Scorpius?
CAPÍTULO 3
- SCORPIUS? -
No dia seguinte, após o café da manhã, os alunos de Hogwarts embarcaram no trem para voltar para casa.
- Não acredito que nunca mais voltarei para cá estudar – suspirou Victoire, saudosa, quando se sentou com os primos, Glenn e Matt em uma cabine.
- E eu vou sentir muita falta também – comentou Fred – Principalmente da cozinha, do quadribol e tudo o mais.
- Ah gente, por favor, não comecem – disse James – Vocês virão para a festa de formatura de cada um dos seus primos mais novos e, além do mais, ano que vem a Lily e o Hugo entram. Acho que todos deveríamos ficar felizes por eles.
- Sem falar – disse Rose – que um dia vai ser a vez de vocês embarcarem seus filhos no trem e mandá-los pra cá.
- Filhos? – repetiu Fred – É provável que eu faça como o tio Charlie e embarque apenas meus sobrinhos. Não surgiu mulher nesse mundo que me faça ficar amarrado a ela.
- Cuidado com as palavras, Fred – advertiu Roxanne – É bem capaz de, um dia, você ter filhos suficientes para formar dois times de quadribol. E ser tão bem mandado pela esposa que não vai questionar absolutamente nada do que ela disser. – todos riram com essa observação.
Mais tarde, compraram lanche da mulher que passava empurrando um carrinho e quase o deixaram sem nada. Resolveram jogar Monopoly e, quando se cansaram, Dominique sugeriu que jogassem Clue.
- Mas só dá pra jogar com até oito pessoas... – comentou Rose – E nós somos doze! - acrescentou, contando-os rapidamente.
- Podemos jogar em trios – sugeriu Alvo – Talvez fique mais divertido.
- Apoiado, apoiado! – falou James, entusiasmado.
- Se é assim, acho que Victoire, Fred, Matt e Dominique, por serem os mais velhos, deveriam escolher as equipes – sugeriu Rose.
- Ótima ideia! – falou Victoire – Podemos começar, então?
Assim, foram formados três trios: Victoire, Molly e Louis; Fred, James e Roxanne; Matt, Glenn e Rose; Dominique, Alvo e Lucy.
- Gente, enquanto vocês arrumam tudo, eu vou dar uma passadinha pelos corredores só para ter certeza que está tudo bem... – disse Molly, saindo da cabine – Não demoro!
- Eu já volto também – falou Rose, levantando-se – Vou ao banheiro.
Quando ela estava voltando para a cabine depois de ter usado o banheiro, deu de cara com Scorpius que, ao vê-la, comentou:
- Jesus, apareceu o meu carma.
- Carma? – repetiu a ruiva, chocada – Não sou o carma de ninguém!
- É sim – teimou ele – Meu carma.
- Escuta aqui, Malfoy... – disse Rose, irritada – não sou carma nenhum, muito menos sua, seja lá o que for! Nunca, você entendeu?, absolutamente nunca, serei alguma coisa sua!
- Não faça previsões, Weasley, isso é perigoso – disse Scorpius, seriamente, afastando-se e deixando-a sozinha.
Rose correu atrás dele, dizendo:
- Você é realmente um grosso, Malfoy! Aparece do nada, me chama de carma e vai embora sem falar nada! Nem se despede de mim!
Ele se virou abruptamente, o que quase fez com que Rose trombasse nele.
- E por que eu deveria me despedir de você?
- Porque é uma questão de bons modos – disse ela, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Certo... – respondeu Scorpius, pensativo – Agora me responda: desde quando nós tratamos um ao outro com bons modos, a não ser quando fomos obrigados?
- Bem, desde... – Rose embatucou ao achar a resposta.
- Então...? – incentivou o loiro.
- Desde nunca – murmurou, a contragosto.
- Você é realmente inacreditável, Weasley. Sinceramente, acho que você é doida de pedra.
- Eu não sou doida de pedra! – afirmou, irritada.
- Jura? – disse Scorpius, fingindo surpresa – Ao que parece, seus pensamentos são completamente divergentes... não sei se é isso que se chama de não-doida.
- O problema, Malfoy, é que você está curtindo uma enorme dor de cotovelo porque eu também ganhei o prêmio de melhor aluno do 1º ano – disse ela, empertigando-se.
- Vamos ver o que a mente brilhante tem a dizer sobre o assunto... – disse, irônico.
- Eu já disse. Eu ganhei o prêmio, o que te frustrou – explicou.
- Muito bem – respondeu, passando a mão pelos cabelos loiros – Em algum momento eu disse que ganharia o prêmio sozinho? – ele esperou um pouco antes de continuar – Não. Eu nunca disse isso. Só dizia que ia ganhar. E o que aconteceu? Eu ganhei. Pronto. Fim de história. Nada de frustração ou seja lá o que for que se passa na sua cabecinha oca.
Rose não disse mais nada. Simplesmente não havia o que dizer. Sentiu-se completamente sem palavras pela primeira vez na vida.
Scorpius sorriu, vitorioso, e disse, antes de ir embora:
- Então, tchau. Boas férias, cabelo de fogo.
Rose não se mexeu. Estava se sentindo completamente idiota.
- Cadê seus bons modos, Weasley? Não vai me responder? – gritou ele de longe ao mesmo tempo em que Alvo aparecia no corredor.
- Tchau, Malfoy! Vai te catar! – gritou em resposta.
- O que aconteceu, Rose? – quis saber Alvo, aproximando-se.
- Adivinha, Al – desafiou ela, revirando os olhos – O Malfoy, sempre o Malfoy – continuou, sem esperar resposta.
- Sempre o Malfoy – repetiu ele – Fala sério, essa implicância já tá me enchendo. Acho que aí tem coisa.
- Não tem não! O problema é que esse cara me irrita!
- Esse cara? Rosie, aconteceu alguma coisa com você? Nunca te vi falando assim – completou.
- Escuta aqui, Alvo... – começou ela, mas logo foi interrompida pelo primo, que disse:
- Olha só, Rose, tá todo mundo te esperando para começar o jogo. Até a Molly já chegou. Só vim saber se você vai jogar ou se vai ficar aí de implicância com esse cara.
Rose não disse nada. Simplesmente acompanhou o primo de volta para a cabine, onde passaram o resto do dia jogando.
Por volta de 18h, chegaram à estação de King’s Cross. Demoraram um pouco cumprimentando os tios antes de cada um poder tomar o rumo de casa. Harry e Gina e Ron e Hermione moravam em um subúrbio trouxa em casas vizinhas e, por isso, foram os únicos a permanecer juntos na volta para casa.
Antes de cada uma entrar no carro de seu pai, Lily disse a Rose:
- Hoje você vai dormir lá em casa. A tia Hermione e o tio Ron vão fazer uma viagem urgente para o Ministério e vão deixar você e o Hugo lá – dito isso, ela entrou no carro de Harry.
Ao entrar no carro do pai, Rose ficou sabendo que aquela viagem tinha alguma coisa a ver com o julgamento de um criminoso britânico muito procurado e que fora capturado no Brasil. Como chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia, Hermione não tinha opção senão ir. Aproveitando a deixa, Harry designara Ron como o auror que a acompanharia.
Dessa forma, Rose só teve tempo de deixar o malão em casa e de pegar algumas roupas e colocar na mochila, visto que Hermione já tinha separado bastante coisa para ela, como xampu, sabonete, creme, escovas e afins.
- Filha, seu pai e eu não vamos demorar. Se der tudo certo, em três dias estaremos de volta – explicou Hermione, abraçando-a carinhosamente.
Rose e Hugo simplesmente não tinham do que reclamar quando ficavam na casa dos tios. Gina e Monstro, que embora estivesse bem velho mostrava muita disposição, fizeram um jantar perfeito. O jantar fora, ainda, divertidíssimo, principalmente porque Teddy estava morando lá agora e teve que aguentar as piadinhas de James e do padrinho sobre Bill e o engasgamento com a farofa do peru.
Terminado o jantar, os meninos foram assistir a um filme na televisão. Harry e Gina deram uma saída, tendo recomendado a todos que obedecessem a Teddy e que não dessem trabalho para o Monstro.
Lily, por sua vez, esperou Rose terminar de escovar os dentes para arrastá-la até o seu quarto, fechando a porta atrás delas depois que entraram.
- Escuta, Rose... você vai dormir no meu quarto. Como o Teddy veio morar aqui, ele ficou com o quarto de visitas que tinha aqui em casa – explicou ela, jogando a mochila de Rose em cima do sofá-cama que Harry comprara recentemente – e o Hugo vai dormir no quarto do Al, porque é meio perigoso deixar qualquer pessoa dormindo no quarto do James...
Rose caminhou até o sofá e se sentou, abraçando uma das duas almofadas que estavam sobre ele.
- Tem travesseiros extras no quarto da mamãe; eu posso pegar para você.
- Não precisa – disse Rose – Gostei dessa almofada.
- Muito bem – disse Lily, esparramando-se no tapete enorme que havia entre sua cama e o sofá. Ela pegou uma almofada que James e Alvo lhe deram, em que estava escrito “A MELHOR IRMÃ PENTELHA DO MUNDO” e deitou em cima dela antes de dizer para Rose: – Conta TUDO! Sem passar nenhum detalhe.
- Contar o quê, Lily? – quis saber Rose – Te mandei cartas o ano inteiro contando cada detalhe do que acontecia lá na escola. Você não ficou sem saber de nada.
- Rosie, o Al me disse que está preocupado com você – disse a prima, seriamente.
- Por quê?
- Rosie... – começou Lily, hesitante – Me responde uma coisa, sinceramente... mas, por favor, não fique brava comigo!
- Pode perguntar, Lily. O que quiser.
- O que você sente pelo Malfoy? – perguntou, prendendo a respiração.
- O que tem uma coisa a ver com a outra?
- Não faça outra pergunta. Só responde.
- Eu odeio o Malfoy! – respondeu, convicta – Agora é a sua vez de me responder.
- Al me disse que estava preocupado com toda essa implicância sem motivo de vocês. Ele disse que vocês brigam por nada, implicam um com o outro só de se ver... – disse Lily, pacientemente – Al disse que não entende o porquê de tanta briga. Que isso não é normal.
- Olha só, Lily, se qualquer pessoa estivesse no meu lugar e tivesse que aguentar aquela criatura do jeito que eu aguento, te garanto que mudaria de opinião rapidinho – falou, sem se aborrecer.
- Continuo achando meio esquisito, porque o Al não é de ficar falando nada de ninguém.
- Eu sei, Lily. Mas talvez ele esteja preocupado com a aposta. Só isso.
- Sei não... – disse Lily, meio desconfiada, mas sem voltar a mencionar Scorpius.
Nos dias que se seguiram, Rose e Hugo voltaram para casa, embora isso não tivesse feito muita diferença, uma vez que tanto eles quanto os primos estavam sempre entrando e saindo da casa uns dos outros.
Nos últimos dias de férias, Rose tinha acabado de tomar banho e de se vestir para ir à sorveteria com Lily e Alice, que viera com Frank passar o dia na casa de Harry e Gina, quando escutou seus pais chegando do Ministério e, pelo tom de voz que usavam para conversar, Hermione parecia brava e Ron, radiante.
Cautelosa, ela desceu as escadas enquanto escutava sua mãe dizer:
- Isso é simplesmente RIDÍCULO, Ron! Não faz o menor sentido a gente ir para essa festa!
- Claro que faz, Mione! – disse, contentíssimo – Vamos nos despedir de um colega de serviço! Ele precisa saber que o desejamos sorte nessa nova empreitada!
- Faça-me o favor, Ron – disse ela – Você nunca ligou para ele – comentou, subindo as escadas – Oi, filha – acrescentou para Rose, dando um beijo em sua bochecha.
- O que aconteceu, papai? – perguntou para Ron, terminando de descer as escadas.
- Rose, minha linda... a doninha vai embora para a Noruega, levando a sra. doninha e o doninha júnior – disse, alegre, abraçando a filha e girando-a no ar.
- Como é? – perguntou ela quando o pai a devolveu ao chão.
- O Draco Malfoy foi transferido para a Noruega, e a esposa e o pirralho vão com ele. O pirralho vai estudar em Durmstrang – explicou – O Ministério vai fazer uma festa de despedida na próxima sexta-feira e eu acho que devemos ir, afinal, será um dia feliz, concorda? Mas sua mãe acha que não faz o menor sentido a gente ir.
- Eu concordo plenamente com você, papai! – disse Rose, abrindo um largo sorriso – Será um dia muito feliz.
- Assunto resolvido, então – disse Ron, subindo as escadas correndo – Hermione! – chamou, e Rose escutou-o entrar no quarto.
Contente, ela foi ao encontro de Lily e Alice, que a esperavam na varanda da casa.
- Por que toda essa alegria, Rose? – quis saber Lily, curiosa.
- O papai acabou de me contar que o Malfoy vai embora para a Noruega! – respondeu, sorrindo.
- Isso é motivo de tamanha felicidade? – perguntou Alice, sem entender.
- Não queira saber, Alice – disse Lily, com um pesado suspiro – Não vale a pena.
Dito isso, foram para a sorveteria e Rose não conseguia esconder a enorme felicidade que sentia, mesmo que as amigas não tivessem falado nada a respeito.
Durante o resto da semana, esteve de ótimo humor. Sexta-feira, então, ela e Ron estavam visivelmente competindo para ver quem era o mais alegre da casa, enquanto Hermione e Hugo mantinham-se neutros.
À noite, Rose já estava pronta meia hora antes do início da festa. Depois de muito discutirem, Hermione concordou em ir, contanto que Ron nunca mais falasse mal da família Malfoy ou se referisse a eles de novo.
- Ainda não está pronto, Hugo? – perguntou Rose, entrando no quarto do irmão e sentando-se na cadeira da escrivaninha, observando-o ler um livro sobre quadribol deitado na cama.
- Não – respondeu, entediado – Não estou realmente animado para essa tal festa.
- Nossos primos vão estar lá! – argumentou ela – James, Alvo, Lily...
- Eles são os únicos que vão – lembrou-lhe Hugo, sem tirar os olhos do livro – E só vão porque o tio Harry é chefe da seção de aurores e tem que ir para representá-los. O vovô Weasley também trabalha lá, e o tio Percy também. Fora a tia Angelina e a tia Audrey. Nenhum deles vai. Sabe por quê? Eles não são amigos do Malfoy.
- E daí? – disse Rose, petulante.
- Rose, você e o papai parecem estar completamente pirados por causa dessa tal festa – explicou Hugo, pacientemente, deixando o livro de lado – De certa forma, eu entendo por que o papai não gosta muito deles, mas os seus motivos são completamente sem noção. As suas brigas com o Malfoy em miniatura também não fazem sentido nenhum. Pelo que o Alvo me contou, vocês não podiam nem se ver que soltavam os cachorros para cima um do outro por motivos completamente fúteis. Ou sem motivo.
- Quer dizer que, como se já não bastasse o Alvo ficar falando de mim pelas costas com a Lily, agora deu para falar com você também? – disse ela, indignada.
- Ele só está preocupado com você, Rose. Você nunca foi assim – disse Hugo, calmamente.
- Preocupado comigo. Certo – falou Rose, sem se mostrar convencida pela explicação do irmão.
- Rose, não fica com raiva do Alvo, não – pediu Hugo – E é o seguinte: eu troco de roupa, vou à festa, mas, por favor, esquece o Malfoy. Seja superior a ele. Não caia nas provocações, não procure briga com ele. Deixa ele pra lá.
- Tudo bem – disse Rose, entediada – Eu prometo.
- Pode me dar licença, então? – quis saber o ruivo, educadamente.
Sem falar mais nada, Rose saiu do quarto dele e desceu para a sala, onde se sentou no sofá e ligou a televisão enquanto esperava todos ficarem prontos. Pensava no que seus primos e seu irmão achavam de seu relacionamento com Scorpius, se é que se podia chamar assim. No fundo, sabia que eles tinham razão. Era tudo ridículo, mas ela simplesmente não conseguia ficar calada a cada vez que ele abria a boca. Talvez se ele fosse menos arrogante, menos prepotente, menos convencido, menos irritante, menos insuportável, menos chato, menos... Scorpius Malfoy. Não adiantava; ele era assim e ponto. Não iria mudar suas atitudes. Eram elas que o faziam ser quem era. No entanto, no dia da detenção, ele dissera: “Será que você não vê, Weasley, que eu também sou uma pessoa? Feita de carne, osso, sangue, cérebro e coração? Eu também tenho sentimentos, sabia? Também sou capaz de sentir alegria, tristeza, remorso... e se você respondesse a minha pergunta o mais sinceramente possível, faria bem a mim.” E fora bastante educado. E ainda a chamara de Rose! Deus, o que pensar exatamente de uma pessoa assim? Mais: durante toda a semana, comemorara com o pai o fato de os Malfoy estarem indo embora, mas agora que via-se à frente com a possibilidade de ver Scorpius pela última vez, não sabia direito o que sentir com isso ou que pensar de toda essa situação. E, como Hugo disse que Alvo havia falado, ela nunca fora tão sem-educação e tão irritada quanto o fora com o loiro durante todo o ano em Hogwarts. Não sabia o quê, exatamente, estava acontecendo. A mínima noção que tinha era que talvez não fosse nada bom Scorpius ir embora. Talvez Hogwarts perdesse um pouco a graça.
- Está pronta, filha? – perguntou Ron, entrando na sala e arrancando Rose de seus pensamentos.
- Hum... estou sim, papai – disse ela, desligando a televisão e levantando-se.
- Mione, Hugo, estamos esperando vocês! – gritou ele pela porta da sala.
- Já vou, Ron! – respondeu Hermione ao mesmo tempo em que Hugo aparecia na sala.
Rose fitou o pai atentamente. Parecia mais contido do que nos dias anteriores. Não tinha dúvidas de que Hermione brigara com ele por causa de toda aquela animação de novo.
Instantes depois, Hermione desceu, dizendo:
- Pronto. Podemos dar fim nessa história logo?
Sem dizerem mais nada, foram para a garagem e entraram no carro para irem à festa. Rose olhou de relance para a casa dos tios: o carro de Harry não estava na garagem, o que provavelmente significava que já tinham ido.
Ao chegarem ao salão de festas, que era um dos mais cotados em Londres, sentaram-se em uma mesa com Harry, Gina, James, Alvo e Lily. Teddy, embora estivesse em treinamento para auror, não foi, pois preferiu sair com Victoire.
- Cadê a família que está se despedindo de nós? – perguntou Ron, enquanto um garçom o servia de cerveja amanteigada.
- Ainda não chegaram – disse Harry – O Ministro disse a eles o horário errado da festa para que desse tempo de todos os convidados chegarem.
- Ei, galera – disse James, animado – Que tal se fôssemos dar uma volta?
- Dar uma volta aonde, mocinho? – perguntou Gina, desconfiada.
- Por aí, mamãe – respondeu, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- E onde fica “por aí”? – quis saber a ruiva, intrigada.
- Vamos explorar o local da festa, mamãe – disse ela, fazendo cara de santo.
- Deixe-os ir, Gina. Se o James aprontar alguma, eu me responsabilizo pelo castigo que ele irá sofrer – interveio Harry.
- Eu nunca apronto nada, papai – disse James, fingindo-se indignado.
- Realmente, James. E eu sou o Lorde das Trevas – continuou Harry – Podem ir, mas nada de tentar beber uísque de fogo.
Animado, ele se levantou e foi seguido pelos primos e pelos irmãos.
Andaram por todo o salão, cumprimentando os funcionários do Ministério que já conheciam. Havia um palco do lado oposto ao que estavam sentados em que vários instrumentos já estavam posicionados para começarem a ser usados a qualquer hora. Em frente ao palco, uma pista de dança. Havia, ainda, um balcão onde os garçons pegavam as bebidas e as comidas para servi-los de mesa em mesa, mas o barman disse a eles que, se preferissem pegar as bebidas sozinhos, poderiam fazê-lo.
Em frente ao salão de festas, na parte de fora, havia um pequeno jardim muito bem cuidado e, aos fundos, havia uma área aberta onde estavam espalhados vários sofazinhos, pufes e poltronas, o que fazia dele lugar ideal para se sentar e conversar.
- É aqui que eu vou ficar – anunciou James, sentando-se no pufe mais próximo.
Rose, Alvo, Lily e Hugo puxaram um pufe cada um e colocaram-nos próximos uns aos outros, de modo que se sentassem juntos.
- Gostando da festa, Rose? – quis saber Lily.
- Bem, até agora não aconteceu nada que me permita emitir uma opinião, Lily – respondeu.
- Óbvio que não – concordou Alvo – Até porque as atrações principais da festa ainda não chegaram, não é, Rose?
Ela ignorou o primo, ao que James perguntou:
- Al, Lil’... algum de vocês pode me explicar por que mesmo o papai teve que vir, querendo ou não?
- Bem, eu ouvi a mamãe dizer que o Ministro pediu que o chefe de cada departamento viesse – disse Alvo.
- É, e eu também ouvi o papai falando que o Kingsley estava fazendo essa festa mais por causa da sra. Malfoy do que por causa do sr. Malfoy – explicou Lily – Pelo que eu entendi, o pessoal no Ministério parece gostar bastante dela e dele, não.
- A Astoria parece ser uma pessoa sensata – comentou Rose.
Em seguida, ficaram alguns instantes em silêncio, até que Hugo perguntou:
- Ela trabalha no Ministério também?
- Trabalha – respondeu Alvo – Ela faz parte de uma das secretarias do Ministro.
- E o sr. Malfoy... – continuou Hugo.
- Trabalha no Departamento de Cooperação Internacional em Magia – explicou Alvo – E pelo que eu ouvi, ninguém confia muito nele, então ele fica encarregado somente de problemas irrisórios.
- Um problema irrisório vai fazer com que ele tenha que ir para a Noruega? – disse Hugo, sem entender.
- Nesse caso, Hugo, trata-se de deixar um representante britânico lá – interveio Lily – Como o representante que tínhamos lá ficou doente, o Malfoy vai substituí-lo. Pelo jeito, ele foi o designado porque ninguém é muito fã dele no escritório.
- Mas o homem que ficou doente tem o quê? – quis saber Rose.
- Ninguém sabe – respondeu Lily – Nenhum Curandeiro conseguiu diagnosticá-lo.
- E por que é tão importante ter um representante britânico lá? – quis saber Hugo.
- Por causa de Durmstrang, eu acho – palpitou Lily.
Nesse instante, uma movimentação diferente começou dentro do salão. James apertou os olhos na direção dele e comentou:
- Acho que as atrações da festa chegaram.
Juntos, os cinco voltaram para lá e se sentaram à mesa de novo. O palpite de James se provou correto e todos observaram a família Malfoy ir de mesa em mesa cumprimentando os presentes.
- Potter, Weasley, crianças... – disse Draco, visivelmente ressentido e falando a contragosto – Obrigado por virem.
Astoria, por sua vez, sorriu sinceramente e disse:
- É muito gratificante vê-los aqui. Tenho certeza que não deve ter sido fácil abrir mão de outros hobbies para participar da festa. Muito obrigada. Mesmo.
- Realmente, você não faz ideia do quanto foi difícil, Astoria – disse Hermione, educadamente, lançando uma indireta para Ron.
- Não precisam agradecer – disse Harry, conciliatório, levantando-se e trocando um aperto de mãos com a loira – Estamos representando a Seção de Aurores em nome de todos os que não puderam vir – dito isso, ele estendeu a mão para cumprimentar Draco, que a ignorou.
- Draco, por favor. Não seja mal-agradecido – disse Astoria, repreendendo-o – Afinal, você sabe melhor do que eu que não estaria aqui se não fosse por Harry, Ronald e Hermione. Sabe que não é fácil para eles ter que vir para cá. Deveria ao menos ter um mínimo de educação, não acha? É esse o exemplo que quer deixar para o Scor?
Draco engoliu em seco ao mesmo tempo em que James anotava mentalmente uma piada sobre o apelido de Scorpius. Por fim, o loiro disse, com enorme esforço:
- Certo... você tem razão. Potter, Weasley... desculpem-me por isso.
- Como se não soubéssemos que você é originariamente mal-agradecido e mal-educado – resmungou Ron, que levou uma cotovelada nas costelas dada por Hermione.
Para sorte dele, os Malfoy pareceram não escutar: agradeceram novamente e saíram caminhando para a próxima mesa, Scorpius acompanhando-os, sem falar nada.
Rose estranhou essa atitude do menino. Não demonstrara nenhum sinal de reconhecimento dela nem dos primos, nem mesmo olhara para eles!
Uma banda pouco conhecida começou a tocar, animando a festa, e James se colocou de pé imediatamente, dizendo:
- Vamos dançar, Rose? – ela se levantou e o acompanhou até a pista, seguidos por Hugo e Lily.
Depois de um tempo dançando, em que Rose observava Scorpius atentamente e ele continuava ignorando tudo e todos, James disse:
- Não pense que é porque o Scor vai embora que nossa aposta acabou, Rose.
- Scor? – perguntou ela, sem entender, tirando os olhos de cima do loiro.
- Scorpius Malfoy, em apelido da mamãezinha dele – explicou James – E não tenta disfarçar, sei que era para ele que você estava olhando.
- Não estava – disse imediatamente, corando até à raiz dos cabelos – E eu não ia desistir da aposta mesmo.
- Olha só, parece que o Al se deu bem... – comentou James ao ver o irmão se aproximar da pista de dança acompanhado de uma menina de cabelos cacheados muito pretos – Acho que já vi essa garota em Hogwarts. Ela é do seu ano, não é?
- É sim – confirmou Rose, sem entender a súbita mudança de rumo da conversa – Esqueci como ela se chama, mas tenho quase certeza que é da Lufa-Lufa.
James fez a prima girar e disse:
- Com licença, Rose, mas tenho que te deixar sozinha. Vi uma colega minha ali; vou ver se ela quer dançar comigo – e saiu.
Rose suspirou. Lançou um olhar para a mesa em que sua família estava e viu que estava vazia. Assim, foi para a área de sofás que havia nos fundos do salão e sentou-se no primeiro pufe que achou. Estava sozinha lá; todos pareciam estar muito ocupados dançando.
Depois de longos minutos ali, ouviu uma voz conhecida se aproximar, dizendo:
- Pensando na morte da bezerra, Weasley?
Era Scorpius. Ele se sentou ao lado dela, observando-a atentamente.
- Sinceramente, eu não te entendo – disse a ruiva, ignorando a pergunta – Você chega, não cumprimenta ninguém, finge que não conhece nem a mim nem a meus primos e agora vem conversar comigo?
- Vim me despedir – disse Scorpius, simplesmente – Agora você vai poder ganhar sozinha o troféu de melhor aluna todos os anos.
- Você não vai voltar? – perguntou Rose sem medir as palavras e arrependendo-se instantaneamente de dizê-las.
Scorpius a fitou profundamente. Ela não se envergonhou; manteve o contato visual pelo que lhe pareceu uma eternidade.
- Não sei – respondeu, por fim, voltando o olhar para o céu – Mas eu não queria ir, sabe? É muito difícil deixar um lugar em que está toda a sua vida e ir para um país completamente diferente... desconhecido.
Rose não disse nada. Pensava, de novo, na parte em que talvez nunca mais o visse. Ainda não sabia direito o que sentir ou o que pensar. Por fim, decidiu dizer:
- Quer saber? Para mim, é um alívio saber que nunca mais terei que ver você.
- Por esse lado, eu diria o mesmo – respondeu, voltando o olhar para ela de novo – se não estivesse tendo que sair da Grã-Bretanha.
Silêncio.
Scorpius retomou a conversa:
- Eu só dancei uma vez na vida até hoje – comentou, olhando para o salão de festas, em que as pessoas pareciam ainda mais animadas – E foi com você, no baile de formatura.
- Aff, eu sou realmente muito azarada – disse Rose, de forma mal-educada.
- Não quer dançar, Weasley? – perguntou ele, sorrindo – Pelo que eu vi, seu primo te largou sozinha para ir atrás de outra garota.
- Nem por isso – respondeu a ruiva – Tendo escolha, eu prefiro dançar com a lula gigante.
- O problema não é esse – disse Scorpius, levantando-se e ficando em pé de frente para Rose – Você tem medo, Weasley.
- Medo de quê, garoto? – perguntou, cinicamente – De pisar no seu pé? Faça-me o favor.
- Não é isso. Você tem medo de mim – disse ele, jogando os cabelos loiros para trás com um movimento da cabeça.
- Eu não tenho medo de você, criatura – disse ela, revirando os olhos.
- Tem certeza? – continuou.
Rose levantou-se e se aproximou de Scorpius, ameaçadoramente, dizendo:
- Você é realmente irritante, prepotente, nojento... eu não tenho medo de você e nunca vou ter, entendeu?
O loiro não reagiu. Nem mesmo saiu do lugar. Rose agora estava de frente para ele. Quando, por fim, ela se acalmou, continuou no mesmo lugar, fitando-o, ao que ele sustentava seu olhar com intensidade.
Deus, o que estava acontecendo? Rose não entendia nada, não pensava em nada. Parecia ter perdido completamente a linha de raciocínio que a ligava a terra, esqueceu-se de onde estava, do que estava fazendo... perdia-se no cinzento dos olhos do loiro, que fitava os olhos azul-escuros dela sem desviar o olhar um minuto...
Sentiu Scorpius se aproximar mais ainda, um passo apenas, queria sair dali, mas parecia não ter forças, talvez tivesse a perdido, não sabia definir quando ou como... sentiu a respiração começar a falhar, o coração bater descontroladamente... suas pernas pareciam de chumbo, não se moviam, apenas a mantinham no mesmo lugar... tentou pensar em um xingamento para fazer Scorpius se afastar, mas não conseguiu se lembrar de nenhum... será que queria mesmo que ele se afastasse? Também não conseguia desviar o olhar; por que tudo estava sendo tão difícil?
Semicerrou os olhos quando percebeu Scorpius se aproximar mais ainda... não sabia o que estava fazendo, sentia apenas que era o que deveria fazer. Sentiu o hálito dele bem próximo de seu rosto agora. Não conseguia se mexer ainda. Percebeu apenas que a respiração do garoto parecia tão falha quanto a sua.
E, então, finalmente...
- Scorpius! – disse uma voz vinda de dentro do salão.
No mesmo instante, Rose se afastou dele abruptamente. Astoria aproximava-se, olhando de um para o outro, dizendo:
- Filho, estive te procurando um tempão... temos que ir agora; apareceu uma emergência que só o seu pai pode resolver... vamos?
Scorpius olhou para Rose, que não conseguia definir ao certo a expressão dele. Sabia que não devia estar muito melhor.
- Tchau, Weasley – disse, aproximando-se da mãe.
- Tchau – respondeu, simplesmente. Ainda estava meio atordoada.
- Bem, tchau, Rose – disse Astoria, educadamente – Sucesso em Hogwarts.
- Obrigada, sra. Malfoy – respondeu, educadamente, evitando olhar para Scorpius – Boa viagem.
Astoria e Scorpius saíram, deixando-a sozinha. Ela suspirou. Largou-se no pufe mais próximo, pensando no que estava acontecendo logo antes de Astoria chegar. Não sabia definir ao certo o que era. Não achava as palavras, parecia tê-las perdido em um lugar muito, muito distante. Pela segunda vez na vida.
Antes que pudesse levar adiante tais pensamentos, Ron apareceu, alegre, dizendo:
- Filha, graças a Deus eu te achei! Vem para dentro curtir a festa; agora que os Malfoy foram embora é que ela vai ficar realmente divertida!
- Com certeza, papai! – respondeu, sorrindo falsamente, caminhando ao lado do pai para dentro do salão.
Tal como Ron previra, a festa foi bastante animada. Rose aproveitou o máximo que pôde e dançou a noite toda praticamente.
No dia seguinte, Rose e Hugo convidaram James, Alvo e Lily para uma sessão de cinema em casa. O elfo dos Weasley, Mary, fez um balde de pipocas amanteigadas e uma enorme jarra de limonada suíça. No fim das contas, não viram filme algum: deitaram-se no imenso tapete da sala e ficaram comentando os acontecimentos da noite anterior.
- Sabe, eu estou particularmente curiosa para saber onde o James se meteu ontem à noite com aquela menina que estava com ele – disse Rose. Todos voltaram o olhar para ele, ansiosos em saber o que responderia.
- Oras, eu sei que não é isso que vocês querem saber – disse ele – No fundo, sei que estão curiosos para saber se eu fiquei ou não com ela, certo?
- Você é realmente um gênio, maninho! – disse Lily, sorrindo – E então?
- Bem, ela me deu trabalho, mas no fim das contas eu consegui ficar com ela – respondeu, pomposo – Como eu já disse, é difícil para as mulheres resistir ao meu charme.
Rose gargalhou, dizendo:
- Então vê se depois me mostra onde ele fica escondido, porque eu nunca o vi.
- Ah, priminha... logo você dizendo uma coisa dessas? A especialista em achar charmes masculinos inexistentes? – disse James, sutilmente.
- Do que você está falando, James? – perguntou Lily, sem entender nada.
- É – concordou Hugo – Do que você está falando?
- É só vocês pedirem a Rose para explicar – disse ele – Ela sabe muito bem do que estou falando.
Três pares de olhos se voltaram para Rose, ansiosos por uma explicação.
- Eu não sei do que ele está falando – defendeu-se.
- Sabe sim – continuou James – Com quem você estava ontem quando o tio Ron foi te procurar?
- Com ninguém. Eu estava sozinha. Porque você me largou, lembra? E então eu fui para aquela área dos sofás.
- Rose, eu vi o Malfoy ir para lá, ficar um bom tempo e depois sair com a mãe dele – disse James – Vai me dizer que não aconteceu nada entre vocês?
- É CLARO QUE NÃO, JAMES! VOCÊ ENDOIDOU? – gritou ela, levantando-se em um salto.
- Algum problema, srta. Weasley? – perguntou Mary, aparecendo na porta da sala na mesma hora.
- Não é nada, Mary, pode ficar despreocupada. Obrigada – respondeu Rose, esperando-a sair para se voltar para James e continuar ralhando com ele – De onde você tirou isso, criatura? Todos sabem MUITO BEM que eu estou SUPER-MEGA-ULTRA-HIPER aliviada de ver a doninha em miniatura ir embora e você fica aí falando besteira?
- Calma, priminha – disse James com um sorriso maroto – Só estou te alugando um pouco.
Rose bufou, enquanto Alvo, Hugo e Lily rolavam de rir.
- Isso não tem graça, James – disse, irritada – Nem um pouquinho de graça.
- Relaxa, Rose – disse Hugo, sorrindo para ela – Que tal se a gente fizesse guerra de balões com água para refrescar a cabeça?
- Apoiado! – disse Lily, animada – Vou ver se lá em casa também tem! – e saiu correndo.
Hugo foi até a despensa e pegou dois sacos de balões vermelhos. No mesmo instante praticamente, Lily chegou carregando outros dois e acompanhada de Glenn.
- James, você esqueceu seu amigo lá em casa... – comentou, entregando os balões para Hugo e acompanhando-o até o quintal para enchê-los.
- Foi mal, cara – disse James, levantando-se para cumprimentá-lo – Nem lembrei que você vinha hoje.
- Tudo bem, eu cheguei agora – explicou – e o Monstro me disse que vocês estavam aqui. Eu estava vindo quando a Lily apareceu.
- Já que o seu amigo desnaturado se esqueceu completamente de você, Glenn, – disse Rose, olhando irritada para James – fica aqui com a gente que nós vamos fazer guerra de balões d’água.
- Opa, ‘tô dentro! – disse ele, animado – Mas seus pais não vão se importar se eu ficar aqui?
- Deixa de bobagem, eles conhecem seus pais muito bem – disse Rose, indo para o quintal e fazendo sinal para que ele a seguisse.
Ao chegarem lá, viram que Lily e Hugo já tinham enchido quase todos os balões, com a ajuda de Mary. Quando terminaram, instantes depois, dividiram-se em dois times: Glenn, Rose e Hugo contra James, Alvo e Lily.
- Ah... Potters contra Weasleys e convidado? – constatou James, animado – Moleza.
Ficaram o resto da tarde brincando de guerra de balões d’água e estavam completamente encharcados, fazendo um lanche sentados na mesa do quintal, quando Ron e Hermione chegaram do serviço.
- Boa tarde, meninos! – disse Hermione, animada, ao vê-los todos ali reunidos – Não sabia que você vinha, Glenn.
- Pois é, se eu tivesse um amigo menos desnaturado, que não se esquecesse de mim... – respondeu Glenn, sorrindo.
- Olá, pessoas! – disse Ron, sentando-se com eles para lanchar também – Hoje a Mary caprichou para vocês, hein? – comentou, servindo-se de um pedaço de bolo.
- Ron, você acabou de tomar café – disse Hermione, revirando os olhos.
- Ah, Mione, você não quer seu maridinho desnutrido, quer? – perguntou ele. Ela sorriu em resposta, sentando-se também.
- Achei vocês! – disse Harry, entrando acompanhado de Gina.
- Guerra de balões? – quis saber a ruiva, olhando o quintal todo molhado.
- Na mosca, mamãe! – respondeu James.
- Vocês podiam ficar aqui para jantar, Gina – sugeriu Hermione.
- Boa ideia, Mione – concordou, sentando-se com Harry à mesa – Harry, você podia chamar o Monstro para ajudar a Mary na cozinha...
- Sim, senhora – respondeu ele, chamando o Monstro em seguida.
Sem dúvida, Mary e Monstro fizeram um jantar divino. Glenn ficou para jantar também, visto que, quando Oliver foi buscá-lo, foi impossível não aceitar ao convite dos Potter e dos Weasley e ele também ficou.
No geral, as férias foram bastante divertidas e Rose nem se deu conta de como elas passaram rápido. Um dos melhores dias foi o da cerimônia de entrega dos prêmios de melhor aluno dos NOMs e NIEMs. Depois de entregues os prêmios (Molly foi o destaque do 5º ano com doze NOMs; Victoire ganhou prêmios por Transfiguração e Aritmancia; e Fred, por Feitiços e Herbologia), teve uma festa para os alunos do 7º ano e os Weasley deram um jeito de prender Dominique com Matt em uma sala vazia ao lado do salão de festas no intuito de fazê-la ficar com ele. Quando finalmente deixaram-na sair, destrancando a sala, a loira nem mesmo olhou para os primos; fechou a cara e se juntou aos pais e aos tios à mesa, muito corada. Mais tarde, souberam por Matt que ele conseguira beijá-la à força, e depois disso Victoire ficou atazanando a irmã dizendo a ela que assumisse logo que estava caidinha por ele.
O 2º ano de Rose em Hogwarts foi bastante tranquilo sem Scorpius. Como esperado, ela ganhou o prêmio de melhor aluna em seu ano e era certo que estava se aproximando bastante de Glenn. Quanto a Dominique, não quis nem saber de Matthew e começou a namorar um garoto da Corvinal, com quem foi à festa de formatura. Bill não tinha gostado do namorado da filha mais nova, nem Fleur. Com Teddy, por sua vez, o relacionamento dos sogros estava a cada dia melhor. E Matt parecia ter desistido de Dominique, para desespero de Fleur: ele tinha começado a fazer o treinamento de Curandeiro no Saint Mungus e se arranjou por lá com uma brasileira que tinha acabado de se mudar para a Inglaterra.
No 3º ano, Hugo e Lily entraram para Hogwarts e passaram a fazer parte da trupe grifinória de James, Roxanne, Glenn, Rose e Alvo. Estudaram bastante e aprontaram idem, todos eles, escapando por muito pouco de não pegarem detenções. “Cara, eu nunca imaginei que um dia a Rosie certinha estaria comigo indo para Hogsmeade escondido”, comentara James, surpreso. “O que é a vida sem um pouco de riscos?”, respondera ela, sorrindo. O ano só não foi perfeito porque a diretora Minerva faleceu em meados de abril (teve um problema cardíaco), e o Conselho da escola designou uma nova diretora, Louise Williams, ainda mais rígida que Minerva, embora fosse bem mais jovem. Segundo Hermione, ela era exemplar: durante quinze anos dirigindo a Academia de Magia da Amazônia, conseguira impor os limites que tanto estavam faltando por lá. Apesar disso, a bruxa era dinamarquesa formada em Beauxbatons e fora professora de Defesa Contra as Artes das Trevas em Durmstrang. “Agora temos uma diretora top e internacional”, comentara Alvo.
De novo, Rose foi a melhor aluna de seu ano, e Alvo novamente se destacou em DCAT, agora com uma novidade: destaque também em Runas Antigas. “Fala sério. Por que alguém se dá ao trabalho de estudar uma porcaria de matéria dessa?”, perguntara James, confuso. “Não é uma porcaria de matéria”, dissera Rose, indignada: ela também estudava Runas Antigas. James, por sua vez, foi o melhor de seu ano em DCAT e Feitiços; Roxanne, em Transfiguração; Glenn, em Poções e Trato das Criaturas Mágicas. Hugo foi o melhor do 1º ano em Poções e Feitiços, mas a grande surpresa de todos foi a pequena Lily: foi ela a melhor aluna do 1º ano. Esse ano foi a vez de Molly se formar em Hogwarts, e a festa de formatura do ano dela foi ainda melhor do que a de Victoire e Fred e a de Dominique.
Durante as férias, presenciaram um encontro engraçadíssimo entre Dominique e Matthew em uma visita ao Beco Diagonal. Ela tinha terminado com o namorado porque descobrira que ele a estava traindo, enquanto Matthew, agora Curandeiro titular no hospital, tinha acabado de noivar com a brasileira, que, por sinal, estava junto com ele.
- Eu não acredito que ele vai se casar com aquela horrorosa – disse a loira depois de se despedirem do casal.
- Pois é, maninha – disse Louis, sorrindo – Você esnobou, ele arrumou quem o quis.
- Todos dissemos para você dar uma chance ao Matt, lembra? – falou Molly, com tom de voz superior.
- Ah, mas quando nós estivermos na casa da vovó eu vou contar TUDO para a Victoire! – disse Lily, sorridente.
- Não precisa, Lilyzinha – interveio Louis – Eu mesmo conto tudo a ela quando chegar em casa.
- Vocês estão entendendo tudo errado – falou Dominique – Eu não estou a fim dele. Como boa amiga que sou, acho que ele merece alguém melhor do que aquela mocreia.
- Essa é boa – disse Alvo – Acredite quem quiser.
- Até porque o Matt nunca quis ser só seu amigo, Dominique – apontou Rose – Então, acho que não cabe a você o chamar de “amigo”.
- Aff, eu desisto de tentar conversar com vocês – disse Dominique, irritada – Pentelhos.
Os dias se passaram calmamente, apesar de bastante abafados. Ron e Hermione resolveram fazer uma festa para Rose no dia 31 de agosto para comemorar o aniversário dela, que seria no dia seguinte. Aproveitando o calor, combinaram com Bill e Fleur de fazer a festa na praia do Chalé das Conchas. Para tal, arrumaram tudo na areia da praia: mesas, cadeiras, balcão onde se serviriam as bebidas e outras coisas mais. A família compareceu em peso, e Rose convidou Glenn e os pais dele, além, é claro de Matthew e a noiva. Todos queriam muito ver como Dominique se sairia perto deles.
A loira parecia definitivamente irritadíssima com tudo aquilo e, pela sua expressão, era bem provável que afogaria a noiva de Matthew a qualquer momento. Ele parecia não se incomodar nem um pouco com Dominique; estava felicíssimo dançando com a noiva.
Em um determinado momento da festa, houve uma pequena confusão: aparentemente, George e Ron tinham escondido alguma de suas mais novas invenções no meio da comida, e Angelina e Hermione ralhavam com ambos enquanto a sra. Weasley procurava um jeito de fazer as orelhas de Fred e Hugo voltarem ao tamanho normal. Aproveitando que toda a família estava muito ocupada em volta deles, Dominique saiu, em passos firmes, em direção a Matt e sua noiva. Empurrou-a e, sem delongas, puxou Matt pela gola da camisa e o beijou com vontade, sendo prontamente correspondida, enquanto a moça apenas observava tudo, entre chocada e irritada.
Rose não tinha percebido a atitude da prima; estava com os familiares dividida entre a diversão de observar o pai e o tio murcharem diante da bronca das esposas e a preocupação com o irmão e o primo. Sorrateiramente, Glenn se aproximou dela e sussurrou em seu ouvido:
- Rose, posso falar com você um minuto? É importante.
- Mas o Hugo... o Fred... – começou ela, ainda preocupada.
- Eles vão ficar bem – garantiu-lhe Glenn – Por favor, Rose. Se eu não falar com você agora, não sei quando terei outra oportunidade.
- Tudo bem – disse a ruiva, saindo da aglomeração e acompanhando-o em sua caminhada.
No caminho, viram Dominique e Matt se beijando, enquanto a noiva dele jogava a aliança na areia, pegava a bolsa e os chinelos e ia embora, muito corada. Nem mesmo se despediu de Rose e Glenn.
- Já não era sem tempo – comentou a ruiva, satisfeita, mas sem parar para interrompê-los. Continuou acompanhando Glenn, que caminhou por toda a praia e foi para detrás de umas pedras altas que ficavam na extremidade oposta a que estava sendo a festa de Rose.
- Uau – disse ela, encantada, olhando ao redor – Eu nunca tinha vindo aqui antes.
- Foi a Victoire que me contou sobre este lugar – disse ele, observando o encantamento da garota.
Tal encantamento era perfeitamente justificável. Daquele lado, a praia era muito mais bonita: o mar formava uma pequena piscina natural envolta por corais e estrelas do mar, as ondas pareciam mais mansas, havia uma planta com pequenas flores roxas e outras “irmãs” dela, com flores amarelas, vermelhas e azuis. Para completar, o sol estava se pondo na linha do horizonte, o que formava um quadro de encher os olhos, além de derramar uma claridade alaranjada nas águas verdes da piscina natural.
Glenn observou Rose olhar cada cantinho da praia, as flores, a piscina, o pôr do sol... até que ela se virou para ele e disse:
- É lindo aqui, Glenn. Mas porque você me trouxe aqui?
- Porque eu preciso te falar uma coisa – disse ele novamente.
Rose sorriu, dizendo:
- Pois eu espero que seja algo muito importante, sr. Wood. Tem que fazer valer a pena toda a caminhada até aqui.
Glenn suspirou pesadamente antes de começar a falar, ao mesmo tempo em que se aproximava dela lentamente:
- Sabe, Rose... eu não sei ao certo como isso aconteceu nem quando começou.
- Começou o quê?
- Por favor, Rose... deixa eu terminar de falar – pediu ele – Depois vai ser a sua vez, certo? – a ruiva assentiu silenciosamente, e ele continuou – Bem, de uns tempos para cá, eu tenho reparado muito em você. Gostado de cada mínimo detalhe que há em você. O seu olhar doce, o jeito que você joga seus cabelos para trás, o jeito como você fica corada quando está envergonhada, o jeito que seu rosto fica quando você está emburrada... e, de tudo, o que eu sempre lembro com mais intensidade é o seu sorriso. A cada vez que eu te vejo sorrindo, queria que você estivesse assim por minha causa. Quando eu te vejo apreensiva, tenho vontade de te abraçar bem forte e fazer alguma coisa para deixar tudo bem. Quando você está triste, chorando, tenho vontade de te oferecer conforto, enxugar suas lágrimas, fazer alguma coisa, qualquer coisa, para te ver sorrindo de novo... – Glenn parou de andar. Estava a apenas um passo dela agora – Eu estou apaixonado por você, Rose.
Estupefata, Rose simplesmente o fitou, ouvindo as ondas indo e voltando e sentindo a claridade alaranjada do sol envolvendo-a. Não sabia o que dizer a ele em resposta. Mas gostava muito dele. Como gostava! Nos últimos anos, tinha passado muito mais tempo com ele do que com Alvo. Glenn a divertia bastante. E, por Deus, como ele era lindo! Isso a fazia apaixonada por ele também?
- Glenn, eu... – começou. Mas resolveu parar a frase no meio. Não havia por que terminá-la. Sabia que, se falasse, provavelmente seria algo estúpido. Por isso, aproximou-se dele mais ainda, cuidadosamente. E o beijou.
Sentiu Glenn corresponder ao seu beijo, envolvendo-a pela cintura. Lentamente, Rose envolveu as mãos nos cabelos castanhos cacheados do garoto. Era a primeira vez que beijava um menino. Mas não sentia medo; sabia, instintivamente, o que estava fazendo, e não queria se afastar dele ainda.
Quando, depois de longos segundos, ele se afastou, olhou para ela e sorriu, vendo o rosto da ruiva bastante corado.
- Isso quer dizer que você me aceita como seu namorado?
Rose sorriu, exultante.
- Com certeza! Mas, Glenn... não vamos contar nada ainda aos meus pais, está bem? Vamos esperar mais um pouco...
- Tudo bem, Rose – concordou, sorrindo – Até porque não vim psicologicamente preparado para enfrentar o sr. Weasley...
Ela riu, dizendo:
- Que exagero, meu pai é um amor de pessoa!
- Veremos o que ele vai dizer quando souber que a princesinha dele arrumou um namorado... – respondeu Glenn seriamente.
Rose não disse nada, simplesmente resolveu voltar para o outro lado da praia, seguida por Glenn.
Ao chegarem lá, viram que Hugo e Fred já estavam com as orelhas de volta ao tamanho normal, e Ron e George estavam sentados ao lado de suas respectivas esposas furiosas, como se estivessem de castigo. Mas a atração agora era o novo casal: Dominique e Matt. Pelo jeito, todos queriam entender o que tinha acontecido com a noiva de Matt e como, de repente, eles pareciam ter se acertado.
- Muita calma nessa hora, galera – ia dizendo Matt quando Rose e Glenn se juntaram à multidão de Weasleys, que, pelo jeito, não tinham notado sua chegada repentina. Exceto por Lily, que fitou-os desconfiada antes de voltar o olhar para Matt – Dominique e eu temos muito o que conversar. As coisas não se resolvem assim de repente. Se me permitirem, gostaria de dar uma saída com ela para podermos conversar melhor. Posso, aniversariante? – perguntou, dirigindo-se a Rose. Todos os olhares se voltaram para ela, ansiosos.
- É claro, Matt! – respondeu, entusiasmada – Você ainda pergunta?
- Certo... sr. Weasley, o senhor me autoriza a sair com Dominique? – perguntou Matt, agora dirigindo-se a Bill. Nesse momento, Rose e Lily esperavam que Dominique revirasse os olhos e resmungasse algo do tipo: “Aff, que coisa mais brega e antiga”, mas, pelo semblante, ela parecia ter gostado da atitude do rapaz.
- Tudo bem, pode ir – respondeu Bill, fingindo-se frustrado, mas internamente feliz – Só não demore muito!
Dominique deu um beijo no rosto do pai e acenou para os outros familiares antes de desaparatar com Matt. Em seguida, a festa continuou.
- Muito bem, senhorita – disse Lily, seguindo Rose até a mesa de bebidas, observando-a se servir de cerveja amanteigada – Pode me explicar o que aconteceu?
- Bem, acho que a Dominique e o Matt vão, finalmente, ficar juntos – respondeu, dando uma de desentendida.
- Por favor, Rose, você sabe que eu quero é saber onde você foi com o Glenn e o que fizeram – disse Lily na lata, pegando uma varinha de alcaçuz.
- Mais alguém me viu sair com ele? – quis saber Rose, meio preocupada.
- Não, todos estavam muito ocupados preocupados com o Fred e o Hugo – respondeu.
- Lily, vamos fazer o seguinte... quando formos para casa eu te conto tudo, ok? – disse ela, vendo que Alvo se aproximava.
- Nos mínimos detalhes? – quis saber Lily, desconfiada.
- Sim, Lily – respondeu rapidamente – Nos mínimos detalhes.
- Hey, Rose, vamos dançar? – chamou Alvo, aproximando-se delas.
Rose olhou para Lily, que encolheu os ombros e disse:
- Pode ir, Rosie. Eu posso dançar com o Teddy. Ou com o Glenn – acrescentou, sutilmente, saindo de perto do irmão e da prima.
“Deus, a Lily é realmente impossível”, pensava Rose enquanto observava Lily se aproximar de Glenn, que conversava animadamente com James e Roxanne. Teddy estava dançando com Victoire.
A festa durou até umas dez da noite, e Matt ainda não tinha voltado com Dominique. Quando chegaram em casa, Rose foi direto para o quarto escovar os dentes.
Ao terminar, foi direto para o guarda-roupa pegar um pijama. Começara a vesti-lo quando escutou a campainha tocar e, em seguida, Ron atender. Ouviu passos correndo na escada e, no instante seguinte, Lily entrou no quarto de supetão, fechando a porta atrás de si.
- LILY! – gritou Rose, assustada, terminando rapidamente de vestir o pijama.
- Pois bem, pode começar a me contar a história toda, mocinha – disse ela, sem devaneios, sentando-se na cama de Rose com os braços cruzados.
Rose suspirou e se sentou ao lado da prima, contando tudo a ela. Quando terminou, surpreendeu-se ao ouvi-la dizer:
- E você gosta mesmo dele a ponto de aceitá-lo como seu namorado?
- Claro que sim, Lily. Do contrário, eu nunca teria dito “sim”.
- Hm... – fez Lily, pensativa – não me lembro de você dizer que tinha dito “sim”. Achei que você tinha dito que o beijara em vez de falar qualquer coisa.
- Sim, foi o que eu fiz – afirmou Rose, confusa – Lily, por que você não me diz logo aonde você quer chegar?
- Pois bem, Rose... o fato de você ter me contado sobre a declaração que o Glenn fez para você só confirma minha suspeita de que ele e o Matt são farinha do mesmo saco.
- Como assim? – quis saber, ainda mais confusa.
- Rose, eu conheço o Glenn e o Matt há mais tempo que você. Os dois são ótimas pessoas, mesmo. E, ao contrário do Fred e do James, que saem por aí ficando com tudo o que é menina, eles se envolvem pouco com elas. Mas, quando se envolvem, é para valer. Eles se colocam completamente naquele relacionamento. O caso do Matt com a Victoire foi um caso à parte, porque ele estava realmente muito triste por causa de uma garota, bebeu um pouco mais do que deveria e acabou agarrando-a – disse Lily, pacientemente – Outra coisa: olha só todo o tempo que o Matt ficou atrás da Dominique. Agora que ela resolveu dar uma chance a ele, tenho certeza que ele ainda vai estar disposto a aceitar. Talvez não aceite tão facilmente, mas é certo que vai.
- E a noiva dele? – perguntou Rose, confusa – Essa parte não faz sentido.
- Faz, sim. Um dia eu o escutei conversando com o Fred. Ele disse que gostava muito dela, mas não tanto quanto da Dominique. Mas que ele cansara de correr tantos anos atrás dela para nada e que ia tentar construir uma vida ao lado de alguém que gostasse dele. E disse ainda que contara toda a história da Dominique para a noiva, para que ela não dissesse depois que tinha noivado desavisada.
- Certo. E o Glenn?
- Rose, ninguém faz uma declaração dessas assim de graça... eu, pelo menos, nunca vi – acrescentou, rapidamente – Então, se você acha que não gosta tanto assim do Glenn igual ele gosta de você, diga isso a ele. Tenha cuidado com o que você vai viver com ele daqui para a frente. Ele já está nesse relacionamento de corpo e alma. Você devia ver o jeito que ele te olha... na sua festa, era como se ele estivesse vendo a imagem mais linda do mundo e tenho certeza que é isso que você é para ele. Não o magoe, sim?
- Eu não vou fazer isso, Lily – disse Rose – Não pretendo. Mesmo.
- Desculpe-me se eu falei algo que não devia, mas como você é minha melhor amiga, senti que eu tinha obrigação de te dizer isso. Sei lá, alertar você de alguma forma para você não se surpreender depois.
- Certo. Obrigada pela intenção, Lil’ – disse Rose, embora ainda não tivesse entendido exatamente o porquê de toda aquela conversa.
- Boa noite, Rosie! – falou, levantando-se para ir embora.
- Boa noite, Lily...
Ao chegar à porta, Lily se virou para Rose novamente, dizendo:
- Ah!, me esqueci de te contar: pelo jeito, o cara que estava doente lá na Noruega está melhorando... meu pai disse que isso significa que os Malfoy podem voltar a qualquer momento!
- E por que você está me dizendo isso, Lily?
- Só achei que gostaria de saber – disse, encolhendo os ombros – Afinal, o Scorpius pode voltar, não é? – acrescentou Lily, perspicazmente.
- Eu não quero saber dessa criatura, Lily – disse Rose, um turbilhão de sentimentos confundindo-se dentro dela de repente.
- Será mesmo, Rose? – perguntou, insinuando algo que Rose obviamente não conseguia distinguir o que era – Boa noite! – disse, serelepe, indo embora.
Rose apagou as luzes do quarto e se deitou, ouvindo a porta fechar lá embaixo. Instantes depois, viu, pela janela do quarto, a luz do quarto de Lily se acender e se apagar depois de longos minutos.
A ruiva começou a pensar em tudo o que Lily dissera sobre ela e Glenn. Estaria a pequena certa? “Pelo amor de Deus, a Lily tem apenas doze anos... tenho certeza que ela não foi mal-intencionada, mas o que ela sabe da vida?”, pensou, por fim.
Virou-se de lado para dormir, mas não conseguia. Pensava agora em Lily dizendo que Scorpius poderia voltar. Lembrou-se da última vez em que o vira, na festa. Ele tinha se aproximado bastante. Estava próximo dela o suficiente para beijá-la se quisesse. Teria ele feito isso se Astoria não tivesse aparecido? Mais: teria ela reagido? Afundou a cabeça no travesseiro, irritada.
É claro que teria reagido! Pelo amor de Deus, era de Scorpius Malfoy que estava falando. Não o suportava. E é óbvio que o beijo de Glenn era muito melhor. Ou não?
Rose bufou. Repreendeu-se mentalmente por estar pensando essas coisas. Desde que o loiro fora embora, não tinha perdido dez minutos de seu tempo pensando nele, e agora, era só Lily mencioná-lo que não conseguiria nem dormir? Seria mesmo possível isso? Mas nunca tivera notícia que ele voltaria, e de repente...
Novamente, Rose se repreendeu. Agora era namorada de Glenn. Ponto. Não fazia mais o menor sentido tudo aquilo que estava passando pela sua cabeça. Era simplesmente ridículo cogitar tudo aquilo. Ridículo.
Começou a se lembrar de tudo que tinha passado com Glenn aquele dia. Sem dúvida, fora seu melhor aniversário. O melhor. Finalmente, conseguiu dormir, acalentada pela lembrança de seu primeiro beijo. Ao acordar no dia seguinte, nem se lembrava mais de ter demorado a dormir por conta da lembrança incômoda de uma certa pessoa. Scorpius? Nem mesmo se lembrou de que ele existia. Definitivamente, resolveu que ele era página virada em sua vida.
***
N.A.: Agora, sim! Finalmente consegui terminar meu trabalho (que deu MUITO trabalho) e o capítulo! Espero que gostem, votem, comentem... amei escrevê-lo!
Ana CR: nossa, nem acreditei quando vi que você tinha lido e comentado a fic! Fiquei realmente muito feliz, porque amo sua fic! E você ter lido aqui e gostado é realmente uma honra!
slytherin rules: uau, big comentário, hein? Adorei! E pode ficar tranquila, tudo tem explicação no momento certo. Quanto a Rose... sim, ela é bem diferente da Hermione... mas você se lembra que, no 1º ano, a Mione não era exatamente querida por Harry e Ron? De novo, adorei seu comentário e espero que goste desse capítulo também!
Não sei ao certo quando vai sair o próximo capítulo... mas vai sair, podem ter certeza! Farei um esforço para não demorar muito. Erros de português, por favor, não deixem passar... e se tiverem críticas, podem fazê-las! Até o próximo!
Comentários (7)
AAAAAAAAAAAH, demorei mas cheguei! Não ligue muito porque eu demoro. Não que eu reclame, mas seus capítulo são bastante grandes e eu tenho pouco tempo no computador. Ter duas irmãos dá nisso... Enfim! amei, amei. Sério, eu pensei que o Scorpius ia realmente beijar a Rose. Até esperei por isso, mas porém... pelo menos rolou com o Glenn *---* e, para mim, a Lily gosta dele u.u FINALMENTE a Domi tascou-lhe o beijp no Matt! Caraca! Já não era sem tempo.Ameeei!
2013-03-08meu deuzuu que povo maduro cedo demais e precose rsrsrs acho que sou meio antiguada qnt a isso, acho que so depois dos 15.. 16.. relacionamento e sentimentos de verdade ficam legais... Mas é um episodio bem legal, gostei mesmo. Acho que vc so tem que aproveitar mais a idade de cada personagem... eles tem 13... 14 anos nao tem dialogos tao serios e adultos, aproveite o fato de que eels sao crianças ainda. mas ta muito bom
2012-12-14Qie capitulo enormeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee *-* amoooo capitulos grandes. Ameiiiii o capitulo, achei muito linda cena do quase beijo do Scorpius e da Rose, nossa o James e a Lily estão bem confiantes nisso da Rose e do Scorpius, Lily se mostrou bem inteligente, sempre atenta a tudo é bem provavel que tudo que ela falou a Rose esteja certo. Gostei da cena da Dominique kkkkkkkkkkkk ri muito com ela e coitada da noiva do Matt :/ a garota sofreu tadinha. Rose ficou com o Gleen e eu fiquei chocada, agora nem quero imaginar quando o Scorpius voltar, como não vai estar a cabeça dela. Ameiiiiiiiiii o capitulo foi muito bom flr *----------------------------* amando a fanficbjoos!
2012-10-22ah naum rose e gleen??..naooooooooooo...q isso..ta errado..:/ ..a lily e sua boca"nunca-falo-demais" sendo aberta pra tirar rose d seus sonhos.....aoooooo potter...kkkkkk adorei o capitulo..\0/
2012-08-06Acertado meu palpite*
2012-05-26Oh, esse capítulo foi completamente surpreendente em alguns pontos, mas estou feliz por ter aceitado o meu palpite sobre Rose e Gleen namorarem. Ron como sempre mais infantil impossível e, Mérlin, estou chocada por saber que o Draco é igualzinho, eles nem são ridiculos agindo assim, pobre Astoria, pobre Hermione! E essas crianças com onze anos são bem astutas, Lily é uma fofa sem tamnho e eu adorei o jeitinho esperto dela. Mas essa saída de cena dos Malfoy foi algo bem inesperado, quero dizer, eu realmente esperava ver Rose e Scorpius amadurecerem juntos e pararem de ser tão babacas, mas não será/foi possível - mas poxa, até Albus, Hugo e Lily viam como era babaquice de Rose! E apesar de longos anos terem passado, Rose com 14 anos não parece muito diferente de como pensava e agia ao final dos seus 11, alguém enfie juizo nessa menina e a mandem crescer! Nem parece que tem a mãe e o irmão que tem! Lily e Hugo parecem mais sensatos que ela. Oh, Rose Weasley me deixa definitivamente desagradada sendo tão infantil, eu a desprezaria se fosse sua prima até ela tomar jeito - Sério que o Gleen, que parece uma fofura de pessoa, resolveu namorar ela? I cant believe, ela parece ser tão infantil, e ele é mais velho, ele tem quinze anos! Como suporta? - Mas agora pra esse final de capítulo, a relevancia da conversa entre as primas foi bem grande (Lily se provando mais velha que a Rose mentalmente de novo!), mas eu, particularmente, acho que Rose Weasley não está preparada psicologicamente para uma volta de Scorpius Malfoy - não que ela estará em qualquer idade, anyway -, mas Scorpius vai voltar de Durmstrang tão mais maduro quanto um garoto bem mais velho que a própria idade e totalmente disciplinado. E Rose nunca seria capaz de entender, ou mesmo se encantar, com um Scorpius assim (pelo menos eu imagino que ele voltará assim) sem a pertubar e essas coisas. Ela primeiro tem que reconhecer a propria infantilidade ao passo em que também consegue pensar nele sem se alterar - o que parece ser incapaz de fazer. Então fica aqui minha opinião de que Rose tem que amadurecer sozinha e Scorpius tem que demorar ainda mais um ano ou dois pra voltar. Bem, era isso que eu queria dizer. E mais uma vez, está ótima a fanfic, mal esperando pra ver os próximos acontecimentos - e torcendo internamente pra Rose Weasley tomar jeito na vida e amadurecer - e aguardando a volta de Scorpius, porque sem ele aposto que não haveria graça a vida de Rose, hahaha' Ah, e meldels Matt desistiu facilmente da noiva, até, tinha que fazer Dominique provar que ela valia a pena, embora ele mesmo soubesse. E, okay, eu fiquei bem triste que McGonagall morreu, seilá, pra mim ela iria continuar a viver pra sempre (assim como Hagrid), mas fazer o que se a vida é obviamente decepcionante? E fazendo uma pequena observação que se a Weasley amadurecer, ela eo Gleen definitivamente seriam tão fofo que estariam pário à Rose/Scorpius. Hahaha' Adorando a fanfic. Obrigada pelo capitulo, está ótimo! Beijos e parabéns.
2012-05-26Rose aceitou namorar com Gleen? não pode!!! huahauahauahuahuLily sabe fazer Rose perder o sono, hein?Ah, não posso esperar pelo próximo capítulo! Obrigada pelo N/A mencionando meu nome, sinto-me lisonjeada!
2012-05-26