A carta



Na semana seguinte



Dês da noite em que Harry voltou do escritório de Dumbledore nada mais foi dito a respeito de Sophia, nem Hermione havia se quer revelado o que descobrira naquela mesma noite. O clima entre os três era tenso, e mesmo sem saber porque nunca mais haviam mencionado nada, Harry tinha uma vaga idéia de que, seja lá o que Hermione tivesse descoberto, nunca lhe contaria.



Acordou ouvindo pios e um estrondo na janela ao lado de sua cama, uma pequena coruja marrom batia o bico insistentemente na tentativa inútil de entrar, sonolento, Harry colocou seus óculos e abriu a janela para que a corujinha entrasse, esta apenas deixou a carta que levava no bico sobre a sua cama e foi embora.

Curioso, pegou a carta, não tinha remetente, estava apenas endereçada á Harry Potter. A abriu. Sentiu um nó na garganta quando acabou de ler o que ali estava escrito, e no mesmo instante se deu conta de que suas surpresas nesse ano ainda não tinham acabado e que mesmo sem saber ao certo como, iria a Paris.



“Caro Harry Potter.



Sei que tudo que lhe aconteceu neste ano foi provido de um erro meu, irreversível e que agora bota em risco a vida da pessoa que mais amo, e estou ciente de que seus sentimentos por ela são tão reais e insanos quanto os meus. Por isso, estou disposto a colocar de lado nossas diferenças para acharmos o melhor modo de resgata-la. S estiver de acordo, me encontre esta noite no velho carvalho próximo ao lago, você se lembrar dele.



Nickolas Ogden”




Leu e re-leu a carta muitas vezes, o silencio do quarto o ajudava a pensar, não havia outra escolha, se simplesmente ignorasse Nickolas seria obrigado a ficar de braços cruzados, pois tinha certeza de que Dumbledore não deixaria que ele se envolvesse. Levantou da cama decidido, iria ao encontro dele, era sua única opção.



- Harry? O que você está fazendo? – Ouviu a voz de Rony, o amigo havia acordado e o olhava intrigado.

- Nada - mentiu.

- Ainda é cedo cara, volte a dormir – resmungou fechando o dossel de sua cama.



Mas Harry não lhe deu ouvidos, vestiu o uniforme da escola e desceu para a sala comunal, ainda era cedo e não havia nada a se fazer. Desceu as escadas, as cortinas fechadas e uma pequena fagulha na lareira deixavam o lugar sombrio, ouviu um barulho vindo de um dos cantos escuros, a figura de Gina foi se tornado visível conforme ele se aproximava.



- Acordado tão cedo – disse ela sorrindo

- Você também, não conseguiu dormir? – puxou uma cadeira e sentou-se defronte dela.

- Não, estou muito preocupada – respondeu Gina tristemente e corando um pouco.

- Com o que?

- Com você – corou mais ainda – e com todas as coisas que vêem acontecendo durante esse ano, Hermione me contou tudo. O que você vai fazer agora?

- Não sei, o que for preciso fazer, por ela eu arrisco tudo – disse com súbita angustia, o rosto de Sophia retornou aos seus pensamentos.

- Sei que eu não devo, mas acho que você deve saber – Fez uma pausa e tomou fôlego - Naquela noite, enquanto você estava com Dumbledore, Hermione foi procurar o Malfoy...

- Draco....Draco Malfoy, mas por que? – Harry a interrompeu.

- A uns três meses enquanto ela fazia a ronda dos monitores encontrou Draco conversando com um garoto em uma das salas do quarto andar. Seria até normal se o tal garoto ainda estudasse aqui.

- Quer dizer, Nicholas Ogden? – perguntou Harry num estalo que o fez entender tudo.

- Ele mesmo, Hermione concordou em não contar com uma condição. Nickolas deveria afastar Sophia de você.

- O que!? Gritou – ela fez isso!

- Calma Harry, ela tinha suas razoes, você estava se envolvendo de mais, e todos nós concordávamos que ela não era a pessoa adequada pra você, que só lhe traria problemas, e foi exatamente isso que aconteceu! – Abaixou o tom de voz e o encarou com compaixão – Por favor, entenda.

- Não Gina, eu....eu confiei em vocês, são meus melhores amigos e agora fazem isso...não eu não vou entender! – gritou chutando a cadeira ao lado, se pôs a andar em direção ao buraco da mulher gorda, chutando as cadeiras e derrubando tudo em sue caminho, a raiva o controlava.

- Você está se destruindo por ela Harry – foi a ultima coisa que a ouviu dizer.



Harry perdeu a primeira aula, e somente depois voltou á torre da Grinfinória para pegar sua mochila. Durante o almoço não trocou uma palavra se quer com Rony, Hermione ou Gina. As aulas da tarde foram tão chatas e demoradas como ele já esperava que fossem, seus pensamentos se concentravam no que faria a noite. O que ouviria? Como seria Nickolas? Essas e muitas outras perguntas lhe tomaram muito tempo de análise, mas nenhuma reposta concreta.



Durante o jantar mal tocou na comida, e ao girar os olhos pelo salão, notou que Dumbledore o encarava com seriedade “será que ele sabe?” pensou, depois abandonou a idéia, era impossível que ele soubesse. Voltou-se para a mesa da Sonserina na inútil procura pelos cabelos e os olhos negros de Sophia, sentiu vontade de chorar, a simples falta da presença dela o consumia por dentro, precisava encontra-la.



“Me escute, e escute com atenção, perto de mim você corre muitos riscos, podem não ter tentado me matar ainda, mas tenho certeza de que farão, os comensais sabem como entrar em Hogwarts, e creio que para Harry Potter isso não é bom. Não quero que nada de ruim aconteça com você.” Ouviu aquelas palavras e levantou-se rapidamente da mesa, a impaciência tomando conta dele, não conseguia suporta, não conseguia esperar, sentia vontade de gritar ordenando ao mundo que a devolvessem para ele. Foi até o terraço e ficou ali por algumas horas, chorando.

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