A Amendoeira

Capitulo 33 A amendoeira

 

 

–Afinal, quem é você ?– Scorpius perguntou e a árvore tossiu alto.

–A Amendoeira ? – Hesitou, a Amendoeira.

–Vamos lá, Ame, vou chamá–la assim. Diga–nos, quem és tu ? – A Amendoeira nada disse e nos entreolhamos.

–Já que queremos que tudo seja perfeito, irei começar do ponto em que fui envolvida nessa história sórdida... –Começou ela.

Nunca fui uma pessoa boazinha e todos sabemos disso. Um dia, estava eu em meu escritório, me perguntando porque diabos Rose Weasley ainda não havia voltado com a bendita matéria que eu havia pedido quando uma garota encontrou na minha sala. Uma garota alta, de cabelos negros e olhos azuis, por alguns momentos a achei parecida com alguém, mas espantei esses pensamentos quando a garota, que no momento, confesso, eu achei mal educada, jogou um livro em minha mesa.

Mas não era um livro qualquer, oh não. Se fosse, eu teria atirado aquela garota fora da minha sala antes que ela pudesse dizer “Posso entrar ?”. O livro, com a capa branca, letras bem desenhadas em um vermelho sangue, dizia “Três Chances para o amor”, na capa do livro havia uma garota chorando encostada em uma árvore, não me interessei tanto por isso e sim pelo nome da autora. Meu nome!

Eu é claro tive que questionar a garota, mas quando voltei a olhá–la, não existia mais sinal dela. Eu tive que ler ‘Três chances para o amor’ para entender tudo. E foi difícil. Ela me deu tudo nas mãos e eu tentei descobrir o que realmente estava acontecendo. Nunca fui sentimental, mas a ideia de ser personagem de um livro, escrito por mim mesma... Isso me deixou feliz, mesmo que meu personagem fosse coadjuvante. Ou nem tanto, afinal eu sou a Amendoeira...

Eu sou a personagem mais aclamada do livro, venhamos e convenhamos, Rose e Scorpius são até um casal apresentável, mas Rose é chata e chorona demais e Scorpius...Esse ai parece até que é a garota do relacionamento, romântico que é uma beleza... Sem ofensas é claro. Mas então eu pensei, como irei escrever um livro se nem ao menos tinha a intenção de escrevê–lo ? Foi essa a minha indagação inicial, mas ao momento em que eu me aprofundava na leitora, deduzi que eu era uma genial.

O que melhor do que escrever a história de um casal que, lapidado, poderia se tornar um dos casais mais conhecidos da história bruxa por ser um casal real e não inventado pela minha brilhante pessoa ? E por isso passei os dias mais interessada em Rose Weasley. E para ser uma sombra para ela, tive que descobrir tudo sobre todos a sua volta e intervir quando achei necessário. É claro que ver a história acontecer me deixou orgulhosa da mim mesma. E não, eu não decorei tudo que tinha que falar, Rose.

Eu tive a ideia de escrever a história e isso foi é claro uma grande ideia... Mas aquela garota, ela me deixou curiosa. Ninguém entra sem mais nem menos na sala dos outros, joga um livro em cima da mesa, vai embora e acha que eu, não vou deixar tudo quieto, como se esse livro houvesse caído do céu. Por isso tentei descobrir quem era ela... Por meses. Anos... Foi uma busca de anos. Até que um dia a vi, com Rose...

Não é claro da maneira que imaginava. Quando a vi com você, Rose... Pensei seriamente como nunca percebeu que andava com um gênio ao seu lado. E eu falei com ela, quis entender como havia feito aquilo, como havia me dado um livro que eu não havia escrito ainda e fui atrás. Não me matem por isso, precisava descobrir tudo e descobri. Que criatura inteligente, pensei eu, pela primeira vez na vida pude dar credito a Hermione Granger por alguma coisa. E me perguntei, como ela também não havia notado...

Não quero que pensem que estou os enrolando, pois não estou. Para falar sobre a história, preciso falar sobre a garota e consequentemente sobre Hermione Granger, essa mulher chata e sabe–tudo que todos nós sabemos que eu não suporto de forma alguma. O plano da garota era fazer com que Rose e Scorpius vivessem como nos livro. É claro, respeitando os limites dos dois. Não sabíamos que Rose realmente iria atrás do Assassino S4, na verdade, nessa época, apenas eu não sabia.

Achei melhor deixar Dec ao lado dela o tempo todo. Ainda não havia encontrado a garota e queria garantir que Rose ficasse bem. Sinceramente, se eu soubesse que Dec seria lerdo o suficiente para deixar que Rose mandasse nele e ainda o levasse diretamente para o covil, teria mandado Mabi em seu lugar. Sempre a achei mais eficiente, é claro. Isso, realmente, nunca preveríamos. Foi algo surpreendente, algo que uma mulher desesperada faria... E fez.

E depois disso redobrei os cuidados com Rose e quando encontrei a garota eu, ela e Hermione Granger – Que foi envolvida nessa história por causa da minha falta de descrição, sim, eu contei exatamente o que a garota havia feito e ela me olhou como se eu fosse louca, só acreditou realmente em mim quando leu o livro e ainda me chamou de traidora e aproveitadora, como se ela pudesse falar mal de mim. – cuidamos para que Rose não se machucasse mais.

Difícil foi, mas conseguimos por um tempo. Hermione e eu ainda, quando nos falamos as vezes – Não somos amigas, nunca seriamos – sobre ela... Ficamos orgulhosas da nossa pupila, a garota voltou no tempo com um livro, livro que mudou a vida de algumas pessoas. Ok, não é querendo me gabar, mas se não fosse a minha eu do futuro com seu livro maravilhoso, ela não voltaria ao passado com algo tão concreto para compartilhar comigo.

Eu me perguntava, porque eu ? Poderia sim ser por causa do meu livro e do sucesso que ele faria, porque eu sou uma Jornalista renomada e que poderia realmente tornar o meu personagem no livro, real, talvez por ser uma mulher maravilhosa e inteligente...Ou somente porque ela sabia, e ainda sabe, que sou uma das únicas pessoas no mundo capaz de entender a história não só como leitora, mas como espectadora. E foi isso que eu fiz.

É claro que a resposta dela não foi exatamente essa “Rita, eu te escolhi porque sei que você é a pessoa certa e que vai fazer com que os dois realmente fiquem juntos”. Ela só disse, displicentemente, “Você é a chefe dela, se não conseguir fazer isso, pelo amor de Merlin...” obviamente foi a ‘ela’ do futuro que falou isso. A do passado não faria isso...

Mas continuemos, a ela do futuro veio muitas vezes... Para traçar planos, para dizer como a Árvore deveria agir – Mas como eu não as obedeço, a Amendoeira não conseguiu de jeito nenhum ser boazinha... Teve que ser sincera e irônica, como euzinha – e como nós agiríamos até o dia em que Rose e Scorpius se reencontrariam como eles mesmos, no caso, como vocês se encontrariam hoje...Aqui. Agora.

E mais uma vez nos surpreendemos. Scorpius resolveu aparecer cantando uma música que nem ao menos sabia que existia se não houvesse lido a história. E estou eu aqui, tentando dizer a vocês porque eu, Rita Skeeter, estou fingindo ser uma árvore. É claro que o livro, vai ser a recompensa maior, mas eu fiz apenas para ajudá–la. Ela queria que vocês ficassem juntos e quando eu gosto de alguém, eu costumo ajudar essa pessoa...

–Eu sabia que era ela... –Falei e Scorpius assentiu.

–A “sinceridade” tá mais pra “Ironia + Língua ferina de Rita Skeeter” sem ofensas é claro. Quem é essa tal garota, Skeeter... Ou devo chamá–la de Amendoeira ? – Scorpius perguntou e ela riu alto.

–Gostei disso, senhor Malfoy, ou devo chamá–lo de Sebastian ? Sem piadinhas, Scorpius! Porque eu diria quem é a garota se já tenho o que preciso para terminar meu livro ?

–Rita!

–Rose!

–Quem é a garota... ?

–Eu sou a garota! –A voz infantil fez com que eu e Scorpius, que estávamos em pé desde o começo da explicação de Rita, nos virássemos para o lugar onde mamãe surgiu de mãos dadas com...

–Joanne Katlen Malfoy! Eu espero que não seja você essa tal garota que Rita está falando...

–Calma, Ross. –Scorpius disse sorrindo. Vem cá princesa do papai.. –Joe não esperou nem um segundo, largou a mão de mamãe e se jogou nos braços do papai dela.

–Te esperei tanto, Papai!

–Eu estou aqui, meu amor! –Mamãe veio até mim e Rita libertou o feitiço que a fazia estar conectada a árvore. E também veio até mim.

Eles dois se abraçaram por mais algum tempo até os dois me olharem e me chamarem para completar aquele grande abraço. Estar, depois de tanto tempo, como a minha família completa, me fez rir, rir porque havia mais um membro a caminho da nossa família Weasley–Malfoy e que eu sabia que seria bem recebido. Mas obviamente não esqueci o que Joe havia falado. Por isso quando nos separamos eu sorri para mamãe e Rita me virei para a minha pequena pestinha gênia.

–Você voltou ao passado e deu um livro a Rita para que ela me juntasse ao seu pai e soubesse tudo que aconteceria na nossa vida ?

–Sim...

–Está de castigo pro resto da vida mocinha!

–Mas mãe... –Ela olhou de uma maneira que faria até Rita Skeeter se derreter. –A culpa é da eu do futuro... E além disso, eu tenho uma irmãzinha, não é mesmo? Então, eu, indiretamente salvei uma vida. –Ela disse orgulhosamente e eu pude ver mamãe nela.

–O que vocês andaram ensinando a Joe enquanto eu estive fora... ? –Scorpius perguntou um pouco bobo e eu sorri.

–Você vai ficar de castigo sim, mocinha! Nem acredito... Nossa filha diz que voltou no passado e você só diz “O que vocês andaram ensinando a Joe enquanto eu estive fora?”

–Como conseguiu fazer isso querida... ?

–Eu não sei ainda, papai. Mas ela... –Joe apontou para um ponto atrás de Scorpius. –Ela, sabe!

–Joanne! –A garota que apareceu em nossa frente era tão... Joe, que não resisti a chamá–la assim. E quando ela sorriu eu soube, que minha filha, uns 10 anos mais velha, estava em minha frente.

Olhei para Scorpius para me certificar de que era mesmo ela... Ele também procurou meu olhar. Mamãe sorriu abertamente e Rita minimamente. A garota sorriu para nós dois e veio nos abraçar quando eu e Scorpius estendemos nossos braços para ela. Quando ela se encontrou em nosso abraço eu só consegui sorrir.

–É você mesma! –Scorpius falou algum depois de nos separarmos, foram apenas segundos, mas pareceu muito mais tempo. Scorpius sorriu para Joanne mais velha que era tão parecida com mamãe...

–Meu Merlin, como fez isso ?

–Vira–tempo ? –Scorpius perguntou e ela negou.

–Então, como viajou no tempo ?

–Não acho que vocês devam saber... –Rita disse.

–Mas porque não ? –Perguntei mais curiosa ainda.

–Rose, qualquer coisa que vocês fizerem pode mudar o rumo da vida de Joanne, não acho que seja certo que saibam que ela é uma cientista bruxa muito inteligente que conseguiu fazer uma máquina capaz de a levar para o passado, sem que o tempo cause nela, ou nas pessoas a sua volta, danos.

–Joanne! –Rita sorria tão docemente, como se não houvesse contado nada relevante.

–Rita! –A Joe mais velha exclamou irritada e Rita deu de ombros.

–Não resisti.

–Acho que temos muito a conversar –Falei apontando para Joe’s, Scorpius, mamãe Rita.

–Infelizmente mamãe, não vai dar tempo, se a senhora descobre que estou aqui antes que eu conte, eu entrarei em sérios problemas.

–Mocinha, você já está com sério problemas... –Lembrei com um sorriso e Joe fez uma careta. Me deu um pequeno pergaminho enrolado e se afastou. – Foi você!

–Oi ?

–Foi você que se salvou ? Quer dizer...Você salvou a pequena Joe, no colégio...

–Foi mamãe. Estávamos conversando, quando a professora chegou... Se eu morresse, talvez nem mesmo Molly estivesse presa.

–Porque fez isso... ?

–Não faça perguntas difíceis mamãe. Estamos todos bem, não estamos ? Eu terei um ano de castigo, papai não irá cumpri–lo como você, mas tudo bem.

–Ei, porque eu vou ficar de castigo ? Quem aprontou foi ela! –Joe disse emburrada. –E mesmo que eu seja você, ainda não sou você, mesmo que você já seja eu.

–Relaxa Joe... –Joanne do futuro disse e riu consigo mesma –Eu sempre quis dizer isso. Eu tenho que ir... –Joe reforçou e nós assentimos. Ela deu um abraço em Rita, logo depois em mamãe. Abraçou Scorpius com força e veio até mim. –Até, mamãe.

–Até querida. –Nós vimos a garota desaparecer no ar, com pequenos pontinhos brilhantes, o sorriso no rosto indicava que tudo estava bem.

 

 

–Então quer dizer que falamos com uma árvore que o tempo todo era Rita Skeeter disfarçada a mando da nossa filha que veio do futuro para impedir que tivéssemos um final ruim, com a ajuda da sua mãe e também da nossa Joe do presente ?

–É, basicamente, isso. –Falei tentando entender tudo aquilo. Estávamos no jardim da nossa casa. Joe estava deitada no colo de Scorpius, dormindo como um anjinho, enquanto nós, discutíamos sobre a situação louca que estávamos vivendo.

–Eu não acredito que ela fez tudo isso. – Admitiu Scorpius. –Nossa filhinha... Ela salvou nossas vidas todos esse tempo ? Eu estou confuso Rose.

–Acho que ela foi mudando tudo que achava que estava errado...

–Se ela fez isso, porque não fez com que você não recebesse aquelas cartas ?

–Talvez tenha sido uma mudança no tempo...Ela mudou algo e isso fez com que ocorresse essa mudança. –Olhei para Scorpius e ele estendeu sua mão para mim, encostei minha cabeça em seu ombro e acariciei os cabelos de Joe. –O que acontece agora ? Me sinto tão feliz, mas estou com medo Scorpius... –Scorpius apertou forte minha mão.

–Não precisamos pensar nisso agora. Acabei de recuperar minha memória, descobrir que estou vivo, ver meus pais, você... Eu estou sentindo um paradoxo de sentimentos, Mirax... Se foi. Eu tenho vocês de volta... E não posso mais deixá–las. Espero nunca mais ter que deixá–las. Vamos apenas viver ? Acho que Joe não pode mais mexer com o nosso tempo, acho que agora que nos colocou nos trilhos, nos caminhos um do outro novamente, ela vai deixar de mexer com o nosso tempo.

–Me perdoe...–Pedi.

–Rose, –Chamou Scorpius e eu o levantei minha cabeça de seu ombro, para olhá–lo. – Eu te amo, não posso perdoá–la, porque quando amamos, não precisamos pedir perdão. Te amo de todo o meu coração e sei que o sentimento é recíproco, o que passamos, não ficou totalmente para trás, temos que aprender a consertar tudo aos poucos, agora temos Joe, o bebê e todo o mundo a nossa volta pode espera que nos recuperemos juntos, para voltarmos a nos concentrar neles.

–Eu te amo tanto...– Segurei seu rosto com as mãos e o beijei. Delicadamente...

Encostei minha testa na dele, quando, depois de algum tempo, nosso beijo acabou. Estava me sentindo como no fim daquele livro maravilhoso, quando finalmente chegamos a última página, antes daquele momento quase depressivo de fim do livro, apenas curtindo a última página e sorrindo pela bela história que acabei de ler.

Quando nos separamos, ele pegou Joe no colo e se levantou, me deu a mão para que eu me levantar também. Saímos do Jardim de mãos dadas e com Joe no colo e aquela boa sensação nos acompanhou.

 

 

Scorpius fechou a porta do quarto delicadamente. Ele havia ido colocar Joe para dormir, havia feito questão. E eu fui para o quarto, me livrar daquele vestido de noiva, tomar um banho e esperá-lo. Havia deixado o quarto apenas com a luz da lua, as janelas estavam abertas e pequenas velas de luz azul flutuavam pelo quarto. Havia vestido uma roupa que havia ganhado de Emma alguns dias antes. Um sutiã preto com renda da mesma cor, uma calcinha de cintura alta preta e rosa pálido.

Estava usando meu robe preto por cima e o abri quando vi o olhar de Scorpius sobre mim. Liguei o rádio e sorri ao ouvir a música que estava começando a tocar. Me virei para Scorpius e deixei que meu robe deslizasse pelo meu corpo enquanto ele me olhava daquela maneira que fazia com que meu coração quisesse sair pela boca.

Observando cada movimento

No meu jogo tolo de amante

Neste oceano sem fim

Finalmente amantes não conhecem vergonha

Virando e retornando

Para algum lugar secreto interior

Observando em câmera lenta

Como você se vira e diz

Ele sorriu e tirou o casaco que estava usando. Da mesma maneira que eu havia feito, pacientemente. Caminhou pelo quarto e eu fui ao seu encontro. Quando o toquei, minhas mãos desceram pelo seu corpo e eu comecei a levantar sua camisa branca. A joguei em um lugar qualquer e caminhei envolta dele. Beijei seu pescoço e ouvi um pequeno gemido sair de seus lábios. Abracei o corpo de Scorpius por trás e suas mãos tocaram as minhas carinhosamente.

Fechei meus olhos o soltei. Comecei a balançar–me no ritmo da música e senti os braços de Scorpius se enroscarem em torno do meu corpo. Seus lábios tocaram meu pescoço e eu senti um arrepio passar por todo meu corpo. Seus lábios distribuíram beijos por meu pescoço até chegarem ao meu queixo e em seguida subirem para meus lábios. Ele sussurrou entre o beijo “Tire meu fôlego”.

Tire meu fôlego

Tire meu fôlego

Minhas mãos deslizaram por seu corpo e as suas pelo meu, eu aprofundei o beijo e tentei tirar seu cinto, estávamos andando até a cama e eu ri quando tive que parar o beijo para puxar o cinto de Scorpius e empurrá–lo na cama. Sua risada fez com que me lembrasse de tantas coisas e isso me fez gargalhar com ele. Puxei suas calças e quase ri quando o apelido que eu e as meninas havíamos dado a ele, tempo atrás surgiu em minha mente... “O carinha da cueca Box”, eu tentei não rir, mas foi inevitável.

Me inclinei sobre ele e beijei seus lábios. Eu estava sentada sobre ele, sentindo seu membro crescer em baixo do meu corpo e seus lábios se encontrarem com os meus transformando toda a separação no mais puro desejo. Me levantei e mais uma vez, naquela minha mais nova maluca teoria de que tudo lentamente seria tão mais maravilhoso do que as pressas, deixei que nossos olhares se encontrassem para que eu pudesse levar minhas mãos as costas e tirar lentamente o sutiã.

Observando, eu continuo esperando

Ainda antecipando o amor

Nunca hesitando

Para tornar-se os predestinados

Virando e retornando

Para algum lugar secreto para esconder

Observando em câmera lenta

Como você se vira para mim e dizem:

Meu amor

Scorpius se levantou com rapidez e me puxou para perto, beijou meus lábios de maneira avassaladora, ele tocou meu seio e desceu seus lábios até meu colo. Fechei meus olhos e apenas deixei que ele fizesse amor comigo, de todas as maneiras possíveis. Scorpius inverteu as posições rapidamente, senti meus cabelos se esparramarem pelo travesseiro e ele, em seu olhar mais apaixonado, me devorar.

Ele se inclinou e desceu suas mãos até minha calcinha de cintura alta, suas mãos começaram a puxá–la delicadamente até que ele conseguisse tirá–la. Seus lábios tocaram o lugar mais intimo do meu corpo e eu ouvi em meus gemidos roucos meu chamado por seu nome. Senti meu corpo tremer e um gemido mais alto escapar pelos meus lábios, apenas seu nome.

 

Tire meu fôlego

Eu esperei que ele se deitasse para mais uma vez ficar sobre ele. Minhas mãos correram por sua cueca e eu a tirei, da mesma maneira que ele havia feito comigo momentos antes. Deixei que minhas mãos corressem pele seu membro e logo depois, sobre o olhar atento de Scorpius, deixei que meus lábios deslizassem sobre seu sexo.

Através da ampulheta eu vi você

Com o tempo você escapuliu

Quando o espelho quebrou eu chamei você

E virei para ouvir você dizer

Se só por hoje

Estou sem medo

 

Ouvi Scorpius chamar pelo meu nome e só parei quando ele atingiu o clímax.  Me sentei sobre ele novamente e rocei nossos sexos, suas mãos tocaram minha cintura possessivamente e meu corpo se inclinou sobre o seu para que eu pudesse sussurrar como ele havia feito “Tire meu fôlego”. Suas mãos tocaram minhas costas e nossos lábios se encontraram em um beijo intenso e apaixonado.

Tire meu fôlego

Tire meu fôlego

 

Cavalguei sobre ele enquanto meus lábios encontravam os seus. Nossos corpos se encontravam e os gemidos e suspiros eram ‘infaltaveis’. Senti Scorpius endireitar seu corpo e tudo se tornou mais forte do que eu lembrava, nossos corpos unidos sempre haviam significado algo tão maravilhoso e forte, algo que deixava de ser sexo quando o nome “Scorpius” estava envolvido.

Scorpius me apertou contra si e de seus lábios saiam os mais profundos carinhos que poderiam existir. Entre todos os gemidos, beijos, carinhos eu via sua alma e a minha, naquele jogo de amantes, em um reencontro tão apaixonante e apaixonado como apenas um reencontro de Rose e Scorpius poderia ser.

Observando cada movimento

No meu jogo tolo de amante

Neste oceano sem fim

Finalmente amantes não conhecem vergonha

Virando e retornando

Para algum lugar secreto interior

Observando em câmera lenta

Como você se vira e diz

Nós chegamos ao clímax  juntos. Nossos corpos suados e cansados e nossos lábios dizendo entre sussurros o quanto nos amávamos. Scorpius beijou minha testa e logo depois meus lábios enquanto eu o apertava contra mim enquanto fazia um pedido mudo, para que mais nada saísse do lugar, para que tudo continuasse do jeito que estava agora. Senti seu corpo se mover contra o meu mais uma vez e gemi de prazer.

Minhas costas apoiadas no colchão e seu corpo investindo contra o meu mais uma vez, rápida e vorazmente. Minhas unhas arranharam suas costas e eu sorriso de contentamento quando mais uma vez chegamos ao ponto alto do amor , juntos. Respirei fundo quando Scorpius saiu de mim e se deixou desabar do meu lado. Olhei para ele com um sorriso e senti suas mãos tocarem as minhas.

Tire meu fôlego

Meu amor

–Tire meu fôlego ? –Ele perguntou depois sorriu. –Você já fez isso há muito tempo Rose... –Seus lábios tocaram os meus e eu fechei os olhos. Queria que tudo fosse exatamente assim, para todo o sempre.

–E você faz toda vez que me olha... –Respondi e acho que foi a última coisa que fiz antes de finalmente cair no sono.

 

 

 

O dia seguinte foi mais longo do que o normal...A visita de Nina, Roxi e Kalshe e Emma logo pela manhã fez com que eu fosse colocada a par de tudo que estava acontecendo com elas. Acordei com Scorpius resmungando durante o sonho e resolvi levantar. Encontrei as quatro na sala. Nina e Roxi estavam olhando alguns álbuns, Kalshe estava deitada no sofá e Emma lia uma revista. Pigarreei para que elas soubessem que eu havia chegado...

–Demorou... –Quem falou foi Nina.

–Imagino que a noite tenha sido longa... –Kalshe assobiou e eu apenas ri.

–Claro...Scorpius, pelo menos a mente dele, saiu de orbita por algum tempo...Essa noite deve ter sido recompensadora. –Roxi falou.

–Se você tivesse algum tipo de vergonha, já teria corado...Mas quem precisa disso mesmo, né ? –Emma abaixou a revista e eu dei de ombros.

–Não sei quem precisa...Mas nessa sala, acho impossível achar. O que fazem aqui tão cedo ? Além da curiosidade é claro.

–Viemos para contar que o dia de ontem, parece ter sido o dia do acerto... –Nina começou.

–Quem vai começar ? –Emma levantou a mão sorridente. –Prossiga senhora Black.

–Obrigada, Maninha... Bem o que aconteceu foi o seguinte...

Eu estava morta de preocupação com você. Quando mamãe disse que Scorpius havia a achado...Eu e Nando resolvemos tentar achar uma casa para passarmos algumas noites antes de voltarmos para Hogwarts, ou melhor, antes que ele voltasse. E então uma coruja veio...

Ela nos encontrou na casa de vocês, arrumando as malas para irmos embora...Sei que foi cara de pau demais, mas conseguimos uma casa com Joshe,  a casa que os pais dele estavam quando estavam na cidade. A carta tinha o selo de Hogwarts, por isso fiquei com medo do que estivesse por vir...

Nando me incentivou, para que eu abrisse e então eu o fiz. A carta era de Neville e eu estava com mais medo ainda de ler. Nando tomou da minha mão e começou a lê–la em alto e bom tom, para quem quisesse ouvir.

“Cara, Sra. Black

Estamos retirando a acusação gravíssima que foi colocada contra a senhora por um aluno de Hogwarts. A senhora poderá voltar quando quiser aos seus aposentos na escola, o aluno foi devidamente punido com a expulsão e banimento de Hogwarts...

Neville Longbottom

Ps. Perdoe–me Emma, por não poder fazer nada por você antes... Espero que volte para Hogwarts.”

E então eu me senti tão bem...Tão bem por poder voltar a Hogwarts que no momento seguinte estava chorando. Porque só poderia ver meu filho no ano seguinte, quando ele finalmente ingressasse na escola. Até pensei em desistir... Mas os próximo sete anos serão tão bons... Ter meu marido e meu filho na escola... Talvez, depois disso, eu saia. Mas, por enquanto, quero voltar para Hogwarts de cabeça erguida e feliz com todos os acontecimentos.

–Parabéns Emma! –Eu a abracei e ela sorriu...

–Oi Rose. –Quase tomei um susto quando Mabi se jogou ao meu lado no sofá.

–De onde você surgiu ?

–Da cozinha...Estava comendo um pedaço do bolo que Nina trouxe...

–Até parece que vocês estão acampando na minha casa...

–Deixa de drama Rose. Parabéns Emma, quem é a próxima ? –Nina começou e todas rimos.

–Que tal você, que está tão ansiosa... ? –Ela enrubesceu, mas assentiu.

–Tudo bem...Lá vou eu. Ontem eu e James estávamos em casa sozinhos... Quando voltamos do seu não casamento...

Mamãe e Papai haviam pego as crianças. Nós estávamos cansados e eu ainda não estava totalmente bem. Apesar de termos feito as pazes, eu não havia conversado com James... Eu resolvi falar sobre aquilo ontem, tentei criar coragem, sabe ? Pela primeira em tempos. James estava tirando as roupas do casamento e ainda não estava bem por causa de tudo que havia acontecido.

Cheguei no quarto decidida. Falar com ele era necessário, não podia guardar mais tanta coisa para mim. Ele não estava nem um pouco bem. Estava com as mãos na cabeça, o corpo inclinado e apenas de cueca.

–James. –O chamei, ele levantou a cabeça, mas não falou nada. Acho que ele sabia, que estava na minha hora... –Precisamos conversar. –A frase que eu mais odiava ouvir estava saindo dos meus lábios, podem imaginar isso ? Eu respirei fundo e o vi assentir.

–Siga sempre em frente, Nina. –Ele amava me dizer isso.

–Se lembra quando nos casamos ? Eu estava tão nervosa que antes da cerimônia você foi até a porta do quarto que eu estava na toca e me falou como estava nervoso. O bastante para que eu começasse a rir e esquecesse do meu nervosismo. Eu soube naquele momento que estava fazendo a coisa certa e que você sempre conseguiria me fazer esquecer de todo e qualquer problema que eu tivesse que enfrentar. Você o enfrentaria junto comigo.

–Nina...

–Me deixe terminar. Eu o amo com todo meu coração, e sei que você me ama também. Mas existem coisas que me assombram, como ser egoísta o suficiente para sentir que Virna o leva de mim por três meses no ano. Eu me sinto mal por isso, quando eu finalmente entendi, eu me parti ao meio. E hoje, acho que nunca me senti tão mal por achar que Virna o rouba de mim. Ela morreu antes de poder passar mais tempo ao seu lado, ela não o teve por tanto tempo quanto eu tive. E eu sinto muito. Por tudo. Eu te amo, agora eu entendo...E não quero que você sofra mais...Não mais.

James estava me olhando da maneira que eu temia e eu estava realmente com medo. Medo de que ele me odiasse por isso, que ele ficasse chateado por todo o tempo em que eu realmente fiquei com raiva de Virna... Mas ele se levantou, me abraçou e chorou. Simples assim. E eu chorei com ele, nem ao menos sabia porque ele estava chorando, mas eu estava chorando por aquele dia. Por toda a vida de  Virna, pelo que ela nunca poderia viver, pelo amor que partilhamos por James e porque agora eu realmente entendia tudo.

Um pouco mais tarde, quando James estava sentado na cama, segurando minha cintura, enquanto eu estava em suas pernas, que eu soube porque ele estava chorando.

–Eu sempre soube... –Ele disse. – Mas também sempre esperei que você procurasse a mim, para que eu pudesse dizer que a amo Nina. Que Virna foi uma grande amiga, minha esposa e que morreu. Que estamos juntos, temos duas filhas e você não precisa achar que está me perdendo por isso. –Olhei para ele  envergonhada. James sorriu para mim e encostou sua cabeça em minha cintura... –E afinal, quando ia me contar que estava grávida ?

 

–Pera ai, você está grávida ? –Kalshe perguntou e Nina assentiu.

–Oh Merlin. –Ela disse segurando o coração. –Eu também.

–Mentirosas! –Roxi riu alto e bateu palmas animadas. –Eu também!

–Ai Merlin... De novo! –Eu estava surtando e as meninas mais ainda. As três olharam para mim quando eu disse isso e eu assenti. –Eu também!

O que aconteceu depois disso foi uma grande balburdia. Uma confusão de abraços, risos e por incrível que pareça, choro. Foi Nina quem começou. Quando Mabi a abraçou forte ela começou a chorar e então nós começamos também. Mabi se afastou um pouco e olhou para Emma, provavelmente procurando ajuda para desligar o botãozinho do choro que, de alguma forma, ela havia provocado.

Emma apenas ria de tudo, achando nossa choradeira algo incrível. Mabi estava desconcertada no começo, mas depois começou a rir e se sentou. Nós tentamos nos recuperarmos do choro coletivo e então começamos a rir coletivamente. O que foi maravilhoso até ouvirmos os passos na escada.

–Garotas, poderiam deixar um pobre homem dormir ? –Scorpius surgiu na escada com um sorrisinho no rosto e quando e veio até nós. Abraçou todas as garotas e ficou do meu lado. – Porque os gritinhos histéricos e os soluços ?

–Meu caro irmãozinho, você vai ser papai e titio outra vez... –Kalshe anunciou e Scorpius a abraçou fortemente. –Todas estamos grávidas. Mais uma vez.

–Parabéns, mamães. –Scorpius me deu um beijo. E voltou–se para as meninas. –Eu vou subir e tentar dormir mais um pouco.

Olhei paras meninas, respirei fundo e apontei para Roxi que estava tranquila em sua cadeira. Ela sorriu juntou as mãos e deu uma risada fofa, que ela só fazia quando estava feliz demais.

–Não é como o que aconteceu com vocês, mas é especial...

Eu e Haniel estávamos em casa, ele estava se desarrumando. O casamento havia sido o sucesso que queríamos, não ? Então eu não sabia o que fazer, precisava contar a ele que seriamos pais novamente, mas estava com medo. Sete anos antes eu estava sendo mãe e agora... Mais uma vez teríamos gêmeos. Eu estava uma pilha de nervos, havia sido mais uma vez promovida e tudo junto, alguma hora me faria explodir.

Me sentei na cama e esperei que Haniel viesse até mim, ele sempre vinha. Fechei meus olhos, tentei relaxar, e relaxei. Abri os olhos e me dei conta de que estava dormindo e com Haniel ao meu lado. Aquilo  não fazia muito sentido até que lembrei que eu havia “fechados  os olhos para relaxar” e acabei pegando no sono, fazia muito isso quando estava grávida de Sam e Arthur.

Me levantei um pouco e, Haniel havia me ajeitado na cama e eu agradecia imensamente por isso, de uma hora para a outra, sem nem ao menos saber o porquê, comecei a chorar. A gravidez sempre fazia isso como, começar a chorar do nada, como se eu fosse uma grande bobona... E Haniel acordou. Ele me olhou esperando que eu dissesse algo, mas eu não disse e então ele tentou me consolar...

–Me desculpe. –Começou ele e meus olhos se arregalaram, achei que ele havia feito algo terrível e agora estava achando que eu havia descoberto. –Eu comi o último pedaço da torta porque você não estava acordada e...–Meu choro se transformou em riso e Haniel nem soube o que falar. Eu respirei fundo e sorri acariciando seu rosto.

–Não precisa se desculpar, amanhã compramos outra torta de chocolate. Eu não estava chorando por isso.

–Então porque estava chorando, Rox ?

–Meus hormônios estão afetados –Comecei reprimindo uma risada. –E eu acho que daqui há alguns meses você vai reclamar de choro duplo...

–Choro duplo ? E porque eu iria reclamar de um choro duplo daqui há alguns meses ?

–Eu não queria falar porque poderia não ser bem isso...Mas Hani, eu fui ontem ao médico e descobri que vamos ser pais outra vez...De gêmeos. –Nunca pensei que fosse chorar mais ao contar, mas ali estava eu, me debulhando em lágrima e sendo abraçada pelo meu marido.

–Querida, isso é maravilhoso. –Haniel me beijou e me abraçou mais forte ainda. –Espere só até contarmos as crianças que a família vai aumentar... Já estou até vendo...

Começamos uma conversa sobre onde cada um de nós dormiria, se os gêmeos seriam gêmeos, ou gêmeas e passamos a noite falando sobre tudo... E são nesses momentos que eu me apaixono cada vez mais por ele...

–Que fofo, Roxi. –Mabi que disse animada. – Espero que quando eu e Dec nos casarmos, fiquemos assim, para sempre.

–Obrigada, querida. Ficarão...

–Quem é a próxima ?

–Que tal você, Mabi?

–Tudo bem...

Ontem a noite eu e Dec estávamos Mason’s e Mind, a banda de Dec tinha ido embora e estávamos só nós dois mesmo. Ele sentado em uma poltrona e eu deitada em seu colo. Estava morrendo de sono, mas nosso jantar ainda não tinha saído e Dec disse que não comeria minha comida “maravilhosa” caso voltássemos para casa...Ele estava com preguiça de cozinhar e por isso não fomos direto do não casamento de Rose para casa.

–Dec...Estou com sono, quero dormir, amor.

–Vamos lá, Maria, espere um pouco. Estou com fome.

–Está bem, querido. –Fechei os olhos e deixei que Dec acariciasse meu cabelo. Como todas aqui sabe, o Mason’s é um lugar legal onde eles fazem a comida que você quiser e deixam que você espere sentado em uma poltrona ou divã... Eu sempre gostei do restaurante por isso, eu podia tirar uma soneca e então eles traziam meu almoço ou podia dormir depois, o que, na minha opinião...Era bem melhor.

Nosso jantar chegou logo depois, o rapaz que o trouxe disse que tudo estava incluído na entrega. Piscou para Dec e me deixou curiosa. Mas ele apenas segurou minha mão, me levou pela porta e, quando achamos um beco escuro,  nos fez aparatar. Eu tirei os sapatos assim que pisei em casa, falei a Dec que ia me trocar. Subi coloquei uma daquelas blusas enormes dele, um short e desci.

Parecia que eu havia entrado em outro mundo. Havia o jantar na mesa, romântico demais para nossa compreensão, havia as velas no candelabro...  As pétalas de margarida –minha flor predileta –e o som baixinho tocando Paradise de Coldplay e eu só pude sorrir quando notei que Dec estava vestido como um smoking que ele havia arranjado não sei de onde. Nunca soube como nossa sala pode se transformar em tão pouco tempo, mas adorei.

Ele veio até mim, fez uma pequena reverencia e me fez acompanhá–lo até o centro de nossa pequena loucura. Virou–se para mim, uma mão em minha cintura e a outra na minha. Balançamos no ritmo da música. Eu encostei minha cabeça em seu ombro enquanto o ouvia cantando para mim. Não soube o porque, mas chorei. Dec levantou meu rosto e limpou minhas lágrimas.

Ficamos ali, dançando até depois que a música parou...Dançamos até nossos pés ficarem doendo e até que eu me juntasse ao seu estomago e dissesse que estava com fome também. Nos sentamos e ele me pediu. Mais uma vez. Aquilo me fez sentir tão especial...Ele estava ali, com o anel na mão, o Anel que ele havia tirado daquela caixinha e estava perguntando mais uma vez:

–Maria Beatriz, você tem certeza que quer deixar o sobrenome Melling de lado e se tornar a Sra. Dec – Não pude deixar de rir, em meio as lágrimas. –Ou talvez prefira ser chamada e Sra. Craig... Você quer passar o resto dos seus dias com um bobão que cozinha melhor que você, mas que em compensação não sabe quantos tons de rosa existem no mundo ? Você quer dormir todas as noites ao meu lado e acordar todos os dias tendo que olhar para essa minha cara feia? E ter que brigar comigo para que eu para de contar minhas piadas bobas na frente de todo mundo ? Você quer ficar com o cara mais sortudo do mundo, porque se você quiser, ai sim eu posso levantar o titulo de cara mais sortudo que esse mundo já viu...Você aceita esse pobre rapaz de uma família de piadistas idiotas e pessoas com o péssimo senso para colocar nome nos filhos ? Quer se casar comigo ?

Eu senti vontade de bater nele por estava fazendo aquilo comigo, eu estava chorando mais do que no dia em que Dec foi parar no Hospital. Eu estava chorando como uma criança quando cai, rala o joelho, vê todo aquele sangue e sente aquela vontade de ser protegia...Só que eu já estava me sentindo protegida. Só me sentia feliz, e toda aquela felicidade estava escorrendo pelos meus olhos. Não consegui dizer nada por alguns minutos, tentei me recuperar.

–Está mesmo me perguntando se eu quero casar com você ? –Perguntei retoricamente e por isso me adiantei para que ele não respondesse e estragasse toda a resposta que eu tinha em mente. – Eu quero casar com o Pateta que me chamava de Maria mesmo quando eu dizia que odiava e que não lhe dava o direito de me chamar pelo nome. Eu quero me casar com o cara que me conquistou não só em todos os meus anos em Hogwarts, como conseguiu ficar comigo enquanto estava em uma cama de hospital. Eu quero me casar com o cara que faz o melhor assado do mundo e que cozinha como ninguém... Eu quero me casar com esse grande bobão que está na minha frente, porque eu tenho toda certeza de que minha vida será uma grande droga sem ele. E agora, Dec, pelo amor de Merlin, me beija!

E depois disso... Bem, vocês já devem imaginar o que aconteceu.

–Agora aprende comigo, maninha! –Mabi piscou e todas nós caímos na risada. – Nós vamos adiantar a data do casamento, e aproveitando que estamos todas aqui...Queria convidá–las para serem minhas madrinhas.

–Oh Mabi, obrigada querida... –Começou Nina e logo depois todas estávamos parabenizando–a e agradecendo pelo convite.

–Quem vai agora ? Kalshe ou Rose ? –Olhei para Kalshe e ela deu de ombros.

–Ok, eu começo... –Seu sorriso estava radiante demais...

 

Eu e Alvo estávamos tendo recaídas. Como quando eu engravidei de Nico. Eu não o tinha perdoado totalmente. Eu tinha conhecido Dóris, a mãe de Noah e ela não me pareceu nada confiável. Continuo não gostando dela, mas Noah é um garotinho inteligente. Ele estava lá em casa no dia em que aconteceu... Eu estava totalmente enjoada, irritada, e estava com as crianças.

Noah e Nico se deram muito bem, coisa que eu achei lindo. Eu e Scorpius éramos assim...Alvo e os irmãos dele também, fiquei feliz que eles também fossem. Os dois haviam parado um pouco para almoçar quando Nico veio até mim. Ele estava com um sorriso lindo no rosto e parecia mais feliz que nunca...

–Mamãe! Mamãe!

–Oi, querido.

–Noah vai ficar aqui para sempre ? –Ele perguntou e eu não entendi a principio o que ele quis dizer...

–Não entendi meu anjo, porque a pergunta ?

–A mamãe do Noah, ela disse que ele ficaria para sempre com o pai dele...

–Ela disse isso ? Quando ?

–Noah disse que ontem a noite, mamãe. –Eu olhei para o pequeno garotinho, tão parecido com Alvo, deitado no sofá e senti meu coração se apertar. Aquela desgraçada, sim, naquele momento eu soube que tinha todos os motivos do mundo para não suportar Dóris.

Eu olhei para Nico sem saber o que fazer. Havia um menino no meu sofá. Filho do homem que eu amava, com outra mulher. O filho de uma mentira grande que ele fez questão de esconder. Um garotinho que não tinha nada a ver com todas  as nossas loucuras e que eu não queria que sofresse por ter uma mãe desmiolada. A primeira coisa que fiz foi mandar Nico de volta para ele e liguei para Alvo, o fiz varrer toda a Londres atrás de Dóris e ele voltou sem resultado nenhum. Ela havia evaporado.

Estava com medo que as perguntas de Noah viessem e que eu não soubesse ou não pudesse respondê–las. Ele passou muitos dias lá, Alvo ia, conversava com ele, dizia que ele ficaria mais um pouco conosco e depois de passar um tempo com os filhos dele, ele ia embora. Liguei diversas vezes para Rose, mas ela nunca atendia...Até o dia em que ela me ligou.

Meu celular estava na sala, eu estava com as crianças fazendo biscoitinhos em forma de animais. Ouvi a campainha toca e fui abrir quando eu vi quem era, deu um grito para que as crianças subissem e só descessem quando eu mandasse. E eles subiram, a deixei entrar, a contragosto...Dóris estava na minha sala, arrependida ou não, com aquele jeito falso que me fazia querer pular em seu pescoço.

–O que veio fazer aqui ?

–Soube que você e Alvo estavam me procurando...

–Não estamos mais. Agora, retire–se, por favor.

–Quer dizer que perdi meu tempo vindo aqui ?

–Perdeu seu tempo ? Você é muito idiota mesmo, não é ? –Eu falei idiota porque não queria xingar, caso as crianças aparecessem ou estivessem ouvindo.

–Olha Kalshe....

–Cala a boca e vai embora, por favor. –Ela não sabia das minhas regras dos 3 “Por Favor” que eu dava antes de começar a realmente me irritar.

–Eu não fiz nada demais. Só que já passei quatro anos da minha vida com ele... Não quero mais. Alvo é pai dele, também tem direitos não é ,mesmo ?

–Vai embora, por favor! –Ela havia notado meu tom, não era nem um pouco calmo, mas isso não fez com que ela parasse de falar.

–E agora eu não posso mais reger minha vida...

Interrompi suas palavras e ela deu um grito alto. Minhas mãos estavam em seus cabelos e eu a estava arrastando para fora de casa. A empurrei bem longe e vi seu olhar assustado sobre mim. Sorri falsamente.

–Tchau, querida. Obrigada pela visita. Agora por favor, não volte mais. Ou verá a irá de Kalshe Melling Malfoy!

Alvo estava de longe olhando. Vendo Dóris correr assustada. E me vendo olhá–la mortalmente irritada. Correu até onde eu estava e parou em minha frente. Abaixou os olhos e pareceu um pouco preocupado.

–Ela veio buscar Noah ?

–Não.

–O que ela veio fazer aqui, então ? –Perguntou curioso e eu dei de ombros.

–Provavelmente, testar minha paciência. Espero que ela não volte mais, ou não sei o que posso fazer! –Eu estava começando a me acalmar quando entrei e sentei–me no sofá.

–Kalshe...

–Fale.

–O Noah... –Ele nem chegou a perguntar. Tentei não sorrir, mas eu precisava.

–Noah fica comigo! Ou melhor...Conosco. Eu... Nico e...

–Eu ? –Os olhos verdes de Alvo esperavam minha resposta em expectativa.Mas neguei com a cabeça.

–O mais novo homem da minha vida...

–O quê ?

–É, eu, Nico, Noah e o mais novo homem da minha vida.

–Você não pode realmente estar me falando isso. Kalshe... –Estava me controlando para não rir na cara dele. Alvo merecia sofrer mais um pouco.

–Olha Alvo, ele é o homem da minha vida, não há nada que você fale que possa fazer com que eu desista dele.

–Pode me dizer quem é esse cara ? –Vocês precisavam ver a cena, Alvo Severo Potter estava a ponto de chorar feito um menininho quando eu comecei a rir.

–Daqui há nove meses, você mesmo vai conhecê–lo.

–Daqui há novo meses... ? Porque ? –Senti vontade de sacudir Alvo, para ver se ele caia na real.

–Estou grávida, Alvo!

–Grávida ? –Ele me olhou bobamente e ai sim, ele chorou feito um menininho.

Pensei que pelos motivos errados e já ia mandá–lo embora, quando Alvo se ajoelhou e me agarrou pela cintura, eu estava sentada no sofá, imobilizada por ele, que estava chorando em meu colo. Alvo levantou a cabeça para me olhar e eu não consegui resistir aquelas olhos, malditos olhos verdes.

–Kal... ?

–O que, Alvo ?

–Quer casar comigo ? –Ele me olhou profundamente. Um daqueles olhares que não dá pra recuar... E eu acariciei seu rosto.

–Você é um grande idiota, sabia ? A maioria das vezes –Falei. E ele assentiu. –Mas infelizmente, eu sou uma Melling muito burra. E eu te amo muito para deixar que você vá embora...

Nem precisei de um minuto para sentir que os lábios dele tocassem os meus... Ouvi as crianças descerem correndo e logo depois Alvo estava carregando os garotos e dizendo que finalmente seriamos uma família.

–Isso pareceu final de filme, Kalshe. –Falei limpando uma lágrima.

–Espero que não seja o final e sim o começo...

–Isso ai pareceu frase de final de filme, mas parabéns, Maninha! –Mabi a abraçou e logo depois nós todas demos parabéns a ela.

–É a minha vez...

Contei as garotas tudo que aconteceu comigo e Scorpius e tudo que houve com a história da árvore, do livro – que possivelmente poderia ser lançado logo – da Joe mais velha que além de mandar o diário para Mirax, que nos ajudou a prender Amanda, havia recrutado mamãe Rita Skeeter ajudá–la.

–Eu sabia que Joe era inteligente... Mas a garota é muito mais inteligente do que eu pensava! –Emma disse e eu assenti.

–E mesmo dizendo que vou colocá–la de castigo, acho que  a minha menina... Arrasou.

–Arrasou mesmo! –Nina disse se levantando. –Rose, você tem um pouco de manga verde ai ?

–Manga verde ?    

–É, desejo...Eles começaram mais cedo...

–Meninas, antes que os desejos malucos comecem... –Mabi começou. –Quero dizer que meu casamento vai  ser em Agosto... Primeiro de Agosto, porque Tefi volta para Hogwarts dia primeiro de setembro.

–Ótimo...Acho melhor acharmos logo a manga da Nina –Roxi falou.

–Porquê ?–Indagou Emma.

–Porque temos um casamento para preparar...

–Que tal se brindássemos... Com água ? –Kalshe falou.

–É –Emma foi rápido até a cozinha e nos trouxe algumas taças com água.

–Ao que brindaremos ? –Perguntei.

–Ao casamento de Mabi! –Roxi brindou.

–Ao casamento de Kalshe! – Nina disse.

–Aos bebês! –Emma disse.

–Ao amor! –Mabi disse sorrindo.

–Aos homens, ou melhor, aos nossos homens! –Kalshe disse.

–E a nós, garotas. Merecemos! –Falei e brindamos.

 

Fim do capitulo 33

 

 N/a: Hey Gente, como estão ? Bem, eu fico estou feliz que a fanfic esteja acabando, mas estou triste também. E esse capitulo é a revelação que todos esperam. Depois desse, só mais dois capítulos para a fanfic acabar, quero agradecer a todos que estão acompanhando e comentando a fanfic. Obrigada!

Roupa de Rose no capitulo:





Luhna : Ual, digo eu. Fico feliz que tenha gostado do capitulo, e Scorpius is Black. Tenho dito isso o tempo todo, porque finalmente ele está de volta e parece que as coisas ficam melhores quando eles estão juntos. Ah querida, não se preocupa com isso não. Postei o capitulo mais porque quero, pela primeira vez na vida, ficar no prazo que eu impus a mim mesma. E pelo andar da carruagem, creio que conseguirei. Só falta a postagem do próximo capitulo e do epilogo. Ah sim, eu vou marcar ela e começar logo a ler mais tarde. Não sei se já disse, mas eu sou loucamente apaixonada por Blackinnon. E pelo que li na sinopse, você colocou muitas coisas envolvidas na história, fiquei curiosa para lê-la. E o vestido de Rose é realmente incrível.  Bem, Scorpius só tomou consciência de tudo, quando Rose desfez - mesmo sem querer - o feitiço que Amanda havia voltado. Ela cantou para ele e ele voltou a se lembrar que era Scorpius, só que não saiu do coma. Só saiu antes do casamento da Rose.  Então, como ele estava como Sebastian, ele não sabia que era Scorpius. Só depois mesmo que Rose cantou pra ele no hospital. Joshe está super disponível! Sim, você vai descobrir quem é a Árvore...E fique tranquila, ok ? Fico feliz que as coisas estejam melhores ai. Obrigada por acompanhar a fanfic, obrigada por comentar. Beijoos!

Trechos do próximo capitulo:

 

Enquanto via Mabi vindo em nossa direção e Dec pronto para segurá–la nos braços não sabia de qual dos dois sentia mais orgulho. Mabi pisou os pés no pequeno altar que havia sido feito. O pai dela, segurou a mão de Dec e disse que ele cuidasse bem da sua filha, Dec respondeu com um sorriso enorme. Ele voltou–se para Mabi, a vontade foi tanta que os dois nem ao menos esperaram chegar no altar, ela o puxou pelo colarinho e tascou–lhe um beijo que fez todos baterem palmas.

Dec a segurou pela cintura e depois que beijo acabou, ele beijou as mãos dela. Os dois se viraram a tempo. A música estava acabando, as vozes aumentaram e a os outros padrinhos e madrinhas vieram ao nosso auxilio. Cantamos o final e recebemos como brinde o sorriso dos noivos apaixonados. Mabi deu o buquê a Kalshe ela segurou com um sorriso nos lábios

 

***

 

–Eu espero que não tenha ninguém vivo dentro dessa caixa...

–Mamãe vai gostar... Eu quero ter uma dessa, só que voadora...

–É uma vassoura trouxa ? –Joe e Scorpius começaram a rir.

–Rose... É algo que eu quero te ensinar...E quero que possamos...

–Ah! Parem com a tortura, o que é ? É algo de comer ? –Joe afundou o rosto em uma almofada do sofá para reprimir o riso e Scorpius riu abertamente.

–Quer fazer as honras, filha ?

–Sim! Sim!

 

 

***

 

–Aposto que os cabelos dela vão ser iguais aos seus... Castanhos avermelhados. –Olhei para cima e encontrei o olhar de Scorpius sobre mim. –Eu espero que ela não herde seu olhar, ou terei que espantar milhares de garotos apaixonados... –Ele começou e eu apertei mais forte sua mão. –E convenhamos, já teremos problemas demais com garotos por causa de Joe... Elice então... –Gritei mais alto e Dominic mais uma vez me mandou empurrar e eu fiz, com toda força que eu tinha. Olhei para cima mais uma vez e Scorpius estava ali, com os olhos grudados nos meus.

O choro de Elice veio para fazer com que a dor parasse e que os lábios de Scorpius selassem os meus. Dominic a trouxe para mim e Scorpius. Os olhinhos estavam fechados, os cabelos castanhos como os meus, as mãozinhas pequenininhas e tão bem feitas... Fizeram com que eu começasse a chorar, isso assustou Dominic e Scorpius. Ele me olharam com medo e eu tratei de sorrir para tranquilizaram.

–Ela... É tão perfeitinha. –Dominic suspirou aliviado e Scorpius relaxou também.

–Tão perfeita quanto você. –Scorpius beijou meus lábios mais uma vez, antes de ser expulso por Dominic. Uma das enfermeiras levou Elice para a incubadora.

 

 

***

 

 

–Este vestido é vermelho! –Ela disse nervosa.

–Vejo que não é daltônica, mamãe!

–Kalshe! –Cassie a repreendeu, mas ela deu de ombros.

–Mamãe, sente!–Ela disse se virando para a avó – E mamãe –foi com Cassie. –Sente–se!

–Como todos já sabem, Alvo vai entrar e eu espero que ele cante algo bem bonito que alegre meu coração para que eu case feliz... –Gina riu alto.

–Essa garota é mesmo das minhas.

 

 

***

 

–Eu acho que se uma gota de felicidade cair mais um pouco em cima de mim, eu irei transbordar.

–Pois transborde! E derrame... –Eu sorri para ele, sorri da maneira mais pura e sincera que eu conseguia.

–Se derrame –Comecei. –Se der, ame...

Beijoos, Lana!

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