Capítulo 11
A noite na danceteria foi boa, não posso negar. Eu e o meu amigo colorido quase fomos pegos pelo meu irmão, sorte que os nossos amigos nos avisaram, ou seja, já está todo mundo sabendo do meu rolo com o Escórpio, menos a minha família. A Patrícia só descobriu, porque, bem, ela é menina e sabe captar as coisas. Depois que saímos da danceteria, Thiago nos levou para a casa do Escórpio, e quase que me levou pra casa junto, mas eu não deixei. Nós nos despedimos dele, eu ouvindo recomendações de novo, e entramos na casa. Foi engraçado quando nós seis ficamos sozinho, porque começamos a rir descontroladamente. E o mais engraçado, realmente, foi que nós deixamos de ser seis amigos e passamos a ser três casais. Nós estávamos tão empolgados, tão, sei lá, felizes, que ainda tivemos pique pra jogar um verdade/desafio. Coisa que eu me arrependi depois. Nós jogamos usando uma garrafa de refrigerante que o meu melhor amigo, achou na cozinha. Sentamos em roda. Eu, meu melhor amigo, Nina, Lucas, Carol e Pedro. Giramos a garrafa.
Eu pergunto, Nina responde.
- Você quer o que, minha cara amiguinha? – perguntei, sorrindo.
- Verdade, Lily.
- É verdade que você sempre teve uma queda pelo Lucas, mas tinha vergonha de assumir?
Ela corou e ficou igualzinha a um tomate.
- É. – ela murmurou, mas todos conseguimos ouvir, inclusive o Lucas que corou violentamente também.
Giramos de novo.
Lucas pergunta, Escórpio responde.
- Você quer …?
- Desafio.
Lucas sorriu maliciosamente.
- Te desafio a se declarar para a sua namorada, agora, na frente de todo mundo.
Namorada? Eu não era namorada do Escórpio. Ou era? Ele se dirigiu em direção a mim, meio corado e eu sorri para ele. Ele segurou a minha mão e me levantou. Depois, se ajoelhou na minha frente e começou a falar:
- Lily, eu te amo. Você sabe disso, eu sei que sabe. Mas eu também quero que você saiba que você pode contar comigo. Para qualquer coisa que você precisar, minha pequena ruiva, eu sempre vou estar aqui. Não importa se for as três da tarde, ou as três da manhã. Eu sempre vou estar aqui, pra te ouvir, te consolar, te ajudar. Vou sempre estar aqui, minha baixinha. E por mais que existam milhares de garotas no mundo, você sempre, sempre será a mina favorita. – ele disse, e ficou mais corado ainda. E fiquei meio sem palavras, corada também. Sentei-me de volta ao meu lugar e ele ao dele. Ele me olhou sugestivamente, como se aquela “conversa” ainda não tivesse terminado.
Gira a garrafa de novo.
Nina pergunta, eu respondo.
Eu iria me arrepender e ela ia se vingar. Tinha certeza disso.
- Lilyzinha, querida. Vai querer o que? – perguntou ela, abrindo um sorriso grande demais.
- Eu quero verdade, Nina. Sempre.
- ASSUME. ASSUME QUE VOCÊ SEMPRE FOI AFIM DO ESCÓRPIO. ASSUME GAAATA. – ela berrou toda empolgada, assustando todo mundo.
- Bom, eu (…) Eu sempre gostei muito dele, mas eu tinha certeza, até hoje, de que era mais do que como amiga. Por exemplo, eu nunca gostava quando ele ficava com outras garotas, ou quando pedia conselhos sobre elas para mim, mas eu acreditava que era apenas ciúmes de amigo. – a cada palavra, eu corava mais. – Eu gostava de ficar com ele, gostava de irritá-lo, gostava da presença dele. Mas acreditava que isso era normal entre casais de melhores amigos. Mas aí hoje, no shopping, eu percebi que era mais do que isso, e bom, vamo que vamo galera.
Vi que Escórpio estava sorrindo, aquele sorriso lindo que faria qualquer garota ter um infarto. E era meu. Aquele sorriso lindo, aquele garoto, era meu.
Giramos a garrafa novamente.
Pedro pergunta, Carol responde.
- O que você quer princesa?
- Verdade, meu amor.
Mel de começo de namoro. Sempre assim.
- É, porque você tinha medo de assumir de gostava de mim? – perguntou ele, corado.
- Ah, não sei. Na verdade, eu acho que sempre tive medo de ser rejeitada, sabe? De você não me corresponder, me fazer sofrer. Ai eu preferia não admitir, nem pra mim mesma, que era louca por você. – ela respondeu, corada.
- Eu nunca vou te fazer sofrer, pequena. Pode confiar. – ele disse e a abraçou.
Depois disso, nós jogamos mais umas três rodadas, mas o sono pegou todo mundo e nós fomos para o quarto. Entrei no meu quarto, depois de me despedir de Escórpio, escovei os dentes, coloquei o meu pijama e me deitei. Mas eu não conseguia dormir. Por mais que eu me revirasse, trocasse de posição, empinasse a bunda, sei lá. Algo me dizia que eu tinha que ir pra cozinha. E eu fui. Estava com sede, então fui com a desculpa de que ia tomar água. Chegando na cozinha, adivinha quem estava lá também? Isso mesmo, meu melhor amigo.
- Não tá conseguindo dormir também, Escórpio? – perguntei, pegando um copo d’água.
- Na verdade, eu queria falar com você.
- Aconteceu alguma coisa?
- Aconteceu.
- Ai, meu Deus. Vai, fala logo. Pode me dar o fora, mas rápido, antes que eu comece a chorar na sua frente. – falei, nervosa.
- Lily, da onde você tirou que eu quero dar um fora em você? – perguntou ele, enlaçando a minha cintura. Não importa o quão acostumada eu estivesse com isso, esse ato sempre iria me arrepiar.
- Sei lá, quando garotos falam que querem ter uma conversa séria é porque vão terminar com a gente, não é?
- Garotos normais, sim. Mas eu to apaixonado por ti. Não tem como, eu não tenho nem forças pra dar um fora em você, ruiva. – ele disse, acariciando os meus cabelos.
- Você tá o quê? – perguntei, com os olhos meio arregalados.
- Apaixonado por você, Lilian Luna Weasley Potter. – ele sorriu.
- Isso é sério, mesmo? – perguntei, agora com os olhos brilhando.
- Sim, minha princesa.
- Era isso que você tinha que falar comigo, meu anjo loiro? – perguntei, bagunçando o cabelo dele. Eu achava lindo o fato de que apenas eu era permitida a fazer isso.
- Também.
- E o que mais, então?
- Eu queria te fazer um pedido.
- Pode pedir qualquer coisa.
- Eu sei que hoje mais cedo, no shopping, você disse que não queria assumir um relacionamento sério, mas eu não consigo ser apenas seu amigo, mesmo que eu tenha privilégios. – ele sorriu torto. – Eu quero ser mais que isso, Lily. Eu quero me apresentar para os seus pais e dizer que eu amo a filha deles. Eu quero assistir filmes de terror com você, e te proteger. Eu quero dormir de conchinha com você. Eu quero poder passar as tardes tediosas de domingo com você. Quero poder te mandar sms as três da manhã, só pra dizer que te amo. Sabe? Eu quero ser seu, Lily. Completa e oficialmente.
- Escórpio, eu ...
- Lily, você quer namorar comigo?
- Eu, eu, eu quero. Eu quero, quero muito. Lógico não é, seu bobo. Eu te amo, loirinho. Amo muito, e eu aceito ser sua, sabe? Completa e oficialmente. – sorri e lhe dei um beijo, mais apaixonado do que qualquer um que eu já tenha dado em minha vida.
Sorri por dentro. Afinal, minha intuição de que eu tinha que ir para a cozinha estava certa. Agora, eu tinha um namorado e podia contar pro mundo inteiro. Separei-me dele.
- Mas tem uma coisa, Escórpio.
- O quê? – perguntou, acariciando minhas bochechas.
- Você vai ter que ir lá em casa, se apresentar para a minha família.
- Eu sei Lily. Mas me dê um tempo.
- Por quê? – perguntei enguerdo uma sombrancelha.
- Preciso aprender mais feitiços defensivos, sabe. – ele disse, sorrindo.
- Idiota.
- Linda.
- Meu.
- Minha?
- Sim, só sua.
E nós nos beijamos de novo. E passamos a noite assim, juntos. Mas agora, como namorados.
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