Invasão de domicílio
Desci para o restaurante do Ministério e comprei uma cerveja amanteigada, depois sentei e fiquei encarando ela.
– Por que essas coisas têm que acontecer logo comigo?! - fiquei falando com um copo. - Poxa, você perde o seu melhor amigo, tenta se recuperar, resolve se erguer e resolver o caso dele, descobre que a droga do investigador é o seu inimigo mais irritante, e ainda por cima perde a sua sala! Eu batalhei por aquela sala quando cheguei aqui. O Harry ficava mais nela do que na dele... Poxa, eu ainda sinto a presença dele lá!
Prendi os cabelos, porque já estavam enchendo a minha paciência. Não eram os cabelos, mas era melhor eu ignorar a verdadeira fonte dos meus problemas.
– Afinal, é só uma sala, certo?
Pois muito bem, deixemos isso de lado. Preciso descobrir a conexão entre o Harry, o Norton e o caso na Travessa do Tranco. Boa coisa com certeza não é.
– O que você acha? - perguntei pro meu copo de cerveja amanteigada. - Primeiro uma rosquinha, e agora falando com a minha cerveja? Será loucura?
– Pode ser. Ou talvez, falta de amigos...
– Rony! - me levantei e dei um abraço nele. A mesma cara de idiota de sempre. No bom sentido, claro. - Estou de mal de você!
– O que eu fiz?!
– O que você não fez. Eu fiquei com saudades, poxa! Você me abandonou naquele hospital e me esqueceu...
– Me desculpa Mione, é que a minha vida tem estado tão confusa ultimamente...
– Nem me fale.
– Posso compensar isso?
– Deve!
– Ok. Então me encontra mais tarde naquele restaurante comida esquisita, e eu como um prato de... Yaki... Yeti... Minhoca com molho!
– Yakisoba, Rony!
– Isso aí! Fechado?
– Já vai?
– Tenho que resolver umas coisas urgente pra... Pra Luna... - ele ficou notavelmente sem graça, mas eu perdoo.
– Ok. Fechado!
Dei um abraço nele e bebi de uma vez a minha cerveja. Já me sentia bem melhor.
"Só preciso agora começar as investigações..."
Saí determinada rumo à Central de Arquivos do Ministério. Mary disse que tinha deixado os papéis do caso da Travessa do Tranco lá, e eu tinha que começar por algum lugar. Além disso, queria adiar o máximo possível o meu reencontro com o Malfoy.
Mostrei minhas credenciais, assinei uns vinte mil papéis, esperei mais cinquenta mil ligações, e finalmente consegui os arquivos. Teria sido tão mais fácil pedir à Mary! Mas quanto menos gente se envolver com isso, melhor.
– Lar doce lar! - de volta ao apartamento, joguei minhas roupas pro alto, veti um camisão e me joguei no sofá com meus arquivos e um pacote de rosquinhas.
"No dia 25 de Março blá, blá, blá... Os aurores Weasley e Potter são convocados ir em uma expedição à Travessa do Tranco, blá, blá, blá.... Grupo de possíveis ex- Comensais da Morte em reunião suspeita... Não foi necessário o uso de reforços..."
– Não foi necessário? O Harry morreu! Como não foi necessário?
"Cinco malfeitores foram encontrados no local, mortos por legítima defesa dos agentes... Apenas dois feridos... Nenhuma testemunha em condições de dar depoimento..."
– Como assim "em condições de dar depoimenteo"? O que aconteceu?
"Anotar pra perguntar ao Malfoy..."
Tric.
Levantei tensa. Li aquele documento tantas vezes, que nem reparei que tinha anoitecido.
"Rony!"
Mais um ruído. Levantei de supetão e acendi a varinha, mas depois achei melhor apagar. Segui lentamente, tentando fazer o mínimo barulho possível, na direção de onde viera o som, meu quarto.
Parei colada com a porta e encostei uma orelha, tive dúvidas se devia entrar ou não, mas não ouvi nada. Fiquei tensa, mas associei isso à minha paranoia. Abri devagar a porta e fechei imperceptivelmente. Não havia nada ali, apenas a luz fraca das estrelas que entrava pela janela, minha cama vazia, meu guarda-roupas... Suspirei e revirei os olhos.
"Droga! Me atrasei pro jantar com o Rony." E ri de como esse pensamento soou estranho.
– Pensando em mim? - uma voz que eu conhecia bem veio da direção da porta, de onde eu acabara de sair.
– Ah! - gritei de susto, e em um segundo ele me puxou pela cintura e tapou a minha boca.
– É melhor não fazer escândalo.
Comentários (1)
terminaaa!vc vicia agente depois para de escrever!isso não é justo!se eu ñ souber como termina isso eu jogo um avada em mim!
2012-11-22