Frio como neve



Era um grande jardim coberto pela neve e cercado por altos muros de pedra escura. Debaixo de um dos vários carvalhos havia um banco, duas pessoas estavam sentadas ali, Harry não conseguia ver os rostos estavam de costas. Andou até o banco, duas crianças com pouco mais de 12 anos conversavam, uma delas, era uma menina de cabelos ondulados até o ombro e profundo olhos negros e a outra, um garoto de olhos azuis e cabelos castanho-claros. Reconheceu a pequena Sophia de imediato, aqueles olhos, mesmo pertencendo a uma criança aparentava maturidade e frieza.



- Ou ouvi a conversa deles, disseram que éramos um perigo para os planos do Lord – disse Sophia.

- Que Lord? Será que é Aquele-que-não-deve-ser-mencionado? – perguntou o garoto curioso.

- Não sei, não consegui ouvir tudo, a Sra. Malfoy me viu e me tirou de lá.

- Você sabe que não se deve botar os olhos dentro da casa quando eles entram naquela sala! – ralhou o garoto

- Eu sei Nickolas! Mas eu estava curiosa, eles se trancam lá toda a véspera de Natal e durante as férias também, é muito estranho.

- Não se preocupe Sophia – o garoto passou os braços ao redor dela, quando notou que Sophia tremia de frio. Harry sentiu uma pontada de ciúmes.

- Eu sei Nickolas, que bom que você está aqui comigo – ela disse sorrindo abertamente, Harry nunca a havia visto sorrir daquela maneira, nem mesmo para ele – você é meu melhor amigo.

- Então é isso que eu sou pra você? – ele perguntou com a voz amarga, Sophia desvencilhou-se de seus braços e o encarou intrigada.

- O que você quer dizer com isso? – disse ela.

- Não nada – Nickolas respondeu fingindo um sorriso – você também é minha melhor amiga, Sophia, sempre será.



A inveja crescendo dentro de Harry, nunca Sophia haviam o abraçado de boa vontade em um momento alegre. Sentiu algo o puxando pelo colarinho da camisa, aos poucos o carvalho e o jardim foram se distanciando.



- Acho que o Sr. Está em apuros Sr. Potter – ouviu a voz desdenhosa de Snape, estava mais uma vez na sala secreta.



Mal podia acreditar, como Snape o haviam descoberto era um mistério, enquanto subiam as escadarias de mármore até a sala de Dumbledore, Snape carregando a penseira e a capa da invisibilidade de Harry, por mais que odiasse admitir, ele sabia que estava mesmo em apuros.

Chegaram até a gárgula de pedra “Bolinhos de cereja” disse Snape a gárgula moveu-se abrindo espaço para uma escada. Dumbledore se encontrava sentado em sua mesa lendo um grande livro de capa azul, quando os viu entrar, sorriu.



- O que os trás até aqui Prof. Snape? – perguntou ele encarando Harry profundamente.

- Peguei Potter com isto – lhe mostrou a penseira – estavam naquela sala restrita das masmorras. Creio que uma detenção de duas...

- Isso eu decidirei professor, muito obrigado por traze-lo até aqui, agora por favor me entregue os pertences do Sr. Potter e pode voltar para a sua sala.

Snape obedeceu, depois dele se retirar Dumbledore fez um gesto para que Harry se sentasse e o encarou por alguns minutos antes de falar.

- Acho que não gostou muito do que viu, estou certo Harry?

- Não está errado – mentiu.

- Sei o quanto tudo isso está sendo difícil para você Harry, mas seria de grande ajuda que você contasse o que sabe, a vida de Sophia depende disse.

- Está tudo ai – disse com escárnio apontando para a penseira – tudo que o senhor precisa saber.

- Por mais que as lembranças de Sophia sejam tentadoras, seria uma falta de respeito se eu as olhasse. E além do mais, com ela nas mãos de Voldemort e você sabendo tudo de que a Ordem da Fênix precisa para regata-la, seria uma perda de tempo, já que as respostas que eu quero estão bem na minha frente - estendeu o braço na direção de Harry – você Harry, é o único que pode ajuda-la agora.



Harry demorou a responder, tinha prometido a ela não contar nada, mas se continuasse calado ela talvez tivesse problemas, e o simples medo de não vê-la nunca mais falou mais alto na consciência de Harry naquele momento. Contou a Dumbledore tudo que havia descoberto no Pântano de Morva e o que vira na penseira de Sophia, depois de ouvir atentamente tudo que Harry lhe dissera o diretor abaixou a cabeça e limpou os oclinhos de meia lua, parecia exausto.



- Como uma coisa dessas escapou da Ordem por tanto tempo – disse desolado.

- E o que vamos fazer agora professor? A Ordem da Fênix ao menos sabe para onde Voldemort levou Sophia? – perguntou Harry.

- Sabemos sim Harry – respondeu com um sorriso reconfortante – Estão na mansão dos Neveu em Paris

- Paris? – mas isso fica...

- Sim, muito longe realmente, não sei como conseguiram passar pela vigília internacional, mas é para lá que a levaram.

- Mas....mas...isso....isso não faz sentido se Gustave está aqui, porque a levaria para tão longe? – perguntou confuso.

- Alguns comensais estão lá, mas Voldemort continua aqui atrás do bebê. Agora, por favor, volte para a Torre além de ser tarde preciso alertar a Ordem imediatamente sobre o que você tenha uma boa noite Harry, e obrigado. – disse Dumbledore o acompanhando até a porta.

- Boa noite professor.

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