu que era uma porta de madeira. Girou a maçaneta com força, estava aberta.



Pela fresta viu um cômodo escuro, empoeirado e grande. Saiu do túnel e se levantou com certa dificuldade. Estava no sótão da mansão, caixotes velhos, móveis comidos pelas traças e várias cabeças mumificadas e caveiras se encontravam penduradas nas paredes. Andou até o outro extremo do cômodo a procura de alguma porta ou passagem, com passos lentos e delicados para não fazer barulho caos alguém estivesse próximo. De repente quando levantou um dos pés para mover-se, o assoalho rangeu. Temeroso, olhou para baixo, mas o que viu lhe trouxe alivio imediato, era um alçapão.



Puxou o ferrolho pesado e abriu apenas uma fresta, seu cuidado era redobrado, pela fresta viu, o que aprecia ser, uma sala de estar, inclinou-se para enxergar toda a sua extensão e certificar-se de que não havia ninguém ali. Respirou fundo, seu coração batia acelerado. Pulou.

O estrondo da queda foi alto, mas por sorte ninguém apareceu. Levantou-se com dificuldade, suas pernas estavam fracas e dormentes. Praticamente arrastou-se até uma cadeira próxima, onde esperou alguns minutos até recobrar suas forças.



Lembrou-se das palavras de Nickolas “Mansão dos Neveu”, aquela era a casa de Sophia, girou os olhos mais uma vês pelo aposento, prestando atenção nos mínimos detalhes. Era sem duvida requintado e estranhamente aconchegante. E distante, quase invisível em cima de um grande piano de calda do outro extremo da sala, viu um porta retrato, andou até lá com uma tristeza súbita no coração, pegou o retrato e o examinou com pesar. Era ela, tão linda e majestosa. Estava sentada num balanço em um jardim deslumbrante, mas havia alguém ao seu lado, Nickolas. Sentiu todos os músculos de seu corpo se contraírem em ódio profundo e sem pensar em mais nada, atirou o retrato contra a parede, este, despedaçou-se no chão. Lagrimas solitárias escorriam de seus olhos, tinha chego até ali por ela, e ela gostava de outro.



De repente sentiu uma mão quente tampar-lhe a boca e outra o segurar pela cintura.

- Você ficou louco! – ouviu uma voz sussurrar ao pé do seu ouvindo.

Com rapidez e força, desvencilhou-se dos braços que o seguravam e virou-se, era ela.

- O que você está fazendo aqui? – ela perguntou ríspida, Mas Harry não teve tempo de responder - Você não devia estar aqui, logo virão me buscar e se Voldemort o encontrar será o fim, nós dois morreremos!

- Você é imortal! – disse afastando-se dela, só conseguia sentir desgosto naquele momento.

- Por enquanto, caso não saiba você é a única pessoa capas de beber a poção de Orgoch e não morrer! E isso é um grande problema!

- Eu?...mas o que eu tenho a ver com tudo isso! – perguntou perplexo.

- O sonho, você teve o mesmo sonho que eu Dumbledore e Voldemort. Esse é mais um motivo para quererem mata-lo, se você beber a poção eu e Gustave seremos imortais para sempre! – ela andava de um lado para o outro da sala aflita – eles estão vindo, a qualquer momento!

Harry ficou apenas a fitá-la, não imaginava passar por aquilo.

- Precisamos sair daqui!

- Eu sei, mas não há como, as portas e janelas de toda a casa estão enfeitiçadas!

- Espere...espere – segurou-a firmemente pelos braços, tentando acamá-la. – Não sei como, mas seu Nickolas entrou aqui e eu também, se tem um jeito de entrar tem um jeito de sair, e além do mais essa poção está em Morva não está?

- Não! Conseguiram pegá-la, e Gustave também, estão em algum lugar da casa! – ela gritou desesperada e chorando.

- Acalme-se, tenho certeza de que se...

- Não seu idiota, é o fim, não temos saída! – ela gritou empurrando-o para longe.

- Eu me arrisquei vindo ata aqui por você Sophia, e agora você vem me dizer que não tem saída! Sempre há uma saída, e quer você queira, quer não vou te tirar daqui! – gritou a todos pulmões, ela o encarou, séria.

Um silêncio desconfortável se instalou entre os dois, lágrimas mortas escorrias pela face dela, seus olhos negros impassíveis, a vontade de Harry era dar-lhe um tapa, como conseguia ser tão fria mesmo em momentos como aquele?

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