Algumas antigas verdades



- Bem Harry, não sei como lhe explicar o que exatamente você viu, para ser sincero, a Ordem está perdida há um bom tempo, estivemos tentando descobrir todo o possível sobre a srta. Neveu, mas ela se recusa a cooperar. O que foi que ela lhe falou antes de ficar inconsciente?

- Ela falou sobre as rosas, disse que eles queriam o bebê, não entendi muito bem, que você também o queria, e que ela o havia visto num sonho. Depois falou que “ele” nos queria mortos.



Ao levantar os olhos, Surpreendeu-se ao notar o quanto o diretor estava pálidos, seu olhar mirava um dos muitos quadros de antigos diretores em sua parede, mas parecia atravessá-lo, perdido em alguma memória.



- Foi somente isso Harry?

- Também disse que a música era para ela, todos haviam ouvido, mas era para ela.

- Obrigado Harry, agora por favor saia – disse com a voz tremula, era a primeira vez que Harry via Dumbledore realmente tenso.

- Mas...o que quer dizer? De que bebê ela estava falando? – Harry perguntou-lhe já na porta.

- Isso não lhe cabe saber, algumas coisas devem ficar apenas entre os que estão realmente envolvidos – e fechou a porta.

- Mas eu sempre estou envolvido – disse para si mesmo enquanto descia as escadas.



Ao voltar para o salão comunal, encontrou Rony, Hermione e Gina, os três haviam saído do baile assim que souberam que Harry estava na sala de Dumbledore, e Sophia, na Ala Hospitalar.



- Pelo amor do grande Merlin, que diabos realmente aconteceu? – Hermione vinha eufórica em sua direção.

- Não sei Hermione, não faço a mínima idéia, Dumbledore não quer contar! – Gritou nervoso, sua cabeça girava e as palavras de Sophia ecoavam em seus ouvidos.

- Por que você não nos contou antes sobre Lupin?



Harry não tinha resposta, nem ele próprio sabia porque tinha escondido aquilo deles, mas já era hora de tomar alguma providencia, se Dumbledore não queria contar, ele descobriria por sim mesmo.



- Hermione, você já ouviu falar em Orddu, Orwen e Orgoch? – perguntou, ignorando os resmungos da amiga.

- Claro que sim!

- E o que elas são?

- São três das feiticeiras mais famosas que já habitaram a Grã-Bretanha, suspeitam que vivem nos Pântanos de Morva, mas a quem diga que elas não existem...- Harry a interrompeu.

- Pântanos de Morva? Onde ficam?

- Há uns 50km daqui, ao norte na Floresta Negra...- Parou ao notar o olhar decidido de Harry – você não está pensando em ir até lá, está Harry?

- Não, ainda não, primeiro precisamos saber de que bebê ela estava falando.

- Acho que eu sei! – Gina exclamou, Harmione e Harry se voltaram para ela, surpresos – Vocês sabem, os boatos correm pela escola, ano passado por volta de Outubro, ela fugiu da escola, ninguém sabe pra onde foi, só se sabe que sumiu, estava no ultimo ano, alguns disseram que tinha parado de estudar, mas este ano ela voltou, então, não foi por isso que foi embora.

- Isso quer dizer que? – Rony indagou, era o único ali que não havia entendido.

- Que talvez do bebê seja dela – Harry sussurrou para si.



Atirou-se em uma cadeira, seus olhos umedeceram, porque uma jovem tão bonita como ela, tinha que ter um destino tão cruel, e por que ele se apaixonara justamente por ela? Não sabia mais o quem pensar, muito menos o que dizer, a única pessoa que podia esclarecer as milhares de perguntas que rodavam por sua cabeça, era a própria Sophia, que a cada dia, se mostrava ser mais cheia de segredos do que ele podia imaginar.



- Será...será que vocês podem me deixar sozinho – Pediu, limpando uma lágrima antes que eles a vissem.

- Claro Harry, vamos voltar para a festa Rony? Estou com fome. – Hermione puxou Rony para fora.

- Harry, sei que o momento não é muito adequando, mas – Gina tirou de dentro da bolsa uma comprida corrente de pedras preciosas – ela deixou isso cair, encontrei no gramado, perto do canteiro de rosas - lhe entregou a corrente de Sophia – Sei o que você sente por ela Harry, mas não se deixe enganar, existe mais por trás de um rosto bonito do que se pode imaginar.

- Obrigado Gina.



Sem saber o que fazer, Harry subiu para o dormitório, não havia ninguém e estava tudo escuro, apenas a luz do luar que atravessava a janela dava um pouco de vida a aquele lugar sombrio. Tateou o nada até tocar a coluna de uma das camas, sabia que era a sua. Tirou as vestes de gala, e aninhou-se nas cobertas. Só o que podia fazer era esperar até o dia seguinte e tentar falar com Sophia.



Na manhã seguinte, Harry perdeu sua primeira aula de Transfiguração, para ficar na Ala Hospitalar fazendo companhia a Sophia. Ela estava deitada em uma cama próxima a porta, e quando o viu entrando, fechou a cara.

- Como você está?

- Bem obrigada – respondeu sem ao menos olhá-lo.

- Quer conversar?

- Não

- Porque você não contou antes?

- Porque não é da sua conta.

- Mas agora é – Sentou-se em sua frente ao pé da cama, encarando-a com seriedade.

- Você quer mesmo saber, Potter? – o olhou com seu habitual olhar impenetrável, que não queria dizer exatamente nada - Me encontre hoje à noite, as 22:00, no mesmo carvalho onde eu sempre estou, lhe falarei o que é conveniente, agora vá embora, ainda não estou me sentindo bem.



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