Como não amar ?
Capitulo 17 Como não amar?
Não é questão de ter ou não razão, quando se é atingido pela flecha do amor não existe vencedor ou vencido, existe apenas aquele sentimento, que pode ou não ser lindo.
Contar aos garotos sobre a gravidez parecia um trabalho absurdo. Já havia passado uma semana que Nina havia prometido que ia contar a James que estava grávida. Kalshe já havia contado, apareceu aquele dia me contando como havia contado a Alvo. Ela estava sentada no sofá comendo uma enorme barra de chocolate amargo – seu predileto – quando eu resolvi lhe roubar um pedaço.
-E então o que tem a me contar? – perguntei quando enfim conseguir saborear aquele pedaço do chocolate.
-Eu falei com ele ontem –ela disse e eu quase pulei no sofá.
-E o que o Alvo disse quando você finalmente falou do bebê? –perguntei e Kalshe abocanhou mais um pedaço do chocolate antes de começar a me contar...
- Eu estava em casa –ela começou a contar.
Estava revendo uns papeis que o chefe queria na mesa dele no dia seguinte. Não aguentava aquilo, estava cansada de apenas mexer em papeis, queria ação, mas estava pensando no bebê e nunca arriscaria a vida dele, de maneira alguma. Queria ser uma mãe diferente da minha e começaria por isso. Então resolvi uma daquelas loucuras que você faz Ross. Ler para o bebê. Bem... É claro que eu ainda não podia senti-lo direito nem nada do tipo, mas eu me senti perto dele.
Eu li “Os contos de Bardo o beedle” quase toda a manhã interrompi apenas quando ouvi baterem na porta e fui atender. Confesso que não imaginei quem poderia ser, todo mundo tem o que fazer em um domingo, e eu estava lendo para o meu filho, então tive a surpresa de encontrar Alvo Potter na porta da minha casa, com um pote de sorvete na mão e um filme em outra. Eu não ia abrir a porta para ele, não, eu não ia. Mas ele parecia saber que eu estava em casa porque olhou para a porta e sorriu.
Abri a porta e o deixei entrar. Voltei ao sofá enquanto ele desaparecia pela minha casa a dentro. “Que folgado” pensei enquanto voltava a ler o livro em alto e bom tom para o bebê. Eu sabia que ele estava ouvindo. Fique por um bom tempo lendo o livro quando ele voltou. Com duas taças de sorvete na mão e um filme, não vou dizer que não acreditei na cara de pau dele, porque eu acreditei, conhecia ele há tanto tempo que achava –naquele momento –que não me surpreenderia mais com nada.
-Aceita? É de chocolate –respirei fundo e aceitei a taça. Ele se sentou ao meu lado sem que eu o convidasse e sorriu –porque tudo para nós dois é tão difícil ?
-Espero que tenha sido uma pergunta retórica.
-Nossa que evolução, você disse algumas palavras... –Ironia digna do sonserino que ele era.
-O que veio fazer aqui Afinal?
-Vim conversar Kal...
-Sobre?
-Nós ?
-Não me responda com uma pergunta!
-Então pare me perguntar o obvio!
-Eu nunca fui boa em clarividência Alvo...
-Não mesmo! –ele disse sorrindo, mas não me permiti sorrir –ah, abre esse sorriso, eu sei que você quer sorrir também.
-Não me enrola Potter!
-Eu vou ser direto Kal. Eu sei que a ultima vez que nós transamos houve um pequeno descuido –ele disse –e na Toca... Eu só quero dizer que não acredito que esse filho não seja meu, se você está grávida é meu Kalshe!
-Como pode ter tanta certeza assim ? Segundo você eu transo com qualquer par de calças que aparece na minha frente! –me levantei e coloquei a taça em cima da mesinha de centro.
-Que droga! Eu estava...
-Você estava sendo sincero. Você acha que eu durmo com todos os caras que aparecem na minha frente e depois diz que o meu filho é seu? Estranho o seu modo de pensar.
-Eu estava com raiva Kalshe. Eu não estava gostando daquilo ok ? O Fred não devia ir vê-la no Magia do amor, ele nem é da nossa turma. Eu não queria você perto de mim muito menos dele, não mesmo, eu não quero ouvir sua voz e também não quero saber de você. Eu não quero te ver sorrir, nem te ouvir cantando aquelas malditas musicas que me fazem querer estar perto de você. Isso é difícil ok?
-Potter...
-Me deixa terminar... Os últimos dias tem sido muito difícil. Desde que eu a ouvi dizendo que estava grávida, não consigo tirar isso da minha cabeça –ele disse se levantando pela primeira vez. –Não posso ignorar o que sinto por você e às vezes me sinto até ofendido quando você ignora tudo o que sentimos um pelo outro.
-É difícil não ignorar quando você se lembra que já foi traída, quando você se lembra de encontrar seu namorado na cama com a sua mãe.
-Kalshe, isso aconteceu há mais de 5 anos –ele disse pegando minha mão –eu não tinha maturidade suficiente, eu era um grande idiota, eu estava com raiva, sabe o quanto me dói quando me lembra isso ? Eu não sabia... Às vezes eu acho que tudo isso é medo –ele disse e então eu soltei sua mão.
-Medo ? –perguntei assustada quando ele deu um passo à frente.
-É medo! Você sabe que eu te amo –ele disse sem hesitar –sabe o quanto você me ama e ... Não sei explicar! –Ele deu meia volta e eu apenas fiquei parada olhando.
Não sabia que ele voltaria, suas mãos puxaram meus rosto de encontro ao seu e eu senti seus lábios pressionados contra os meus. Não me controlei nem nada do tipo, apenas o abracei pela cintura enquanto seus lábios exploravam os meus. Beijá-lo não era estranho, nunca foi, nem mesmo a primeira vez que meus lábios encostaram nos dele foi estranho. Porque ele era o Alvo, o garoto por quem eu fui apaixonada a vida inteira e que sempre tentei afastar de mim.
Eu não queria amá-lo e sofrer, não queria ter que desistir ou ser descartada, não queria estar como Cassie ou simplesmente ser esquecida. Eu queria o amor dele, para sempre, nem que para isso eu tivesse que deixá-lo de lado. Sempre acreditei que os amores eternos houvessem se extinguido. Como dos meus pais, eles continuavam se amando, mas agora não havia mais isso, Cassie, mesmo sem querer me ensinou isso. Não há mais uma amor eterno, ou melhor, não há aqueles amores estúpidos de tirar o fôlego, ou como naqueles filmes trouxas.
Pelo menos foi nisso que acreditei durante boa parte da minha vida, foi isso que acreditei quando fui traída e quando descobrir que não poderia viver sem ele. A única coisa que eu pensei foi “Não existe uma relação em que os dois amem”, não poderia existir, porque ele não me amava, a cada encontro era uma agulha a mais ferindo meu coração e me deixando angustiada.
A cada risada irônica que eu tinha que dar pra esconder as lágrimas que eu queria derramar. A cada mentira que eu contava para encobrir a verdade eu estava assumindo para mim e para o mundo que o amava mais que tudo, mesmo que nenhum deles houvesse notado. Eu fui boa atriz o tempo todo, escondi meus sentimentos de tal maneira que às vezes até eu mesma me esquecia porque estava ali, porque eu não podia apenas dizer um simples “Eu te amo” quando estava em seus braços.
Não resisti, as lágrimas insistiram em escorrer pelas minhas bochechas e acabar com aquele beijo. Apenas nos abraçamos, eu sempre precisava do seu abraço, ele fazia com que eu me sentisse protegida. Seus braços passaram ao redor do meu corpo e ficamos assim por um bom tempo até ele sorrir para mim daquela maneira idiota que fazia meu coração se aquecer e bater descompassadamente.
-Kal... –ele segurou meu rosto nas mãos e me fez olhar atentamente para ele –eu quero que me escute com atenção. Eu não vou desistir de você ok ? Não importa o que aconteça eu quero você Kalshe Melling –então tocou meus lábios com os seus...
-E o que aconteceu depois ? –perguntei depois que Kal finalmente terminou de me contar a historia.
-Ah...
-Apenas uma chance –ele disse – não te decepcionarei...
-Alvo...
-Se eu fizer algo errado, você pode voltar a me odiar, pode me colocar dormir com o Hipogrifo com a coruja ou com o vampiro que tem no sótão da Toca...
-Alvo...
-E pode dizer a todo mundo o quão idiota eu fui e...
-Alvo Potter pode calar a droga da sua boca?
-Você quer calar ? –não deixe de reprimir um sorriso.
-Quero, mas não agora! –eu disse quando ele perguntou com aquele sorriso malicioso que o faz ficar mais charmoso que nunca –Queria conversar...Sobre ele –falei passando a mão pela barriga.
-Eu sei...Eu sei –ele disse me abraçando –Não vou decepcioná-los, vocês são minha vida –ele sorri e tocou minha barriga com carinho –é um menino...?
-É sim, um menino...
-Alvo Severo Potter Junior –ele disse sorrindo e eu o empurrei de leve.
-Sai fora Alvo. Nunca deixaria você escolher o nome do meu filho...
-Nosso filho –ele disse esperando que eu confirmasse.
-Nosso filho, não importa. Eu já tenho um nome, ele vai se chamar Nicholas...
-Nicholas como aquele ator trouxa ?
-Não , Nicholas como meu pai –falei e ele sorriu.
-Seu avô –ele falou me fazendo revirar os olhos –tem que enfrentar seus medos.
-Eu não tenho medos ok ?
-E porque afasta seu pai ? Kalshe acho que está na hora de conversar com Draco Malfoy e...
-Você está rindo na cara do perigo Potter ? –perguntei e ele riu.
-Está assistindo muitos filmes trouxas.
-Estou mesmo, meu bebê gosta disso.
-Aprenda a ser menos egoísta Kal, nosso bebê –ele disse se levantando e pegando o filme que havia trazido. O colocou e se sentou ao meu lado –trouxe um que vai gostar.
-Tem mais sorvete ? –perguntei e então ele pacientemente trouxe o pote de sorvete para nós dois. E passamos o resto do tempo assistindo filmes trouxas. Confesso que às vezes eu o olhava e não sabia o que dizer. A não ser na época em que namoramos em Hogwarts não conseguíamos ficar assim, talvez fosse o orgulho que nos fizesse brigar mais que tudo ou apenas nosso jeito mesmo. Só sei que agora parecia diferente e eu estava gostando daquilo.
-Oh Merlin, vocês finalmente se acertaram ?
-Nós brigamos um pouco depois disso, ele disse que Ryan Gosling não é bonito, acredita ? –Kalshe disse e eu ri.
-Vocês dois são perfeitos um para o outro –eu disse.
-Não, não somos, mas eu estou dando uma chance a isso –ela disse – o que quer que seja isso.
-E o encontro com o Draco ?
-É hoje...Eu não sei Rose, se devo ir ...
-Ah você vai sim. E amanhã vai me contar tudinho...
-Esta bem Ross... Esta bem! –ela disse se levantando –agora vou escolher um vestido...
-Não use aquele branco com rendas e um laço extremamente lindo –recomendei enquanto caminhávamos até a lareira.
-O que tem de errado com o vestido ... ?
-Não é com o vestido Kal –pisquei e ela riu alto.
-Ok, talvez meus seios estejam grandes demais pra ele... Qual sugere ?
-Ei, você é melhor que eu nisso –brinquei –eu sei exatamente o que deve vestir – que tal o azul com renda e pedras perto do decote e com a saia de tule ?
-O vestido que...
-É esse mesmo Kal!
-Mas quem me deu ele foi o Alvo...
-Isso ai, agora entra na lareira e vai logo arrumar o que vai usar hoje a noite!
-Tchau Ross –ela me deu um beijo e pegou um pouco de pó de flu entrando na lareira –Apartamento de Kalshe Melling!
Kalshe mal havia desaparecido na lareira quando eu ouvi mais uma vez alguém tocar a campainha. Fui até a porta e atendi uma Nina chorosa. Ela estava com o cabelo molhado, apesar de não estar chovendo na rua, estava descalça e com um vestido folgado e florido. Me abraçou forte e eu correspondi, quando Nina finalmente me soltou eu a puxei para o sofá.
-O que aconteceu Nina ? - Nina chorou mais alto e embolou as palavras –Nina... –levantei do sofá tentando achar a caixa de lenços, ela estava na sala ontem quando eu e Scorpius começamos a assistir ‘Doce novembro’ a caixa de lenço estava do meu lado. Chorei tanto com o filme que precisei dela... A achei em cima da estante de livros.
-E-eu –ela começou de maneira desesperada e eu lhe dei a caixinha de lenços –o-obriga-ga-da Ross...
-De nada. Nina, me diz o que aconteceu, está me preocupando...
-O-o Ja-James... –ela começou e continuou limpando as lágrimas com um lencinho.
-O que o James fez... ?
-Eu contei Rose...
-Contou... ? Ai meu Merlin... Me conta isso direitinho Nina –falei e ela respirou fundo.
-Havia uma semana que eu estava ignorando o James... Ou pior, eu estava ignorando esse nosso assunto –ela disse –ele foi lá em casa... Nós ficamos juntos...
Estávamos na banheira. James estava rindo de alguma coisa que eu contei, mesmo eu não achando nem um pouco engraçada. Ele me deu um beijo carinhos enquanto acariciava minhas costas. Eu estava sorrindo, mas estava nervosa. Queria lhe contar logo sobre o bebê e tudo que estava sentindo, o medo de ele não me querer mais.
-O que está acontecendo em meu Lírio ? –ele perguntou sorrindo. Eu sempre sorrio quando ele me chama assim. Meu nome do meio é Lilian... Era até um pouco idiota se chamar ‘Nikolina Lilian Abbott Longbottom’, às vezes perguntava o que meus pais tinham na cabeça para colocar um nome tão estranho quanto esse.
Quando era pequena todos riam do meu nome, até Kalshe baixar uma ‘lei’ para os colegas do nosso ano. Se alguém me chamasse de algo que não fosse no mínimo agradável se veria com ela, Rose e é claro seu mentor... James Sirius Potter. E é claro todos aceitaram a lei, tanto que nem os alunos mais velhos os me perturbavam mais. Ninguém me chamava de Lilian a não ser papai, achava o nome me caia muito bem ...E James é claro...
James me dizia diversas vezes que nós deveríamos ser a reencarnação do seu avô e sua avó. Mas eu nunca levei isso a serio, apesar de amar quando ele me chamava desse jeito... Me sentia extremamente amada.
-Nada Jay...
-Você está estranha esses últimos dias –ele falou a olhando nos olhos.
-Acho que é o estresse... Quer dizer... James poderíamos não falar nisso ?
-Nisso o que ... ? Falei que você estava estranha –ele disse sorrindo daquela maneira quem me fazia querer beijá-lo o tempo todo.
-Não estou estranha James! –eu disse me levantando na banheira. Peguei o robe no banheiro e sai dali. Sabia que uma hora ou outra teria que contar a ele. “Se ele vier atrás de mim eu conto... Se não...” pensei, mas assim que terminei esse meu pensamento James veio até mim, com seu robe preto, ele não sorria apenas me encarava como se esperasse algo.
-Nina...
-Eu...
-Fala –ele chegou mais perto de mim.
-EuestougrávidaJames! –eu disse rapidamente e ele apenas me olhou sem entender.
-Como Nina ? –ele franziu a testa ao me perguntar. Eu peguei meu vestido em cima da cama, tirei o robe rápido e o vesti o vestido – Nina você vai me... –não esperei ouvir o que ele disse, desci as escadas correndo e quando sai do apartamento dele aparatei.
-NINA! –não fui eu quem falou... Foi o James.
-James ? –dissemos em uníssono.
-Oi Rose –ele sorriu –Nina...
-Como me achou aqui ? –ela perguntou e ele sorriu.
-Me custou ver minha priminha se agarrando com o futuro marido e o meu irmão praticamente abocanhando a minha pupila...
-Deu tempo de o Alvo e a Kalshe se pegarem ? Poxa... Não faz nem meia hora que ela saiu daqui –eu disse.
-Tempo de sobre Rose –eles disseram em uníssono.
-Eu vou comer um bolo de chocolate que a Mirax fez... –falei indo para a cozinha.
-O que aconteceu Rose...? –Mirax perguntou quando eu entrei na cozinha.
-Jay e a Nina estão na sala discutindo a relação –falei –até dá pra ouvir o que eles estão falando –falei quando começamos a ouvir as vozes deles...
-Eu...
-Porque fugiu de mim Nina ?
-Você ficou lá, imóvel...
-Eu estava tentando entendo o que queria me dizer... Você disse que está grávida Nina...
-Foi –ouvi a voz dela falar baixinho.
-Eu sei... – eu sabia que ele estava sorrindo –eu já sabia –ouvi meu primo falar e não resisti. Eu e Mirax nos esgueiramos para a parte da cozinha em que a pequena janelinha dava para a sala.
James estava pertíssimo de Nina e ela chorava. Ele lhe tocou o queixo com um das mãos e colocou a outra em sua cintura. A fez olhar para ele. Os dois eram tão perfeitos um para o outro que nem notavam... Sempre juntos, harmônicos... Acho que de todos os casais amigos eles eram os mais românticos. Era como se eu estivesse vendo uma pintura, ou um daqueles filmes trouxas.
-Eu soube assim que você pediu aquela atendente da doceria chocolate com queijo... Eu estava esperando que me contasse Nina, eu te amo –ele disse olhando nos olhos dela –e estou feliz –ele disse se ajoelhando em sua frente, lhe beijou a barriga e Nina sorriu,ele levantou rápido e a abraçou.
-Eles são lindos, não são Mirax ? –Nós os deixamos finalmente com sua intimidade e paramos de olhar pena janela da cozinha. Procurei a torta que Mirax havia feito.
-São sim Rose –ela sorriu.
-A torta esta maravilhosa Mirax... Mirax, o que acha de conhecer vovó qualquer dia desses ? –perguntei e ela sorriu.
-Posso vê-la querida... Mas conhecê-la acho um pouco difícil –ela disse e eu não entendi...
-Como Mirax ? Não entendi.
-Eu conheci Molly em Hogwarts...
-Nossa Mirax... Eu não sabia disso –falei bobamente e ela riu, daquela maneira que me fazia lembrar de vovó.
-Nos conhecemos no expresso –ela disse sorridente e veio se sentar ao meu lado –mas fomos para casas diferentes... –ela disse e eu assenti.
-Até onde sei você é Sonserina, certo ?
-Sou sim querida. Apesar de na minha época tudo ser tão diferente, eu sempre gostei da casa a qual pertenci.
-Diferente de que maneira Mira ?
-Não vivíamos a nossa vida, se você era de uma família nobre e tradicional tinha que se casar assim que saísse de Hogwarts, sua família já sabia com quem você se casaria. Para todos eles eram apenas negócios...
- Mira... Seu casamento foi arranjado ?
-Foi Rose –ela me sorriu bondosamente –tudo naquela época era. Eu era uma jovem tímida e quase não tinha amigos, confesso que nem todos da minha casa me agradavam, alguns sonserinos eram cruéis, mesmo antes do Lord Voldemort “existir” ou se consolidar como o maior bruxo das trevas de todos os tempos, as pessoas já mantinham aquele maldito preconceito. Consegui um amigo apenas fora da minha casa, dois anos mais velho que eu. Era um rapaz inteligente, divertido com quem eu gostava de conversar...
-E o que aconteceu entre vocês ?
-Quando ele acabou Hogwarts eu andava cercada por alguns amigos do meu noivo. E então pouco podia ir pra longe... Mas sempre que podia o encontrava em nossas raras visitas a Hogsmead... Por um tempo foi difícil viver sem ele, mas depois que notei que nós dois juntos nunca seria algo possível desisti.
-Quem é este homem Mirax ? –eu perguntei e ela balançou a cabeça...
-Um dia te contarei querida. Um dia... –e voltou a se dedicar ao que fazia antes de eu interrompê-la.
Quando voltei a prestar atenção em tudo notei que Nina e James já haviam ido embora. E fiquei feliz porque sabia que os dois haviam se acertado. Era como se eu fizesse uma nota mental. “Roxi e Haniel” Ok. “Kalshe e Alvo” Ok. “James e Nina” Ok. Com a certeza que tudo estava mais que bem fui para o quarto. Vesti um terninho azul e fui para o trabalho.
A nova edição da revista trazia a revista de “utilidades” segundo Rita isso aumentaria nossas chances de concorrer com o Jornal rival que além do jornal diário tem a revista semanal. Quando cheguei Kitt e Domi estavam discutindo algo sobre a edição...
-Ei Rose! –Domi acenou para mim e fui até as duas.
-E então meninas o que estão discutindo ?
-Kitt acha que a foto da noiva na capa vai atrair a atenção das vendas apenas para mulheres...
-Eu não acho nada –Kitt falou –eu estou apenas representando a Mabi, nos encontramos em Hogsmead ontem e discutimos sobre isso. Ela disse que se o publico alvo são as mulheres apostar em vestidos é a pedida, mas se vocês quiserem atingirem outro tipo de publico vão ter que diversificar isso...
-Isso Kitt, realmente Mabi tem razão... O publico alvo com certeza sãos as bruxas, bruxos quase não se esforçam para comprar esse tipo de revista. Então invista em vestidos ok ? E caso se encontre com Mabi em Hogsmead por esses dias peça para que ela escolha alguns vestidos para o final da estação... Sei que faltam alguns meses, mas como ela vai estar de férias é bom já ter uma ideia do que vai usar. Vai haver uma festa... Da qual nossa querida chefe não se cansa de falar.
-Rose... –me virei ao ouvir Sara me chamar.
-Oi Sarita...O que me conta ?
-A entrevista...Com os medico de St. Mungus...
-Ah sim, obrigada por me lembrar –agradeci a Sara e me virei para as meninas –Ajeitem a edição e me mostrem quando eu voltar ok ?
-Sim Rose!
Me despedi das duas peguei algumas pastas na minha sala e dirigi até o St. Mungus. Nem tive tempo de analisar a ficha daquela medica... Eu tinha três entrevistas. Uma com Dominic Batist e as outras com Amanda Carry e com Jimy Morley – eram sobre o melhor atendimento no St. Mungus e sobre alguns acidentes mágicos. Enquanto caminhava até a sala de Dominic li a ficha da tal da Amanda.
Aquela loira ainda não me desci... Medica do St. Mungus... Oficial – servindo aos aurores...Solteira... Estudou em Hogwarts... Não me lembro de ter visto ela em Hogwarts. Tem a minha idade, mas não lembro de nenhuma Amanda no nosso ano... Corvinal... Ainda não consigo lembrar de nenhuma corvinal com esse ano...
-Ei Tatiana, o Doutor Batist está... ? Tenho uma...
-Ele está a sua espera –ela me interrompeu delicadamente e sorriu.
-Obrigada Tati –disse me dirigindo a sala dele –Boa tarde Doutor.
-Ei Rose... Como esta ? E o bebê ?
-Bem, mas acho que eu quem deveria fazer as perguntas aqui não... ? –brinquei e ele assentiu.
-Me pegou nessa... Pode me perguntar tudo , responderei com todo prazer...
-Dominic...
-Antes que você diga que é casada, eu lhe respondo com muito carinho Rosita... Eu não sinto ciúmes! –ele disse e eu ri, comecei a entrevista porque ainda teria que entrevistar os outros dois.
Assim que terminei a entrevista do Dominic procurei pelo Jimy Morley, ele foi bem mais serio que o Dominic. E me agradeceu por tê-lo escolhido pela entrevista, apesar de não ter sido eu a escolhê-lo... Encontrei Amanda Carry cuidando de um dos aurores. Ela estava conversando animadamente com ele e quando eu cheguei ela abriu um sorriso altamente forçado.
-Oi Weasley...
-Malfoy! –sorri.
-Ah sim... Havia esquecido que era esposa do Scorp...
-Pois é querida. Eu sou... Mas não foi sobre o meu marido que vim falar com você.A entrevista...
-Oh... Eu lembro. Se quiser pode me entrevistar enquanto cuido do Matthew.
-Tudo bem.
A entrevista dela foi a que mais gostei, apesar de não gostar nem um pouco dela... Ela parou uma ou duas vezes a entrevista para falar do Scorpius... Eu me controlei é claro para não me irritar com ela, mas em minha mente aquela maldita medica já poderia ser considerada a pessoa mais insuportável do mundo. Assim que terminei a entrevista voltei ao jornal e ajudei as meninas a fazem a armação da capa da revista semanal.
-Acho que está bom meninas...
-Está ótimo –ouvi a voz de Rita –mas troque essas letras Rose,estão horríveis. Procure algo mais tradicional...
-Ok Chefa!
-Ah Rose, amanhã quero você aqui antes das 8 –ela sorriu e eu revirei os olhos. Quando ela saiu nós voltamos a discutir o assunto.
-Meninas... Acho melhor irmos ! –falei –Sara já foi, amanhã terminamos –falei antes de as deixar.
Cheguei em casa as 19h00min. Eu e Scorpius havíamos planejado sair mais tarde para o magia do amor. Eu encontrei todas as luzes da casa desligadas. Scorpius e Mirax sabiam que eu odiava ficar no escuro, tentei ligar a luz da sala, mas não consegui. Senti um medo enorme surgir. Não podia ligar a luz e se houvesse alguém que não fosse Scorpius em casa ?
Tirei meu casaco, minhas botas e segurei minha varinha firmemente. Ser filha, esposa, sobrinha e prima de aurores me ensinou algo. Não acendi minha varinha, engatinhei até a sala e ouvi um pequeno barulho vindo do andar de cima. Tentei não fazer barulho, era até perigoso “procurar” invasores em casa, mas estava em meu sangue, eu não podia simplesmente ignorar aquilo, eu tinha o sangue dos meus pais na veia e o meu instinto de jornalista sempre me fazia perseguir tudo com a maior curiosidade possível.
Ouvi um barulho de vidro se quebrando, provavelmente vindo do meu quarto e subi mais rápido. A porta do quarto estava aberta e tudo estava escuro, senti um pouco de medo, mas entrei, assim que pisei meus pés no quarto senti duas mãos me segurarem, uma em minha cintura e a outra na minha boca, confesso que iria atacar, mas senti o cheiro de Scorpius...E logo depois ele disse calmamente ao pé do meu ouvido:
-Surpresa... –quando ele sussurrou aquela não tão pequena palavra as luzes se acenderam e eu me virei para ele.
-Me deu um susto –disse tentando me recuperar do susto e ele me abraçou.
-Não era pra ser um susto... Você deveria ter acendido a varinha.
-Eu achei que estivéssemos sendo atacados.
-Instinto Weasley... –ele disse e eu sorri, fui até ele e o abracei. Era tão bom abraçá-lo.
-Ei, o que foi tão especial para que me deixasse ficar no escuro ? –perguntei ele piscou.
-Vai ter que refazer todo o caminho...Ei você está descalça.
-Tive que me livrar delas para pegar quem quer que estivesse aqui –brinquei e ele riu –ok, refarei o caminho.
Desci as escadas sozinha. As luzes voltaram a se apagar assim que eu cheguei no ponto que estava quando tirei o casaco e as botas. Disse “Lummus” e uma pequena plaquinha se ergueu em minha frente. Com letras grandes e brilhantes. A placa dizia “Quer relembrar... ?” peguei o envelope e iluminei com a varinha.
“Quer relembrar bons momentos de nós dois ?” eu assenti e logo outra frase apareceu “Então vá até seu lugar predileto da casa”.
Eu sorri e fui até a biblioteca... Havia outra plaquinha com letras brilhantes “Como tudo começo... ?” eu sorri e peguei o envelope “Te amei desde o principio e nunca deixarei de te amar... Nem mesmo por ser a pior cozinheira do mundo... Estou um pouco faminto, se também estiver já sabe o que fazer...” fui até a cozinha e outra plaquinha estava lá. Nessa havia escrito “Venha para mim”. Sorri quando notei não haviam envelopes apenas uma cesta de piquenique.
Eu a pequei e fui para o quarto. Sorri quando não o achei ali, mas sim outro envelope. Esse era vermelho e tinha escrito “Não há nada melhor...” peguei o envelope e li o resto da frase “que observar a lua com a pessoa que ama... Pode vim, estou no jardim”. Eu desci rápido e quando abri a enorme janela de vidro da sala me surpreendi. Scorpius estava em pé ali, na minha frente. Havia uma enorme toalha de piquenique estendida no chão. Algumas velas flutuavam como se dançassem para nós dois.
O céu estava maravilhoso, a lua estava muito linda e as estrelas pareciam estar vestidas para um grande show. Na frente do nosso pequeno lago havia uma tela enorme, mas parecia uma tela de cinema. Havia vinho em uma taça e refrigerante em outra, fechei os olhos e tentei tirar aquele sorriso bobo do rosto, mas era algo quase impossível. Scorpius veio até mim e tomou a cesta da minha mão a colocou perto da toalha e veio até mim mais uma vez.
-Isso é...
-O que você merece –ele não deixou que eu terminasse a minha frase, eu fechei os olhos quando seus lábios encostaram nos meus, senti sua boca se movendo sobre a minha em um beijo calmo e tão gostoso que chegou a me tirar o fôlego. Ele passou suas mãos pelas minhas costas e me abraçou, nos entusiasmamos tanto com o beijo que ele me tirou do chão.
-Então eu sou uma péssima cozinheira ? –perguntei e ele sorriu.
-Você até tenta morena... Mas você é uma ótima jornalista –eu ri alto e ele me abraçou mais uma vez –venha.
-O que é isso Scorpius...
-Surpresa –ele disse as arvores começaram a se balançar como se houvessem ensaiado para isso. A enorme tela em nossa frente se ascendeu. Eu estava na tela...
-Scorpius...
-Apenas assista –ele disse e eu me aconcheguei em seu abraço enquanto olhava atentamente para o telão.
-Ah Alvo, para de filmar isso – a “eu” mais nova falou. Eu sorri para a câmera de Alvo, mas às vezes revirava os olhos. Ele estava encarregado de filmar a peça, seus bastidores e tudo mais que pudesse filmar. E agora estava me importunando.
Algumas garotas da minha turma me ajudavam a arrumar o cabelo. Meu longo cabelo castanho, levemente avermelhado, estava preso em uma trança torta e curta. Haviam algumas flores em meus cabelos, as garotas haviam colocado. Eu estava vestida com o vestido mais lindo que poderia sonhar. Totalmente branco, como de uma noiva, com muitas pedras por cima. As rendas eram tão lindas e havia até uma pequena coroa e um par de brincos.
Eu respirei fundo ali e olhei para Alvo como quem pede apoio. Ele apenas sorriu, ele sabia me acalmar com apenas um sorriso. Eu ajeitei a saia do vestido com as mãos e olhei para frente, do outro lado do palco, escondido por entre as cortinas vermelhas estava Scorpius. Com seus cabelos negros e olhos castanhos, suas vestes negras... Era como se representássemos o bem e o mal, a espera e a angustia, a saudade e o abraço... Naquele momento eu soube que seriamos, sempre, opostos perfeitos.
O dia em que nos conhecemos
Congelado, segurei minha respiração
Desde o inicio
Sabia que encontrei um lar pro meu coração
Bate rápido, cores e promessas
Como ser corajoso?
Como posso amar quando estou com medo de cair?
Mas olhando você sozinha
Todas as minhas dúvidas, subitamente se foram de alguma maneira
Eu entrei no palco enquanto cantava, não pude esperar melhor reação do publico, papai até gritou algo como “Essa é a minha garota”. Eu estava nervosa, cantava com uma coragem que nem sabia que possuía, ainda nem havia chegado ao meio do palco quando Scorpius veio em minha direção... Nossos personagens, naquela cena, ficavam assim. Sem rumo... Quando passou por mim ele olhou em minha direção e eu tentei disfarçar. Meu coração batia aceleradamente eu apenas sentia vontade de largar aqueles papeis e o beijar, sem ter que me preocupar com o que pensariam nem nada do tipo.
Um passo mais perto
Cantamos juntos, quando em mais um passo nos pusemos um na frente do outro. Alvo filmava tudo, não haviam outros personagens naquela cena e atenção era apenas voltada para nós dois. A cada passo nosso, em direção ao outro ou em direção a nada...
Tenho morrido todos os dias aguardando por você
Querida, não tenha medo
Eu tenho te amado por mil anos
Te amarei por mais mil
Cantei mais uma vez, olhando para o publico. Todos nos olhavam ansiosos, tentei parecer triste como a Rose da peça, aquela Rose que talvez não tivesse mais um dia como seu amado e que estava lutando com todas as forças pelo seu amor... Quase ri disso, eu também estava lutando pelo meu amor, as consequências que teríamos caso alguém descobrisse e o que nossas famílias iam pensar...
O tempo para
A beleza em tudo o que ela é
Ele começou a cantar e eu tive que me virar para olhá-lo.Sempre foi tão bom ouvir aquela voz rouca e doce cantar e quando ele cantava ainda na adolescência era mais lindo e doce ainda...Eu o olhei com toda ternura mesmo estando do outro lado do palco senti seu olhar acariciar o meu e todo seu carinho.
Eu serei corajoso
Não deixarei nada levar pra longe
Nos viramos de frente um para o outro enquanto cantávamos essa parte. Vi uma movimentação em algum lugar, mas não parei para saber o que estava acontecendo. Ele sorriu para mim, com os olhos, e eu retribui seu lindo sorriso. Eu o amava, não tinha duvidas disso, a cada dia me sentia mais feliz para lutar por nós dois, para sempre estarmos juntos e nunca nos separarmos.
O que esta na minha frente
Ele apontou para mim e eu ouvi alguns burburinhos, mesmo com toda musica, se aquilo não fosse uma peça, eu aposto que nós dois já teríamos entregado o jogo. Ele me olhava como nunca havia olhado e eu aposto que retribuía seu olhar a altura...
Cada respiração
Todas a horas vieram pra isso
Um passo mais perto
Cantamos juntos e a cada frase nos aproximamos um pouco. Um passo mais perto...De e de toda aquela vontade louca que eu sentia de beijá-lo e sentir seus braços em meu corpo, estava a um passo de talvez ser deserdada, mas também de me tornar a garota mais feliz do mundo...
Tenho morrido todos os dias aguardando por você
Querida, não tenha medo
Eu tenho te amado por mil anos
Te amarei por mais mil
Eu já conseguia ouvir o coro que nos acompanhava. As pessoas nos olhavam atentamos como se fosse o ultimo ato de uma pessoa de drama, como se nunca houvessem visto algo assim... E talvez eles realmente nunca houvessem visto algo assim. Meus sentimentos estavam ali, meu coração estava ali e o amor da minha vida também estava ali. Sorrindo com os olhos, com o coração batendo forte e com aquela certeza de que seriamos um do outro para sempre.
O tempo todo eu acreditei que te encontraria
Tempo trouxe seu coração pra mim
Eu tenho te amado por mil anos
Te amarei por mais mil
Eu sorri, a letra parecia nos descrever. Eu o amava... E esperaria o tempo que for para que pudéssemos estar juntos, sem as histerias do meu pai, sem o preconceito do seu, sem todas aquelas malditas regras e sem as nossas casas nos impedindo de nada. Eu não deixaria de amá-lo, era uma das únicas certezas que tinha em meu coração...
Te amarei por mais mil
Um passo mais perto
Mais um passo. Foi apenas mais um passo. Estávamos um de frente para o outro. Seus olhos castanhos me interrogando como se aquilo pudesse mudar algo em minha decisão, seus mãos agora em meu rosto me dizendo que venceríamos aquela guerra juntos.E todo o seu amor ao alcance dos meus olhos, assim que suas mãos frias tocaram meu rosto eu senti que já não havia mais tempo, nós havíamos o esgotado...Nunca mais eu pertenceria a outra pessoa, com meu corpo, minha alma e meu coração.
Tenho morrido todos os dias aguardando por você
Querida, não tenha medo eu tenho te amado
Por mil anos
Te amarei por mais mil
Cantei com suas mãos em meu rosto. Todos agora pareciam esperar o momento final... Aquele momento em que nós nos afastaríamos, mas não houve. Até mesmo Stela parecia interessada demais naquele momento para pensar no tal script que não estávamos seguindo desde que entramos naquele palco. Minhas mãos foram até seu rosto e eu o olhei mais uma vez, como se fosse a primeira vez que eu visse.
O tempo todo eu acreditei que te encontraria
Tempo trouxe seu coração pra mim
Eu tenho te amado por mil anos
Te amarei por mais mil
E ali, na frente de todos aqueles olhares céticos, nossos lábios se encontraram. Ávidos um pelo outro. O salão se rompeu em palmas... Talvez todos houvessem percebido ali que não era apenas um casal de adolescentes interpretando um papel, que aquele beijo havia significado mais do que todos imaginavam que fosse... Mas confesso que não ligo para o que eles pensaram... Porque quem eu queria estava bem ali na minha frente...
-Como conseguiu isso Scor ?
-Gostou ?
-Você não respondeu a minha pergunta –falei me virando para ele , estava emocionada...
-Nem você a minha morena...
-Sabia que você fala demais ? –perguntei e ele balançou a cabeça negando –pois bem, precisamos mudar isso –apenas me aproximei e deixei que nossos lábios se tocassem daquela maneira tão intima que me fazia querer estar todo tempo com ele, mas eu sabia que nem todo tempo do mundo seria muito para nós dois.
-Pronta Senhora Malfoy ? –Scorpius me perguntou sorrindo, depois de me ajudar a fechar o zíper do meu vestido.
Eu estava na frente do espelho-porta do meu closet. Scorpius estava atrás de mim sorrindo que nem bobo. Me olhei pelo espelho e sorri, estava com um vestido preto que ia até cinco palmos acima da coxa. Trançado nas costas pelas grandes tiras de pano e que destacava um pouco da minha barriga. Sapatos pretos, bolsa de mão preta com alguns detalhes dourados e os brincos faziam a combinação perfeita.
-Prontíssima! –falei.
-Uma vez, quando eu era pequeno, meu pai me disse que quando eu encontrasse a mulher mais linda do mundo eu seria um cara sortudo, mas disse também que se eu continuasse a achando linda e a amando por todo o tempo em que estivesse junto dela eu seria o cara mais sortudo do mundo...
Fechei os olhos quando Scorpius tocou meu roto, me arrepiei, senti minhas pernas tremerem e o meu coração bater mais forte. Ele apenas tocou meus lábios levemente com os seus e depois se afastou, me olhou mais uma vez e me deu o braço para que descêssemos juntos. Quando chegamos ao meio da escada eu parei.
-Rose...
-Nem um milhão de ‘Eu te amo’ seria capaz de dizer o que eu sinto por você...
-Eu sei –ele assentiu –eu sei quando você me olha, tenho a mais plena certeza da minha vida –eu sorri e finalmente voltei a andar. Nós entramos no carro e Scorpius o dirigiu.
-Eu espero que tudo tenha dado certo entre eles... –falei e ele sorriu.
-E eu tenho quase certeza que deu... –ele disse e eu ri.
-Sim professora Trelawney –ele riu alto e continuou dirigindo.
A viagem até a magia do amor foi rápida, quando menos notamos já estávamos saindo do carro. Scorpius desceu e me ajudou a sair e eu lhe agradeci. Quando entramos no bar notamos a decoração e a aura diferente. Havia sido mesmo preparado para um festa, havia uma grande mesa onde antes ficava o bar e no meio onde todas as mesas ficavam haviam apenas casais dançando. No palco um garoto cantava animadamente, eu reconheci logo , Dec.
Ele estava cantando Animal de Neon Trees... A magia do amor sempre fechava para festa com alguns clientes, eu simplesmente amava aquilo sabe ? Era tão engraçado. Continuei olhando para tudo quando vi o lugar onde o pessoal estava. Nina estava conversando com Kalshe na mesa. Nina usava um vestido azul escuro com muitos brilhos, a saia do vestido era curta e com muitas camadas de tule, as mangas curtas dele lembravam um casaquinho e ele se destacava por marcar bem a cintura. Kalshe estava com um vestido vermelho de alcinha, com uma pequena marcação embaixo dos seios, o decote pequeno, mas generoso. E a beleza das pedras que cobriam a parte de cima do vestido.
Roxi estava dançando no salão com Haniel. Ela estava usando um vestido azul com a saia Monet, um cinto na barriga marcando-a um pouco e alguns acessórios dourados. Aquilo a deixava mais linda. Alvo estava ao lado de Kalshe, apesar de calado, até pensei que os dois pudessem ter brigado, mas notei a sua mão nas costas de Kalshe. Nos aproximamos e cumprimentamos todos animadamente.
-Ual, você esta arrasando –Kalshe falou quando eu virei para que ela pudesse ver o vestido.
-E você está muito linda... Vocês estão –falei para Nina também.
-Obrigada. –ela disseram em uníssono e eu ri.
-E então como foi ? –perguntei diretamente para Kalshe.
- Que brinco lindo Rose –Kalshe fingiu analisar meu brinco.
-Não vai colar fugir do assunto Kalshe... –Nina falou e Alvo assentiu.
-Traidores –ela disse antes de começar a falar –Nós conversamos...
-Serio ? Não imaginava, achei que vocês tinham ido assaltar Gringotes...
-Sarcasmo não combina com você Rosita.
-Então seja direta Malfoy!
-É, combina sim –ela reconsiderou e nós rimos –ok. Foi bom –ela disse não muito alto e eu ri.
-Eu não ouvi direito Kal...
-Foi bom ter saído com Draco, ele até que é engraçado para quem tem mais de 40. Eu praticamente me via nele sabe? E não estou falando do sarcasmo e da ironia...
-Essa é uma característica altamente Malfoy Kal –Scorpius comentou.
-O pior que é mesmo... Espero que nosso bebê não seja tão sarcástico...
-Ah, se puxar aos Malfoy vai ser sim –Nina disse e Alvo balançou a cabeça.
-Vai puxar aos Weasley Nina –ele disse e deu de ombros –mas o nosso bebê vai ser o sonserino mais sarcástico de todos –ele afirmou tocando a barriga de Kalshe.
Ninguém esperava aquilo, mas Kalshe se virou para Alvo enquanto nos riamos do que ele havia falado e o beijou. Ele demorou um pouco, mas retribuiu aos beijos e ouviu os nosso gritinho de comemoração. Dec desceu do palco nessa hora e eu acenei pra ele que veio logo para nossa mesa e se sentou do nosso lado. Cumprimentou todos inclusive Alvo e Kalshe que já haviam parado de se beijar.
-Então Craig o que faz aqui... ? –Scorpius perguntou, achei até que ele estava com um pouco de ciúmes. Até parece, Dec é um menino, da idade da Domi e do Fred...
-Ah, eu gosto daqui, de cantar aqui e meu tio me chamou pra cá.
-Legal...
-Você tem mesmo quantos anos Craig ? –Scorpius perguntou e ele riu.
-Dec, ninguém me chama de Craig. Vou fazer 18, terminei Hogwarts esse ano –ele disse sorrindo.
-De que casa ?
-Sonserina com orgulho –ele disse eu e Nina reviramos os olhos, mas Scorpius, Kalshe e Alvo bateram palmas. Acho que foi ai que acabou a desconfiança de Scorpius.
-Isso ai garoto, já comecei a gostar de você –ele disse e Dec riu.
-A sonserina está bem representada aqui na mesa –Alvo falou.
-E a Grifinória mais ainda priminho... –Alvo fez uma careta e eu ri.
-Ah Dec, você conhece minha irmã ? –Kalshe perguntou –Mabi Melling.
-Claro –ele abriu um belo sorriso e nós três nos entreolhamos – 5 ano de Hogwarts... Eu via bastante a Mabi...
-Serio ? –Nina perguntou instigando.
-Sim,sim. Apesar de a maioria das vezes que eu a via ela estava gritando comigo –ele riu –ela é monitora da Sonserina e eu não sou o ano mais quieto...
-Ah sim. No meu caso era o contrario –Alvo falou –eu era o monitor Sonserino e ela era a Sonserina mais marota de todas... –ele apontou para Kalshe.
-É, as Melling devem gostar mesmo de Sonserinos ... –Nina comentou.
-Concordo! –eu falei rindo.
A conversa foi animada. E a noite mais ainda. Todos fizeram uma boa amizade com Dec. Ele contou que estava escrevendo lá pro Profeta. Nos contou um pouco dos seus anos em Hogwarts e deu pra notar que ele falava bastante em Mabi. Eu ri horrores das brincadeiras e me senti feliz. Eu sabia que nada de ruim poderia acontecer... Pelo menos era o que eu pensava. Eu e Scorpius voltamos pra casa animados. Ele dirigia enquanto eu cantava uma musica de uma banda trouxa. Em um momento eu estava cantando sozinha no outro Scorpius já estava cantando comigo enquanto entravamos em casa abraçados.
-Eu gosto dessa musica –falei assim que paramos de cantar, estávamos sentados no sofá. Não sei porque fiz aquela maldita pergunta, mas fiz –Scorpius... ?
-Oi amor.
-Promete nunca me abandonar ? –perguntei e ele me olhou um tanto incrédulo.
-Claro que não Rose, de onde tirou essa pergunta em ? Eu te amo, você me ama, não precisamos de complicações ou loucuras. Estaremos juntos ok ? Como meu avô e minha avó. Seu avô e sua avó... Meus pais e Seus pais. –ele me abraçou e naquele momento eu acreditei que tudo continuaria bem...
***
-As vezes eu acho que você cometeu um crime muito serio para ter se separado do Scorpius assim...
-Não foi um crime Arvore, mas eu o magoei... –respirei fundo –parece que eu sempre o magoou.
-Ah não chora Rose –ela disse solidaria quando uma lágrima vacilou a cair e eu já ia agradecer sua solidariedade quando ela continuou –se você chorar não vou conseguir ouvir direito o resto da historia.
-Ah Arvore... Você é uma figura –balancei a cabeça antes de continuar a contar a historia.
Fim do capitulo 17
N/a: E ai, como estão ? Espero que bem. Eu espero que gostem do capitulo e queria falar sobre um projeto com umas amigas minhas.
É um Podcast que eu fui convidada a participar e que estou gostando bastante. Somos 4 garotas - de estados diferentes - todas Ficwriters que escrevem aqui na Floreiros (Andye GW, Anne W. G. M. e Van Vet ). Eu queria divulgar, pedir a todos que dessem uma olhada, que ouçam o pod, que comentem e que digam o que acharam. Esse primeiro Podcast é sobre o Rupert Grint.
http://genialidadesdevenus.wordpress.com/
Ai o blog das Genialidades de Vênus e eu espero que gostem.
Fiz até um post no blog explicando um pouquinho - mas é mais pra divulgação do que outra coisa
Andye GW: Essas fonts são difideis mesmo kkkkkk É a primeira vez que escrevo algo realmente sobre o Draco então eu fico pensando como ele agiria com algo assim com o Rony do jeito que eles são a atitude poderia ser essa mesmo, e como eu suponho que ele tenha sido um ótimo pai para o Scorpius acho que ele quer fazer parte da vida da filha, recuperar o tempo que perdeu. Eles meio que se acertam nesse capitulo, acho que agora é pra valer Kalshe e Alvo.... E sim essa Medibruxa ainda vai ser um grande problema para a Rose. Acho que se a Kalshe e a Nina contassem juntas ia ser um arerê geral kkkkkk . Fico Feliz que tenha gostado do capitulo e Obrigada pelo comentário :)
Maah Malfoy: Fico feliz que tenha gostado do capitulo flr, obrigada pelo elogio e pelo comentário. Espero que goste desse também :)
Roupas do capitulo (esqueci de colocar antes aqui)
Roupa da Rose na peça :
Roupa da Rose no Magia do amor :
Roupa da Kalshe na magia do amor :
Roupa da Roxi na magia do amor :
Roupa da Nina no magia do amor :
Não sei se já apresentei, mas essa é a casa de Rose e Scorpius :
Trecho do próximo Capitulo :
“Querida – Não tão querida assim – Weasley
Estou falando de você mesmo vagabunda. Não avisarei duas vezes, ou talvez eu avise sim, você e essa sua criança mestiça estão com os dias contados. Não duvide da minha ameaça, eu sei como pegar você e quando eu te pegar você ficará como um pequeno ratinho encurralado a mercê de um gato furioso e faminto, você será só mais uma lembrança na mente de todos a sua volta, e eu, bem eu estarei aqui para consolar a todos e cuidar da mesticinha, caso ela sobreviva. Espero que não, as duas merecem ter mortes horripilantes. Espero que morra logo, Vadia!”
Beijos, Lana!
Comentários (3)
AH, FINALMENTE! ALELUIA, SENHOR! Nina e Kalshe contaram a verdade a James e Alvo... e credo, a Nina é muito dramática com essa história de gravidez, pfv. E Lana, que roupas DIVAS são essas? Eu quero todaaaass para minha pessoa! *_* Me desculpe se eu nunca falei nada antes, mas eu AMO todas elas! E essa casa? Parece um palácio de contos de fadas! Agora, aos fatos: Scorpius lindão! Sério, não tem nem como dizer o contrário. Perfeito, em outras palavras. Eu quero um Scorpius para mim! ;) E eu só fico pensando... como, Lana? COMO TUDO O QUE ELE TEM COM A ROSE VAI SER DESTRUÍDO? Puff? The end? Game over? Eu não queria falar nada, mas é um CRIME ISSO!Notinha final: tenho a leve impressão de que vem mais um bapho por aí. Acho que o amor de Mirax atende pelo nome de Arthur Weasley.
2013-07-03cap perfeito, eu lendo ainda não consigo visualizar como q Rose vai ferrar tudo, mas sempre se da um jeito ne? affs, parabens pelo cap e aquela medica la ta com nada, eu tbm não fui com a cara dela.... ps:QUE TIPO DE BILHETINHO MACABRO EH ESSE AI?? que isso menina to horrozirada :/ parabens mais uma vez 0/
2013-05-01CARACA EU AMEI, NA BOA, PERFEITO! Eu sou mt viciada na sua fic, de verdade, adoooro!! Nossa esse bilhetinho ai do proximo cap ta me parecendo coisa da doutorazinha que deve ter mentido no curriculo pq sla, nao fui com a cara dela u.u Kalshe e Al é tipo, awwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwn muito divo! mas eu entendo ela ser tao fechada, só nao quer se magoar... quanto a Scorp e Rose, prfv deixe eles menos perfeitos um pro outro (zuera) amo sua playlist, na boa, A Thousand Years, as duas partes, sao divinas e divaram na sua fic, parabens! (Escrevi demais, eu sei, desculpa)
2013-03-02