Capítulo 16
Eu estou ficando completamente maluca. Ou apaixonada. Ou sei lá o quê. É sério. Esse dias eu sai com a Rose pra comprar um vestido, olha só. E a cada garoto que passava do meu lado, eu virava pra ela e falava:
- Os olhos do meu namorado são mais bonitos. A boca dele também. O cabelo, o corpo, tudo Rose. Ele é melhor em tudo.
Fiquei falando isso durante o passeio todo, até que ela se estressou comigo porque disse que eu estava apaixonadinha demais e me mandou pra casa. Como se ela mandasse em mim. Ah-hã.
Eu estava tão nervosa com esse jantar! Não por mim, é claro, mas pela saúde e sanidade do meu namorado. Realmente eu tinha medo de ele ficar traumatizado com essa recepção, digamos, calorosa, dos meninos. Até o Fred, que não liga pra essas coisas resolveu entrar no meio.
E eu só fiquei sabendo disso no dia em que, sem querer, interrompi uma dessas reuniões deles e vi os cabelos ruivos do meu primo lá.
- Fred? Você não tinha que estar cuidando da Thalitinha, sua namoradinha, não? – sou sarcástica. Falou?
- Haha, fuck you, Lily.
- Olha o respeito com a minha irmã, garanhão. – Thiago conseguia ser insuportável.
Mas depois desse dia, eu nunca mais interrompi essas reuniões, até porque, meu irmão usava a magia para trancar a porta, me impedindo de entrar. Isso só pra mostrar que ele já havia completado 17 anos.
Bem, o jantar era amanhã e bom, eu estava nervosa, e ainda por cima, estava naqueles dias. Então, eu era território proibido. ( n/a: nome sexy né? HEUH).
Estava no meu quarto, com meu fone de ouvido, quando senti meu celular vibrar. Era uma mensagem. Abri rapidamente, achando que era do Escórpio, mas descobri, bem rápido, que eu estava enganada. A mensagem era do Zabine.
“Fiquei sabendo do seu namoro, ruiva. Não vou mentir dizendo que estou feliz com isso. Estou bem furioso na verdade. Então avise seu namoradinho de quinta, que eu não vou desistir de você. E nada, nem ninguém, muito menos ele, vai me impedir de conseguir o que eu quero. Com amor, Luke.”
Puta merda. Eu precisava contar isso para o Escórpio. Só pra você ter uma ideia do meu estado, eu estava chorando. Feito uma louca. Sabe, não me sinto bem com pessoas ameaçando o cidadão mais importante da minha vida.
Peguei o meu celular e liguei pro meu Escórpio. Ele atendeu já no primeiro toque.
- Lily. Aconteceu alguma coisa?
Respirei fundo.
- Escórpio, eu ...
- Meu amor, por que você está chorando? Me fala. O que te fizeram? – ele havia percebido. Eu não sabia mentir tão bem, afinal.
- O Zabine, ele ...
- O que aquele idiota te fez? Hm? Me fala. Vou lá castrar ele agora mesmo. - ele falou e eu pude perceber o tom irritado em sua voz.
- NÃO. – berrei. – Não vai, não.
- Meu anjo, o que aconteceu?
- Ele me mandou uma mensagem. – falei, entre soluços. – Dizendo que ela não ia desistir e que era pra você tomar cuidado.
- Não tenho medo dele. – ele ainda estava irritado.
- Só me promete uma coisa.
- O que você quiser, minha ruivinha.
- Não provoque ele, por favor.
- Mas, Lily, eu ...
- Só me promete isso. Eu não vou suportar vê-lo fazer você sofrer. Eu não sei viver sem você, Escórpio. Por favor, me prometa. – agora eu havia parado de chorar e meu tom era sério.
Ele suspirou do outro lado da linha.
- Eu prometo, baixinha.
- Jura? Dedo mindinho? – eu estava sorrindo.
- Dedo mindinho, meu amor.
- Eu to com saudades de você!
- Eu não to conseguindo ficar sem você, meu amor.
- O que que eu faço? Tô contando as horas para amanhã, só pra poder te ver.
- Jura? Eu não.
- ESCÓRPIO!
- Lilian, eu ainda não aprendi feitiços defensivos suficientes!
Eu ri.
- Mas seu pai vai estar com você, e ele é um bruxo poderoso.
- Mas ele disse que não vai me ajudar.
- Mesmo assim, não tem porque ter medo. – falei, segurando o riso.
- Ah, claro. Seu pai matou o Lord das Trevas e eu não preciso ter medo, ahan. Seus irmãos são ótimos em poções, feitços e defesa, e eu não preciso ter medo. Seus primos sabem usar muito bem da força bruta e são bruxos excepcionais. Mas não. Eu não preciso ter medo. – velho, como ele era sarcástico.
- Vai desistir, é?
- De você? Nunca.
- Bom mesmo. – suspirei. – Já se passaram minutos e eu ainda estou com saudades de você.
- A gente podia marcar alguma coisa hoje. – ele falou e mesmo estando longe dele, eu sabia que ele estava passando a mão pelos cabelos, bagunçando-os.
- Para de bagunçar seu cabelo. Só eu posso fazer isso.
- O que? Como? – ele parou. – Como é possível, cidadã?
- Telapatia. – eu estava rindo, e ele também.
- Você ainda não me respondeu. Bora pegar cinema hoje.
- Bom, é que ...
- Já tem algum encontro, Lily? Vai sair com seu priminho Huguito? Oiu vai curtir a tarde com o Zabine? Hein? – ele estava com ciúmes. Sente a coisa?
- Não. Vou pro salão. Tenho que me arrumar para amanhã.
- Hm.
- Escórpio.
- Oi.
- Você é um bobo.
- Sou é? Você que me troca por um salãozinho de beleza, e eu que sou bobo?
- Sim. Bobo e ciumento e ...
- E o que mais? Vai me chamar de idiota? Vai me xingar? Ah, Lily. Precisa não. Vai gastar sua saliva com o Huguito vai. Ele é mais legal não é? ele já é da família mesmo. Assim fica bem mais fácil.
- ... e seu.
Senti a respiração dele falhar. Ele se surpreendeu.
- Seu, é? Vou ter que te dividir com o Huguito?
- Não, seu bobo. Eu sou só sua, e espero que você seja só meu também. Seu ciumentinho bobo, idiota, lindo e, MEU.
- Depois eu que sou ciumento. – ele falou, e pude ouvir ele rindo.
Bufei.
- Ain, como você é idiota.
- E você é linda.
- Nossa, babaca.
- Florzinha da minha vida.
- Seu, seu ... bobão.
- Eu te amo.
- E eu te odeio.
- Odeia nada. Há cinco minutos atrás você disse que não sabia viver sem mim.
- Eu estava surtando nesse momento. A Murta havia me possuído.
- Hmmm, bom saber. Vou fazer umas visitinhas pra ela, lá em Hogwarts.
- Não vai não. – eu também estava rindo.
- Ah, é? Por que, posso saber?
- Por que você é só meu.
- E você, é só minha. OUVIRAM GAROTOS DO MUNDO INTEIRO? SÓ MINHA, APENAS MINHA E COMPLETAMENTE MINHA.
Nesse momento, eu já estava gargalhando.
- Eu te amo, loirão.
- Te amo, ruivinha.
E era verdade. Eu o amava. Muito mesmo.
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