Esclarecendo
_ VÁ EMBORA! – gritou Jake em resposta.
_ Não até você me dizer o que está acontecendo.
_ Não é da sua conta, agora saia do meu quarto, Annelise.
Ele estava sério. Só a chamava pelo nome quando estava muito feliz ou muito bravo.
Ele se afastou da cama, em direção à Annelise. Agora estava perfeitamente visível o que ele estivera escondendo.
Jake empurrou Annelise para fora do quarto, saiu, se postou em sua frente e trancou a porta.
_ Não ouse me seguir. – disse ele, agora mais sério do que nunca. E saiu do corredor, descendo as escadas rapidamente.
Se devia invadir o quarto ou seguir Jake, Annelise não sabia. Optou pela primeira opção. Rapidamente, se lembrou de um feitiço que tinha lido no Livro Padrão de Feitiços (1ª série).
_ Alorromora. – murmurou. A porta se abriu e ela entrou.
Trancou novamente a porta, para não haver suspeitas.
Foi direto ao pé da cama de Jake. Um facão ensanguentado estava encima de um pano, também ensanguentado. O sangue já havia secado.
Saiu do quarto, trancou a porta novamente e refez o caminho de Jake.
Passou pelo muro de tijolos; entrou no Beco Diagonal; andou até Gringotes e virou a direita, e lá estava ele, conversando com a mulher curva perto do cartaz de sua mãe.
Annelise se escondeu novamente no muro, e escutou atentamente à conversa dos dois.
_ Então ela matou duas pessoas nessa noite? – perguntou Jake.
_ Sim, foi o que eu disse, não foi? – respondeu a mulher, com um olhar de deboche.
_ Como sabe?
_ Era tarde quando Rosalie Johns havia acabado de matar dois trouxas. – disse ela dramaticamente. – Ela voltou a sua casa. A rua estava vazia. Eu desaparatei em frente à porta de sua casa, e entrei. Ela estava prestes a ir dormir, mas achou que eu era seu marido e desceu para verificar. Quando me viu, sorriu e disse “Está feito”.
“Esses trouxas que ela assassinou eram advogados, e estavam entrando em processo contra Rosalie em nome do bairro por destruição de propriedades alheias e desrespeito a crianças. Rosalie se irritou, e decidiu matá-los, mas eles estavam sempre com muita gente em casa, e matar muitas pessoas de uma vez chamaria muita atenção.”
“Eles estavam atrapalhando o seu desejo de tomar o ministério e expandir nosso mundo ao território dos trouxas, acabando de vez com a existência deles, tendo, assim, uma purificação da raça bruxa, composta apenas pelos sangue-puros. Ficava cada dia mais estressada. Até que finalmente encontrou uma brecha para matá-los, e foi o que fez”
O medo tomava cada célula do corpo de Annelise. A mãe de Jake era uma bruxa das trevas e queria acabar de vez com os trouxas. Deixando de lado tudo que estava pensando, ela voltou a prestar atenção à narrativa da mulher.
_Ela me disse para não incomodá-la a partir de então. Segundo ela, em questão de dias, seu plano se concretizaria. Eu a obedeci. Não fui até lá desde então. Mas dias se passaram, semanas, e nada havia mudado. Fui até lá e encontrei seu corpo quase completamente decomposto.
_ Mas a decomposição do corpo não é mais rápida, não? – perguntou Jake.
_ Menino idiota. Não para os bruxos. O processo é mais demorado. E nem para os trouxas que foram atingidos pela maldição da morte. Ah, esses não se decompõe nunca. – disse ela, um sorriso malicioso expondo seus dentes amarelados em seu rosto.
“Como eu ia dizendo, eu encontrei seu corpo quase completamente decomposto. Minha primeira reação foi de espanto. Minhas esperanças estavam nela. Mas então me lembrei de seu filho, e que ela disse que tinha planos para ele no futuro. Andei pela casa, mas não havia ninguém, nem o bebê nem aquele marido trouxa.”
_ Mas se ela odiava os trouxas, porque então se casou com um? – perguntou Jake. Annelise estava com a mesma dúvida.
_ Porque ele era egoísta, vingativo e acima de tudo, bonito. Ela nunca vira nenhum homem igual a ele. O homem que ela sempre quis ter. Mas ele não a queria. Ela o forçou a casar. Mas ele a odiava tanto quanto ela o amava. Então eles tiveram um filho. Eu não sabia o nome, mas sabia que se parecia com ela, palavras dela. Isso o forçou a permanecer em casa com vocês dois, pois ele não era egoísta o suficiente para abandonar o próprio filho. Não com um ano de idade, pelo visto.
“Então eu o vi observando o cartaz de Rosalie. Você é igualzinho a sua mãe, os mesmo olhos, o mesmo cabelo, esperto como ela. Mas uma coisa você puxou de seu pai. O medo. Ele era um homes muito medroso, um covarde.”
_ Eu não sou covarde! – interrompeu Jake.
_ Quantas vezes já pude ver o medo extravasando pelos seus olhos, menino? – disse a mulher, se divertindo. – Resolvi vir falar com você e descobrir se era você mesmo quem eu estava pensando. Foi quando demonstrou medo e esperteza, inventando um falso sobrenome. Mas seus olhos confirmavam a minha pergunta, eu só queria ouvir de você.
Ela finalizou. Os dois se entreolharam por um tempo, até Jake perguntar:
_ Então é por isso que ela está em vários cartazes dizendo PROCURADA?
_ Na verdade, há quatro anos antes de você nascer, ela já estava nos cartazes de PROCURADA, por assassinato a um bruxo. – disse ela, sorrindo torto. A conversa estava rumando para onde ela queria, pelo visto.
_ E quem era esse bruxo? – perguntou Jake, novamente, parecendo espantado.
_ O bruxo que salvou a todos do maior bruxo das trevas que já existiu. O ministério não queria divulgar o que ouve realmente a ele, não, pois ele era o menino que sobreviveu, o salvador do mundo mágico, que estava em completa paz no momento de sua morte. O ministério não queria divulgar que havia uma bruxa poderosa a solta, que havia matado O Eleito. Não, pois iria causar um terror que o mundo da magia não enfrentava a mais de cem anos.
Annelise se lembrou das palavras do subdiretor em seu primeiro dia em um novo mundo: “Este, é Harry Potter, o homem que salvou-nos do maior bruxo das trevas que o mundo da magia já conheceu. Morreu há quinze anos, sua mulher morreu dois anos depois.”.
_ Está se referindo a Harry Potter? – perguntou Jake, desconfiado.
A mulher assentiu com um sorriso no rosto.
_ E sua esposa, morreu dois anos depois, com depressão. Tentou lutar muitas vezes com Rosalie, mas ela não se deu ao trabalho de matá-la. Apenas a fazia sofrer, enquanto pode. Mas sua diversão durou pouco.
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