A disputa
Vesti o primeiro casaco que vi pela frente e fui o mais rápido que pude ao Ministério. Um caso que parecia tão simples, estava se tornando num grande quebra-cabeças em minha mente e eu precisava resolvê-lo antes que enlouquecesse. Eu precisava resolver isso pelo Harry.
Ao subir para o escritório, a primeira pessoa que encontrei foi Mary, e decidi começar por ali.
- Bom dia Mary.
- Oh! Senhorita Granger, que bom tê-la de volta! - a mulher baixinha e de óculos me deu um "projeto de abraço", pois estava com as mãos cheias de papéis.
- É bom voltar. Mary...
- Pois não?
- Há alguma coisa aí sobre o caso Harry Potter?
Ela ficou pensativa por alguns segundos, então respondeu:
- Aqui não, senhorita Granger. Inclusive o sr. Potter também anda sumido. Eu tava achando que os dois tinham viajados juntos para um chalé nas montanhas, ou... Digo! Eu já enviei os papéis do caso da Travessa para o arquivo central, mas...
A Mary não sabia?! Mas ela não é a secretária chefe? Ela deve ter lido os arquivos da Travessa, como não sabe nada sobre a... Morte do Harry? Como o JASON sabe, e ela não? Afinal, ela é a superior dele...
- Srtª. Granger? Tudo bem?
- Ah... Sim! Onde está o Jason?
- Na sua sala.
- Obrigada.
Eu a deixei sozinha e desnorteada, e segui para a minha sala no corredor à direita. Parece que continuava exatamente como eu deixei: escrivaninha e estante de madeira, muitos livros, poltrona reclinável, emblema da Sonserina, foto do Malfoy... O que?!
- Jason! - exclamei ao ver meu assistente desengonçado entrando pela porta que ligava a minha sala à do Ronald.
- Ah! - ele gritou, derrubando a caixa e a papelada toda. - srtª. Granger!
- Hoje é o dia de carregar papel nesse escritório?!
- Quanto tempo! - ele veio me abraçar com aquela voz de quem tinha feito besteira.
- Tudo bem Jason, vou ignorar as suas besteira pois tenho algo mais importante para resolver.
- Obrigado! - ele respondeu emocionado, fazendo-me querer voltar atrás no que disse.
- Tudo bem eu quero todas as informações sobre o caso Potter, sobre o caso na Travessa do Tranco e ainda, tudo o que você conseguir sobre Tomas Norton.
Eu pude senti-lo hesitar por alguns segundos.
- O que foi Jason?
- Bem, senhorita Granger, é que... A senhorita ficou longe por muito tempo e...
- O que?!
- Bem, é que... Pra conseguir esse tipo de informação, e tudo o mais...
- Desembucha Jason!
- A senhorita terá que pedir ao investigador do caso! - ele falou extremamente rápido, e eu senti que estava prestes a descobrir qual foi a besteira que ele fez dessa vez.
- Tá bom, eu posso trocar facilmente de posição com ele. Quem é o investigador do caso mesmo?
Ele ficou em um silêncio tenso, e eu pude sentir um hálito frio próximo ao meu pescoço:
- Muito prazer, sou Draco Malfoy.
Um minuto de silêncio. Acho que naquele momento eu inspirei todo o ar daquela sala, e Jason sentiu, pois sem nem olhar, eu percebi que ele estava tremendo.
Eu achando que nada podia ficar pior, e das centenas de agentes nesta droga de Ministério, tinha que ser quem?!
Enfim, o dito cujo sentou-se na minha poltrona, e colocou os pés na minha mesa. Ele tava pedindo pra morrer...
- Algum problema?
- Eu conheço você, imbecil. - respondi entredentes.
- Sorte sua. A maior reclamação das garotas, na maioria das vezes, é: "Oh! Draco! Onde você esteve durante toda a minha vida?!" - o idiota me provocou. Ah! Vai ter troco Malfoy!
- Ah... Srtª. Granger, o Sr. Malfoy...
- O que este idiota está fazendo na minha sala, Jason?! - me virei para ele, que parecia se segurar para não molhar as calças.
- É exatamente o que...
- Minha sala, você quer dizer. Senhorita Granger.
- Como é?! - lancei nele o meu olhar mais assustador, e o cretino deu aquele sorrisinho irônico.
- Então Srtª. Granger, como eu dizia...
- A sala estava desocupada, e alguma coisa dela me atraiu de uma forma incontrolável, - ele estava cutucando onça com o dedo! - então, com o consentimento do nosso querido JASON, tomei posse dela!
Eu respirei fundo. Ele estava brincando comigo. Aquele... Ele estava se divertindo às minhas custas!
- Tudo bem Malfoy, mas ela está sendo REocupada, então se você nos der lincença...
- Você não me ouviu? - ele tirou os pés da mesa, cruzando as pernas e brincando com os dedos. Aquilo só não me irritava mais do que aquele sorrisinho que não saía do canto da boca dele. - Eu tomei posse da sala. E a daria com prazer de presente pra você, se não tivesse me apegado tanto a ela. Ou se você fosse mais bonitinha, mas talvez haja algo que você possa fazer pra me convencer...
- Tá me chamando de feia?! - eu bati forte com as mãos na mesa e o encarei de mais perto. Tenho certeza que, pelo menos por uma fração de segundo, consegui substituir aquele sorrisinho por um olhar assustado... Tenso, talvez. Confuso?
- Você já se olhou no espelho? Já pensou em se candidatar para ser o espantalho de "O Mágico de Oz"?
Ele me mostrou um espelho. Eu juro que me segurei com força naquela mesa pra não agarrar aquele pescoço branquelo. Poxa, meu cabelo nem tava tão bagunçado assim... Bem, eu não tinha penteado ainda, mas até que tava bem preso.
- Tá Malfoy, não me interessa o que VOCÊ acha. Olha, eu vou ignorar o fato de que você esqueceu que eu era a dona da...
- Bem, eu vou deixar os dois a sós... - Jason disse, saindo despercebido.
- Hermione, querida, é claro que eu não esqueci de você ao ficar com a sala... Eu deixei reservada pra você a melhor de todas: A minha Antiga sala! - ele sorria sinicamente ao me indicar a porta à minha esquerda. - Aproveite!
Eu vou te matar, eu vou te matar...
- Droga Malfoy! A sua sala é exatamente igual a essa! Qual o problema em voltar?!
- Não é igual. Essa aqui tem, algo especial... - ele disse, se levantando e vindo para perto de mim. - Você não sente? - ele se aproximou perigosamente de mim. Tive que me esforçar para ficar de pé, pois minhas pernas tremiam. Desde quando eu tinha medo do Malfoy? As pessoas tremem de medo quando encontram seus inimigos, certo?
- Sai de perto de mim imbecil! - falei histericamente, saindo de perto dele em um salto. - Jason, você já fez... Cadê ele?!
- Saiu há um tempão.
- O que?! Como ele ousa me deixar sozinha com você?!
Calma. Droga, o idiota do Malfoy me fez esquecer o motivo de eu estar ali! Eu tenho que resolver o caso do Harry, preciso falar com o... investigador. Preciso beber alguma coisa com urgência!
- Ok Malfoy. Você tem uma hora pra deixar a minha sala, senão...
- Senão?
- Não queira nem saber.
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