A Briga No Jardim
Virgínia andava sem rumo pelos jardins da escola. A tarde estava muito agradável. Estava quente, mas uma brisa suave se fazia presente. Gina estava dando graças à Merlin por ter saído do salão comunal da Grifinória...
Outra pessoa que também havia sorrateiramente saído de sua sala era Draco Malfoy. O loiro galã não agüentava mais os chiliques de sua namorada. A garota estava irritantemente insuportável logo nos primeiros dias de aula. Implicava com o rapaz toda hora, dizendo que ele estava correspondendo olhares furtivos de garotas que passavam por ele. De certa forma, Pansy estava certa. Draco realmente correspondia os olhares atravessados das garotas. Assim ele dava margem para brigas com sua namorada, porque embora fosse uma total idiota a menina sabia reconhecer o olhar safado do namorado.
Assim, depois de discutir com a garota, ele resolveu que iria sair para dar uma volta. Não sabia para onde ir e acabou indo parar nos jardins da escola.
...oooOooo...
Depois de algum tempo andando, Gina se cansou. Ponderou em voltar para o castelo, mas não queria encontrar suas amigas, então resolveu achar um lugar para se sentar. Suas pernas a levaram para o lago da Lula-Gigante. Ele sempre ia até lá quando queria ficar sozinha. Sentou-se num tronco próximo a margem e ali ficou olhando a lula se mexer impaciente dentro do lago. Não sabia o que pensar. Começou a cantar uma música qualquer que lhe veio à mente.
Neste momento, alguém passava por aquele lugar e ouviu a ruivinha cantando. Esse alguém era ninguém menos, ninguém mais que Draco Malfoy! Movido pelo som, o rapaz se aproximou por trás do tronco onde Gina estava sentada e disse algo ao pé de seu ouvido.
-- Puxa, quem é essa sereia que está tentando me encantar nesta tarde?
Virgínia estava apavorada! A voz ao seu ouvido a assustou grandemente. Naquele momento sua vontade se dividia em gritar e em bater naquele débil que a tinha assustado de tal forma. Mas ela nem sabia quem era. Virou-se.
“Ai meu Merlin, é Draco Malfoy! Pronto, minha tarde está perdida. Porque esse idiota tinha que aparecer aqui e agora?”.
-- E aí? Não vai me dizer seu nome? Eu preciso saber quem é essa sereia...
“Parece que ele não me reconheceu. Deve ser porque a gente se viu muito pouco em Hogwarts. O que eu faço? O que eu faço? Pensa Virgínia!”.
-- Ahn... Me diz o seu primeiro! “Eu realmente poderia ter dito algo melhor!”.
-- Oh sim, claro! Draco Malfoy. Ao seu dispor... Porque nunca te vi por aqui antes?
-- Você me viu sim... Só não me notou... “É hoje que eu faço ele de tonto”.
-- E como eu não percebi você? Uma beleza assim é fácil ser notada... “É hoje que eu levo uma no meu papo”.
-- Digamos que eu não era exatamente assim... “Hihihi! Ele é um tonto convencido mesmo...”.
-- Bom, e você vai me dizer seu nome?
-- Claro Malfoy! Você não faz idéia de quem eu seja...
-- Não faço mesmo. Nunca te vi antes...
-- Viu sim... Lembra do seguinte versinho: Livros surrados de segunda mão. Cabelos ruivos. Expressões vazias. Vocês são Weasleys... Lembrou agora?
Malfoy estava totalmente abismado. Não escondia a cara de surpresa. Parecia desapontado e com raiva. No intimo ele sabia que a ruiva Weasley o havia feito de bobo.
-- Você... Você é Virgínia Weasley? Uma Weasley? Ora sua pobretona, como você se atreveu a me fazer de idiota?
-- Eu? Te fazer de idiota? Não preciso disso. Você se faz sozinho. Além do mais, não fui eu quem inventou essa história ridícula da sereia...
-- Cale a boca, Weasley maldita!
-- Calar a boca? Quem você pensa garoto, para me mandar calar a boca? Eu falo quando quero e o que quero! Eu estava aqui sentada em paz até você aparecer quase me matando de susto! Porque você não está com aquela vaca da sua namorada, hein?
-- Não fale assim dela! Você não tem esse direito!
-- Não tenho mesmo! Além do mais eu nem preciso disso, você fala isso para quem quiser ouvir... Não sei se aquela garota é burra demais ou te ama demais para te agüentar chifrando e humilhando ela assim...
-- Escuta aqui sua Weasley idiota, quem você pensa que é para ficar dizendo essas coisas...
-- Escuta aqui você, Malfoy! Você se acha o rei do mundo só porque é rico. Isso não te dá o direito de sair por aí falando o que quer das pessoas, está ouvindo? Você é só um idiota retardado e mimado que se acha o tal... Eu estava em paz aqui. Se você não quer mais ouvir minhas palavras, volte de onde você veio. Eu não te chamei aqui. Tá entendendo?
-- Olha Weasley, eu só vou porque não gosto de ficar em má companhia, se é que você me entende. E como você mesma disse, era para eu estar com a MINHA namorada...
-- Isso, SOME daqui!
Draco saiu bufando dali. Estava realmente fulo da vida. Por ser tão mulherengo acabou dando em cima justo de Virgínia Weasley. Olhando do ângulo dele, a garota era realmente muito bonita, mas era totalmente contra seus princípios um Malfoy dando em cima de uma Weasley. Ele estava fulo consigo mesmo. Não podia acreditar no que tinha feito.
Virgínia continuava na beira do lago. Agora muito menos calma do que estava. Podia-se notar um leve tremor em suas mãos. Tremia de raiva. Os poucos encontros que ela teve com um membro da família Malfoy, terminaram assim. Sua família realmente não se dava com os Malfoy’s.
Após Draco sumir de vista, a ruivinha resolveu que também voltaria para o castelo. Não queria mais nenhuma conversa desagradável naquele dia. Resolveu que iria dormir cedo pra acordar bem disposta para o novo ano letivo. Assim, ela seguiu seu caminho até as portas de entrada do grande salão. Passou por vários lugares, quadros, alunos e fantasmas até chegar ao seu destino: Salão Comunal da Grifinória. Suas amigas já a esperavam.
-- Aff, Gina! Você se perdeu foi? --- Sati perguntou meio nervosinha...
-- Olha Sati, não enche, ok? Já me irritei o suficiente por hoje. Vou dormir.
E sem ouvir mais nenhuma palavra de Sati ou Raven, Virgínia passou direto para o banheiro. Naquele momento a ruiva só queria tomar um banho e cair em sua cama. Foi o que ela fez.
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