A Festa



“Porque mesmo eu estou indo nessa festa? Ah! Lembrei. A cobrinha verde vai estar lá. E também minha amiga insistiu muito, não é? Bem Virgínia, vai lá, é só uma festa...”.

Já era sábado e Virgínia não estava muito disposta em ir a tal festa. Ela sentia que algo ia dar errado. Mas Pansy havia insistido tanto que ela fosse e ela acabou cedendo. Tinha muitas roupas, mas estava indecisa, experimentando cada peça, uma a uma, só para ver se arrumava alguma coisa.

“É uma festa na casa da Pansy. Eu não posso ir com qualquer roupa. Deve estar cheia de sonserinos por lá. Já estou até vendo aquele bando se cobras me olhando como se eu fosse um nada, uma intrusa. Só estou indo mesmo porque a Pansy é muito minha amiga!”.

Depois de quase duas horas exatas, ela escolheu uma roupa para ir. Já que estava frio e a festa era à noite, optou por uma coisa discreta. Escolheu umas de suas melhores peças: uma camisa branca, um pulôver de lã esverdeada, uma calça preta bem justa, uma bota cano baixo preta, e uma jaqueta preta. Era um modelo totalmente trouxa, mas ela não estava nem ligando. Adorava se vestir assim. Era diferente e atraente aos seus olhos. Ela realmente não gostava de ficar o tempo todo de saia, como a maioria das bruxas. Trocou-se e se olhou no espelho.

“Não é que eu queira me gabar, mas eu tô arrasando!”.

Ela riu-se. Não era muito fácil ver ela pensando assim sobre si própria. Mas naquela noite fria de sábado, ela estava realmente deslumbrante. E ainda para terminar o visual, colocou um cachecol muito bonito, preto também.

“Puxa, não sabia que eu gostava tanto assim de preto”.

Soltou seus cabelos. Estavam muito lisos e um vermelho ainda mais intenso do que de costume. As mechas brilhavam a cada lance de luz transferido aos fios. A ruivinha ainda passou um gloss e uma sombra combinando com o pulôver. Uma fragrância muito gostosa emanava de seu corpo e cabelo. Olhou-se mais uma ver. Teve certeza que estava pronta.

“Ainda bem que eu vou posar na casa da Pansy. Se eu aparecesse assim em casa mamãe me esganava e ia querer saber onde eu arrumei essas roupas”.

A ruiva saiu decidida pela porta. Ainda tinha a sensação de que algo de ruim aconteceria, mas mesmo assim resolveu dar uma chance àquela noite.

Estava esperando na porta do castelo, até que chegou um dos empregados de sua amiga que estava encarregado de buscá-la, já que ela nunca havia ido até a casa de Pansy. Não fazia nem idéia de onde a garota morava. Entrou no carro e seguiu em frente. Um estranho frio em sua barriga a incomodava. Ela sabia que aquilo não era bom sinal, mas tentou esquecer aquilo e se concentrar no caminho. Não demorou muito até que chegou na casa de sua amiga. Virgínia ficou impressionada só de ver a fachada da casa. Era muito bonita. Tinha grandes pilares feitos de mármore preto. Algumas estátuas feitas em vidro e um amplo jardim. Esse parecia muito bem cuidado. Também tinha uma iluminação perfeita. Tochas flutuantes brilhavam e aqueciam o local. Um vento frio soprou no momento em que ela desceu da carruagem. Os pelos de sua nuca arrepiaram-se. Ela seguiu até a porta e tocou o sino. Já estava se distraindo com a dança das chamas quando foi surpreendida pelo barulho da porta se abrindo. Era Pansy. Mas a garota não conseguia falar nada. Estava estarrecida olhando para Gina. A olhava de cima a baixo. Virgínia se perguntava o que havia de errado. Será que ela estava muito feia? Será que não agradou? Comparou-se a Pansy. Ela também estava com um pulôver, uma camisa, uma bota e uma saia. Não estavam tão diferentes. Já constrangida com aquela situação, resolveu cortar o silencio.

-- Hey, não vai me convidar pra entrar? Não fui convidada pra festa?

-- Ló-lógico! Garota, onde você arrumou esse visual? Me conta!

-- Ahn... Eu exagerei? Sabia! Eu nem queria vir mesmo...

-- Se você exagerou eu não sei, mas que você vai arrasar, isso vai... Que história é essa de que não queria vir?

-- Ah? Nada não.

As duas entraram. Incontestavelmente, todas as atenções se voltaram para Virgínia. Todos a olhavam, principalmente os garotos. Havia muita gente que Gina nunca havia visto em toda sua vida, mas mesmo esses a encaravam e comentavam. Ela estava super constrangida. Seu constrangimento foi mais evidente quando seus olhos bateram com os de outra pessoa. Draco também a olhava, e quando seu olhar cruzou com os da ruiva, ela não sabia o que fazer. Ainda estava ao lado de sua miga, portanto pediu que a levasse a algum lugar com menos pessoas. Pansy a conduziu a uma ante-sala.

-- Pansy, eu não sabia que teria tanta gente assim! Muitas dessas pessoas eu nunca vi!

-- Calma Gina! Essas pessoas que você não conhece são meus primos. Nem é tanta gente assim. A grande maioria é de Hogwarts. Você é quem não conhece ninguém! Vai lá, tenta se enturmar.

-- Posso ficar aqui por mais alguns minutos? Só pra eu tomar um pouco de confiança.

-- Okay, pode ficar. Daqui a pouco eu volto aqui pra te buscar.

-- Tudo bem.

Pansy saiu e deixou Virgínia sozinha. A ruivinha não estava com vergonha dos convidados. Estava é com medo de Draco Malfoy. No momento em que seus olhos encontraram-se com os do loiro ela sentiu um pressentimento muito forte de que alguma coisa ia acontecer, e que ele estava relacionado. Ela se negava a arrumar hipóteses possíveis a algum acontecimento, mas também queria evitar um encontro com ele. Mas talvez não fosse assim tão fácil. No salão de festas, Pansy conversava com o loiro.

-- O Blaizi não vai vir?

-- Vai sim. Você acha que ele perderia uma festa como essas?... Olha, tem uma coisa que eu quero falar com você. O que você quis dizer com - ...

-- Aqui não é hora nem lugar pra falarmos disso, certo? Tenho que receber os convidados...

-- Mas...

-- Ah! Ela está lá na ante-sala. Vai ficar sozinha por um tempo, mas não demore muito, okay?

A garota saiu sem falar mais nada. Draco ficou ali parado, com cara de interrogação, mas entendeu o recado dado. Ele foi seguindo, disfarçadamente, até a sala onde se encontrava a ruivinha Weasley. Sem bater à porta, foi entrando. Virgínia estava retocando o gloss em um dos espelhos da sala e não viu quem era, só ouviu o barulho da porta se abrindo.

-- Que bom que você voltou Pansy, agora eu já posso ir...

-- Mas já? Só porque eu cheguei?

Virgínia não precisou nem se virar pra saber quem era. Ela reconheceria aquela voz até no meio de mil pessoas falando. Tomou um baita susto e deixou seu gloss cair sobre o tapete, derrubando um pouco.

-- Ai droga! Manchei o tapete! O que eu faço?

Parecia ter se esquecido de Malfoy. Tentava procurar alguma forma de limpar aquilo, uma pano talvez.

-- Droga! Droga! Por isso eu não deveria ter vindo...

Enquanto ela murmurava isso, Draco se aproximou e pronunciou um feitiço. A mancha sumiu completamente.

-- Se esqueceu que é bruxa? --- disse ele num tom de ironia.

-- Não queridinho. Acontece que eu não fico andando por aí todo o tempo com uma varinha na mão...

-- Acontece, que não precisava de varinha pra fazer esse feitiço...

Ela ficou meio sem graça, mas mesmo assim ainda retrucou.

-- Okay, okay. Mas acho que não preciso de você me ensinando feitiços ou fazendo as coisas por mim.

-- Puxa, quanta agressividade...

-- Lógico! Você fica me assustando! Não tem mais o que fazer não?

-- Na verdade não.

-- Então vai chatear outro!

-- Não posso. Quero ficar aqui mesmo...

-- Ótimo! Então vou eu!

A garota passou por Draco e ele não pode deixar de sentir o cheiro que emanava da garota. Sem nem ao menos poder se controlar, ele a segurou pelo braço.

-- Que é? Pirou? Dá pra você me soltar?

-- Não!... Quer dizer, espera. Quero falar com você...

-- E o que você tem pra falar comigo? --- um tom tenso se fazia presente na voz da garota.

-- Quero conversar.

-- E sobre o que?

-- Sei lá! Alguma coisa...

-- Alguma coisa? Sabe, Malfoy, eu não costumo conversar sobre coisas à toa. Ainda mais com pessoas que ficam me prendendo. Dá pra você largar meu braço?

Draco estava tão inebriado com o perfume e os olhos de Virgínia, que nem havia se apercebido de que ainda a segurava. Após a garota falar, ele a soltou. Quando percebeu que ela estava indo novamente, ele resolveu que era hora de tomar uma atitude.

-- Espera! --- ela parou ainda de costas para ele. --- Eu realmente quero falar com você. --- ela sentiu seu coração disparar. Pensou que se ele insistisse apenas só mais uma vezinha, ela ficaria ali com ele. --- Me ouve só agora. --- Ela soltou um profundo suspiro, tentando demonstrar insatisfação talvez. Virou-se para ele.

-- Okay Malfoy, estou ouvindo.

-- Você não quer se sentar? É meio desconfortável conversar com você assim de pé.

Ele se sentou em um dos elegantes sofás que havia naquela sala e apontou um lugar para Virgínia. Um bem próximo ao seu. A ruiva não sabia se era uma boa idéia, mas mesmo assim foi até ele.

-- Pronto, já me sentei. Pode falar. O que há de importante?

-- Bem, você sabe que tem muitas garotas em Hogwarts que morrem por mim, não é? E que muitas gostariam de estar aqui no seu lugar...

-- Escuta aqui: se você queria me dar provas do seu egocentrismo, não precisava fazer todo esse teatro, sabia? Não tô a fim ficar aqui te ouvindo e perder a festa!

-- Calma, calma! Não era bem isso que eu queria te falar. Eu queria...

Sem que nem ao menos Virgínia imaginasse, Draco se aproximou mais dela. Para a ruiva, sentir o perfume de Draco tão de perto era uma tortura e um sinal de perigo. Embora tentasse, Virgínia não conseguia se concentrar muito no que o loiro falava. Ouvia suas palavras bem vagamente enquanto observava cada traço do rosto do rapaz. Seu perfume a deixava extasiada. Foi assim que ela foi pega de surpresa. Enquanto viajava no azul dos olhos do rapaz foi surpreendida por duas mãos que seguravam as suas. Ela assustou-se ao ver que eram de Draco. Duas mãos grandes e gélidas, porém muito macias. Neste momento ela despertou de seu devaneio. Não sabia o que fazer. Draco a encarava, parecendo esperar alguma resposta.

-- E então Virgínia, o que você me diz?

-- Diz? Dizer? Dizer o que?

-- Como assim?

-- Desculpe Malfoy, eu não estava prestando muita atenção...

Draco fez uma cara indescritível. Não se sabe dizer se era de raiva, desgosto, insatisfação, ou tristeza.

-- Você pode me repetir?

-- Não foi nada de mais. Talvez outro dia eu te fale...

-- Okay.

Ela respondeu e olhou para suas mãos. Draco ainda as segurava. Ao vê-la observando as mãos, o rapaz percebeu o que ela observava. Retirou uma das mãos. Mas, quando ele foi retirar a outra, Virgínia a segurou. Draco não pode esconder a cara de surpresa. Mil pensamentos passaram pela mente de Virgínia, mas ela não deu atenção a nenhum, exceto a um que falou muito mais forte do que deveria. A garota encarou os tão azuis olhos de Draco. Eles tinham algo diferente naquele dia. Algo que ela não sabia dizer bem o que era. Milhares de palavras lhe passavam pela mente, mas nenhuma delas tinha como ser pronunciada. Sem se darem conta, suas faces foram se aproximando. Os olhos de Draco estavam cada vez mais perto. O perfume de Virgínia estava cada vez mais inebriante. Faltava muito pouco para suas bocas se encontrarem. Apenas uns três centímetros. Draco deu uma ultima olhada naqueles lábios que chamavam tanto sua atenção. Como sempre fazia quando estava envergonhada, Virgínia abaixou os olhos, encarou os lábios de Malfoy. Sem se dar conta, fez a coisa que mais atiçava Malfoy: mordeu o lábio inferior. Esse foi o ultimo movimento que ela fez antes de Draco colar seus lábios no dela. A ruivinha mergulhou em um beijo. Um beijo em Draco Malfoy. Seria possível?

Virgínia nunca havia se envolvido tanto em um beijo como estava se envolvendo naquele. Ela se sentia perdida nos lábios de Draco. As mães dele envolviam seu pescoço, e isso a deixava fora de si. Aquelas mães, aquele perfume, tudo era inesperado. Suas mãos passeavam sobre o corpo de Malfoy. Ela podia sentir cada movimento e também correspondia a eles. Correspondia a cada movimento dos lábios e da língua do rapaz. Parecia algo imaginário. Naquele momento não existia nada. Só o beijo. Depois de algum tempo foi que ela se deu conta do que estava acontecendo.

“O que? Eu estou realmente sendo beijada por Draco Malfoy? Tem alguma coisa errada aqui”.

Ela se separou de Malfoy. Não podia negar, ambos estavam ofegantes. O beijo havia sido intenso para os dois. Estavam sem ar. Assim que encarou Malfoy, a pequena Weasley sentiu suas entranhas queimarem. Sua face ficou muito mais que ruborizada.

-- Isso não deveria ter acontecido. Vamos fingir que não ouve nada...

-- E quem disse que eu quero isso? Fui eu quem te beijei. Você ainda não percebeu?

-- Percebeu? Percebeu o que Draco?

-- Que eu gosto de você!

As palavras “gosto de você” ressoavam na mente de Virgínia como um gongo incessante.

“Como é que é? Que história é essa? Se ele pensa que vai me fazer de idiota, vai perder tempo”.

-- Olha Malfoy, se você pensa que vai me fazer de idiota e me ridicularizar na frente desses seus amiguinhos, está muito enganado. Saiba que antes de você fazer isso eu me mando dessa festa!

-- Não! Eu não estou querendo nada! Só quero que você fique. Tenho muito pra te falar. Coisas que quero te contar...

-- Não tenho tempo para as suas mentiras!

-- Não é mentira! Porque você não acredita em mim?

-- Porque? Você ainda pergunta porque? Okay, vou te dizer o porque: você é um Malfoy, você é rico, você gosta de ficar zoando com pessoas como eu, você sempre me odiou e também... Você está gostando de uma garota.

-- Estou? E por acaso você sabe quem é?

-- Não, mas...

-- Mas... Virgínia, essa garota é você. Sempre foi.

-- Sempre foi? Como assim sempre foi?

-- Sempre desde o quinto ano, acredite.

-- Há, há, há! Faz-me rir! Você espera realmente que eu acredite nisso?

-- Eu tenho como provar. O Blaizi, que é o meu melhor amigo sabe de tudo desde o começo...

Virgínia parecia não ter mais nenhuma palavra para contestar o que Draco dizia. Ela estava perdida em seus próprios pensamentos. Tentava encontrar alguma coisa para falar, mas não foi preciso, nesse instante Pansy entrou na sala.

-- Ops, não sabia que vocês estavam conversando. Posso voltar depois...

-- Não! --- Virgínia deu um grito. --- Quer dizer, nós já falamos o que era preciso. Ele só estava me fazendo companhia. Agora eu quero ir pra festa.

Ela disse isso já passando por Pansy, que estava na porta. Assim ela seguiu e se perdeu no meio dos outros convidados. Enquanto isso Draco foi se encaminhando até a direção de Pansy.

-- E então Draco, falou o que era preciso?

-- Não sei do que você está falando...

-- Mas eu sei bem, isso é o que importa. O tempo foi o suficiente, não?

Ele a encarou. Não sabia o que respondia. Sem opção, acabou falando o que lhe veio a mente:

-- Sim, o suficiente. Valeu Pansy. Não pensei que você tivesse mudado tanto.

-- Tudo bem. Eu só dei uma forcinha para as duas pessoas que mais me ajudaram nesses últimos tempos.

Draco deu um riso meio que descontraído. Por dentro ele estava com vontade de dar pulos de alegria, mas também se condenava.

“Que raios está acontecendo comigo? Como pude me apaixonar justo por uma Weasley? E agora, como eu vou fazer pra trazer ela pra perto de mim? Pelo menos não tem mais o meu pai pra atrapalhar”.

Tudo correu sossegado durante o resto da festa.

“Parece que dessa vez meus pressentimentos estavam errados. Não aconteceu nada de desastroso até agora. Talvez aconteça em algum momento futuro”.

Talvez acontecessem mesmo, mas a garota não teria com o que se preocupar naquela noite. Muitas vezes seus olhos se encontraram com os de Draco. A cada vez que isso acontecia, ela sentia uma vontade imensa de ir até ele e repetir aquele beijo e pedir pra ele repetir que gostava dela. Ela queria ir até ele e também dizer que gostava dele, que queria que ele ficasse com ela para sempre. Mas, infelizmente a festa já estava acabando. Já eram mais de meia noite e muitos convidados já haviam ido embora. Só estavam os mais achegados mesmo. Draco, Blaizi, alguns amigos e os primos de Pansy. Virgínia já havia conhecido a todos. Tinham todos entre dezesseis e dezessete anos. Ao todo eram nove primos. Virgínia só conseguia lembrar os nomes, mas não sabia muito bem quem era quem. Eles eram: Greggory, Ralph, Mattew, Styven, Ryan, Gabriel, Tom, e os gêmeos Mykhaell e Mykhell. Todos eram lindos. Altos, brancos, cabelos preto, alhos azuis e verdes, ótimos tipos físicos e muito ricos. Também eram muito simpáticos. A Weasley percebeu que a simpatia era uma qualidade da família Parkinson. Todos os garotos estavam encantados com Virgínia. Passaram a festa toda a seguindo. Ela sempre estava com um garoto a tira colo. Mesmo assim, seu coração continuava a bater mais forte quando via Draco. Ela até que se distraiu com os garotos, mas quando cada um deles chegava e pedia para ficar com ela, ela sempre dizia não. Incrível! Nove garotos pedindo para ficar com ela e ela negou a todos! Mas isso era porque ela não conseguia se desligar da cobrinha sonserina.

Após as duas da manhã já não havia mais ninguém ali, somente Virgínia e Pansy. Todos já haviam ido embora: os primos, amigos, Blaizi e até mesmo Malfoy.

-- E então Gina, gostou da festa?

-- Claro! Estava ótima, realmente perfeita. Seus primos são um encanto...

-- Sério? E então porque você recusou cada um deles?

-- Ahn... Bem...

-- Calma, só estava brincando, você não precisa responder nada. Vamos, vou te levar pp/ o quarto onde você vai ficar.

-- Você tem uma casa incrível! Achei muito elegante.

-- Obrigado, mas os créditos não são nossos. Quem organiza nossa casa são... --- ela abaixou a voz. --- Os trouxas... Mas é segredo, viu?

-- Ah, claro. Mas eu bem sei que eles têm bom gosto...

-- Um dia eu quero ir conhecer a tua casa. Deve ser bem interessante também.

-- Nem se compara à sua. E também é bem menor. Você definitivamente não gostaria de lá.

-- Você que pensa! No próximo fim de semana livre eu vou pra lá. Pode já ir avisando sua família...

-- Okay, sei que você não vai mesmo...

-- Então você vai ver... Pronto, é aqui que você vai passar a noite. --- Ela apontou uma imensa porta de mogno tudo entalhada à mão. Tinha alguns desenhos nela. Era realmente muito refinada. Gina pode perceber que a maçaneta era feita em pura prata.

-- O meu quarto é aqui ao lado. Qualquer coisa você pode bater lá, tá? Só não coloquei você junto comigo porque achei que você preferiria um quarto só seu, pra ter mais privacidade.

-- Não precisava. Eu dormiria até no sofá da sala...

-- Até parece que minha convidada dormiria no sofá! Suas coisas já estão aí dentro. Se quizer você pode tomar um banho. Vou pedir pra nossa elfa doméstica, a Skally, te trazer uns sais de banho. Vai pondo a banheira pra encher, okay?

-- Não precisa tanto Pansy, uma ducha já está ótima. Só preciso tirar esse perfume e a maquiagem.

-- Ah! Você escolhe, do mesmo jeito a Skally já deve estar vindo com os sais. Eu te recomendo. São muito relaxantes. Você vai dormir bem melhor. Experimente.

-- Okay, vou experimentar.

-- Tô indo então, vou tomar banho também. Volto depois pra te dar boa noite.

-- Tudo bem.

Virgínia entrou no quarto e quase teve um treco. Nunca havia visto algo parecido com aquele quarto. Era imenso. Muito mais do que parecia. Era quase do tamanho de sua casa. Ela ainda estava observando tudo quando ouviu batidas na porta. Ela abriu. Era Skally que já estava li com os tais sais de banho. Virgínia pegou-os e agradeceu. Assim que a elfa saiu, dirigiu-se até o banheiro que havia em seu quarto. Um banheiro em seu próprio quarto! Era demais! A banheira era enorme, para Gina mais parecia uma piscina. A ruivinha apôs para encher e foi ver o resto do quarto.

Tudo era muito fino e caro. Caminhou até a janela e viu que tinha vista para o jardim. Olhando-o de cima ele parecia ainda mais bonito. Foi até a cama. Era muito macia e confortável. Ali no quarto havia tudo que ela precisava: suas roupas, seus acessórios de beleza e afins. Ela estava maravilhada.

Quando Virgínia deu por si, a banheira já estava cheia. Uma fumaça densa saia da água. Estava quente, mas dava para suportar. Os sais que ela havia posto na água agora aromatizavam o ambiente. Gina não sabe bem ao certo quanto tempo ficou ali. Foi tempo o suficiente pra ela pensar muitas coisas, brincar com bolhas de sabão e decidir uma coisa: ela falaria com sua mãe sobre tudo o que estava acontecendo.

Não que ela não confiasse em Pansy, ela só não se sentia segura para falar com a melhor amiga, afinal, essa já havia sido namorada de sua atual paixão e seria capaz de ela achar que tudo já acontecia desde o tempo em que ela ainda estava com ele.

Estava resolvido, ela falaria com sua mãe.

Quando Gina terminou de se vestir para dormir o relógio badalou três horas da madrugada. Nesse mesmo momento ouviu um bater à sua porta. Era Pansy que havia vindo lhe dar boa noite.

-- Vim te dar boa noite e avisar umas coisas. Aqui em casa, aos domingos, o café da manhã é servido às nove horas da manhã, mas como ainda estaremos dormindo, provavelmente, eu pedi que trouxessem nosso café na cama. O almoço é servido pontualmente às doze e trinta. Tudo bm?

-- Tudo bm sim... Acho que eu já estarei acordada às nove, mas tudo bem.

-- Se você estiver, me chame. Assim tomamos café todos juntos: eu, você e meus pais... Bom, era isso. Boa noite.

-- Boa noite.

Pansy saiu do quarto e Gina caiu na cama. Estava realmente cansada. Dormiu muito rápido. Não teve tempo de pensar em muita coisa, só que contaria tudo à sua mãe.



...oooOooo...



Pansy tinha razão quanto aos sais. Talvez pudesse ser em função do cansaço ou por causa daquela cama maravilhosa, mas Gina dormiu como uma pedra. Teve um sono profundo.

Quando acordou seu café já estava ao seu lado. Ela nunca tinha visto tanta coisa em um só café da manhã. Tinha tudo que ela gostava: bolo de chocolate, trufas, sucos, frutas... Era uma variedade imensa de coisas.

Ela não comeu muito, só tirou algumas lascas do bolo, comeu uma trufa e bebeu seu suco. Não estava com muita fome, e também esperaria o almoço. Depois se trocou bem pacientemente. Arrumou-se, até que achou que estava apresentável. Arrumou o quarto e estava se preparando para sair quando alguém abriu a porta primeiro.

-- Até que enfim a Bela Adormecida acordou!

Era Pansy, tudo eufórica. Já estava tudo arrumadinha e sorridente.

-- Faz tempo que você acordou?

-- Se faz tempo? Fofa, eu tô morrendo de fome! Tô te esperando pra almoçar.

Só neste momento foi que Gina olhou para o relógio. Já faltavam quinze minutos para as duas horas da tarde. Ela se sentiu envergonhada.

-- Desculpa Pansy. Nem me dei conta de que tinha dormido tanto. É que eu estava muito cansada mesmo...

-- Sem problemas. Vamos lá. Os elfos servirão um almoço pra gente... Você arrumou o quarto? --- Gina fez que sim, sem entender a indignação da amiga. --- Não precisava! A Skally é quem arruma os quartos. Gosta de deixar tudo do jeito dela. Depois se você voltar aqui vai estar tudo diferente. Ela troca a posição dos móveis todo dia. É uma mania dela...

As duas saíram do quarto e foram almoçar. Depois de almoçarem Gina disse que precisava muito ir até sua casa e que era urgente. Pansy contestou um pouco. Havia planejado um domingo cheio de divertimento para as duas, mas compreendeu a amiga. Dessa forma mandou que um de seus empregados levasse Virgínia até A TOCA. No caminho Gina imaginava formas de contar a sua mãe o que estava acontecendo.

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