A chave



A capa mal cobria os pés dos dois, mas na escuridão em que os jardins se encontravam isso não seria um problema.



- Tem certeza de que é por aqui, Harry? – Perguntou Rony, já estavam procurando há quase uma hora.

- Claro que sim, é logo ali na frente, tenho certeza.



E para a sorte dos dois, Harry estava mesmo certo. A apenas alguns passos de distância estava o pequeno canteiro, o único em toda a escola cercado por arames. Harry tirou a capa de cima dos dois e pegou a varinha; abaixou-se “lumus” iluminou as flores.



- Nossa, nunca vi flores como essas – exclamou Rony, surpreso – o que exatamente estamos procurando?

- Não sei, alguma pista, um sinal, qualquer coisa – Rony estendia a mão prestes a pegar uma – cuidado! – Harry advertiu – são venenosas.

- E o que se pode achar num canteiro de flores, eu não to vendo nada aqui Harry!

- Continua olhando, deve ter alguma coisa, talvez se cavarmos – disse Harry, não havia chegado até ali para simplesmente desistir, tinham que encontrar alguma coisa.



Aproximou-se um pouco mais, a terra estava mexida, o que não era normal, Passou as mãos com cuidado pelo arame e remexeu a terra, com o coração saltando pela boca Harry tirou do pequeno buraco, suja de terra e difícil de se identificar com a pouca luz, uma chave prateada.



- Eu não disse que haviam alguma coisa aqui, Rony – disse limpando a chave com um sorriso de satisfação nos lábios.

- Tudo bem Harry, você estava certo, mas o quê ela abre?

- Não faço a mínima idéia.



Voltaram o, mas rápido possível para a Sala comunal da Grinfinória, onde Hermione os esperava. Chegaram afoitos e principalmente, cheios de expectativa.

- E então encontraram alguma coisa? – Perguntou Mione quase tão afoita quanto eles

- Achamos isso – disse Harry lhe entregando a chave.

- Nossa....é uma peça linda...- Hermione a analisava detalhadamente – infelizmente não faço a mínima idéia do que ela abre, teremos que descobrir, como sempre.

-

Durante a semana seguinte Harry passava todas as suas noites remoendo seus pensamentos, como se a resposta para o enigma da chave estivesse a seu alcança, mas haviam tantas coisas que aquela chave poderia abrir, mil opções desconhecidas.



Estava jantando tranqüilo ao lado de Gina e Rony no grande salão, era uma noite chuvosa e fria. Harry mal tocara na comida e mais uma vez não ouvia absolutamente nada do que as pessoas a sua volta diziam, girava os olhos pelo salão, nada prendia a sua atenção. Passando pela mesa da Sonserina viu quem menos queria ver e quem mais queria tocar, ela. Sophia parecia tão desligada quanto ele estivera pouco, percorria os olhos pela mesa dos professores, de repente seus olhares se encontraram, Harry esperava que ela os desviasse imediatamente, mas se enganou ela sustentou o olhar gelado e vazio até ele levantar-se bruscamente da mesa e sair do salão a passos duros e rápidos. O simples fato dela o confrontar o deixara com raiva. Se pudesse nunca mais voltaria a olha-la novamente.



As aulas do dia seguinte correram rápido assim como a noite mal dormida, dês do Natal Harry vinha tendo péssimas noites e dias igualmente ruins.

- Harry, você está bem cara? – Rony o cutucou, despertando-o de seu sono, deu-se conta que estava no meio da aula de História da Magia.

- O que?....a, sim, eu estou bem só peguei no sono.

- Nunca pensei que eu fosse dizer isso, mas é melhor você prestar atenção, esse conteúdo é realmente difícil.



A advertência de Rony de nada adiantou, os pensamentos de Harry corriam soltos, a tristeza e a angustia em seu coração não lhe permitiam esboçar um simples sorriso sincero.

E conforme os dias foram passando, mais mortes anunciadas no Profeta Diário, mais encontros de olhares com Sophia, mais noites mal dormidas e mais aulas desperdiçadas, o mês de janeiro para Harry transcorreu num piscar de olhos.



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