A Discussão com Harry
A semana que se seguiu foi muito agitada para todos os alunos de Hogwarts. Os professores estavam dando muitos testes para poderem ver se os alunos estavam bem “afiados” para os testes finais. A biblioteca passou a semana toda lotada de gente. Era aluno entrando e saindo a todo momento. Sophia, um bruxa magricela e não muito velha que trabalhava por ali estava tendo muito trabalho para manter os livros em ordem nas prateleiras. Enquanto isso, a velha senhora Moast sofria para poder atender a todos e manter a ordem e o silencio dentro do estabelecimento.
Durante as tardes encontravam-se muitos alunos pelos jardins em busca de uma arvore onde pudessem se recostar e fazer algum tipo de exercício escolar. Durante o período da noite os Salões Comunais estavam sempre agitados.
Com toda essa agitação Virgínia ainda não havia encontrado um tempo para falar com seu irmão. Eles se esbarravam, mas Rony sempre desviava o caminho, evitando a garota. Quem sempre vinha, vez ou outra, falar com a garota era Harry Potter. O rapaz havia ficado sabendo, através de Hermione, o que estava acontecendo. Na primeira tentativa de falar com a ruivinha, foi logo cortado por ela. A ruiva não queria nem conversa com aquele moreno. Estava realmente se esgueirando dele.
Mas, no sábado, ela foi pega de surpresa. Enquanto se dirigia ao banheiro feminino deu de cara com “o menino que sobreviveu”, agora pela segunda vez!
-- Gina, pare de fugir! Preciso falar com você.
-- Harry, eu realmente preciso ir agora. Tenho muitas cosas a fazer.
-- Pelo que vejo, você se dirigia ao banheiro, não é? Ou por acaso tem alguma outra porta por aqui? --- ele a olhou, deixando-a sem resposta.
-- Okay Harry, fala de uma vez o que você quer...
-- Aqui não, nossa conversa pode ser longa, e...
-- Ou você fala aqui, ou não falará nunca mais!
-- Tudo bem, tudo bem... Se você quer assim, assim será. Mas acho bom você se sentar. --- enquanto dizia isso ele se sentou encostado na parede esquerda do corredor. Apoiou os braços sobre as pernas dobradas e apontou que a ruiva se sentasse também. Por um momento a ruiva quis ir embora, mas depois refletiu melhor. Acabou se sentando na parede contrária, na direita, frente a Harry.
-- Pronto! Pode dizer. Já estou sentada e escutando. --- ela parecia meio irritada.
-- Gina, o que deu em você? Como você pode se envolver com ele?
-- Você está perdendo seu tempo se pensa q...
-- Me deixa terminar! --- ele a interrompeu. --- Você não sabe o mal que está causando a si própria e... Ao teu irmão!
-- Meu irmão? --- Gina não compreendia aquelas palavras. --- O que tem ele?
-- Você ainda não falou com ele, não é? Gina, o Ron está muito confuso, nem está comento. Seu irmão está com uma aparência horrível. Ele brigou com a Mione. Vive sozinho, não conversa com ninguém. Ele continua irado. Nem comigo ele quer conversa... Você tem que dar um jeito de falar com ele.
Virgínia ficou quieta, pensativa. Ela própria não sabia de tudo aquilo e também não havia reparado muito no irmão. Sua consciência dizia que ela era a culpada de tudo aquilo que estava ocorrendo com o irmão. Depois de um tempo ela tomou uma atitude.
-- Vou agora mesmo falar com ele. Ele é meu irmão, não posso deixá-lo assim! --- ela deu um soco em sua própria mão.
-- Ótimo!... Gin, tem mais uma coisa que preciso falar com você. --- a ruiva o encarou. --- Você sabe que... bem, você já sabe que eu gosto de você, não é verdade? --- a uiva permaneceu calada. Harry, meio que sem graça continuou. --- Bem, pensei que você já soubesse. Talvez Hermione tenha te contado alguma coisa. Vocês são amigas e...
-- Sim Harry, eu já sabia. Mas acho que agora não é hora de falarmos sobre isso. Realmente tenho coisas mais importantes no momento. --- ela se levanta, endireitando as vestes.
-- Mais importantes? --- ele tinha um tom de indignação na voz. --- O que pode ser mais importante do que isso?
-- Meu irmão, por exemplo!
-- Você nem ao menos havia reparado que seu irmão estava mal! Lógico! Estava distraída com aquela cobra asquerosa, não é? --- neste momento ele se põe de pé. Sua voz é irritada.
-- Não diga isso Harry. É claro que eu havia reparado no Ron! Ele é meu irmão! --- sua voz começava a alterar-se, estava subindo o tom. Sua face começava a avermelhar, sinal que a ruiva estava estressando-se. --- E outra coisa --- ela aponta do dedo indicador para Harry --- Nunca mais fale assim do Draco na minha frente, okay? Eu não permito!
-- Há! Mas é claro que você não permite! Tem mais é que proteger mesmo o “namoradinho”, não é? --- a voz do rapaz pareceu muito cínica aos ouvidos de Gina.
-- Sim, eu tenho! Olha garoto, ao menos uma vez na tua vida, deixa de ser egoísta e perceba que o mundo não Gina a sua volta. Se toca! Agora você é só mais um no meio de tantos! Se você pensa que vai chegar, dizer que gosta de mim e que eu vou sair correndo atrás de você, meu querido, você está muito enganado. Agora, me dá licença. Tenho muito mais o que fazer do que ficar aqui ouvindo você falar.
A ruiva tentou sair do corredor, foi quando Harry a segurou pelo braço. Pretendia dizer alguma coisa quando a ruiva o encarou com um olhar furioso.
-- Me larga ou eu vou gritar! Sou capaz de inventar que estava me agarrando a força!
-- Você não seria capaz de fazer isso...
-- Me larga! --- a ruiva disse pela ultima vez. --- Eu vou gritar! --- Harry não a soltou.
-- Se você fosse realmente gritar, já estaria aos berros! --- ele disse a encarando.
-- Eu avisei. --- essa foram suas ultimas palavras antes do escândalo. --- SOCORRO! SOCORRO! Harry Potter ESTÁ ME AGARRANDO! SOCORRO!
Harry ficou espantado com os gritos da garota. Não sabia o que fazer. A ruivinha começou a gritar e logo atraiu a atenção de alguns dos fantasmas que passeavam pelo castelo. Ao verem eles se aproximarem, ele a largou.
-- PÁRA! JÁ TE SOLTEI! Pode parar agora com o showzinho. --- ele olhava para os fantasmas enquanto falava com a ruiva.
-- Eu disse que gritaria. Não sou mais a idiota que babava por você Harry.
Nesse momento Harry a encarou. A ruiva tinha em seus lábios um sorriso de satisfação. Não parecia bem um sorriso de contentamento, parecia mais um sorriso cínico, como os de Draco. Harry passou as mãos sobre os emaranhados cabelos e voltou sua atenção à Virgínia.
-- Você tem razão Virgínia. Você não é mais a mesma. Aprendeu direitinho a ser uma sonserina.
-- Você ainda não viu nada Harry. --- Harry se aproximou novamente dela. --- Não coloca as mãos em mim! Eu grito novamente.
Neste momento Harry olhou para o ambiente. Os fantasmas já haviam se dispersado, apenas Nick-Quase-Sem-Cabeça estava por ali observando a cena. Além disso, o intrometido Sir Cadogan passava por um dos quadros.
-- Ele está de incomodando, doce senhorita? --- Gina o ouviu perguntar assim que chegou. --- me diga! Sou um defensor de donzelas em perigo! Onde houver um patife eu apareço!
Era possível ouvir o barulho metálico de suas armaduras através da moldura do quadro. Virgínia não respondeu.
-- Okay Virgínia, pode ir.
Sem mais nenhuma palavra a ruiva deu as costas ao rapaz. Dirigiu-se ao caminho oposto de onde ia, voltando ao salão principal. Aquela discussão com Harry havia sido desgastante, mas ela ainda teria outra ainda maior. Estava indo falar com seu irmão.
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