O preço da resposta



A manhã de Natal para Harry começou com os gritos de Rony e um travesseiro em sua cabeça. Vestiu rápido o hobby e desceu voando as escadas para a sala comunal juntar-se aos outros. Rony e Hermione vieram correndo em sua direção e o abraçaram, depois veio Gina, eram apenas eles quatro da Grinfinória que permaneceram na escola, o que não era tão ruim assim.



- Feliz Natal Harry! – Disse Mione lhe entregando uma caixa vermelha e beijando-lhe a bochecha esquerda.

E assim seguiram Rony e Gina, cada qual entregando-lhe um presente. Harry ganhou de Gina um suéter novo feito pela Sra. Weasley, de Hermione um livro de quadribol intitulado “Manobras ofensivas e defensivas dos profissionais do Quadribol” e de Rony um quite completo da Zonko`s com tantos doces e coisas estranha que Harry nunca havia visto na loja; Rony afirmou serem exclusivos para as cestas de Natal.



Durante o dia todo, Harry se sentiu como se estivesse em um universo paralelo, não havia mais Voldemort nem Sophia, a companhia de seus amigos o fez-se encher novamente de alegria, diferente daquela que sentia nos braços de Sophia, aquilo era quase como um sonho. Foi sem dúvida o Natal mais divertido que ele já passara.

Com a volta dos alunos que haviam deixado a escola, o clima de desconfiança das outras casas com relação a Sonserina se instalou novamente. Dês de que Dumbledore anunciara no ano anterior que Voldemort havia voltado, os alunos da Sonserina se viam diariamente vigiados. E naquela mesma semana foi anunciado no Profeta Diário que Comensais da Morte haviam sido vistos nos arredores de Hogsmeade, o que não ajudou nem um pouco.



- Hermione, preciso da sua ajuda – foi assim que Harry a abordou na biblioteca naquela sábado à tarde.

- Fale, Harry, o que aconteceu?

- Eu acho que existe alguma coisa a mais em toda essa estória da Sophia... – ela o interrompeu

- Com certeza, não sei como você só chegou a essa conclusão agora.

- Ta...ta...como eu estava dizendo, na véspera de Natal eu encontrei uma sala secreta nas masmorras, e o pai dela e ela apareceram lá depois, a questão é, ele é um Comensal e se ele conseguiu entrar sem ser visto, outros poderiam fazer o mesmo.

- Mas....mas – gaguejou incrédula – por que você não disse antes! Deveríamos avisar Dumbledore agora mesmo.

- Não Hermione – sussurrou – primeiro precisamos descobrir o que significam essas frases – e lhe entregou um pergaminho – sabendo o que os Comensais procuram, podemos encontrar, seja o que for antes deles, mesmo que isso implique ir até os Pântanos e pegar o bebê.

Hermione o leu baixo.



“A desgraça dos abençoados soará quando a ultima badalada anunciar meia noite. Não saia de seu dormitório esta noite de jeito algum, avise Dumbledore agora mesmo, eles irão ao pântano para pegar o pequeno Gustave, já sabem dos nossos segredos. Se descobrirem a rosa, será o fim.



Minha, minha garotinha triste, estou esperando por você. Minha, minha garotinha triste, você sangrou como uma rosa. Minha, minha garotinha triste, você foi tudo aquilo que eu amei e odiei”.




- Lembro dessas frases, uma delas você disse que viu escrita no teto do salão e a outra estava num bilhete que ela lhe mandou, certo?

- Sim, isso mesmo, você consegue descobrir um significado ou uma relação entre as duas?

- Claro, não é tão difícil assim – releu o pergaminho e ficou alguns minutos calada – O primeiro é mais simples, veja,os abençoados a que ela se refere são certamente as pessoas que tiveram aquele sonho estranho que você mencionou no começo das aulas, ou seja, ela, você Voldemort e Dumbledore. Só não faço a mínima idéia a que rosa ela se refere, pode ser literalmente uma flor ou a outra coisa, o símbolo da rosa é associado ao sigilo, sangrar como uma rosa certamente é delatar o segredo ou coisa assim. – fez uma pausa e tomou ar e encarou-o, séria – Você não se lembra dela ter mencionado nada sobre rosas, ou mais alguma coisa sobre o bebê?



Harry pensou por alguns minutos, revirando suas lembranças, de repente, num estalo tudo se tornou claro.

- Uma tarde, quando você e o Rony foram para Hogsmeade, eu e ela fomos passear pelos jardins. Ela parou em frete a um canteiro de rosas e pegou uma, era estranha, muito escura, praticamente preta, quando Sophia foi para a enfermaria eu toquei em uma de suas pétalas e ela se desmanchou em liquido, era igual a sangue.

- Ótimo, hoje a noite vá com Rony até lá e veja se descobre alguma coisa, até agora é a única pista que temos.



Harry não sabia o que fazer, estava entusiasmado com o que veria durante a noite, e até que a hora chegasse não sabia o que fazer para matar o tempo.Depois de deixar a biblioteca subiu até a torre sul, gostava de sentar no terraço e ficar a toa, mesmo com o frio aquele lugar era agradável. Abriu a porta com cuidado, muitas vezes encontrava casais aos beijos, mas dessa vez teve mais azar ainda. Como destinados a se encontrar nas situações mais inapropriadas, lá estava Sophia.

Pensou em virar as coisas e ir para outro lugar, mas a simples visão de sua silhueta o causou um frio no estômago e uma vontade irresistível de beija-la outra vez.



- Oi – disse puxando um banco e sentando-se perto dela, como era de se esperar não obteve resposta, ela continuou imóvel, olhando para o céu nublado – será que nem ao menos falar comigo agora você vai?

- No que me diz respeito não lhe devo satisfação nenhuma – disse ela em seu habitual tom arrogante.

- É mesmo? Será que depois de tudo que aconteceu entre a gente você vai simplesmente virar a cara como uma menininha mimada? – enfrentou-a em seu próprio jogo de insultos, Harry já estava acostumado a ter que trata-la desse jeito.

- Se for o que eu quiser fazer, eu farei, pouco me importa o que você pensa.

- Então o fato de eu saber sobre o seu pai, sobre o seu filho e a salinha secreta que você tem nas masmorras, também não importam?

- Onde você quer chegar com essa ladainha, Potter? – virou-se para ele claramente perturbada

- Sophia – suspirou cansado – será que é tão difícil pra você perceber que eu gosto de você? E que tudo o que eu quero é acertar as coisas entre a gente?

- Não existe “a gente” Potter, existe eu, e existe você, o simples fato de você viver esbarrando no meu caminho é apenas uma infeliz conhecidência. – encarou-o num olhar tão gelado que o deixou sem fala por quase um minuto.

- Então é isso que você pensa sobre aquele beijo? Uma infeliz conhecidência? – disse, a voz carregada de tristeza, o impacto das palavras de Sophia fizeram seus olhos umedecerem.



Como Harry já esperava ela não disse nada, apenas virou-se novamente para frente e tornou a olhar o céu. Sentiu uma lágrima solitária escorrendo por sua face quando se levantou e já na porta, virou-se novamente para ela.

- Diga o que você quiser Sophia, eu senti, você sentiu, aquilo não foi apenas uma infeliz conhecidência, negue o que eu digo se quiser, mas não mudara em nada.



Bateu a porta com toda a raiva de seu coração nas mãos, aquela tinha sido a gota d`água, e enquanto descia as escadas de mármore a passos duros, Harry jurou para si mesmo que nunca mais a procuraria outra vez. Estava cansado da frieza com que ela o tratava, o modo como sempre se mantinha distante, à parte de qualquer sentimento real.



O estrondo da porta pareceu ecoar em seus ouvidos por muito tempo, ali sentada sentia-se como um verme pequeno e asqueroso, as palavras de Harry ocupavam seus pensamentos, porque os dois estavam destinados a se encontrar nas piores situações? Por mais que mentisse perante ele, sabia que não eram apenas conhecidências infelizes.



Lembrou-se da ultima manhã em que esteve ali, mais uma vez haviam se encontrado por acaso. Lá estava ele, chorando com seus lindos olhos azuis inchados, não mais do que um garoto assustado. Contou-lhe algumas coisas que achava seguras e no final, ele tomou-a nos braços e a beijou. Sophia levou os dedos á boca, lembrando-se da sensação dos lábios dele, tão macios e apetitosos, nunca havia sentido nada igual, nenhum garoto jamais havia conseguido incendiá-la por dentro e deixa-la instável. Precisava se afastar dele, se algo acontecesse com Harry, Sophia jamais se perdoaria, mesmo que para isso precisasse fazer com que ele a odiasse.

“Diga o que você quiser Sophia, eu senti, você sentiu, aquilo não foi apenas uma infeliz conhecidência, negue o que eu digo se quiser, mas não mudara em nada”. Ele estava certo.

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