Efeitos Comprovados
As férias de Virgínia Weasley já estavam no seu último dia. O verão todo ela havia se esforçado para parecer uma garota diferente, quem sabe talvez, um pouco mais atraente. Parece que ela havia conseguido. Todos da família a estavam achando bem diferente. Somente eles haviam visto a nova ruiva Weasley. A ruivinha acordou muito cedo, o que era quase um milagre se tratando dela. Acordou até mais cedo do que sua mãe. Ela estava realmente muito ansiosa para ir à escola. Às sete horas a garota já estava frente ao espelho, prontinha. Ela estava se achando também muito diferente, e estava gostando de si mesma.
“Bom, se ninguém me notar, pelo menos eu tô feliz comigo mesma...”.
...oooOooo...
Um pouco distante dali, em um dos bairros mais chiques de Londres, uma outra pessoa ainda estava para se levantar.
Os raios de sol que batiam através das finas cortinas acetinadas transformavam o quarto em um lugar parecido a sonho. Clareava e mostrava um lugar muito arrumado e refinado. Havia uma grande cama toda em marfim, com lençóis de seda prateados.
Os raios solares destacavam um corpo que se mexia lentamente na cama. Um corpo de homem. Branco. Cabelos platinados e muito bagunçados. O rapaz na cama resolveu levantar-se quando uma voz feminina mandou pela última vez que ele fizesse tal coisa. Cuidadosamente ele se levanta. Ainda meio sonolento cobre os olhos muito sensíveis à luz forte do sol. Olhos muito azuis, embora possa se notar um tom acinzentado neles. Ele se levanta. Com o corpo semi nu exibe um físico perfeito e atraente. Sem dúvida, fazia muito sucesso entre as garotas. Também era aluno de Hogwarts. Um dos de mais prestígio na escola. Família rica, bonito... É, realmente as garotas caíam em cima mesmo.
Não havia duvida: aquele era Draco Malfoy.
Ele era um cara despreocupado. Dinheiro não era problema. Garotas não eram o problema. Escola e matérias não eram o problema. Draco considerava ter somente um inimigo: Harry Potter. O infeliz quatro-olhos que havia sobrevivido ao ataque de Voldemort! Tirando Harry e seus amigos, Hermione e os Weasleys, não tinha o que lhe perturbasse. Tinha uma namorada de quem não gostava muito, Pansy Parkinson. Achava a garota uma total fútil e ignorante. Às vezes se perguntava o motivo de ainda estar com ela. Aí se lembrava de certas coisas que a garota fazia. E se fosse para Draco Malfoy escolher entre ficar com uma garota legal e sexo, ele ficava com sexo! Então, ele desencanava e admitia que continuava com Pansy porque a garota cedia a todos os seus desejos.
Enfim, com apenas dezessete anos, ele já tinha uma vida perfeita. Ou pelo menos achava.
...oooOooo...
Como de costume todos haviam se encontrado na estação King’s Cross para embarcarem no trem que ia para Hogwarts. Agora já estavam para chegar na escola. Faltava pouco.
Parece que Virgínia havia conseguido atingir seus objetivos. Todos notaram a ruiva, mas não faziam idéia de quem era. Alguns acharam-na parecida, mas não acreditavam quando ela dizia ser Virgínia Weasley. Ela não demonstrava muito, mas estava radiante por dentro, só em saber que as pessoas haviam notado sua presença.
Como sempre ela havia se dirigido a uma cabine com suas amigas Sati e Raven. As três garotas estavam em um papo animado. Discutiam sobre a nova Virgínia. Sati e Raven ainda não estavam acreditando que Gina havia feito tudo aquilo por ela mesma. Acreditavam ser por causa de algum garoto. Embora Virgínia negasse até a morte, as duas não iriam acreditar nela. A ruiva desistiu de negar sobre esse fato.
Em todas as cabines os alunos estavam meio agitados. Todos comentavam sobre os fatos no último ano letivo. Voldemort havia sido destruído definitivamente. O que definitivamente transformava Harry Potter em um herói no mundo dos bruxos. Isso incomodava o rapaz. Ele não gostava de ter tanta atenção voltada para si. Mas já que as coisas haviam acontecido assim, não havia como negar. Junto com Voldemort os comensais também haviam sido derrotados. O ministério havia resolvido que seria melhor que receberem o beijo do dementador, para que não houvesse risco de fugirem de Azkaban. Malfoy perdeu se pai assim. Assim como dois de seus amigos: Crabbe e Goyle. Eles haviam optado por ser comensais na batalha final. Draco não quis. Embora ele estivesse do lado de Voldemort ele dizia que aquela batalha não era dele. Foi uma decisão difícil de tomar. Seu pai o deserdou por isso. Deixou tudo para Narcisa Malfoy, sua mulher. Narcisa também compartilhava da mesma idéia que Draco, portanto, quando Lucio Malfoy morreu, ela deu parte de seus bens para seu filho, que voltou a vida boa que tinha.
Todos estavam animados, menos Draco que dividia uma cabine do trem com Pansy.
-- Ai Draquinho, agora que estamos no último ano, como vamos fazer para namorar depois que o ano acabar?
“Ai meu Merlin, como eu suporto isso? Essa garota não cala a boca nunca!”.
-- A gente dá um jeito. Se ainda estivermos juntos, claro!
-- O que? Você tá pensando em terminar comigo? Porque? O que eu fiz?
“Porque eu fui abrir a minha boca... Agora ela vai me infernizar até a morte...”.
-- Eu não disse nada disso Pansy! --- Mas poderia ter dito! --- esquece isso, ok?
-- Tá. Então me dá um beijo.
Sem ter como escapar disso, Draco beijou a garota.
...oooOooo...
Toc, toc...
-- Posso entrar? --- Harry batia à porta do quarto de Virginia.
-- Pode sim Harry... “O que será que ele quer uma hora dessas?”.
-- E então, como você está? Como acha que vai ser seu penúltimo ano na escola?
“O que está havendo? Porque ele quer saber como eu estou? Ele nunca se preocupou realmente comigo”.
-- Eu tô bem Harry. Bom, esse meu penúltimo ano eu acho que vai ser bom. Uma pena vocês já estarem no último... E você, como acha que vai ser seu ultimo ano?
-- Ah! Sei lá... É ultimo mesmo... Voldemort já foi destruído, e Sirius já está com sua liberdade... Quando acabar o ano eu vou ir morar com ele...
-- Legal! É o que você sempre quis, ir morar com seu padrinho e sair da casa dos Dursleys...
-- Isso com certeza é! Bom...
“Blá, blá, blá... Esse menino não vai parar de falar? Do que ele está falando mesmo?”.
-- Hãn... Harry, não que eu queria bancar a chata, mas é que já está um pouco tarde e eu acordei cedo hoje, eu já estava indo dormir quando você chegou...
-- Ah! Sim, claro. --- O garoto olha no relógio, vê a hora. --- Puxa, eu não tinha visto que é tão tarde! Eu vou indo então. Até amanhã.
-- Ok, nos vemos no café...
“Aff! Pensei que ele não ia mais sair daqui! Se eu estou disposta a esquecê-lo vou ter que ignorá-lo ao máximo!”.
...oooOooo...
Naquele domingo Hogwarts acordou muito animada. Os primeiro-anistas estavam muito agitados. Era a turma mais bagunceira que Hogwarts já havia recebido. Dumbledore parecia apreciar a bagunça das crianças. Há tempos não havia situação como aquela.
Todos estavam em suas respectivas mesas. Grifinórios, sonserinos, lufa-lufas e corvinais, todos estavam animados. Até mesmo os professores estavam com um ar mais feliz...
Em especial uma grifinória encontrava-se muito feliz: Virgínia Weasley. Estava feliz consigo mesma. Sabia que estava atraindo muitos olhares para si, mas não se importava muito, porque era isso o que ela realmente queria. A garota estava esplendorosa naquela manhã. Seu novo visual era realmente muito bem visto e chamava a atenção facilmente. Suas amigas já haviam se cansado de perguntar onde Gina havia arrumado tais roupas, mas ela simplesmente dizia ter comprado em uma lojinha.
A ruivinha estava muito bem arruma, de acordo com o verão. Havia cortado radicalmente o cabelo. Os longos fios cor de fogo haviam se reduzido a um mero corte bem curtinho, acima dos ombros. Uma franja de lado, muito bem arrumada. Simplesmente perfeita! Usava uma roupa simples, porém bonita. Uma blusinha rosa e uma saia de prega preta, como o uniforme da escola. Nos pés, uma sandália delicada, não muito alta. Por ser manhã, não usava muita maquiagem, mas estava linda. De qualquer forma, maquiagem alguma encobriria aquelas sardas tão evidentes do rosto da garota.
Alguns sonserinos olhavam para a mesa grifinória tentando enxergar o motivo da beleza que todos estavam falando. Alguns, menos Draco Malfoy. Este estava ocupado demais tentando desgrudar sua namorada de seu braço direito.
-- Pansy, dá um tempo! Eu quero tomar meu café! Posso?
-- Ai Draquinho, claro que pode. Eu só estava querendo ficar mais perto de você...
-- Pansy, tenha dó, né? A gente dormiu junto, passamos a noite toda juntos e agora você não me deixa tomar café em paz, reivindicando minha companhia? Tenha santa paciência!
-- Ok! Toma seu café... --- Evidentemente ela estava contrariada.
...oooOooo...
A manhã e a tarde se seguiram em Hogwarts como sempre aconteciam. Alguns alunos se preparavam para o primeiro dia de aula, enquanto outros fofocavam sobre o que haviam feito nas férias. Virgínia estava em uma dessas conversas, onde ela era o ponto principal. Ela parecia não estar gostando muito do papo.
“Ai que conversa boba! Vamos falar o tempo tudo de mim? Acho melhor eu sair daqui para não começar bancar a chata...”.
-- Gente, eu vou dar uma volta até a cozinha para ver se eu arrumo alguma coisa para comer, ok? Já eu volto...
-- Beleza Gin. Mas volta logo, tá?
-- Pode deixar... “Volto, volto sim... Depois que vocês estiverem dormindo!”.
Assim a ruivinha deixa suas amigas e sai do salão grifinório sem rumo. Ela não iria realmente para a cozinha, isso só era um pretexto para que a ruivinha pudesse sair daquela conversa tão sem conteúdo. Desceu as escadas até chegar ao grande salão. Não havia quase ninguém por ali, apenas alguns dos novos alunos que zanzavam tentando conhecer o castelo. Os fantasmas também eram vistos vez ou outra passeando e conversando sobre algo que Gina não dava muita atenção.
Virgínia foi andando até chegar na grande porta do salão de entrada. Por um momento ponderou se era aconselhável que ela saísse do castelo àquela hora. Mas depois de se lembrar que não havia mais nada a se temer no mundo bruxo, Gina resolveu dar uma volta pelos arredores de Hogwarts.
Pelo jeito, ela não foi a única a ter essa idéia...
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