Conversa com a Sra. Weasley



-- Gininha, que surpresa te ver aqui! Você não ia ficar na casa da Parkinson? O que aconteceu?

-- Nada, eu quero falar com você. Tem alguém em casa?

-- Não. O Rony foi se encontrar com a Mione, seu pai está trabalhando, e os seus outros irmãos estão perdidos por aí...

-- Ótimo. Tenho uma coisa séria pra te falar e não quero ninguém por perto.

-- Fala logo, você já está me agoniando. O que foi.

-- Bem... Euestouapaixonada! --- Ela disse tão rápido que sai mãe só entendeu o “e”.

-- Gina, eu não entendi nada! Você está o que?

-- Eu estou apaixonada mãe...

-- Apaixonada? Então quer dizer me minha filhinha finalmente está aprendendo o que é o amor? Que interessante... E está sendo correspondida?

-- Sim, estou.

-- Mas que sorte a sua. Não queria você tivesse a mesma sorte que eu... --- Virgínia pensou em perguntar ao que sua mãe se referia, mas deixou quieto.

-- Não é sorte não. Isso é sinal de problema.

-- Como assim Gininha? Me explica isso direito...

-- Você vai me entender quando eu dizer quem é a pessoa por quem eu estou apaixonada...

-- Então me diz logo quem é! Quem pode ser essa pessoa tão problemática?que problema pode ter ele gostar de você?

-- Vou dizer. A pessoa que eu estou gostando é o... Draco Malfoy!

A Sra. Weasley ficou sem voz. No mesmo instante ela empaledeceu. Parecia que ia ter um treco. Gina ficou assustada com a mudez da mãe.

-- Mamãe, o que foi?

-- Por quem mesmo você disse quem está apaixonada?

-- Eu... Eu... Eu... É pelo Draco Malfoy.

-- Não fala Malfoy perto de mim! Gina me ouve: esquece isso! Essa relação nunca vai dar certo. Mesmo que ele te ame, vocês não podem ficar juntos. Nunca! Não vai dar certo. Quero que você se afaste dele! Não quero que a história se repita...

-- História? Que história? Pensei que você fosse me apoiar ou dar algum bom conselho, mas vejo que só perdi meu tempo.

-- Gina, ouve sua mãe. Você não pode ficar com esse garoto. Tem muita coisa que você não sabe. Tem a nossa eterna rivalidade. As famílias...

-- Mãe, me explica uma coisa: porque há tanta rivalidade assim entre nossa família e a dos Malfoy’s? Quando isso tudo começou?

-- Gina, tem coisas que não cabem a você compreender nem contestar. Essa guerra é velha. Vem desde antes todos você nascerem. Não se aproxime desse povo se você não quizer sofrer. Vai ser melhor pra você se me ouvir...

-- Mas porque eu tenho que comprar essa guerra que não é minha? Porque eu tenho que me submeter a isso? Será que eu não posso amar?

-- Querida você pode amar. Pode ser quem você quizer. Eu só te peço que não seja ninguém da família Malfoy. Isso não dá futuro.

-- Mas mãe... --- seus olhos encheram-se de lágrimas e transbordaram junto com suas palavras. --- Ele também gosta de mim. Se o mais complicado eu consegui...

-- Gina, entende uma coisa: não que seja por mim, mas a nossa família nunca aceitaria um Malfoy em nosso meio. NUNCA!

-- Se é assim, eu vou lutar sozinha por ele. Ou vocês o aceitam, ou terão que renunciar a mim também.

-- Você não sabe o que está falando. Eu já ouvi essas palavras antes, e a pessoa acabou sucumbindo ao tempo e à pressão. Você não vai conseguir suportar o que te espera.

-- Eu sei o que é melhor pr mim!

-- Não sabe! Você tem só dezesseis anos! Você não entende nada da vida. Não entende nada do amor! --- neste momento as duas já estavam aos berros.

-- Eu saberia se você me deixasse viver! O tempo tudo eu fui controlada. O tempo tudo fui um fantoche! Eu quero ter minha vida, e se eu quebrar a cara, pelo menos sei que foi culpa minha!

A Sra. Weasley baixa a voz e uma lágrima rola por seu rosto. As palavras de Virgínia pareciam ter ferido muito mais do que parecia.

-- É isso mesmo que você pensa sobre a proteção que nós te demos durante tudo esse tempo? É assim que você nos considera? Uns manipuladores?

Virgínia também baixa a voz. Agora chorando ainda mais.

-- Não foi isso o que eu quis dizer. Eu só estou pedindo uma chance pra tentar ser feliz. Eu já sofri tanto por causa do Harry e agora que pensei estar encontrando a felicidade vocês querem a tirar de mim...

-- Você acha realmente que sua felicidade está com esse Malfoy?

-- Sim, eu acho. Sinto por ele algo que eu nunca senti pelo Harry. Enquanto o Malfoy me corresponde eu gostaria de viver essa relação. Pelo menos tentar. Mas já vi que se depender de você, não vai rolar...

-- Tudo bem Virgínia. Se você tem tanta certeza assim que sua felicidade depende dele, por mim você pode ficar com ele. Mas se prepare, você vai enfrentar muito mais do está imaginando. Isso não é uma ameaça, é uma realidade. Prepare-se para ter seu próprio inferno. Porque seus pais e seus irmãos vão entrar com todas as armas nessa guerra.

-- Eu espero pelo menos contar com você então.

-- Okay Gina, você tem meu apoio, mas depois não diz que eu não avisei. Você vai ter até a família dele contra você.

-- Mas Lúcio Malfoy já morreu...

-- Os Malfoy’s não era feito só do Lúcio. Ele comandava, mas agora ainda tem o restante deles.

-- Não tem problema. Eu vou conversar com o Draco e resolveremos isso.

A conversa das duas não durou muito mais que vinte minutos, mas foi o suficiente para deixar Virgínia balançada. Ela esperava mais apoio de sua mãe. Mesmo assim não estava decepcionada, afinal, essa guerra entre as famílias era muito antiga. Muitas vezes Gina já se perguntara quando começou tudo isso, mas nunca obteve uma resposta satisfatória. Sempre mudavam de assunto, queriam esconder as causas da briga. Ela já havia desistido de buscar a verdade, mas agora, com tudo isso, ela novamente queria revirar o passado e descobrir o porque de todos esses anos de rivalidade.

Outra coisa perturbava a ruivinha. Ela havia se declarado apaixonada por Malfoy, e disse que com a ajuda dele ela superaria as adversidades que pudessem surgir. Depois de conversar com sua mãe foi que bateu em sua mente que Malfoy poderia estar mentindo quanto a tudo aquilo que havia lhe dito. O medo a tomou. Seria possível tudo aquilo ser uma farsa? Será que Draco só a queria fazer de boba? Será que ela estava se enganando tanto assim?

“Não, não pode ser uma farsa dele. Ele não pode estar me enganando tanto assim! Será que ele seria capaz de fazer uma coisa dessas? Ou... Será que ele seria capaz de lutar por mim?”.

Ela já não sabia o que pensar.

Tentou dormir naquela noite. O sono não vinha, ou não queria vir. As paredes frias de Hogwarts davam a Gina uma impressão estranha de que aquele não era o melhor lugar para ela estar naquela noite. Ela não conseguia pensar em nada racional ou que a ajudasse. Também não podia dormir. Por fim, quando já eram mais de quatro horas da manhã, ela conseguiu tomar uma decisão: falaria com Draco Malfoy na manhã seguinte. Ela ainda não tinha plena certeza do que falaria pra ele, mas estava decidida a resolver tudo essa situação. Na mente de Virgínia ele não tinha o direito de aparecer em sua vida, causar uma situação como essa e sumir depois. Se ele realmente estava gostando dela, teria que ajudá-la a resolver o problema das famílias.

Esperaria o dia amanhecer para falar com ele. Ela não o vira mais depois daquela festa. A garota estava tão atordoada com a conversa com sua mãe, que já havia se esquecido daquele momento mágico em que foi beijada pelo rapaz. E nessa madrugada de segunda-feira suas lembranças voltaram à mente.

Gina lembrava de cada detalhe fascinada. Não conseguia se esquecer dos olhos de Malfoy encarando os seus. Do cheiro que ele tinha. Do gosto da boca dele. Daquelas mães tão fortes e ao mesmo tempo tão delicadas que tocavam seu pescoço. De suas próprias mãos percorrendo aquele corpo tão desejado. A garota se lembrava de cada fato como se não tivessem ocorrido. Não podia acreditar que aquilo poderia ser verdade.

“Será que aconteceu mesmo? Será que eu não estou alucinando tudo isso conforme meu amor por ele me cega? Será possível esse amor existir?”.

Ela tinha muitas duvidas, mas não ficaria dando lado para elas. Seguiria seus instintos, suas emoções. Mesmo que tudo desse errado no final, ela estava decidida. Não ficaria sofrendo calada como sempre sofreu por causa do Harry Maldito Potter. Agora Virgínia o via como somente mais uma pessoa no mundo. Alguém que ela não conhecia e que não queria conhecer. Estava decidida a entrar em uma guerra por seu amor.

Assim o dia amanheceu. Ela quase não havia dormido, mas não estava incomodada. O que ela tinha decidido era o suficiente para ela se animar. Procuraria Draco e resolveria a situação.



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