Capítulo 12
O resto da semana passou tranquilo, tirando o fato de que a chuva tomou conta de todos os outros dias. Nós passamos esses dias assistindo filmes, comendo pipoca e, é claro, namorando. No dia em que meu pai ia me buscar, Escórpio me pediu para ficar mais alguns dias com ele. Mas eu disse que era melhor não, afinal o pai dele ia chegar de viagem e minha família, principalmente meu pai, ia achar isso estranho.
- Tem certeza, Lily?
- Tenho, Escórpio. É melhor eu ir hoje e ir acalmando os homens por lá, para o dia em que você foi se apresentar, dessa vez como meu namorado. – falei, olhando profundamente nos olhos dele.
Ele bufou.
- Tá bem, tá bem. Eu vou tentar sobreviver esses dias sem você. – ele falou, fazendo bico e dando um beijo estalado na minha testa.
- Ai meu Deus, quanto drama. – falei, rindo.
Não demorou muito para meu pai chegar, os pais dos outros já os haviam buscado. Despedi-me do Escórpio, com um beijo na bochecha, para evitar maiores assassinatos, afinal meus irmão estavam no carro, e entrei no carro.
- Eai, filha, como foi? Aproveitou bastante? – perguntou a minha mãe, piscando pra mim. Meu pai já havia ligado o carro e nós já estávamos indo para a minha casa.
- Foi legal sim, mãe. A casa do Escórpio é linda.
- É, ela se divertiu tanto que levou até beijo do Zabini. – ironizou Thiago.
- Filho, eu já conversei com o Blásio sobre isso. E eu não quero mais ouvir você falando sobre esse assunto, tudo bem? – perguntou meu pai, com um tom bravo. Thiago e Alvo haviam contado para ele sobre o incidente na casa do Zabini.
Não demorou muito e nós chegamos em casa. Meu pai me ajudou a subir as malas e, assim que entrei no meu quarto e deitei na minha cama, senti que minha mãe estava atrás de mim.
- O que foi, mãe?
- Conta tudo, Lily.
- Tudo o quê, mãe?
- Ah, Lilian. Para com isso, vai. Eu sou mulher, esqueceu? Eu percebo as coisas.
- Tudo bem, mãe. Eu fiquei com o Escórpio. – respondi, sorrindo.
- MEU DEUS DO CÉU, LILIAN. Conta mais. – disse ela, empolgada.
- E tem mais uma coisa mãe.
- O quê? – ela se sentou na cama.
- Ele me pediu em namoro.
- Não brinca? – ela arregalou os olhos. Minha mãe era super tranquila com esses assuntos, era como minha melhor amiga mesmo. – Mas, e ai?
- E ai, que eu aceitei. – respondi, olhando para o chão e mordendo os lábios.
- PUTA QUE PARIU, FILHA. – ela gritou, me assustando.
- Mãe, meu pai não pode saber. Calma, pelo amor de Deus.
- Lilian, a gente tem que contar pra sua tia Hermione. E pra Rose é claro.
- Mas agora não, mãe. Eu ainda estou me acostumando com a ideia, e eu tenho que dar um jeito de acalmar meu pai e meus irmãos para contar isso para eles.
- Tem razão, filha. Eu sei bem como é isso. – ela falou, me abraçando. – Mas você gosta mesmo dele?
- Mas do que eu imaginava que fosse possível, mãe.
- Que lindo! Minha filhinha está crescendo! E apaixonada ainda por cima. – ela estava com lágrimas nos olhos.
- Ô mãe. Não precisa chorar. – falei, abraçando-a.
- Eu sei, filha. Eu sei. – ela enxugou as lágrimas. – É que seus irmãos sempre foram tão galinhas, nunca tiveram um namoro sério, e você, que é a minha menininha, a minha caçula, está me dando um genro! Isso é tão emocionante, você não faz ideia.
- Ai, mãe. O Thiago e o Alvo não são tão galinhas assim. – falei, rindo.
- Ah, não. Claro que não. Magina.
- Mas isso é normal, mãe. Não dizem que as meninas amadurecem antes do que os meninos?
- Mas o seu namorado é maduro.
- Ai, mãe. – eu ri. – O Escórpio sempre foi galinha.
- Tá zoando?
- Que nada, mãe. Ele, o Thiago, o Alvo e o Hugo formavam o quarteto fantástico de Hogwarts.
- Formavam? – ela perguntou, divertida.
- É, porque se alguma garota sem sal, sem açúcar chegar perto do MEU namorado, eu dou um crucio em cada uma. – falei. Muitos não sabiam disso, mas a filha de Harry Potter era muito ciumenta.
- Isso mesmo. Eu lembro que quando a Chang chegava perto do seu pai, quando ele era meu namorado, eu azarava ela dentro da minha mente. – ela sorriu perversa.
Eu ri e depois, nós duas caímos na risada. Logo, nós descemos, porque a minha mãe ia fazer a janta, porque o tio Rony, a tia Hermione, a Rose e o Hugo iam jantar aqui hoje. E eu ia contar pro meu pai sobre o namoro na hora da janta. A minha mãe havia ligado e contado tudo para a tia Hermione e ela prometeu me ajudar a acalmar meu pai, porque se ela havia conseguido acalmar o tio Rony, ela conseguria acalmar o meu pai. Fui para a sala e meu pai, Thiago e Alvo estavam, adivinhem só? Isso mesmo, assistindo futebol trouxa.
- Qual é a graça que vocês veem nesse bando de trouxas correndo atrás de uma bola feito retardados? – perguntei, me sentando ao lado do meu pai.
- Filha, isso são coisas de homem.
- É, Lily. Coisas que a mente feminina não consegue entender. – falou Alvo.
- É, mas eu consigo entender o futebol também.
- Ah, é? Tipo o que? – perguntou Thiago me desafiando.
- Tipo, que aquele jogador, - apontei para um jogador moreno que estava no meio do campo – tem as pernas mais bonitas do que aquele loiro. – apontei para o goleiro.
- Nossa, Lilian. Grande filosofia. – riu-se Thiago.
- Melhor que a sua. – falei, mostrando a língua pra ele.
- Toma Thiago. – falou Alvo, se dobrando de rir. Meu pai estava rindo também.
- Calma, garotos. Calma. – falou minha mãe saindo da cozinha. – Lilian, vá se arrumar então, porque você tem que contar aquela coisa hoje.
- Que coisa? – perguntaram os três juntos.
- Nada. Isso são coisas de mulher, coisas que a mente masculina não é capaz de entender. – respondi e subi para o meu quarto.
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