O despertar
Eu estava comendo uma rosquinha deliciosa de chocolate e conectei algumas coisas. Na verdade, encontrei mais peças do quebra-cabeças. A parte ruim, é que quanto maior, mais demorado e difícil de montar; a parte boa, é que como auror da seção de investigação, esse era o meu trabalho, e eu adorava exercê-lo. Além do mais, o fato de ter um enigma nas mãos (e uma rosquinha de chocolate deliciosa e inspiradora), me abriu o apetite(literalmente) para voltar a trabalhar. Eu precisava reorganizar minha agenda, fazer alguma coisa da vida... Investigar a morte do Harry e me vingar dos culpados. Bem, parece que alguns já foram presos, não sei direito. Não sei mas nem pegar táxi! Sinceramente? O serviço de entregas é a melhor invenção da humanidade!
– Pois bem Hermione, você sabe o que deve fazer! – falei para mim mesma. Tá, eu tava encarando a rosquinha, mas a mensagem foi pra mim. – Vou te comer antes que eu enlouqueça. – agora foi pra rosquinha.
– Alô? Mary?! – Falei quando a secretária chefe do meu departamento atendeu. Na verdade, tive que passar um bom tempo tentando convencê-la de que não era um trote e eu não era um fantasma, mas vamos resumir essa parte. – Não Mary, não é um trote e eu não sou um fantasma. Passa pro Jason agora, é urgente, tem um pombo fazendo confusão no meu apartamento e eu preciso que ele venha resgatá-lo amigavelmente.
Jason era meu aprendiz de secretário. Tá, aprendiz de assistente, ele não gosta que o chame de secretário pois acha que vão imaginá-lo usando óculos, com belas pernas e saias de secretária. Bruxos, vai entender. Quanto à história dos pombos, Mary diz que não se deve usar magia contra pombos, nem fazer mal a eles, pois são sagrados. Entretanto, ela morre de medo de chegar perto, pois diz que dão má sorte. Ou seja: bruxos, vai entender...
– Herm... Srta. Granger? – A voz dele tremia quando finalmente chegou ao telefone. – É a senhorita mesmo?
– Não Jason, eu sou o fantasma da sua avó! Por que demorou tanto?!
– M-Mary tava tentando me convencer de que era a senhorita mesmo...
– E por que raios você perguntou de novo?! Não importa, voês são muito exagerados, nem faz tanto tempo assim...
– Seis meses, vinte e um dias, 7 horas, 34 minut...
–Tá! Já entendi! – Por que ele falava comigo como o Neville falava com o Snape?! - Você contou cada dia que estive fora?!
Silêncio. Eu podia imaginar a cara de constrangimento que ele estava fazendo, e por um momento, senti mais vontade ainda de voltar. Parece que senti falata do meu assistente desastrado, mas ele não precisa saber.
– Esquece, vamos direto ao ponto: o que você sabe sobre aquilo?
– Aquilo? – ele sussurrou de volta.
– É! Aquilo. - respondi,sussurando também.
– Ah! Bem, aquilo... Por que estamos sussurrando mesmo?
– Ah não sei Jason! Desembucha logo! – perdi a paciência. - Para de repetir “aquilo” e me fala logo daquilo.
– Bem, eu adoraria mas... O que exatamente seria aquilo, senhorita Granger?
– Aquilo é a sua... Deixa pra lá. - Ó Merlim, dá-me paciência! - O caso P-Potter.
– Aaah aquilo! - ele disse aliviado, então mudou bruscamente para um tom mais sério. - Digo, aquilo... Bem, desculpa srtª. Granger, é que eu fiquei aliviado por descobrir o que era aquilo, não pela existência daquilo...
– Jason, se você falar a aquilo mais uma vez, eu te demito!
– Certo. Bem, sobre aqui... Digo, isso... Bem, eu lembro que o sr. P e o sr. Weasley...
– Senhor Potter, Jason! Ele não vai virar o novo aquele-que-não-deve-ser-nomeado, ok? - eu corrigi, vestindo um casaco e me encaminhando para o Ministério, com o celular ainda na mão.
– Certo. Bem, o sr. Potter e o sr. Weasley saíram apressados daqui naquele dia dizendo que tinham algo a resolver...
– Que caso?!
– Não sei. Tinha algo a ver com a Travessa do tranco e comensais da morte. Eu acho... Não me deram muitas informações, o caso está sendo super abafado: "não podemos deixar que os bruxos saibam que seu grande heroi está morto, ainda mais de uma forma tão simples e indigna." Esse é o discurso dos chefões!
– E o que Norton tem a ver com isso?
– Norton?! Tomas Norton?
– Não Jason, seu avô Norton!
– Não é norton srtº Granger, meu avô se chama...
– Eu não quero saber como seu avô se chama Jason! É claro que é de Tomas Norton que eu estou falando! - ele realmente conseguia me tirar do sério...
– Ué? Por que ele teria algo a ver srtª. Granger? Norton está preso há cinco anos, esqueceu?
Jason não sabe do que aconteceu?
– A senhorita mesma o prendeu!
Eu desliguei o telefone na cara dele. Como assim Jason não sabia do ocorrido? Quem mais não sabia? Melhor, quem sabia além de mim e do Rony?
Essa história estava muito mal contada, e tinha o dedo do Norton no meio. Como ele saberia da morte do Harry dez minutos depois de ocorrer, se o assunto ainda está sendo abafado e ele aparentemente não teve nada a ver? E como ele sabia que eu estaria chorando minhas mágoas em Hogwarts, quando só as pessoas muito próximas sabia desse meu costume? Pior! Como ele entrou em Hogwarts, quando o próprio Voldemort teve dificuldades?
– MEU DEUS! O que eu estive fazendo todo esse tempo?!
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