Tentativa inútil
Quando chegou a sala comunal encontrou Rony e Hermione ocupando a melhor poltrona diante da lareira, estavam abraçados e Hermione sentada no colo dele, Harry não queria estragar aquele momento, então sem tirar a capa, foi andando devagar ate as escadas.
- Pare ai mesmo Harry! – Gritou Hermione que ouvira o ranger da escada quando Harry pisou.
Tirou a capa e sentou-se na poltrona ao lado já se preparando para um turbilhão de perguntas e de como iria responde-las.
- É melhor você começar – disse Rony
- Não aconteceu nada de mais, ela me mostrou pra que a chave servia, só isso disse nervoso.
- E pra que serve? – perguntou Hermione secamente
- Atrás da cama daquela sala secreta que eu encontrei na véspera de Natal há uma fechadura, segundo o que a Sophia me disse abre um atalho para os Pântanos de Morva.
- E vocês foram até lá? – perguntou Rony
- Não, a entrada fica na Floresta Proibida, ela não quis me mostrar.
- Bom...- Hermione levantou-se o olhou para os dois, decidida – se ela não quer mostrar, nós mesmos vamos descobrir.
- Mas como, não sabemos onde fica esse tal atalho! – argumentou Rony tentando faze-la desistir.
- O Harry vai descobrir – olhou-o com malicia.
- Eu...mas como, ela não quis me contar!
- Faça ela leva-lo até lá, eu e o Rony o seguimos debaixo da Capa da Invisibilidade.
- Mas....mas – gaguejou Harry sem saber como se defender
- Você não estava curioso para saber sobre o bebê e reclamava que eu e o Rony criticávamos você e a Sophia, pois bem, estamos do seu lado novamente - disse ela sorrindo.
- Mas por que só agora?
- Porque finalmente percebemos o quanto isso é importante para você, Harry e vamos ajuda-lo – disse Rony.
- Valeu, você são de mais – disse alargando o sorriso e abraçando os amigos.
Naquele mesmo fim de semana o trio colocou o plano em ação, Harry abordou Sophia no saguão de entrada depois do café da manhã, não sabia qual desculpa ou o que inventaria, mas precisava ser convincente.
- Olá – disse aproximando-se dela
- Oi, como você esta?
- Bem e você? – perguntou tentando ser o mais natural possível, depois do que acontecera na sala secreta Harry ainda corava quando se aproximava dela
- Legal – disse secamente
- Olha Sophia, eu não gostaria de insistir no assunto, mas precisamos conversar sobre o bebê.
- Então fale – disse depois de puxa-lo para a parede para que outros não escutassem, parecia preocupada.
- Eu tive um sonho esta noite, vi Voldemort matando o seu filho, acho melhor irmos até lá e verificar se ele está bem – mentiu.
- Você tem razão, me encontre no canteiro de rosas depois do almoço – disse e saiu apressada rumo ás masmorras.
Harry subiu até o primeiro andar, onde Rony e Hermione o esperavam ao pé da escadaria de mármore.
- E então, como foi? – perguntou Hermione entusiasmada.
- Vamos depois do almoço – disse sorrindo, apensar de estar enganando Sophia, sabia que era o único jeito.
- Ótimo, até lá vou ficar na biblioteca fazendo a lição de Aritimancia, querem vir também?
- Depois – disserem Harry e Rony em uníssimo.
- Vamos treinar quadribol – completou Rony.
Harry estava voando excepcionalmente bem naquela manhã e Rony até arriscou uma perseguição ao pomo, passaram horas se divertindo, algo que Harry não fazia há algum tempo, mesmo nos jogos de quadribol, sua concentração não era tanta e voava um pouco desanimado, agora tudo estava melhor. Ao meio-dia voltaram para a torre da Grinfinória para tomar banho, Hermione estava sentada em frente à lareira brincando com Bichento.
Durante o almoço Harry não viu Sophia na mesa da Sonserina, mal tocou na comida, pensava fixamente no que veria mais tarde, e principalmente na imagem de Gustave, a idéia de ver o filho da garota que ele amava era estranha e assustadora. Pegou o cachecol de Rony emprestado e guardou a varinha no bolso interno da capa, ficou alguns minutos esperando ao lado do canteiro até ela aparecer, não usava o uniforme da escola, mas sim um longo casaco marrom e calças. Rony e Hermione se encontravam a alguns passos dele debaixo da Capa da Invisibilidade.
- Antes de irmos, quero que prometa uma coisa, Harry – ela começou olhando-o com carinho e pegando em suas mãos – que não irá contar para ninguém o que verá em Morva, está bem?
- Claro, eu prometo – disse com um nó na garganta, diante daqueles olhos arrependeu-se amargamente de ter mentido para ela.
Sophia abriu um pequeno e quase invisível sorriso, fez um gesto para que ele a seguisse. Adentraram a floresta a passos rápidos como da última vez em que estiveram ali, mas dessa vez ela estava com mais pressa e preocupada. Harry constantemente olhava para trás querendo certificar-se de que Rony e Hermione estavam lá, mas não podia vê-los é claro.
Horas transcenderam até alcançarem a clareira da qual Harry se lembrava tão claramente, ali, naquele pequeno espaço de terra coberto de neve, ela havia chorado em seus braços. Não fizeram parada alguma, ele já suava apesar do frio e suas pernas estavam cansadas e machucadas pelos espinhos.
- Ainda falta muito? – perguntou Harry.
- Não – foi só o que ela disse.
Cerca de meia hora depois pararam diante de um pequeno córrego, Harry nunca havia estado naquela parte da floresta, observava Sophia. Cuidadosamente a garota puxou de dentro das vestes um cordão onde pendia a chave prateada. Tirou o cordão do pescoço, e segurando-o com um dos dedos, fez a chave girar. Harry arregalou os olhos, nunca havia visto nada parecido.
Quando o reflexo da chave formou-se no córrego a água tornou-se negra e uma estranha névoa prateada os envolveu, Harry olhou desesperado para Sophia como se aquilo fizesse as coisas se esclarecerem.
- Pule na água – ela disse antes de sumir nas águas negras do córrego.
Harry abriu os olhos, sentia as costas doloridas e molhadas. A vegetação era claramente diferente, definitivamente aquilo era um pântano, Sophia já de pé, estendeu-lhe a mão para ajuda-lo a se levantar. Virou os olhos procurando algum sinal de Rony e Hermione, certamente tinham ficado para trás, não havia sinal algum de vida humana além dos dois.
- E agora? – foram as únicas palavras que conseguiu formular.
Ela não disse nada, lhe lançou um sorriso malicioso e começou a caminhar na direção da parte mais alagada do pântano que podia ver. Segurava a chave em uma das mãos, esticou a mão, e do nada, surgiu uma pequena fechadura flutuante sobre as águas, Sophia colocou a chave e a girou para a direita. De repente, a partir da fechadura uma porta começou a aparecer, e logo uma casa inteira materializou-se na frente de Harry. Era mais um chalé do que uma casa, pequeno, sujo e todo feito de madeira.
- Voltei pra casa meu amor – ouviu ela sussurras para si e uma lágrima escorrer por seu rosto.
Ela abriu a porta e entrou, Harry logo atrás dela.
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