Destemida
Capitulo 18 Destemida
Sou destemida, forte, sou uma rocha quando quero ser, mas sem você nada sou. Não sou forte porque você é minha fortaleza, sou sensível, idiota e não tenho rumo, porque sem você parece que nada tem cor, nada tem cheiro, tudo apenas tem dor...
Bem eu poderia começar a narrar para você como foi cada dia da minha gravidez, mas acho que até você ficaria entediada. Fora o carinho de Scorpius a histeria das meninas quando íamos escolher algo para os bebês e a felicidade da família tudo foi relativamente calmo. Ah sem falar no desespero de Kalshe por não poder trabalhar mais junto com o perigo... Às vezes , quando ela lembrava que ainda não podia trabalhar, ela surtava um pouco.
Pra Roxi não teve nenhum restrição apesar de ela trabalhar como medibruxa e estar grávida de gêmeos. Roxi estava trabalhando menos, e por ser uma ótima medibruxa conseguiu uma assistente para quando saísse, o que eu descobri foi que a medibruxa que tomaria seu lugar foi à mesma que quase caiu matando em cima do meu marido algum tempo antes. Aquela loira oxigenada e horrível. Amanda Carry.Tá ela parece ser loira natural e linda, mas eu não preciso dizer isso não é mesmo?
Nina estava eufórica, James a paparicava o tempo todo, mesmo estando em Hogwarts ele dava um jeito de ir todo dia para Hogsmead vê–la. Disse que queria um casamento e disse que queria casar com ela logo o que resultou em chuvas de pedidos de casamento na família, Alvo foi um desses. Ele pediu Kalshe em casamento e ela não aceitou, então como todo “Cavalheiro” que se preze, ele a levou até onde a família dela estava e a pediu em casamento lá, mas acho que foi uma grande perda de tempo, Kalshe disse que não se casaria com ele de jeito nenhum.
Os homens queriam fazer um casamento duplo, mas as meninas não. Roxi não queria porque sua barriga era a maior de todas e ela queria casar logo antes que enlouquecesse. Nina não queria porque estava tão entretida no projeto do ministério que sabia que se casasse logo teria que parar um pouco e então decidiu se casar depois de Roxi.
O casamento da Roxi, que ela chorou meio que o tempo todo. E que eu dormi – sem querer é claro – foi legal eu comi muito –sabe essa historia de “Comemos por dois” acho que é uma parte da desculpa das mulheres para se empanturram, não que elas não estejam comendo por dois, mas é um pouco de desculpa sim. Roxi além de ter chorado, ouviu Haniel cantar “Just the Way you are” enquanto ela comia pudim.
O da Nina foi bem legal. Ela cantou também, e foi um momento inesquecível para nós três. Acho que Kalshe chorou porque amou a Nina cantando e não pelo pisão que Alvo deu no pé dela quando ela disse que ela foi à única – além de mim é claro – que não teria essas fotos vestidas de noiva e grávida.
–Oi gente – Nina falou sorrindo e feliz da vida pra variar né? –Eu queria cantar uma musica, bem talvez ela não defina o que eu sinto pelo James, acho que não define mesmo, mas como diz a letra da musica, ele é minha única exceção –ela disse e todos aplaudiram...
(N/a: )
Quando eu era mais nova eu vi
O meu pai chorando e praguejando ao vento
Ele partiu seu próprio coração e
Eu assisti enquanto ele tentava remontá–lo
E minha mãe jurou que jamais
Se deixaria esquecer
E esse foi o dia que eu prometi
Nunca cantar sobre o amor se ele não existisse
Mas querido...
Assim a que ela começou a cantar a musica Kalshe veio para meu lado, e é claro Alvo não desgrudou dela. Desde quando “assumiram” estar juntos, Alvo acompanhava Kalshe em qualquer lugar, como se a qualquer momento ela pudesse ter o bebê. Ele se preocupava tanto que às vezes Kalshe se irritava.Ele é claro sempre dava um jeito de reclamar isso com a Sra. Melling, com Tia Gina e com Cassie. E Kalshe fazia o contrario, reclamava de Alvo com o tio Harry, vovô Arthur e é claro com seu pai. Esses tempos ela estava se dando muito bem com Draco, apesar de ainda não estar as mil maravilhas com Cassie.
–Lembrei–me de uma coisa legal de não se casar se estiver grávida – Kalshe disse olhando para Nina que cantava com um barrigão.
–O que Kal ? –perguntei enquanto roubava uns docinhos da mesa e Kalshe seguia meu exemplo empolgada.
–Não aparecemos nas fotos do casamento como um bolo gigante como a Nina está – ela disse e logo depois estava chorando.
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Bem, Alvo sem querer pisou no pé dela o que fez Kalshe querer gritar pros quatro cantos do mundo que Alvo Potter é um idiota retardado, mas não o fez...Motivo ? Eu tive que tampa a boca dela, ou Nina ia ficar furiosa e a ultima vez que eu a vi furiosa foi semana passada quando fomos comprar roupinhas de bebê. Kalshe e Roxi vão ter meninos – na verdade Roxi vai ter uma menina, mas ela é bem mais calma que a Nina – eu e Nina iremos ter meninas então imagine ai, eu e ela caçando roupas de meninas e quando achamos uma perfeita seguramos ao mesmo tempo.
Eu poderia dizer que eu pulei em cima da Nina e peguei a roupa pra minha filha, mas seria mentira. Foi só ela olhar com aquele olhar feroz de grávida que eu senti muito medo e é claro que me afastei – ainda não tô louca pra brigar com uma grávida que é minha melhor amiga e que é meio louca.
Talvez em algum lugar profundo da minha alma eu sei
Que o amor nunca dura
E nós temos que arranjar outros meios de seguir
Em frente sozinhos e manter a cabeça erguida
E eu sempre vivi assim
Mantendo uma distância confortável
E até agora eu jurei pra mim mesma
Que eu era feliz com a solidão
Porque nada disso nunca valeu o risco
Quando Kalshe finalmente calou a boca. E começou a comer os docinhos eu olhei para Kalshe e para Nina de volta e depois para Roxi. OMG, como é que elas estão tão magras ? Quer dizer não estão magras porque elas são tão bolinhas quanto eu, mas elas não estão tão gordas quanto eu , ou eu estou...Maluca ? Vi James levantando as mãos e balançando feliz ouvindo a esposa cantar.
Mas você é a única exceção
Mas você é a única exceção
Mas você é a única exceção
Mas você é a única exceção
Eu sentei com Kalshe e comecei a comer os docinhos. Fala serio. Nós estávamos parecendo bolas e James estava cantando feliz admirando ela ? Poxa Alvo estava sorridente segurando a cadeira para Kalshe não cair –mesmo com todos os apelos dela para ele ir para algum lugar bem longe, depois daquele pisão no pé dela. – Scorpius sorrindo para mim feliz da vida. E Haniel abraçando Roxi como se fosse o homem mais feliz do mundo. COMO ELES NÃO ESTÃO VENDO A REALIDADE ?ESTAMOS PARECENDO BALEIAS GRANDES E GORDAS E...
Eu tenho um forte controle sobre a realidade,
Mas não posso deixar o que está aqui diante de mim
Eu sei que você vai embora pela manhã, quando acordar
Me deixe com alguma prova de que isso não foi um sonho
Whooa...
–Ah meu Deus – Kalshe gritou pra mim.
–O que foi Kal ?
–Estamos obesas –ela disse eu senti vontade de rir.
–Como você percebeu isso em gata ? –eu consegui rir com isso –Olhando para Nina, ela está maior que todas nós. Porque minhas lindas pernas estão lindas então alguém ainda pode olhar para uma grávida como eu. Roxi continua com o Rosto legal e você tem um cabelo irado, mas a Nina ela parece uma bolinha –ela disse eu ri alto –ela continua linda, mas tá obesa assim como nós...
–Não surta Kalshe –falei mesmo pensando do mesmo jeito dela.
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
–Surto sim –ela disse sorrindo – ainda bem que essa musica já está acabando, não aguentava mais olhar pra Nina e não poder rir –ela disse então começos a rir.
–Poderiam pintar um quadro nosso e chamar as gordinhas –eu disse e ela riu.
–Nina ia ocupar a Tela toda –ela disse e então rimos mais uma vez.
–Somos muito malvadas –dissemos juntas.
E eu estou quase acreditando
E eu estou quase acreditando...
Nina terminou de cantar e sorrimos.
–É, mas a voz dela continua linda –Kalshe disse e eu vi que ela estava chorando, e bem eu também...
Foi outro dia memorável. Os meses passaram rápido. Scorpius fez uma daquelas marquinhas trouxas com a minha barriga de grávida. Quanto mais ela crescia ele marcava na parede. Era meu cantinho de grávida. A casa estava toda preparada para quando nossa menina chegasse. O quarto pintado de lilás com o teto enfeitiçado, como o de Hogwarts. Bem isso foi obra de mamãe e Scorpius. Eu fui para o trabalho e quando cheguei...
–Alguém em casa ? –eu perguntei, eu olhei para todos os cantos do primeiro andar e não vi ninguém, nem mesmo no jardim. Scorpius tinha uma folga aquele dia por isso resolvi chegar mais cedo, nós havíamos descoberto há poucos dias que teríamos uma menina e ele ficou muito feliz. Eu queria aproveitar um tempo com ele.
Subi as escadas um pouco cansada. Entrei no quarto, e em cima da cama havia um envelope.
“Querida mamãe,
Quero saber por que meu quarto não está com o quarto do meu priminho ? Acho que se a Tia Kal e o Tio Alvo já arrumaram o dele eu também quero o meu
Joanne Katlen Malfoy”
Eu ri ao ler o que Scorpius escreveu. Pensei que ele queria que começássemos logo. Por isso tomei um banho rápido e fui para o quarto que seria da Joe. Quando abri a porta, tomei um dos maiores sustos da minha vida. O grande quarto estava pintado de lilás o teto com um feitiço ilusório onde eu podia ver um céu estrelado. As mobílias eram tão lindas, um grande painel com o nome da minha filha estava na parede perto de seu berço. E que berço, lilás como o quarto com alguns enfeites de borboletas. A estante com livros...
Eu fiquei tão feliz ao ver aquela estante ali, passei a mão pelos livros e sorri. Fui até a janela e a abri. A sacada era tão perfeita, a vista para o Jardim e o lago foi o que me deixou mais feliz ainda. Antes que eu pudesse dizer algo senti os braços dele me envolvendo enquanto olhávamos para a linda paisagem do jardim.
–Acha que a Joe vai gostar ?
–Claro, Joanne, nossa Joaninha já está amando tudo isso –eu disse segurando a mão dele e levando–a até minha barriga.
–É, ela vai ser como a mãe –ele disse e me beijou.
Eu tive muitos momentos como esse nesses meses de gravidez. Conheci melhor Dominic, um dos médicos que estavam nos atendendo. Scorpius o odiou de cara, disse que ele era muito idiota e que só ficava olhando para mim, eu achei exagero da parte dele. É claro que Dominic me passava uma cantada toda vez que me via e mesmo com a gravidez dizia que eu estava linda, eu é claro ignorava.
Foi antes de uma das minhas consultas que aconteceu. Eu estava quase saindo, havia ido sozinha daquela vez. Scorpius estava muito ocupado, estava se preparando para uma nova missão, Kalshe estava atolado em papeis e mais papeis além de estar tentando convencer Alvo que estava bem sozinha e que não precisava se preocupar com ela e ir para o trabalho dele em paz. Alvo sempre dizia que era perigoso deixar a Kal sozinha, por isso assim que ela fez 5 meses ele se mudou pra casa dela.
Roxi estava no trabalho orientando Amanda, a medica idiota que só havia visto duas vezes, mas odiava mesmo assim. Scorpius falava nela às vezes e eu sentia vontade mandá–lo parar, mas tentava controlar os ciúmes. E Nina estava com alguns problemas a mais que eu, estava com James morando em Hogwarts, sua gravidez era de risco e ela agora tinha que passar a maior parte do seu tempo lá, repousando. Então só me restou ir sozinha a consulta.
Eu me despedi de Mirax quando notei o envelope vermelho, em letras douradas estava escrito “Não abra”. Não havia nenhum lacre especial nem nada. Peguei a carta morrendo de curiosidade achando ser algo de Scorpius para mim, ele amava fazer surpresas. Mas não era dele, me sentei para digerir melhor aquilo.
–Esta bem Rose ? –ouvi a voz doce de Mirax me perguntando, mas estava em estado de choque, fechei os olhos. Mirax pegou o papel da minha mão.
–Por Merlin! –ela disse horrorizada –Rose...?
–Eu estou bem –falei tentando parecer calma –isso deve ser engano Mirax, eu vou logo, porque estou de carro ... –eu disse sorrindo e então lhe beijei o rosto –não conte nada ao Scorpius ok ? Não precisamos preocupá–lo com bobagens, aposto que amanhã nem lembraremos mais disso –eu disse e então a abracei forte. O mais forte que uma barriga de 6 meses permitia é claro...
Sai de casa com um belo sorriso no rosto, Mirax me olhava pela janela com o olhar preocupado, eu entrei no carro apenas respirei fundo e dei a partida. Só permiti que as lágrimas caíssem quando já estava longe de casa. Parei o carro e peguei a carta, eu não queria lê–la, mas tinha que saber se não era apenas um brincadeira de algum grande idiota.
“Querida – Não tão querida assim – Weasley
Estou falando de você mesmo vagabunda. Não avisarei duas vezes, ou talvez eu avise sim, você e essa sua criança mestiça estão com os dias contados. Não duvide da minha ameaça, eu sei como pegar você e quando eu te pegar você ficará como um pequeno ratinho encurralado a mercê de um gato furioso e faminto, você será só mais uma lembrança na mente de todos a sua volta, e eu, bem eu estarei aqui para consolar a todos e cuidar da mesticinha, caso ela sobreviva. Espero que não, as duas merecem ter mortes horripilantes. Espero que morra logo, Vadia!”
Tinha que se apenas uma brincadeira de mau gosto, foi o que mentalizei em todo o trajeto até o St. Mungus...Cheguei um pouco atrasada e não havia ninguém na sala de espera de Dominic. Me sentei no banco perto da porta tentando normalizar minha respiração, não tentei ser ingênua sobre quem teria mandado aquilo pra mim. Poderia sim ser Molly, ela já havia me mandado bilhetes ameaçadores na adolescência –claro que eu mesma só descobrir quando resolvi investigá–la –ela poderia muito bem estar mandando mais alguns agora, não seria a primeira vez...
Mais uma vez tentei não achar que havia sido ela, Molly tinha um probleminha na cabeça, mas não faria isso comigo eu era prima dela, nós havíamos crescido juntas e. Ah sim, ela faria.
–Senhora Malfoy? –Coloquei a mão sobre o peito quando Tatiana a enfermeira que ajuda Dominic me chamou –desculpe–me se a assustei, é que é a vez da senhora –ela falou indicando a porta.
–Eu apenas estava pensando no bebê –falei e ela sorriu–me confidente, Tatiana tinha duas filhas gêmeas de 7 anos e ela amava crianças, comprovei isso quando meu sobrinho nasceu...
–Ah sim, essa é a melhor parte, quando estava grávida das gêmeas eu vivia no mundo da lua –ela disse e eu sorri –o Doutor Batist esta esperando...
–Ah sim...
–Bom dia Rose! –Dominic falou animado como sempre e eu sorri. –nossa, parece que seu dia não foi tão bom assim... –comentou ele quando me olhou atentamente –andou chorando ?
–Ah não... Não chorei Nic...
–Chorou sim Rose, por Merlin, o que aquele trasgo fez com você em ?
–Não começa Dominic! –era quase uma lei, somente para ele é claro, toda vez que eu ia sozinha no consultório Dominic perguntava o que Scorpius andava fazendo comigo, ele não perguntava quando Scorpius ia comigo porque os dois passavam toda a consulta trocando farpas.
–Ok, não vou começar, mas não vou fingir que não estou vendo a marca do choro em seus olhos. E se ele vier aqui não me responsabilizarei pelos meus atos...
–Não foi Scorpius...
–Algo emocional? Mudança de humor?
–Não, problemas no trabalho –inventei e ele balançou a cabeça.
–Tem certeza que não quer se abrir, contar algo... ?
–Não eu... Olha Dominic eu realmente não tenho algo para contar, só alguns problemas com uma edição, só isso.
–Está bem, então vamos à consulta –ele disse animado.
Eu estava sentada na cama, havia algo passando na TV, mas eu não estava prestando a atenção. Estava usando um dos vestidos mais folgados que tinha, e meu cabelo estava solto, eu estava com um livro na mão, mas também não lia pagina alguma, Mirax havia ido embora pouco tempo antes a contra gosto, eu não queria que ela se preocupasse, disse que foi engano, mas ela não acreditou e então eu menti dizendo que havia falado a Scorpius e então ela se acalmou um pouco...
–Cheguei amor –ouvi a voz dele, mas não estava me sentindo bem, havia dito isso a Dominic e ele me passou uns poções complementares, já havia tomado uma delas, mas não queria levantar da cama –Rose, está se sentindo bem ? –Scorpius me pegou de surpresa ao sentar–se do meu lado e acariciar meu rosto. Nos últimos dias ele andava preocupado com algo e eu quase nunca o encontrava. Sempre que chegava eu estava dormindo e quando saia eu nem tinha acordado...
–Estou sim querido, quer que eu prepare algo ?
–Não, eu não tô com fome...Queria conversar com você, mas posso tomar um banho rápido antes ?
–Pode sim –ele me beijou os lábios levemente e foi tomar seu banho.
Ainda pensava no que me diria quando ele voltou, pegou a calça do pijama e a vestiu. Naquele momento esqueci–me de tudo, seu sorriso parecia me curar até das piores dores, sorri. Pela primeira vez no dia sorri de verdade e de alguma maneira esqueci–me do problema que invadiu minha mente durante todo o dia. Antes que Scorpius pudesse pegar a camisa do pijama eu gritei.
–Pare agora mesmo! –ele se virou surpreso e me olhou assustado então eu sorri –Não vista camisa!
–Porque Rose... ?
–Eu quero você agora Scorpius –senti corar e ele riu –agora!
–Sim senhora Malfoy!
Ele veio até mim calmamente, como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Me deu a mão me ajudando a levantar da cama, segurou minha mão e começamos a andar. Simples assim. Eu sabia que ele queria me mostrar algo porque ainda segurava minha mão, saímos de casa e passamos pelo lago, estava escuro, de longe eu podia ver uma luz. Não perguntei onde estávamos indo, eu sempre confiei nele o bastante para não fazer perguntas.
–Pode fechar os olhos ? –ele perguntou e eu assenti sorrindo. Ele me levantou no colo fazendo com que eu desse um gritinho de surpresa. Me encostei em seu peito enquanto ele me conduzia para algum lugar ainda desconhecido por mim. Aproveitei apenas para senti seu cheiro perto de mim, seus braços fortes me carregando e me protegendo, às vezes eu levantava o rosto e sentia sua barba por fazer, confesso que era ai que sentia impaciência, queria beijá–lo, amá–lo, em qualquer lugar , a qualquer hora como se minha vida dependesse disso...E de um certo modo dependia muito.
Não demorou muito para que ele me depositasse em um lugar macio e dissesse ao pé do meu ouvido “Pode abrir os olhos”. Eu é claro abri, estava em um lugar em cima do lago, parecia ser construído para ser um lugar de conforto e amor, era como uma cabana no meio do lago, era lindo e aconchegante . Scorpius estava sentado do meu lado no que parecia ser uma grande cama no meio da quase cabana...
–Isso é perfeito Scorp –falei e ele se deitou ao meu lado.
–Eu queria fazer algo especial para você e para Joe...
–Você sempre faz – eu disse alisando seu rosto.
Me virei de lado para podê–lo olhar melhor, ele estava sorrindo, seus olhos castanhos pareciam sorrir para mim e seus lábios estavam pedindo seriamente para serem beijados, seus olhos agora olhavam atentamente meus lábios enquanto suas mãos agora seguravam minha cintura. Eu senti meu coração bater mais forte como sempre acontecia quando eu estava perto dele, ou falava com ele, e eu sentia aquele friozinho na barriga...
AVISO, NC ABAIXO.
(N/a: )
Quando caminho pela rua lado a lado com você
Me deixas louca
Encostei meus lábios aos seus, meu coração ainda batia mais fortemente que o normal, eu estava me sentindo feliz ali, era como se o tempo pudesse parar apenas para vivermos o nosso amor. Minhas mãos deslizaram por seu peitoral enquanto uma de suas mãos tocavam meus cabelos e as outra minha cintura.
–Scorpius... –gemi quando ele começou a deslizar a mão pelo meu corpo.
Estava ofegante e sorri quando senti o toque do seu corpo no meu, era bom estar com ele, e amá–lo era algo maravilhoso, não que eu houvesse tido outro homem, mas sabia que só ele faria daquele jeito, que saberia como me tocar daquela maneira. E que me faria esquecer de tudo com seu carinho e amor.
Quando escuto o som alegre do teu riso
Que me dá tanta alegria, me deixas louca
Eu –de uma maneira um tanto desastrada –fiquei por cima de Scorpius, minhas pernas estavam em volta de seu corpo e eu podia sentir seu sexo crescendo por debaixo da calça do moletom. Comecei a procurar o cós da sua calça enquanto o beijava , suas mãos ainda passeavam pelo meu corpo e às vezes quando seu sexo encostava no meu por cima da roupa eu rebolava sentindo que a cada momento ele ficava mais excitado.
–Rose... –ele falou quando eu finalmente consegui descer sua calça.
–Shii –eu falei beijando seu peitoral. Subi minhas mãos para tocá–lo de todas as formas que conseguia. Ele me ajudou a tirar a própria calça e aproveitou para inverter as posições. Eu sorri quando ele desamarrou o laço que prendia o meu vestido e o abriu me deixando apenas com as roupas intimas, ele suspirou como se fosse a visão mais linda do mundo. Voltou a me beijar de maneira delicada e eu sorri, suspirava a cada momento que seus lábios passeavam pelo meu pescoço e meu colo.
Me deixas louca quando vejo mais um dia
Pouco a pouco entardecer
E chega a hora de ir pro quarto escutar
As coisas lindas que começas a dizer
Me deixas louca
Scorpius ajudou a me despir delicadamente. Suas mãos foram até minhas costas e abriram o fecho do meu sutiã , enquanto acariciava minhas costas, ele o retirou delicadamente enquanto eu arfava, jogou o sutiã em algum lugar. Começou acariciar meus seios, gemi baixinho. Scorpius abaixou seu rosto e distribuiu beijos e carinhos pelo meu colo, mais uma vez suas mãos deslizaram pelo meu corpo, ele tocou meu sexo por cima da calcinha.
Tentei respirar de maneira regular quando ele tirou minha calcinha delicadamente, mas assim que seus dedos encontraram a parte mais intima do meu corpo, me contorci de prazer quando senti que seus lábios também me acariciavam de maneira tão delicada, tentei me segurar para não gemer tão alto, mas foi impossível, minha respiração estava entrecortada e quando eu não aguentava mais de prazer senti um gemido alto sair pela minha boca.
Puxei Scorpius pelos cabelos e ele veio até mim com um sorriso malicioso nos lábios. Eu o fiz deitar no amontoado de almofadas, me sentei mais uma vez sobre ele e me inclinei para beijá–lo.
Quando me pedes por favor que nossa lâmpada se apague
Me deixas louca
Minhas mãos procuraram seu sexo e eu o toquei sobre a cueca,o acariciei e retirei a cueca rapidamente e então voltei a acariciar seu sexo. Scorpius gemia e eu estava gostando de ouvi–lo. Não resisti ao ver seu rosto apaixonado e o beijei, ele me puxou para perto e se pôs em cima de mim. Beijou meus lábios com paixão e então com nossos corpos nus nossos sexos se tocavam.
Scorpius fez com que eu ficasse em seu colo, passei a mão por seu pescoço enquanto me posicionava em cima de seu sexo, Scorpius segurava firmemente minha cintura, encostei meus lábios nos seus quando nosso sexos se juntaram numa dança lenta e quente.
Quando transmites o calor de tuas mãos
Pro meu corpo que te espera
Me deixas louca
Eu estava sobre ele meus braços em seu pescoço. Scorpius mantinha suas mãos em minha cintura, me segurando, me ajudando a estar sobre ele,nos beijávamos todo o tempo, suas mãos acariciavam minhas costas, meu corpo tremia em cima do seu, tamanha era nossa paixão. Fazer amor com Scorpius era algo que me deixava louca, a maneira como ele conhecia meu corpo e como nós nos encaixávamos tão perfeitamente.
–Scor... –eu o chamei –mais rápido –beijei levemente os seus lábios, mas ele fez com que o beijo ficasse mais intenso, soltou minha cintura e segurou meu rosto. Confesso que eu estava adorando aquilo. Dizem que o sexo depois do casamento se torna algo chato e sem graça, mas ainda não estávamos nessa fase, confesso também que pensei que a gravidez mudaria isso, mas não mudou.
Por isso eu digo, transar com Scorpius era algo que me deixava louca, era mais que sexo com certeza, era algo que me deixava desesperada...
E quando sinto que teus braços se cruzaram em minhas
costas
Desaparecem as palavras, outros sons enchem o espaço
Você me abraça, a noite passa
me deixas louca
Estava em cima de Scorpius, rebolava em cima de seu sexo e arfava quando ele resolvia fazer o mesmo, estava no limite, havia perdido todo o meu controle – ou o que eu achava que existia –mais uma vez ele me puxou pela nuca e me beijou intensamente minhas mãos deslizaram pelas suas costas e então aumentamos o ritmo da nossa transa, nossos quadris se mexiam mais rapidamente de encontro um ao outro e eu sentia vontade gritar de tanto prazer.
Chegamos ao orgasmo juntos, nossos beijos se tornaram mais quentes, nossas mãos mais afoitas e nossos corações batiam no mesmo ritmo. Me deitei no peito de Scorpius, sentia as batidas do seu coração enquanto fazia círculos em sua barriga com a mão. Ele acariciava meus cabelos de uma maneira que só ele conseguia fazer enquanto cantarolava uma canção qualquer...
Sinto os teus braços se cruzando em minhas costas
Desaparecem as palavras, outros sons enchem o espaço
Você me abraça, a noite passa
e me deixas louca
Peguei no sono ouvindo sua voz. Ela me transportava para um lugar bom e distante, como a minha casa... Nossa casa. A voz de Scorpius era muito mais que isso, eu conseguia me acalmar a ouvindo , era tudo o que eu precisava.
(Fim da NC)
Suspirei nervosa. Mais outra carta. Malditas cartas anônimas... Bem, desde a noite que eu e Scorpius dormimos juntos na cabana que ele construiu para mim e para a Joe eu simplesmente não consegui contar sobre as ameaças. Em primeiro lugar, porque ele havia me contado naquela mesma manhã que o assassino de bruxas mais perigoso Inglaterra havia saído da prisão... E em segundo, porque minhas amigas não me davam mais folga. Além de trabalhar desesperadamente tentando descobrir onde estava o Assassino S 4.
–Ei Rose, uma coruja deixou isso para você –Sara disse deixando em cima da minha mesa.
–Sara, você se lembra de como era essa coruja ?
–Ah, aquela coruja... Estranha, totalmente branca com olhos frio, confesso que senti um pouco de medo –ela falou –ah a menina que faz a coluna de moda está aqui –nem precisei perguntar onde ela estava porque logo vi a loirinha vindo até mim.
–Mabi! –eu levantei animada.
–Ei, fica ai quietinha Rose –ela disse chegando perto de mim e então lhe abracei forte. Estava morrendo de saudades, há alguns meses nos correspondíamos por cartas , falando sobre milhares de assuntos e é claro sua vinda para o profeta, Mabi estava com 15 anos e estava no 5 ano de Hogwarts.
–Estava com saudades –falei sorrindo –veio com quem ?
–Ah,mamãe está ali conversando com o estagiário de esportes –ela disse e eu sorri.
–Já conheceu o Dec ? –perguntei me esquecendo totalmente que eles se conheciam. Queria que meus dois estagiários prediletos se vissem.
–Craig ? Infelizmente o conheço a mais tempo do que desejaria.
–Nossa, o que ele te fez ? –Sara perguntou intrigada.
–Esse grande idiota estudou em Hogwarts –ela se sentou na cadeira a frente da minha mesa –quando eu entrei em Hogwarts ele estava no terceiro ano, não merece a casa que pertence...
–Ele é Sonserino ?
–Sim, insuportavelmente sonserino. Nunca achei que diria isso, mas com um idiota desses na minha casa até a grifinória seria melhor! –ela falou indignada e eu sorri.
–Ah Mabi, o Dec não é tão ruim... O Dec está tentando ajudar nas matérias investigativas, eu estou querendo saber o paradeiro do Assassino S 4... Apenas Rita conseguiria informações assim, mas ela está em uma conferência anual sobre ‘Novas descobertas’. Ouvi dizer que até descobriram que a unha do Hipogrifo tem efeito sedativo...
–É, eu tenho certeza que Skeeter conseguiria informações. Mas afinal o que você e o Craig querem achar ?
–Onde está ele, eu quero que ele volte para o lugar de onde nunca deveria ter saído o mais rápido possível...
–Ele vai voltar Rose! E como essa menininha linda está ? –A mão quente e macia de Mabi pousou em minha barriga no exato momento em que Joe chutou –Ah que linda Rose.
–Vocês estão em sintonia...Onde Kalshe está ?
–Ah, louca da vida, vovó fez questão de que ela voltasse a morar na mansão, o que deixou a Kalshe irritada, mas como sempre obedeceu à vovó, mamãe tenta a todo custo conversar com ela, mas as conversas nunca são boas... Acho que Kalshe quer colocar o nome do vovô no garoto...
–É, ela vai colocar. Nicholas. É um belo nome –falei sorrindo –e ele vai ter uma madrinha muito amorosa...
–Ah sim, ela me contou. Parabéns madrinha –eu sorri –quero ser madrinha do seu próximo filho Rose –eu sorri.
–Será com certeza! –apertei a mão dela enquanto riamos. Ouvi batidas na porta e depois Dec abriu um pouco a porta e enfiou a cabeça lá.
–Rose, consegui algo para você –ele disse sorrindo.
–Entre Dec !
–Você não imagina o que eu consegui –ele disse com os olhos brilhando e então virou para Mabi com um sorriso encantador que fazia metade das estagiarias suspirarem –oi Maria! –ele disse alto como se fosse a primeira vez que a notasse ali.
–Craig...Meu nome é Melling, pra você é Melling então apenas me chame me de Melling!
–Nossa que bicho te mordeu ?
–Não fale comigo! –falou irritada.
–Ei, se acalmem. O que conseguiu Dec ?
–O endereço de onde o Assassino S 4 supostamente está, acho que poderíamos mandar para os aurores e mandar algum jornalista com ele para ter o furo de reportagem...
–Acho melhor não, duvido que eles verifiquem, me dê isso aqui –me levantei segurando a barriga. Eu já estava habituada a segurar a minha pequena –eu conheço alguém que poderá ir lá –falei enigmaticamente, mas não conhecia alguém que podia ir lá, estava apenas não deixar que eles soubessem meu plano –há... Vou sair e deixá–los aqui ok ? Conversem, quando voltar quero vê–los de bem –falei sorrindo.
Desde que Dec havia nos contado suas “aventuras” em Hogwarts que eu e as meninas notamos que ele conhecia Mabi e era um tanto obvio que sentia algo por ela. Sai da sala animada com o endereço em minha mão e a bolsa em outra. Vi Cassie conversando com um dos funcionários do Profeta então sai dali rápido. Gostava bastante de Cassie, mas as conversas dela eram mais intermináveis do que os ciúmes de papai por Viktor Krum.
Fui até meu carro –protegido por feitiço, sim, porque depois de assistir milhares de filmes trouxas senti medo de que alguém tentasse explodir meu carro ou algo do tipo, então só quem pode tocar nele sou eu –e procurei alguns papeis que Dec havia anteriormente me ajudado a achar. Estava nervosa e animada, precisava conferir aquele endereço, era em uma região um pouco afastada de Londres, mas eu sabia como chegar lá.
Demorei um pouco até achar o lugar onde Dec havia me dado o endereço. Era uma estrada de terra batida, parecia mais um pequeno sitio. A casa era de um branco encardido, haviam duas pilastras que pareciam sustentar a fachada da casa, a varanda era grande e havia uma cadeira grande ali. A porta era enorme e feito de uma madeira forte e resistente, haviam grandes janelas pintadas de azul, mas todas estavam fechadas.
Fiquei de “vigia” mais de duas horas, havia colocado outro feitiço no carro com medo de ser descoberta e agora estava ali, com medo de que houvesse ido até ali em vão. Já estava desistindo quando vi a movimentação. Uma das janelas se abriram e uma pessoa com um capaz preto apareceu, não pude ver seu rosto e sabia que nem havia notado que eu estava ali de intrusa, afinal e havia colocado um feitiço em meu carro. A pessoa ficou por um bom tempo olhando a vista até ser posta para dentro por alguém também coberto por um capuz.
Eu sabia que aquela era a pista certa. Deixei que eles entrassem para ir embora. Cheguei em casa mais tarde que o normal, Scorpius lia um jornal trouxa enquanto me esperava na sala, seus cabelos estavam molhados, ele havia acabado e tomar banho e usava apenas um robe verde escuro com o emblema da Sonserina.
–Boa noite –tentei sorrir, mas não havia sorriso encorajador no seu rosto.
–Rose, onde esteve ?
–Eu estava...
–Não adiante dizer que no jornal, porque passei lá assim que sai do trabalho e você não estava. Dec disse que você havia saído sem dizer para onde ia...
–Eu fui para uma consulta Scorpius –sorri –E por isso me atrasei...
–Como o Batist ? –ele perguntou.
–Sim!
–O Batist não estava no consultório Rose, também fui lá.
–É que eu estava com fome e ele me levou para comer algo... –falei a primeira coisa que me veio a mente e vi que não deveria ter dito isso.
–Ah, você foi jantar com ele ?
–Não Scor... Eu apenas...Droga, me desculpe Scorpius! –comecei a chorar do nada, me sentei no sofá me sentindo a mais idiota das mulheres. E Scorpius veio até mim.
–Meu amor, eu só queria saber se você estava bem, o Assassino, não está sendo piedoso Rose, ele está fazendo tudo que pode para destruir todas as bruxas que encontra pelo caminho, só que não que você seja a próxima. Não quero que aja próxima... –ele tentou me consolar e alguns minutos depois parei de chorar.
–Você me desculpa ?
–Sim, te desculpo sim, agora vai tomar um banho para comermos algo –eu sorri e lhe dei um beijo casto nos lábios.
–Te amo Scor!
–E então como vocês estão ? –Ouvi Kalshe perguntar e então tirei meus olhos das paginas empoeiradas dos documentos que lia. Eu temia que alguma delas me fizesse essa pergunta.
–Estamos ótimos Kal... Scorpius por acaso se queixou de algo ? –perguntei indiferente. Eu estava pesquisando há dias sobre o esconderijo do Assassino S 4, às vezes ficava horas lá vigiando o esconderijo e às vezes via alguns encapuzados saindo de lá e entrando. Estava um pouco animada, porque a cada dia parecia conhecer mais da rotina daquela casa.
–Ele só disse que vocês estão distantes, mas Rose até nós estamos notando que tem algo errado... Vocês tem brigado ?
–Não Roxi... Não estamos brigando, só brigamos uma vez e isso não é motivo para acharem que nosso relacionamento está mal.
–Rose, não acha que está se entregando demais ao trabalho ? Está perto de fazer 7 meses e ainda está trabalhando ativamente, Skeeter esta perto de voltar da tal conferência e você poderia voltar para seu posto até a Joe nascer –Nina disse.
–Meninas, eu não estou enfurnada no trabalho, estou tentando deixar tudo organizado para quando Rita voltar... –falei sorrindo –e acho que tudo que está acontecendo é a culpa dos meus desejos –inventei algo para que elas parassem com as perguntas – tenho sonhado com doces impossíveis de fazer e agora fico assim frustrada...
–Ah, não me fale em doces Rose! –Nina disse e Kalshe riu.
–Ouvi dizer que abri uma nova doceria no Beco diagonal, o que acham de nos encontrarmos lá mais tarde ? –ela perguntou e eu sorri.
–Claro Kal –falei. Pouco tempo depois elas se despediram e eu chamei Dec a minha sala.
–Chefinha! –ele disse e eu sorri.
–Temos algo a fazer Dec, o lugar que você me falou estava certo. É a casa onde eles estão se reunindo.
–Vo–você foi lá Rose? Sozinha ?
–Xii –falei me levantando –quieto Dec, está louco ?Ninguém pode saber disso. Nós temos que ir lá mais uma vez, apenas conferir se é mesmo o local e então chamaremos os aurores.
–Você quer ir lá de novo Rose ? –Dec perguntou quando me viu pegar a bolsa.
–Claro, você vem ? –o chamei assim que alcancei a porta.
–Claro –ele disse correndo ao meu encontro e eu sorri.
Dec era como um terceiro irmão para mim, eu quase não via Hugo e Emma por causa de seus trabalhos, Emma em Hogwarts boa parte do tempo, Hugo na loja com tio Jorge eu quase não os encontrava. E desde que Dec chegou aqui ele se tornou um bom amigo, ele saiu de Hogwarts há pouco tempo, foi amigo do Fred II e é um garoto sensato. Além é claro das conversas sobre Mabi, ele diz que gosta bastante dela, desde a ultima vez que ela veio aqui eu notei isso, quando ela sair de Hogwarts daqui a dois anos tem um emprego garantido no profeta então talvez eles se entrosem mais.
Eu não deixei Dec dirigir. Em primeiro lugar, porque não sabia se ele era bom dirigindo e porque eu gostava de dirigir, era um das únicas coisas que eu gostava. Havia perdido muitas vontades desde que recebi a primeira carta mês passado. Eu estava sendo ameaçada, andava com minha varinha por todos os lugares da casa e uma vez quase ataquei Scorpius, ele achou estranho e apenas me disse para não sair atirando feitiços em todos, podia acertar Mirax.
Sai dos meus devaneios quando notei que estávamos perto, ativei o botão de invisibilidade do carro e o parei no lugar de sempre para os vigiar. Dec olhava tudo muito interessado, para ele era algo maravilhoso fazer uma matéria de campa sobre o maior assassino de bruxas de todos os tempos. O impiedoso Assassino S4. Eu sentia tanta raiva dele, a menos de um mês uma colunista do jornal teve a irmã assassinada. Foi horrível, não queríamos publicar nada sobre ela, mas Rita insistiu, disse à garota que não se magoasse pois escreveria sim a matéria.
Ela não ficou tão destruída quando pensei, apenas disse que queria que pegassem eles. E desde então se tornou algo de honra. Sei que não trabalhávamos como aurores nem nada, mas poderíamos ajudar encontrando aquele maldito. Confesso que às vezes eu tinha certeza de que era ele que estava fazendo aquilo comigo, mandando aquelas intermináveis cartas com ameaças e coisas terríveis. Por eu ser esposa de um dos aurores que ajudaram a prendê–lo, ou talvez Molly tenha dado uma palavrinha ao chefe da seita que ela frequenta... Ok, essa ultima talvez tenha sido a mais equivocada, mas eu tentava não deixar nada passar.
–Rose, vamos ficar vigiando até quando ? –Dec perguntou intrigado.
–Acho que é melhor irmos embora –falei, os encapuzados já haviam saído e entrado umas duas vezes na casa e agora tínhamos mesmo era que falar com os aurores , pensei.
Dei a partida no carro, mas havia algo estranho com ele. Dec me olhou preocupado. O carro não podia ter quebrado agora, eu tentei mais uma vez e nada. Tirei o cinto e procurei minha varinha pelo carro. Precisava de um feitiço rápido para concertar aquilo sem sair do carro.
–Nossa, aonde eu coloquei essa varinha...
–Rose... ? –Dec me chamou, eu havia tentado me virar pra trás pra procurar a varinha.
–O que foi Dec ? –perguntei .
–Me diz que esse carro ainda está com o feitiço de invisibilidade ? –ele perguntou um tanto nervoso.
–Claro que sim, porque ?
–Tem alguns daqueles encapuzados vindo em nossa direção Rose... –ele disse apontando para frente. Eu parei de procurar e senti meu sangue gelar –Rose abaixa –ele disse quando notou que o carro tinha vidros escuros –fique aqui abaixada, eu saiu, digo a eles se eles sabem onde é Londres e volto para o carro...
–Dec não... É perigoso. Onde está sua varinha ? –perguntei e ele tentou achar a dele, mas antes que conseguisse pegá–la a porta do passageiro se abriu. Nós demos um grito alto.
–Olha o que temos aqui... –um homem um tanto velho falou sorrindo de maneira cruel –pegue–os –ele disse para os brutamontes encapuzados.
–Não! –Dec gritou assim que um deles me puxou pelo braço –Não levem a minha irmã... –ele piscou para mim –ela está grávida, por favor a deixem ir...
–Sua irmã ? –um deles riu alto –Eu saberia distinguir esse rosto em qualquer lugar do mundo. Essa é a mulher daquele maldito auror... O Malfoy –ele disse praticamente cuspindo o nosso sobrenome.
– A sobrinha de Harry Potter ? –outro deles disse com um nojo ainda maior –Filha do auror Weasley... ? O chefe vai gostar de saber disso –ele riu alto e os outros riram também.
Dec estava se debatendo enquanto dois deles o levavam. Me senti tonta. Se ao menos eu pudesse entender o que havia acontecido ali no carro. Meu carro nunca havia falhado no botão de invisibilidade, eu mesma pedi ajuda do vovô para isso. Me deixei ser levada sentindo o peso da culpa sobre meus ombros. Os homens encapuzados falavam tantas coisas horríveis, Dec havia se descontrolado e estava praticamente sendo carregado para aquela casa sinistra.
Eles não tiveram muita piedade quando jogaram Dec no chão com toda força do mundo. E logo depois me mandaram ficar ali ao lado dele, eu tentei me sentar de uma maneira que não machucasse nem a mim nem a Joe. Eu senti um medo mortal quando olhei todas aquelas coisas ali dentro. Era uma mansão horripilantes e sombria. Havia uma enorme mesa com varias cadeiras de madeira escura ao redor dela. Havia um lustre brilhante que contrastava com as paredes escuras – não sei se por estarem encardidas, ou por ser sua cor natural.
Antes que eu pudesse dizer algo um homem encapuzado e alto entrou na sala. Ele parecia ser algo importante porque todos os olhos pararam de falar e apenas olharam para ele. Atrás dele vinham duas pessoas também encapuzadas, duas mulheres, pelas formas eu pude notar.
–Ora, ora, ora... A que devo a honra dessas ilustres vistas ?
–Estavam rondando a mansão mestre –o que nos ameaçou do lado de fora falou.
–Ah sim... E o que faziam rondando minha mansão ? –ele perguntou e Dec levantou a mão como se estivesse no colégio.
–Não sabíamos que era uma propriedade particular senhor.
–Pois agora entenderão porque ela é. Fixe –ele chamou um dos homens e apontou para Dec. O homem foi até ele e começou a lançar feitiços como se aquilo lhe fizesse sentir prazer.
–PAREEEEEEEEEE –eu gritei, estava tonta e chocada demais.
–Ó senhora o que faz ai? Não a havia visto... –ele falou e eu tentei me controlar, respirei fundo antes de respondê–lo.
–Acho que o senhor precisa visitar um medico, porque é quase impossível não me notar... –ele me analisou e sorriu.
–Tem bom senso de humor senhora. Espero que seja trouxa...
–Como ?
–Eu sinto um extremo prazer em matar bruxas... As trouxas não dão tanto prazer assim. São medrosas, não fazem piadas nem ao menos me olham no rosto.
–Não sou trouxa senhor... Mas não lutarei quase tente me matar. Pois sei que não me matara.
–Por acaso era boa em Adivinhação ? –ele perguntou e eu assenti.
–Sim, uma das melhores alunas –menti descaradamente.
–Talvez esteja errada dessa vez... –ele disse e fez sinal para que o homem novamente voltasse a lançar feitiços em Dec.
–Por favor senhor Pare!
–Porque ele deveria parar ? –ele perguntou e eu dei de ombros.
–Sou a sobrinhas de Harry Potter...
–Ual. Me surpreendeu. Parem! –ele disse ao rapaz e veio até mim. Descobriu seu rosto e me deu um sorriso mais cruel do que o outro –Deixem o garoto em paz, o coloquem ali, ao lado da senhorita... ? –ele perguntou, mas não me dei ao trabalho de responder, um dos homens disse Weasley em alto e bom tom.
Dec estava ao meu lado, ele estava destruído, mas parecia ainda consciente. Eu não sabia se o meu possível plano daria certo, mas eu queria que desse. Havia pego minha varinha, estava por debaixo do meu vestido. Nem sei como eles não me revistaram ou algo do tipo. Segurei a mão de Dec para ele saber que tentaríamos sair bem dali, apenas precisava que ele estivesse vivo. Precisava instigar primeiro o assassino.
–Qual o seu plano ? –eu perguntei e ele me olhou confuso.
–Qual o meu plano ?
–Sim, já que vai nos matar, diga–me qual o seu plano ?
–Ah sim Weasley...
–Malfoy –o concertei – se não se importa.
–Malfoy –ele disse como se isso não o importasse em nada –acha mesmo que sou tolo o suficiente para lhe contar meu plano ? Confesso já ter assistido alguns filmes trouxas, apenas para ver como os bandidos trouxas se comportam e fiquei altamente envergonhado.
–Por quê ? –Dec perguntou ao meu lado.
–Porque eles são inúteis garoto...A maioria deles. Acredita que alguns confessaram seu plano majestoso antes de estar concretizado ? Por isso admiro apenas os vilões que conseguem, ou os que morrem tentando –ele riu alto.
–E o senhor pretende não ser um deles ? –perguntei e ele assentiu.
–Mas –Dec gemeu –se o senhor pretende não ser um deles porque não nos conta ? Não confia na sua tropa de encapuzados ou está com medo de acontecer com você o mesmo que acontece com os trouxas ? –ele perguntou pegando o espírito da coisa e eu segurei sua mão mais uma vez.
–Me pegou senhor...?
–Craig –ele disse simplesmente.
–Craig. Já que querem saber o meu plano eu direi francamente. Matarei as bruxas mais importantes da nossa época para que todos saibam o quão poderoso serei. Começando por você senhora Malfoy...
–Que honra então –eu sorri tentando parecer calma –obrigada por me conceder o privilegio de ser a primeira. E quem seria a próxima da lista ?Minha mãe ? Minerva McGonagall ? Ou quem sabe...
–Sua mãe... Confesso que queria que ela fosse a primeira da minha lista. Com tantos feitos seria a pessoa perfeita para estrea–la, mas a senhorita também é um bom começo...
–E como morrerei ? Não me diga que terá um ritual ? –perguntei e ele riu.
–Gostei da ideia Weasley...
–Malfoy senhor.
–Malfoy... Quero que alguém a ajude a preparar –ele disse –levantem–se.
Eu e Dec nos entreolhamos. Eu pisquei para ele e coloquei a mão sobre a barriga como estivesse pronta para dar a luz. Todos olharam como se não estivessem acreditando naquilo, o assassino nos olhou de cima abaixo quando rasguei o vestido e segurei a varinha com força. Não fiquei ali para saber o que eles fariam quando notassem que eu não só havia escondido a varinha como havia conseguido aparatar com Dec. Aparatamos dentro do escritório dos aurores.
Dec caiu ao meu lado desacordado. Eu estava apenas com uma parte do meu vestido rasgado. Eu olhei para todos os lados. Papai me olhou de maneira estranha quando viu que era eu quem estava ali com um garoto de 17 anos arrasado em meus braços. Scorpius também parecia chocado demais, eu comecei a gritar desesperadamente. Alvo veio até mim e tentou levar Dec junto com um dos outros aurores enquanto Tio Harry, Scorpius e papai tentavam me fazer falar algo.
–Eu encontrei o Assassino S4 –falei depois de alguns segundos –precisam pegar ele.
Eu falei antes de dar o endereço. Confesso que achei que assim que eu aparatei eles haviam fugido, mas pelo relato que os Alvo me deu depois que todos voltaram – com o assassino e alguns dos encapuzados –eles acharam que não iríamos muito longe, nos superestimaram. Ou talvez tudo tenha acontecido rápido demais para a compreensão deles. Eles haviam conseguido recuperar meu carro, mas Scorpius disse que podiam descartá–lo como prova do crime.
Dec estava no St. Mungus e eu também fui levada pra lá. Recebi a visita de mamãe que estava desesperada, das meninas que me disseram que eu só podia ser uma boba para ir com o Dec para o coviu das cobras e junto com elas uma Mabi muito preocupada e eu acho que nem tanto comigo... Segundo Kalshe ela passou no quarto do Dec e ele ainda estava desacordado, ela passou um bom tempo lá.
E ultima pessoa que veio, depois até do papai e dos meus avós foi Scorpius. Ele não estava nada feliz com aquilo. Sentou–se ao meu lado na cama e ficou me olhando por um bom tempo. Eu pensei que ele não fosse dizer nada e que estivesse maluco da vida comigo... Bem, ele realmente estava maluco comigo.
–Como você pode fazer isso Rose ? Você colocou a sua vida em risco, a vida do Dec e da Joe... –ele disse me fazendo derramar algumas lágrimas –eu fiquei maluco ... Se eu as perdesse... –ele disse e então notei que ele também chorava.
Me abraçou forte e chorou mais um pouco. Chorei junto com ele, eu estava desesperada, mas não sabia porque, não conseguia contar a ele sobre as ameaças, sobre a minha vontade de descobrir quem estava ameaçando a minha vida e da minha filha. Estava com medo de Scorpius não querer escutar, ou se irritar comigo, por isso me calei. Ele se afastou de mim depois limpou as lágrimas e antes de ir embora beijou minha bochecha e me de um tchau murcho. Do lado e fora pude ver aquela maldita loira nos olhando e senti vontade de fazer algo, mas afinal o que eu poderia fazer ?
***
–Você é impulsiva ... –a arvore falou –teimosa e às vezes inconsequente. Agora acho que esse rapaz foi um santo de aturar todas suas loucuras... –ela disse e eu arregalei os olhos –estou falando serio, você colocou em risco a vida de todos eles quando poderia ter contado a algum dos seus milhares familiares sobre essas ameaças...
–Eu estava sobre pressão chateada triste... –me calei.
–Volte a contar Rose... Apenas me mostre que ainda posso me orgulhar de você.
Fim do capitulo 19
N/a: Finalmente postei esse capitulo...Demorou mas está ai. Espero que gostem :)
O lugar especial que o Scorpius fez para a Rose e para a Joe :
Maah Malfoy: *--------------* Fico feliz que esteja gostando da fanfic e que esteja comentando. Essa doutora ainda terá muitas coisas a contar... E o bilhete é mais grave do que a Rose poderia imaginar. Kalshe e Al tem aquela coisa do passado interferindo um pouco, mas agora com o bebê as coisas mudam...Ahhhhhhh eu tô apaixonada por A thousand Years, a musica tem uma letra incrível, eu que dou sorte de achar musicas assimque se encaixem na fanfic. Obrigada pelo comentário flr :) Beijoos!
Trecho do próximo Capitulo :
–Se acalme Rose, se acalme –ele disse chegando mais perto e segurando minha mão –agora me conte tudo!
E eu contei. Contei das cartas e de como eu estava me sentindo, contei de todas as vezes que tentei falar com Scorpius, mas parecia que sempre havia algo me impedindo, contei a ele como eu fiquei assustada com a primeira carta e como me senti inútil quando a cobra saiu da caixa pronta para me atacar. Senti medo por Joe, por Scorpius, por Mirax, por todos que estavam ao meu redor... Quando finalmente eu acabei de contar ele me abraçou. A porta se abriu fazendo com que eu tomasse um grande susto.
–O que é isso ?– A voz de Scorpius ecoou pela sala. E Dominic me soltou e olhou irritado para ele.
Beijos, Lana!
Comentários (1)
COMO ASSIM? EU TÔ MESMO VENDO ISSO? NÃO TEM UM COMENTARIOZINHO PARA ESSE CAPÍTULO BOMBÁSTICO?????????????????????????????? U-HUL, SOU A PRIMEIRAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Louquices à parte, vamos ao capítulo: já tô vendo que Rose e Scorp já estão começando a se afastar. #chateada E tem dedo de médicos aí, certeza. Principalmente daquela loira aguada. E eu acho que ela está envolvida com o tal assassino. E o tal Domenic também. Sei lá, não vou com a cara dele. :/ E isso de ele ficar dando em cima da Rose não vai prestar. E fala sério, ele é médico. Cadê o profissionalismo? Deve ter pulado a janela, só pode. E acho que a Molly também deve estar metida nessa história de assassino. Principalmente porque ela sumiu assim, DO NADA. Não dá para acreditar que ela ia aceitar tudo numa boa, né? E ok, a Rose é corajosa e ainda bem que ela conseguiu fugir. O tal cara lá fez igualzinho aos bandidos trouxas dos filmes - que paspalho! Ao que interessa: achei burrice dela não contar para o Scorpius desde o início. Se fosse meu marido, eu contava. Para ter um apoio moral e tudo o mais; essa história de ficar carregando fardos pesados demais sozinha não combina comigo. E também porque não tenho coragem suficiente para ser uma Grifinória, como a Rose - o Chapéu Seletor do Pottermore me pôs na Corvinal (hiahiahiashiahsiahisa). E o Scorpius é auror, com certeza ia querer proteger a filha e a esposa. E ainda tem o Ron, o Harry, o Al... resumindo: uma verdadeira tropa. Para terminar, achei lindinho o casamento da Nina e do James! *_* Agora só faltam Kalshe e Alvo!
2013-07-03