Surge um novo sentimento
Blaizi Zabini realmente conseguira o tal livro para Draco. Já fazia alguns dias que Virgínia estava lendo. Hora ou outra Draco perguntava se ela estava gostando do livro:
-- Estou sim Malfoy, é realmente muito interessante.
-- Que bom que você está gostando.
Alguma coisa, bem no fundo do ser de Virgínia lhe dizia que aquele livro era só um pretexto para que o loiro pudesse ter um meio de lhe dirigir a palavra. Mas, em todo momento que isso lhe passava pela cabeça, a ruiva se autocondenava, dizendo que jamais Draco Malfoy ia querer pretextos para lhe dirigir a palavra. Por outro lado, a ruiva gostava dos seus breves instantes na presença do garoto mais cobiçado da escola. Está certo que agora ela tinha seus admiradores, mas nenhum deles comparável a Draco Malfoy. Esse era o deus entre as garotas. O único que emparelhava com ele era seu melhor amigo, Blaizi Zabini.
Com o passar do tempo, Virginia tinha mais e mais motivos para se condenar, e não se dava conta disso. A cada momento vago, ela se pegava pensando na cobrinha prateada. A cada segundo de distração era pega observando a mesa das cobras. Gostava de ficar com Pansy, porque sabia que era uma forma de encontrar com ele, aquele que ela ainda estava conhecendo, mas que já se deixava encantar.
Não demorou muito para Virgínia definitivamente assumir a si própria o sentimento que sentia pelo loiro sonserino. Aconteceu quando ela foi devolver o livro ao rapaz.
-- Toma Malfoy, vim devolver o livro, obrigado. Realmente gostei muito, mas o fim é trágico e triste.
-- Tudo okay Weasley. Mas me diz: qual história de amor não tem seu lado trágico?
Nesse momento, Draco pega o livro das mãos da ruivinha tão frágil. Quase que por acaso, suas mãos se encostam uma na outra. Virgínia não conseguiu esconder os efeitos que aquele toque teve para ela. No mesmo instante baixou os olhos, mordeu o lábio inferior e ficou toda avermelhada. Estava exatamente do jeito que ele mais a adorava ver. Tinha uma paixão por aquele jeitinho que ela tinha de expressar suas emoções. Ele, por outro lado não demonstrou nada, deu simplesmente um dos seus risinhos cínicos enquanto guardava o livro. Ambos seguiram seus caminhos, um para cada lado. Mas a partir daquele momento, Virgínia Weasley teria uma nova coisa em sua mente, uma nova pessoa, um novo tormento e um novo sentimento.
“Eu não posso me apaixonar por ele. Não posso! Ele é um, um, um... Um Malfoy! Weasley’s não se apaixonam por Malfoy’s, Weasley’s odeiam Malfoy’s! É a lei da sobrevivência!”.
Mesmo com esses pensamentos em mente, a pequena ruiva não pode deixar de tocar o lugar onde a mão de Draco encostou-se à sua. Ela ainda podia sentir o cheiro do perfume do rapaz. Um perfume tipicamente fino, provavelmente muito caro.
“Mais um motivo para eu nem pensar nele. Sou uma Weasley. Uma podre Weasley!”.
Embora tentasse, ela não conseguiria esquecer esse novo sentimento que estava querendo surgir. Agora esse pensamento já a começava atormentar.
“Não acredito que vou esquecer o Harry e me apaixonar por Draco Malfoy! Caramba, só consigo me apaixonar por garotos impossíveis para mim? Incrível! E ainda por cima ele está gostando de outra garota. Lá vou eu mais uma vez sofrer, e sofrer à toa”.
...oooOooo...
Na manhã seguinte Virginia não se sentia muito bem. Acordou com uma forte dor de cabeça e também uma cólica terrível. Quando pôs os pés no chão disse para si própria:
“-É Virgínia, esse é só o primeiro dia de uma das piores épocas da sua vida!”.
Pegou uma muda do uniforme e foi para o banheiro tomar um banho e tentar estudar naquela manhã de quinta feira. O tempo esfriara consideravelmente e um vento árido balançava as arvores dos imensos jardins de Hogwarts. A garota se sentia atordoada com tudo que estava acontecendo. Ela ainda não tinha plena certeza se estava realmente gostando de Draco Malfoy, mas só de pensar nessa hipótese seus miolos fritavam. Ela realmente não queria estar apaixonada por Draco, mas sentia que se fosse tentar lutar contra isso não teria muito êxito.
“Porque? Porque justo ele? ELE! Draco Malfoy! Não pode ser verdade. O mundo não pode ser tão injusto com uma pessoa só! O que eu fiz de tão errado pra merecer tudo isso?”.
Virgínia tinha plena certeza de que não conseguiria se concentrar nas aulas daquela manhã, mas não queria se arriscar a perder duas aulas de poções com Snape, nem perder suas queridas aulas de latim.
Ela realmente não estava totalmente concentrada, mas conseguiu entender parte das matérias. Uma pessoa que notou sua falta de atenção foi Pansy, sua nova melhor amiga. Pansy parecia estar realmente preocupada com Gina, afinal, a garota sempre foi desatenta nas aulas, mas naquela manhã de quinta feira ela estava praticamente em outra galáxia. A garota queria saber o motivo de tanta desatenção e também queria saber o que perturbava tanto sua amiga, mas preferiu deixar para o horário de almoço.
-- Gina, o que você tem hoje? Está tão desatenta, parece preocupada...
-- Eu? Não, não tenho nada...
-- Tem sim! Você não é tão desatenta nas aulas e a preocupação é algo que está escrita no seu rosto...
“Será que eu posso contar pra ela? Não! Ela me acharia uma traidora! Estar apaixonada pelo ex-namorado dela é terrível!”.
-- Não, não... Acontece que eu estou com uma dor de cabeça muito forte e com um pouco de cólica. Um pouco de descanso e eu estou novinha de novo...
-- Sei, tudo bem então...
Embora tivesse consentido com a resposta da amiga, Pansy não estava nem um pouco convencida de tudo aquilo. Bem no fundo ela sabia que alguma coisa estava acontecendo com Gina e que se amiga não havia lhe contado era alguma coisa muito importante. Mas, apesar disso, Pansy não estava se sentindo traída, pois, bem lá no fundo ela tinha uma noção do que estava irritando tanto sua amiga.
...oooOooo...
-- E então Draco, teve algum avanço com a sua garota?
-- Não sei bem. Acho que ela está começando a sentir alguma coisa por mim... Sei lá!
-- Draco, você é patético! Ridículo um kara como você, sétimo-anista, paparicado por todas as garotas da escola, queridinho de todo mundo, e aí, sofrendo por essa garota que entre todas as garotas do colégio, é a única que não te quer... É ridículo!
-- Eu sei! Mas o que eu posso fazer? Eu não escolhi isso! Não é culpa minha. Mas agora acho que ela está se interessando...
-- Sério? E porque você acha isso?
-- Porque... Porque... Porque sim oras! Quando acontecer você vai ver...
-- Escuta Draco, porque você não fala pra ela de uma vez?
-- Você tá louco? E onde fica meu orgulho, meu ar superior e meu nome de Malfoy? Tenho que fazer ela se arrastar primeiro...
-- Nem o amor te muda, não é?
-- Nunca disse que é amor... Eu curto ela, só isso!
-- A tá! Curte ela há dois anos e nunca nem chamou ela pra sair? Isso pra mim é muito mais forte do que uma ficada... Você está realmente gostando da...
-- Oi meninos! Estou atrapalhando alguma coisa? --- Pansy chega do nada no meio da conversa. Há quanto tempo ela estava escutando? O que ela ouviu?
-- Não Pansy, você não está atrapalhando nada...
-- Que bom Draco, eu vim para falar com você...
-- Iiih, já vi que tô sobrando...
-- Não, não, pode ficar Blaizi, acho que até você pode ir também...
-- Opa! Ir aonde?
-- Então... Eu vim pra convidar o Draco pra ir a uma festinha que vai lá em casa esse fim de semana...
-- Festa? Mas... Aff, tinha até me esquecido que o Dumbledore nos liberou esse fim de semana...
-- E que horas vai ser?
-- Eu ainda não sei. Só queria saber se vai dar pra você ir. Ainda vou marcar a hora.
-- Tá, por mim pode ser. Você vai Blaizi?
-- Mas é lógico! Se tiver gatinhas eu vou sim...
-- Ah! Então você pode ir... Só a elite de Hogwarts!
-- E, ahn... A Weasley vai?
-- Sim Draquinho, sua ruivinha vai sim... Tchauzinho, tô indo...
Ela se retira, Draco fica sem palavras...
-- Draco, o que ela quis dizer com “a sua ruivinha?” Ela sabe de alguma coisa?
--Eu sei menos que você. De onde ela tirou essa história?
-- Isso tá estranho. Se eu fosse você tomava mais cuidado com ela. Vai ver ela quer te ferrar e você nem tá se tocando kara...
-- Mas que raios de motivo ela teria para isso?
-- E você ainda pergunta? Depois do tanto que você sacaneou ela e chifrou a coitada...
-- Depois eu vejo isso com ela... Agora vamos logo que ainda temos aula com o morcegão.
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