Colocando as coisas nos eixos
Naquela manhã, todos acordaram super empolgados para irem à Hogsmeade. Logo pelas sete da manhã a escola já estava agitada.
Toda essa agitação acabou acordando Virgínia. A ruiva sentia uma imensa dor de cabeça, que estava propensa a se tornar uma terrível enxaqueca. Ela não queria sair da cama. Seu desejo era se fingir de morta e permanecer ali para sempre, como se fosse seu tumulo. Ela não queria ser incomodada por ninguém, mas seu desejo já foi quebrado logo cedo.
-- Gina, posso entrar?
-- Mione, se eu disser que não, você vai entrar do mesmo jeito, então entre de uma vez.
-- Eu vim ver se você vai a Hogsmeade.
-- Não, eu não vou. Não quero ir. --- ela falava com o rosto ainda coberto.
-- O que houve ontem Gina?
-- Nada! Não aconteceu nada! Me deixe.
-- Me conta o que aconteceu, quem sabe eu possa ajudar. Vi você entrar chorando aqui. Percebi que chorou a noite toda.
-- Não! --- ela descobriu o rosto e se sentou na cama, a luz a incomodava --- Você não pode me ajudar! E eu não passei a noite chorando!
-- A não? Então essa sua cara inchada e seus olhos vermelhos são o que? --- a ruiva permanecia quieta --- Gin, sou sua amiga, pode me contar. Foi ELE, não foi?
-- Ele? Ele quem? Não sei de quem você está falando...
-- Você sabe muito bem sim, Virgínia Weasley! Estou falando da cobrinha verde, de olhos azuis, por quem você se apaixonou.
Virgínia se sentiu baqueada com as palavras da garota a sua frente. Será que ela sabia de sua paixão proibida?
-- Continuo sem saber...
-- Você quer que eu cite nome? Okay! É por causa do Draco Malfoy que você está chorando, não é?
Virgínia não sabia o que responder. Não adiantaria mentir, Hermione a conhecia bem demais e saberia que ela estava mentindo.
-- É, é por causa dele sim. Aquele desgraçado!
-- O que foi que houve, Gin?
No principio Gina se sentiu meio insegura de contar toda a história a Hermione, mas depois acabou contando tudo, sobre a festa, a conversa na estufa e tudo mais. Não contou nos mínimos detalhes, mas deu base à amiga. No momento de contar sobre o ocorrido na noite passada, seus olhos transbordaram b\novamente em lágrimas. Ela soluçava. Sua fúria era evidente. Depois de contar tudo, ela perguntou a Hermione o que ela achava que a ruiva devesse fazer.
-- Deixa ele se explicar. Dá uma chance a ele. Quem sabe ele realmente não estivesse mentindo? Pelo que você me contou, acho que ele não está te enganando não...
-- Como não Hermione? Ele estava BEIJANDO aquela garota. Ainda me chamou para ver a cena!
-- talvez ele realmente foi pego se surpresa. Tenta ouvi-lo e depois tire suas conclusões.
-- Mas...
-- Olha Gina, eu tô indo para Hogsmeade, já vi que você não vai mesmo. Não vou ficar aqui com você porque se não os meninos vão querer ficar aqui e saberem o que aconteceu. Eles não vão ser tão compreensivos quanto eu, acredite. Meu conselho é que você procure o Malfoy e deixe que ele se explique. Tô indo, tchau.
Hermione saiu e deixou Gina ali, sem saber o que fazer. A ruiva tinha suas duvidas se devia ou não deixar Draco se explicar. Decidiu se trocar e descer para tomar um café da manhã. Seria um café solitário, porque quase todos os alunos da escola estavam em Hogsmeade, e o restante que ficou, ainda estava dormindo.
Calmamente ela se levantou e foi tomar um banho. Foi um banho longo e demorado. Ela não tinha com o que se preocupar de muito urgente. Só tinha seu problema com Malfoy. As palavras de Hermione a fizeram pensar. Ela deveria dar uma chance a Draco? Não seria dar margem a uma grande humilhação? Vários pensamentos passavam pela mente da ruiva. Gina tomava seu banho e pensava. Meditava sobre todos os seus objetivos e pesava numa balança se já havia realizado todos. Chegou à conclusão que ainda faltavam coisas a serem feitas. Ela não se sentia frustrada nem derrotada, mas também não estava radiante. A ruiva Weasley deixava a água forte cair sobre seu corpo. Na verdade Virgínia tinha a esperança de que aquela água quente e forte lavasse sua alma, por dentro e por fora. Queria que limpasse seus pensamentos para tomar a melhor decisão.
Depois de muito tempo ela saiu do banho. Olhou em suas coisas. Separou uma de suas roupas preferidas e mais bonitas. Escolheu seus acessórios mais interessantes. Pegou o melhor sapato. Depois de arrumada ela estava perfeita. Naquele momento, ninguém em Hogwarts se comparava à ela. Estava linda e deslumbrante, como sempre.
“Não vou ficar me matando por dentro por causa dele. Sei que tenho capacidade de superar isso. Vou começar hoje. Não quero me prender a quem só me despreza. Vou viver minha vida como ela tem que ser”.
Virgínia estava decidida à superar todo o ocorrido. Depois do ultimo detalhe, uma fragrância muito gostosa de jasmim, ela desceu para tomar um café e dar uma volta pelo castelo. Mal sabia ela que não chegaria nem até o salão principal naquela manhã.
Ela descia as escadas. Pensava em alguma coisa qualquer. Não pensaria mais no ocorrido, para não sofrer. Enquanto descia, seu perfume se espalhava por todo lugar. Parecia um campo de jasmins muito florido.
Enquanto passava por uma das várias portas do castelo, foi surpreendida por uma mão que agarrou seu braço. Um grito foi inevitável.
-- Chiii! Vem comigo, agora!
-- Me larga Malfoy! Não quero falar com você. Me solta ou eu faço um escândalo! Acordo todos que ainda estão dormindo...
-- Fica quieta! Me dá uma chance de provar que eu sou inocente?! Eu preciso disso! Se você não se convencer eu sumo e você nunca mais vai ouvir minha voz. Mas me dá pelo menos essa chance!
Gina o encarava. Suas palavras saíam sinceras. Seu olhar também transmitia sinceridade. Embora não quisesse concordar, a ruiva sentia que ele estava muito confiante de não ser culpado.
-- Como você pretende me provar que é inocente? Eu vi você lá! Se está pensando que vou ouvir aquela garotinha...
-- Não é nada disso! Vê, comigo que você vai ver...
-- Vou ver o que?
-- O que realmente aconteceu...
Draco pegou Gina pelo braço e começou a conduzi-la pelos corredores de Hogwarts. Não demorou muito e os dois estavam dentro da Ala Hospitalar.
-- O que estamos fazendo aqui? --- Draco retirou um comprido cordão do bolso. Na ponta estava uma pequena ampulheta --- O que é isso?
-- Chiii, você já vai ver. Que horas marcamos nosso encontro ontem? Foi às 21:30, não foi?
-- Foi, era quase isso? Mas porque? O que é isso?
-- Já você vê... --- ele começou a mexer na ampulheta --- Vou por em 21:20. Vem aqui. --- ele passou a corrente no pescoço dela --- se prepara.
-- Preparar pra q...
A garota não teve tempo de terminar sua frase. Em menos de um segundo tudo à sua volta começou a rodar. As coisas se mudavam de lugar. Pessoas entravam e saíam da Ala Hospitalar. Ela via vários vultos. Viu muitas coisas, mas antes que pudesse identificar qualquer uma delas, tudo parou novamente. Quando parou, ela se encontrava no mesmo lugar, tudo estava como antes.
-- Vem comigo! Temos que ser rápidos e ninguém pode nos ver...
-- Como assim? O que está acontecendo?
-- Você vai perceber logo. Me segue.
Ele pegou a mão da ruiva e a puxou. Os dois entraram na salinha do final do corredor. Gina logo percebeu e não gostou muito. Ela achou que fosse alguma brincadeira de muito mal gosto da parte de Malfoy, novamente.
-- Porque você me trouxe aqui? Quer me humilhar de novo? Quem você chamou dessa vez?
-- Por favor, fique quieta. Vem, se esconde aqui e fica observando.
-- Observando o que?
Ela não teve chance de falar mais nada. Draco tapou sua boca com uma de suas mãos e com a outra a puxou para um canto. Enquanto os dois ainda se agachavam a porta abriu e alguém entrou. Virgínia tomou um imenso susto quando viu quem era. Draco ainda tapava sua boca, portanto ela o olhou com um olhar muito espantado. Draco percebeu. Soltou a ruivinha, fez um sinal de silencio colocando o dedo indicador sobre os lábios e depois indicou a cena, como se mandasse a ruiva observar.
Passou mais um momento e a porta se abriu novamente.
“-- Que bom que você já chegou, pensei você fosse demorar mais...
-- Não sabia que você me esperava, querido.
-- Como assim? --- ele se virou para ver quem era --- Christin? O que você está fazendo aqui?
-- Vi você entrando e resolvi vir fazer uma visitinha.
-- Sai daqui. Não quero que ninguém nos veja juntos aqui!
-- E porque não? Você não era tão discreto assim? O que houve, hein querido?
-- Sai logo daqui!
-- Draco, não nega eu sei que você tá louquinho por isso”.
A pequena Weasley assistia a cena sem entender muito bem o que estava acontecendo. Ela nunca havia usado um gira-tempo, por isso não fazia idéia que tinha voltado no tempo. Ela revia aquela cena e se enojava. Mas dessa vez não era de Draco, e sim do oferecimento de Christin. As coisas já estavam evoluindo. Draco tentava fazê-la ir embora, mas ela se esfregava no corpo dele, enquanto tirava a própria blusa. Neste momento, Gina se distrai com um outro barulho. Ela novamente olha para a cena que se passa. Nota que Draco também percebeu o barulho, mas que não deu muita importância. Depois desse barulho, ela vê um vulto passando diante de si. Draco, que já havia soltado a boca e o braço da garota, faz um sinal indicando que aquele vulto era ela própria. A ruiva fica perdida. Não sabe mais o que observar. Mas ela viu o momento exato em que Draco deu um empurrão muito forte em Christin, para que ela desgrudasse dele. Enquanto isso, de onde estavam escondidos ela e Draco ouvem o som do soluço, o soluço de Virgínia...
“-- Não é nada do que você está pensando.
-- Com quem você está falando Draco?
-- Gin, eu tinha marcado com você. Eu não mandei ela vir aqui. Ela veio porque é uma oferecida. Eu juro.
-- Bem, parece que alguém aqui tem que explicar. Bem, querido, outro dia continuamos nosso papo".
Draco e Gina observam Christin sair e se viram para ver a discussão que começaria.
-- "Gina, eu juro que não fiz nada. Juro...Hey, você não vai dizer nada? Não faz isso comigo, por favor".
Observaram o silencio de Gina e depois sua explosão.
-- "Você quer realmente que eu diga alguma coisa? Pois então eu digo: VÁ PARA O INFERNO!
-- Não faz isso comigo! Eu não tive culpa. Ela entrou aqui, pensei que fosse você. Só depois percebi que não era...
-- Depois? Depois quando? Quando já estava quase fazendo um filho nela? Ela gritava.
-- Não! Você viu bm que eu tentei me safar dela! Não confunda as coisas!
-- Eu confundi desde sempre! Não! Onde eu estava com a cabeça quando pensei que você estava sendo sincero comigo? Não sei de onde eu tirei que você realmente pudesse gostar de mim".
Virgínia se olhava. Não acreditava que pudesse ser tão injusta. Não acreditava que havia feito tudo aquilo com Draco.
--" Gina, me ouve. Você está sendo injusta comigo! Não aconteceu nada! Você está confundindo tudo, deixa eu me explicar, por favor.
-- Não perca seu tempo se explicando nem se humilhando Malfoy! Não quero mais nada de você. Ferre-se! Você e suas amiguinhas loiras!”.
Depois disso ela enxuga as lágrimas e sai da sala.
“Eu vou provar pra ela que sou inocente!”.
Depois dessa ultima frase, Draco dá uma olhada ao redor e também sai da sala. Gina olha para Draco, tentando encontrar uma resposta pra tudo aquilo.
-- Draco, o que houve?
-- Nós voltamos no tempo. Foi a única forma que eu encontrei pra te mostrar o que aconteceu e provar minha inocência.
-- Mas, mas... Como você fez isso?
-- Isso --- ele pegou o gira-tempo --- É um gira-tempo. Com ele podemos voltar no tempo. Foi com isso que voltamos.
-- Nossa! É seu? Onde você arrumou isso?
-- Não é meu. Eu... Peguei emprestado sem pedir...
-- Você roubou?
-- Não foi bem isso. Esse é da professora McGonagall. Peguei enquanto ela foi para Hogsmeade. Tenho que devolver.
-- Você é louco? Pode arrumar encrencas!
-- Eu sei, mas eu disse que estava disposto a tudo por você, não disse?
-- Draco... --- ela encarou o olhar do loiro, mesmo no escuro seus olhos azuis reluziam --- Você me perdoa? Me desculpa por ter desconfiado de você? De ter sido injusta?
-- Hey, você acha que eu faria tudo isso se fosse pra te perdoar? Você tem milhões de motivos para não confiar em mim, mas eu peço que se esforce para isso. Não vai ser sempre tão fácil te provar as coisas...
-- Okay... E agora? Como fazemos para voltar ao tempo real?
-- Bom, vai acontecer tudo como ontem. Você vai ir para a Grifinória e eu pra Sonserina. Vamos passar a noite e acordar. Tudo vai acontecer igualzinho. Portanto, temos um bom tempo. O importante é estarmos na Ala Hospitalar no mesmo momento em que viemos para cá. Porque nesse momento iremos sumir no tempo real e precisamos estar lá. Gin, é super importante que ninguém nos veja.
-- Entendi. Então... O que vamos fazer agora?
-- Tenho uma idéia. Vem comigo.
Ele a pegou pela mão e a conduziu para fora. Fora daquela sala, daquele corredor, fora do castelo. Em pouco tempo estavam nos imensos jardins do castelo. A noite estava deslumbrante. O cenário perfeito para um casal se reconciliar.
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