Detenção



-- O poder de se transfigurar em animais é uma coisa muito aproveitável, porém um animago tem que ter muitos cuidados com esse poder... --- A professora Minerva estava tentando se concentrar em sua aula enquanto uma japonesinha persistia em querer conversar com uma ruiva.

-- Hey Gina, porque você chegou tão nervosa ontem? Com quem você brigou?

-- Sati, me deixa em paz! Eu quero prestar atenção na aula...

-- Ah, me conta! Você é um gênio em animagia, tudo que ela está falando você já sabe...

-- Mas eu quero ouvir...

-- Conta vai...

Virgínia já havia se irritado há algum tempo. Não agüentou mais e explodiu com a amiga em plena aula da professora Minerva.

-- Olha Sati, pára de irritar! Depois eu te conto! Mas que caramba, viu? Ô menina futriqueira...

Todos olhavam para as duas agora. Gina sentiu sua face arder de vergonha. Odiava ser o centro das atenções. Mas ela não teve nem tempo de se envergonhar...

-- Dez pontos a menos para a Grifinória... E Srta. Weasley, detenção para você. --- a professora se virou novamente para o quadro, mas Gina se sentia injustiçada demais para ficar quieta.

-- Mas professora, a culpa foi da Sati! Foi ela quem ficou me irritando. Porque ela também não ganhou detenção?

A professora lançou um olhar para Gina. Ponderou por uma questão de segundos e disse:

-- Mais quinze pontos serão descontados da Grifinória. Dez por causa a Srta. Sati. E mais cinco por causa da sua impertinência, Weasley. Você também vai ganhar mais três dias de detenção por retrucar sobre uma decisão minha.

Gina estava ainda mais com raiva agora. Por culpa de sua amiga ela havia feito a Grifinória perder quinze pontos, e ainda por cima pegara quatro dias de detenção. Sua vontade era de pular no pescoço da japonesa e esganá-la, mas achou melhor apenas trocar de lugar. Isso não foi preciso, porque enquanto ela arrumava suas coisas o sinal tocou indicando o fim da aula. Enquanto Gina se dirigia a porta ouviu a professora dizer:

-- Não é porque você é da minha casa que eu vou ficar te protegendo. Apareça aqui mais tarde para falarmos da detenção.

Gina estava realmente fula. Mataria um se necessário. E quando ela pensou que não poderia piorar, se enganou...

-- Oi Gina, beleza?

“Ai, não acredito que vou ficar encontrando com o Harry...”.

-- Oi Harry, eu tô bem sim. Só que estou com um pouco de pressa... A gente se fala mais tarde, ok?

-- Ok, Gina...

-- Então bye, Harry... --- Sem esperar mais nada a garota saiu da presença do garoto.

Mesmo vendo que sua amiga estava muito e que já havia perdido alguns pontos logo no primeiro dia de aula, Sati continuou a insistir com Gina. Logo, Raven também se juntou a isso.

A cada segundo, Virgínia Weasley se sentia mais enfurecida. Controlar seu gênero nunca foi o forte da ruivinha. Ela estava a ponto de explodir. A ruiva trocava de lugar e lá vinham suas amigas atazanar, querendo saber o que havia acontecido na tarde anterior...

A partir da quarta aula, Gina resolveu se retirar da sala. Era aula com o professor Bins, então ela resolveu matar as aulas seguintes também: Herbologia e DCAT.

Enquanto tentava encontrar um lugar bom para se sentar, ele teve mais uma surpresa desagradável: encontrou Draco Malfoy!

Os dois quase que brigam novamente, mas quando grado quis abrir a boca para praguejar alguma coisa, apareceu a Madame Norra, a gata de estimação de Argo Filth. Antes que se metessem em alguma encrenca, Draco e Gina sumiram do corredor, porque tinha plena consciência de que se Filth os pegasse, eles estariam mortos.

Cansada daquele dia, Gina resolveu que seria melhor seguir para o seu quarto e dormir até o outro dia. Quem sabe ela tivesse mais sorte na terça. Ela chegou, trocou de roupa, imaginou uma boa desculpa para não ter aparecido nas ultimas aulas e se deitou. Quando já estava quase pegando no sono, lembrou-se de uma pequena palavra: DETENÇÃO! Como se sentisse uma vontade de sumir, ela teve que se levantar. Sua missa naquela noite era simples, mas muito cansativa. Ela teria que ajudar a professora Minerva a organizar seus arquivos. E olha que era muita coisa!

Assim, para não dormir, Gina pegou um livro qualquer e começou a ler, para esperar até a hora combinada.

Ela estava lendo um livro de Aritmancia. Na verdade ela não entendia nada do que estava lendo. Ficou um bom tempo com o livro na mão. O sono a estava tomando e ela decidiu trocar de livro. Em sua opinião nenhum dos livros ali eram bons para passar o tempo. Olhou, olhou e olhou. Nada! Foi aí que ela se lembrou que ainda não tinha dado uma olhada no diário que encontrou no quarto de sua mãe. Gina estava a procura-lo quando alguém bateu a porta de seu quarto.

-- Quem é?

-- Sou eu Gin, o Harry.

“Ai, não acredito nisso!”.

-- Pode entrar Harry, a porta está aberta...

Assim que Harry entrou já foi logo perguntando porque a garota não havia permanecido nas outras aulas restantes. Gina deu uma resposta qualquer. E definitivamente não queria conversar com o ‘garoto que sobreviveu’.

Sem querer Virgínia olhou para o relógio e achou sua “salvação”. Não que ela gostasse muito, mas se lembrou da detenção com a professora e viu nisso um meio para se livrar de Harry Potter.

-- Ahn... Harry, eu não vou poder ficar aqui falando com você agora... Tenho detenção com a professora Minerva...

-- Virgínia Weasley! Por acaso você está querendo fugir de mim, é?

“Ah sim, coooom certeza!”.

-- Não, não. Imagina... Porque eu faria isso? “Talvez porque eu quero te esquecer”. Eu tenho mesmo detenção hoje. Culpa da Sati...

-- Ah, sim... Eu estava brincando. Sei que você não está querendo me evitar, não é mesmo?

“Se você fosse um pouco menos leso se tocaria disso”.

-- Imagina! Eu nem tenho motivos para isso... “Só o de te esquecer...”. Olha, deixa eu ir antes que a própria McGonagall venha me buscar. Tchau!

-- Vai então. Tchau...

“Ainda bem! Pela primeira vez eu gostei de uma detenção”.

Virgínia não sabia, mas ela não era a única a cumprir detenção naquela noite.





...oooOooo...



“Droga! Com tantas pessoas em Hogwarts, eu merecia cumprir detenção justo com essa menina?”.

Virgínia Weasley cumpria detenção com ninguém menos, ninguém mais que Pansy Parkinson. Para Virgínia não havia reais motivos para odiar essa garota, mas sabia que ela também não gostava muito de sua presença. Enquanto tentava organizar os livros, que eram relativamente grandes e pesados, Gina tentava não olhar muito para sua companheira de detenção. Temia que a ‘falsa loira’ a encarasse mal e resolvesse arrumar mais encrenca.

Por outro lado, Parkinson não se cansava de lançar olhares para a ruivinha. Isso incomodava Gina, mas ela preferiu ignorar.

Por volta das onze e meia da noite, o silencio entre as duas foi quebrado. A ruiva que estava bem distraída olhando para a capa de um dos livros da professora, tomou um susto com a voz que se dirigia a si. Achou muito estranha a frase a seguir:

-- Escuta Weasley, eu já terminei minha parte, quer que eu te ajude com a sua?

Virgínia não sabia o que responder. Ela estava achando muito estranho que Pansy Parkinson quisesse a ajudar. Logo ela? Porque? Será que tinha alguma coisa má por trás disso? Ela resolveu arriscar.

-- Ah sim... Se você quizer, eu aceito sim.

Pansy passou para o lado de Gina e começou a separar uns livros... As duas estavam em silencio. Isso parecia incomodar um pouco as duas garotas. Gina, assim como Pansy, era muito conversadeira.

-- Então Parkinson, porque você pegou detenção?

-- Ah! Peguei porque eu estava muito curiosa. O Draco estava muito irritado hoje. Ontem ele discutiu com alguém, não quis me contar. Então eu fiquei insistindo. Durante a aula de Transfiguração a professora me deu a detenção. O Draco perdeu pontos e eu peguei a detenção. E você? Porque está aqui?

-- Pelo mesmo motivo. Discuti ontem e uma amiga estava insistindo para eu contar. Explodi com ela. Ela perdeu os pontos e eu estou aqui...

Pansy parou por um momento, ponderou e...

-- Então foi com você que o Draco brigou?

-- Pois é. Desculpe eu falar, mas ele é muito convencido. Começou a me insultar e eu não deixei para menos...

-- Eu entendo. O Draco é mesmo muito convencido. Uma coisa que eu não entendo bem é essa birra que ele e a família têm contra a sua família... Você sabe o porque disso?

-- Bom, eu nunca fui realmente atrás de saber o porque disso, mas o que eles mais atacam é nossa classe social, já que somos todos puros-sangues...

-- Isso é. Eu sei da birra que eles têm contra os sangues-ruins, mas aí a implicar por vocês serem pobres? É um pouco demais... Eu acho.

-- E Parkinson, não se importa com isso?

-- Eu? Não, acho que não. Até tem umas sonserinas assim como você. E eu converso com elas. Draco idealiza sonserinos ricos assim como ele, mas nós também temos os...

-- Pobres, pode dizer. Já ouvi tanto isso que nem ligo mais...

-- É que eu não gosto muito de falar...

-- Pansy, posso te fazer uma pergunta? --- A garota fez que sim com a cabeça --- Você sabe de tudo que o Draco faz? De tudo que ele fala sobre você?

Pansy pareceu pensar durante uns segundos, ponderando se respondia ou não a pergunta. Depois respondeu.

-- Sim, eu sei. --- Neste momento a garota abaixa a cabeça --- Mas, o que você tem que entender é que... --- Seus olhos enchem-se de lágrimas --- Eu amo o Draco.

Gina sentiu muita pena da garota a sua frente. Sentiu que não deveria ter feito aquela pergunta. Tentou consola-la.

-- Ai Pansy, me desculpe. Eu não deveria ter perguntado nada. Pensei que você não soubesse. Desc...

-- Não se desculpe, Weasley, todos acham que eu sou uma idiota que não vê as coisas que ele apronta e que não sei o que anda falando de mim. Diz que eu sou oferecida e tudo mais, não é?

-- Virgínia, meu nome é Virgínia. Não sei o que todos dizem porque eu não ando junto desse povinho fofoqueiro, mas... Eu acho que já te chamei de vaca umas vezes...

Pansy olhou para a ruiva a sua frente. Ela tinha no rosto um sorrisinho. Não um de desdém, mas de conforto. Pansy retribuiu com um olhar. Enxugou as lágrimas e voltou a falar.

-- Sabe Virgínia, eu só cedo a todos os caprichos do Draco porque tenho muito medo de perde-lo. Sei que mesmo eu dando tudo que ele quer ele me trai, então fico imaginando que seu lhe negar alguma coisa ele vai me abandonar de vez...

-- Olha, não tenho a ver com tua vida. Mas acho que você está errada. Você não deveria ficar se limitando a viver uma vida a Draco Malfoy. Porque você não tenta mostrar a ele e a todos que você é uma pessoa que pode muito melhor do que parece. Desculpe, mas talvez ele não te valorize porque você não se valoriza. Talvez se ele perceber que você é uma garota que chama atenção não só pela beleza ele se interesse mais por você...

-- Eu não sei como fazer isso. Desde que me entendo por bruxa eu sou assim, sem conteúdo...

-- Não é tão difícil. Olhe para mim! Eu mudei não só por fora, mas também por dentro. Você se lembra de como eu era? Estou melhor, não estou?

-- Com certeza! Aliás, onde você comprou essas roupas?

-- Ai, ai... Pare se ser materialista Pansy! --- As duas riram--- Um dia eu te conto... Bom, esteja disposta a mudar e mude.

-- Não consigo... Hey, você pod...

Minerva McGonagall entrou na sala neste momento.

-- Srtas. Parkinson e Weasley, vejo que já terminaram. Podem ir então. Dentro de 5 minutos quero cada uma das duas em suas respectivas casas. E acho ótimo que vocês não tenham se matado aí dentro...

As garotas se entreolharam...

-- A gente se vê então. Quero conversar mais com você Virgínia.

-- Ok, Pansy. Só espero que não seja de novo em uma detenção.

As duas riram. Depois seguiram para a porta e se dividiram ao atravessa-la. Gina foi para o salão comunal da Grifinória e Pansy para o salão da Sonserina.



...oooOooo...



Gina estava realmente muito cansada naquela noite, o que ela mais queria ela tomar um bom banho e se deitar para descansar.

Tomou o banho e foi se deitar. Ao se deitar começou a pensar se Pansy falaria para Draco que sabia o motivo da briga dele. Por um momento ela quis brigar consigo mesmo. É claro que Pansy iria ir tagarelar para Draco que já sabia o motivo da sua briga e que também sabia muito bem com quem ele havia brigado. Mas, naquele momento Gina estava cansada demais para pensar em uma nova briga com Draco, portanto, a ruivinha dormiu. Mais rápido do que imaginava. Dormiu bem, teve uma boa noite de sono. Até aquele momento. O momento da continuação daquele sonho.

-- Você pode sempre se sentir segura comigo. Sempre...

-- Verdade mesmo? Eu tenho muito medo de não ficarmos juntos, e...

-- Gin, eu já não te disse pra confiar em mim?

-- Sim, mas...

-- Não tem “mas”! É sim e pronto. Você confia e fim.

-- Jura que não vai me fazer sofrer? Jura?

-- Juro, você bem sabe que agora não tem mais nada que nos empeça de ficarmos juntos...

-- É, você tem razão, não há o que temer...

-- Sim... Me dá um beijo?




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