one




Meu pensamento voa
Pelo chão cheio de raiva
Cana e atenção


Está calor. Muito calor, por Merlin! Quase sinto esse suor idiota escorrendo em minha testa. Alguém abriu a janela, é a única explicação! Sei que o sol bate contra meu rosto, aquele sol infernal de duas da tarde! Mas me recuso a acordar, movo-me pro lado e sinto que meu corpo colide levemente contra alguma coisa, o que significa que eu dormi com alguém, ah meu Merlin, Hermione Jane Granger, não acredito que você foi capaz! E não, eu não sou virgem, nem moralista, só gosto de saber, ou melhor, conhecer muito bem a pessoa com quem eu durmo...


Mas enfim, sei que preciso abrir os olhos, é uma coisa natural, certo? Tento fazer um esforço, e na minha primeira tentativa, o sol está tão forte que meus olhos ardem, merda! MER-DA! Respiro fundo, abro-os de novo e tudo o que vejo é o teto, que não de fitar. Devem existir quilômetros de distância ou diferença, que seja, entre abrir os olhos e levantar da cama. E tudo estaria quase normal, se eu não tivesse certeza que ele está aqui ao meu lado. Seja lá quem for! Por Merlin, preciso parar de beber. Sério.


Anotem com vocês, amigos: Cinco Whiskeys. Cinco Whiskeys e até o barman consegue parecer interessante. Ou sei lá. Não que eu seja uma oferecida. Mas argh, odeio quando isso acontece! Não acontece tantas vezes, óbvio, ok, mentira, aconteceu uma vez, ontem, e por que eu fiz isso de novo?, hã, boa pergunta, ah merda, fiz isso de novo pra esquecer da besteira que tinha feito, sim, isso porque o cara, quer dizer, minha primeira... noite casual?, era um idiota. Não idiota tipo esses que estão por aí andando nas ruas, e sim... Desses nojentos, sabe. Verme. Babaca. Desses que dá vontade de bater por serem tão... gostosos?


Ah meu Merlin, O QUE EU TÔ DIZENDO? EU ODIEI A NOITE PASSADA! CLARO QUE ODIEI! NEM CONSIGO ME LEMBRAR DE MUITA COISA! Coisa que eu nem quero, aliás, e aí eu bebi, de novo, na mesma droga de pub, pela segunda noite seguida, pra esquecer ABSOLUTAMENTE a trajetória da primeira noite. De quando eu estava lá, feliz, tomando meus bons drinks, mentira, eu não tava feliz, não quando cheguei no pub, estava de mau humor, fim do namoro com Ronald e a pilha de papéis do Ministério pra assinar, Ginna Weasley me ligando pra contar seus dramas de casamento com Harry, minha mãe me ligando pra falar sobre a data do casamento ou algo assim e... Dá licença, eu não sou de ferro, precisava descontar em alguma coisa! Não que ele – o cara com quem eu dormi – fosse essa coisa.


Eu nunca nem pensei em sexo como solução pra algum problema. Refuto: Nunca nem pensei em sexo. Pelo menos não na noite em que saí pra beber. Aliás, não sei porque saí pra beber. Ninguém em sã consciência sai sozinho pra beber, não é? Especialmente sendo uma mulher? Enfim, dane-se, mesmo me sentindo incrivelmente solitária, e sabendo o que o álcool faz com as pessoas, eu fui, sozinha, e veja bem, não é que eu me arrependa, mas se eu tivesse bebido um pouco menos, não teria feito a burrice de encontrar esse imbecil, e me arrepender no dia seguinte a ponto de sair pra beber de novo. Isso é algum ciclo interminável e esqueceram de me contar? Que seja.


O primeiro drink nem estava tão bom. Dei um gole tão minúsculo que mal senti o gosto. É, eu sou medrosa. E depois o segundo gole. Sei que tudo mudou quando dei finalmente o terceiro – e mais longo. E nossa, foi bom, é tudo o que tenho pra falar. Bebi e o gosto meio amargo/doce foi... Diferente. Não sei como dizer. E uns cinco minutos depois minha garganta começou a esquentar feito louca, assim como a minha barriga. Tá: eu me senti quente. E daí? E veio um ânimo estranho, sabe. Em vez de pensar na discussão com Ronald eu pensei "Dane-se ele!", na verdade, se o ministro da magia estivesse frente a frente comigo eu também teria mandado ele pra longe.


E eu gostei dessa sensação, entende? De me sentir livre. Porque a última vez que me senti livre foi quando estudava em Hogwarts e vivia algumas aventuras com Harry e Ron. E anteontem bastou um copo virado pra eu sentir a mesma coisa. Vontade de... Só ser quem eu sou, sorrir, sorrir e deixar a vida levar. Sim, eu sei, é um péssimo ditado, mas às vezes a gente precisa se sentir livre, no comando, como se o céu não fosse o bastante. E devo dizer: naquela noite não era. Então eu bebi o segundo, terceiro, quarto e quinto copo de Whiskey. Acho que se alguém perguntasse meu nome, eu consideraria uma piada, e começaria a rir.


Então ele veio. O verme idiota filho da puta escroto e babaca! Ele veio com aquele sorriso ridículo e nojento, meio de canto de lábio, tão charmoso que senti ânsias de bater com a cabeça dele no balcão, mentira, eu gostei do sorriso, mas eu estava drogada alcoólicamente! Então não culpem meu gosto distorcido por um verme feito esse cara. Continuando: ele veio e eu não soube o que fazer. Sabia quem ele era, mas eu estava bebendo justamente pra não lembrar quem eu era, e então... Não havia porque agir como nos velhos tempos. Ah merda, mas eu deveria ter agido. Ter pensado um pouco. Mas tudo o que eu pensei foi como ele apesar de ser nojento, tinha um bom sorriso. E uma boca excelente. E fiquei lá, olhando pra boca dele, enquanto ele falava comigo. Coisas clichês e ridículas, sabe,


- qual seu nome? – Sussurrara contra meu ouvido.


- você já sabe, idiota. – Respondi, revirando os olhos.


- Não, não sei. – O babaca me disse, fazendo uma expressão de bom moço, meio educadinho demais.


- Cala a boca. – Murmurei, odiando a forma como ele estava tentando me enganar a qualquer custo.


- Você é bem mandona, sabia? – Ele dissera, erguendo uma das sobrancelhas curiosamente.


- Malfoy, vai a merda. – SIM, AÍ ESTÁ A BOMBA! ELE... É NINGUÉM MAIS NINGUÉM MENOS QUE... PUTA MERDA, DRACO MALFOY! DRA-CO MAL-FOY! ALGUÉM ME ATIRAR NO RIO? ME DAR UM TIRO? ME OFERECER VENENO? ME ENTERRAR VIVA? ME PRENDER? ME TRANCAR NO ST. MUNGOS? NÃO? NINGUÉM? AH MERDA, AH MEU DEUS, OK, PRECISO CRIAR FORÇAS PRA CONTINUAR PENSANDO SOBRE ISSO, QUER DIZER, CONTINUAR CONTANDO A HISTÓRIA ANTES QUE ENLOUQUEÇA E SAIA PRO BAR DE NOVO.


- me conhece?


- Ah-meu-merlin. – Murmurei, fechando os olhos por um segundo enquanto sentia minha cabeça girar.


- Ei, tudo bem? – Ele falara e quando abri meus olhos seu rosto estava drasticamente perto do meu, com uma mão em minha cintura, embora ele parecesse preocupado.


- Andou bebendo? – Perguntei, meio chocada com suas atitudes.


Ele dirigiu seu olhar até o drink que estava em sua mão, me olhando como se eu fosse louca.


- Hã, é, estamos em um Pub, então sim, eu andei bebendo... – Falara, fazendo-me soar paranóica.


- Não! – Voltei a dizer, falando de forma afetada. – Não é isso! É que você... – Pausei, respirando fundo enquanto ele olhava profundamente em meus olhos. Os olhos dele eram lindos, embora ele fosse... ou devesse ser nojento. Pareciam um mar revolto, um dia nublado, eram quase uma pintura tocante. Tons cinzas e azuis juntos. Alguém deveria ter notado isso, quer dizer, por que os olhos dele eram tão bons nessa coisa de... fazerem a gente esquecer o que estava falando? Ah merda.


- Eu...? – Ele incentivou, tratando-me como se eu fosse uma criança aprendendo a falar.


- Você é Draco Malfoy! – Eu disse, como se houvesse descoberto alguma hipótese intelectual.


- É. – Ele falara, sorrindo espontaneamente. – Eu sei disso. – Respondera, de novo em meu ouvido.


E eu sentira uma descarga elétrica tímida soltar-se pelo meu corpo, como se houvesse um frio por dentro, atingindo meu estômago, e como se os olhos dele fossem a melhor coisa do mundo.


- Não, Malfoy, você precisa entender... – Voltei a argumentar, antes que ele fosse um pouco mais direto.


Ele não podia saber quem eu era. Estava inocente no jogo. Mas eu sabia que ele era o verme Malfoy, o idiota que eu odiara por toda a minha vida, e precisava avisá-lo a besteira que estava fazendo com que eu o permitisse fazer. Hã? Enfim, ele precisava saber quem eu era. E precisava sair desse pub. Porque eu não conseguia parar de querer senti-lo mais perto. Mas tudo isso por causa dos cinco, CINCO WHISKEYS, NÃO É?


- Eu sou Herm- Mas ele não deixou que eu terminasse, me beijou primeiro com força, provavelmente cansado de uma louca bêbada falando sem parar, e depois aprofundou de forma lenta, como se aquele fosse um beijo adolescente.


Muito lento.


Ele tinha gosto de Whiskey. Whiskey, culpa, liberdade, músicas lentas, toques suaves, boca macia, língua quente, exploração, descoberta, mãos queimando cada vez que percorriam minha cintura, ou minha costa, arrepios cada vez que ele sugava meus lábios e os mordiscava, respirações ofegantes enquanto levava sua boca até a minha pele e enquanto me segurava gentilmente até me colocar na cama e começ (O QUÊ? PARA TUDO! CAMA! COMO UMA CAMA FOI PARAR NO BAR?), pois então, foi aí que me dei conta que estivera beijando-o por tanto tempo de olhos fechados que não notara que ele havia aparatado comigo pra um... Motel? Na verdade eu não sabia aonde estávamos, mas tinha uma cama, então hã... definitivamente tinha tudo pra ser um motel.


E eu não questionei quando ele continuou me beijando feito um noivo em sua primeira noite de casado.


Foi doce e íntimo quando eu o senti dentro de mim. Não uma coisa... como a gente espera. Quer dizer, aquele desejo desenfreado e absurdo de rasgar as roupas de tanto desespero por transar selvagemente... Bom, não foi desse jeito. Tudo nele era suave. O que foi assustador. Porque Draco Malfoy não parecia suave ou preocupado muito mais com sensações íntimas do que com velocidade e sexo intenso. Não que não tenha sido intenso, porque foi muito, e não sei porque diabos eu não fiquei de olhos fechados, fiquei encarando-o estranhamente da mesma forma que ele me encarava, inventando algum tipo de conexão mental, como se a tempestade azul-escuro dos seus olhos fizessem sentido, enquanto ele estava dentro de mim, e eu me sentia ofegante, assim como ele estava, e não sabia dizer se o coração dele estava batendo tão vergonhosamente quanto o meu.


E eu sei que eu sou idiota, tremendamente idiota, por estar sentindo tantas coisas ridículas com puro e natural... sexo. E quando eu o ouvia gemer contra meu ouvido era o som mais... claro, mais óbvio, quase tão bom quanto estar com ele.


- Eu sou... Hermione Granger. – Foi a primeira frase que eu disse, ofegante, quando o senti me preencher por completo.


Eu sabia que tinha estragado as coisas. Mas era exatamente isso o que a minha sanidade precisava.


Foi quando ele me olhou, franzindo o cenho, meio divertido.


- Eu sei, Granger. – Murmurou, contra o meu ouvido de novo. – Não sou cego.


-Mas-


- Continua a mesma metódica de sempre, tsc tsc tsc.


- E você tem sérios... hã, problemas.


- Que seriam...?


- Nós...


- Transamos?


- É! – Falei, olhando-o estranhamente. – Não acha isso nojento? Bizarro? Ridículo? Contra as leis da natureza bruxa?


- Você é definitivamente uma neurótica, Granger. – Ele dissera, como se não houvesse me ofendido. – Eu só estava lá, vi você de longe, e as coisas aconteceram. Bem vinda ao mundo adulto aonde existe uma coisa chamada sexo casual.


Respirei fundo, sentindo vontade de bater nele.


- cala a boca, Malfoy. – Foi tudo o que eu disse.


Claro, ele continuou me provocando, mas isso não vem ao caso, especialmente... PORQUE O EFEITO DOS CINCO WHISKYES JÁ PASSOU. E é dia. Enfim, e ele, argh, está aqui ao meu lado na cama, de novo. E eu não sei o que fazer. Na verdade, nem sei onde estamos. Um quarto de motel? Hotel? Um quarto do próprio pub? Merda!


Respiro fundo, tudo vai dar certo, repito a mim mesma, acalme-se Hermione Jane Granger, tudo vai dar certo, você só precisa fingir que nada aconteceu, digo, criando coragem pra me erguer da cama, sentindo minha cabeça girar. Argh. O mal estar é grande. Sinto como se minha cabeça estivesse prestes a explodir.


Volto a fechar os olhos sentada na cama, tentando controlar a tontura e o enjôo.


- Que merda. – Falo, no que soa um gemido.


- Ontem foi realmente seu primeiro porre, sangue-ruim? – Malfoy fala, deitado, como se estivesse me observando a séculos.


- Tem algum comprimido pra dor de cabeça ou... Uma poção pra ressaca..? – Pergunto, prestes a vomitar pelo gosto estranho que se encontra na minha boca e pela quantidade de vezes que a minha cabeça gira.


Viro pra olhá-lo e ele revira os olhos.


Não entendo porquê, mas considero o ridículo ato sexy: Eu realmente tenho problemas.


- Por que estava naquele pub ontem?


Olhei-o como se ele fosse um extraterrestre.


- Pela mesma razão que você. – Respondo.


- Sexo fácil?


- ARGH, NÃO! – Digo, sentindo-me usada graças a sua resposta.


Mas o que mais eu podia esperar? Café da manhã na cama, massagem, pétalas de rosa e sorrisos?


Ele abrira um sorriso maldoso, em silêncio.


- Na verdade Granger, tanto faz. – Dissera. – Só volta pra cama.


Okay, isso não ia dar certo! Definitivamente.


CONTINUA.


Se chegou até aqui e quer a continuação, não custa nada um comentário. Tá, essa foi uma pequena ideia meio sem futuro que me veio a cabeça. Não vai ser nada longo, eu garanto. Apenas mais um capitulo tão bizarro quanto esse [?]. Quem sabe eu tente digitar algo no ponto de vista do Malfoy, mas vamos ver... Não, ainda não sei qual o sentido ou fim dessa história. Só uma coisa besta que comecei a escrever pra ser uma drabble e não consegui mais parar. Então aqui estamos. Beijos.

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Comentários (17)

  • Mister Mérope

    muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito boaaa! continua vai??? plis!

    2012-09-28
  • Hermione Rosier Black Malfoy

    eu acho que ficou bom,muito mesmo.....ansiosa para ler a continuaçao

    2012-07-31
  • Willonw Malfoy

    Continua sua linda *----*  

    2012-05-23
  • Daphnn

    AMEI AMEI AMEI AMEI AMEI AMEI AMEI!!!!!!!! CONTINUA por Merlin!!Pla Beleza do Felton, continua isso!! 

    2012-05-12
  • Luana Linda Lorêdo

    amei

    2012-04-15
  • Ally Malfoy

    Accio continuação dessa fic maravilhosa. Amei a fic. Por favor continua? Estou curiosa para saber o que o Draco e a Mione fizeram apartir dai!! Te desejo uma dose de felix felicis e algumas gotas de amortentia por essa fic perfeita.

    2012-04-06
  • Brunizinha

    I like it! OMG! *-* está perfeita continue!

    2012-03-26
  • sonimai

    oi,vou ler se vc continuar,hehehe

    2012-03-24
  • leleu_mione

    Agora fiquei curiosa, o que será que esses dois vão aprontar em, hum... você poderia descrever um dessas noitas de loucura dos dois né, o que você acha?

    2012-03-09
  • Byanca

    contiinuaa vai *--* 

    2012-03-06
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