O Segredo de Jake
Era dia vinte e sete de agosto. Faltavam cinco dias para Annelise embarcar no Expresso de Hogwarts.
Ela acordou exausta, como se não tivesse dormido nadinha. Então ela simplesmente fechou os olhos e voltou a dormir.
Novamente ela acordou, mas desta vez realmente parecia que ela tinha tido uma boa noite de sono. Ainda sim era cedo. Ela desceu, tomou um suco de abóbora e saiu pela primeira vez para o Beco Diagonal sozinha.
Por alguma razão, ela não queria ver o Jake. Nem ninguém, para falar a verdade. Sua mente estava vazia, finalmente. Ela queria aproveitar ao máximo esse seu tempo livre de pensamentos obscuros, sem livros, sem ninguém, só ela e a brisa da manhã.
O Beco Diagonal estava praticamente vazio, o que para ela agora era perfeito.
O céu estava azul claro, com nuvens. Podia se ouvir o canto dos pássaros e o piar das corujas.
Ela andou pela calçada, observou as vitrines cuidadosamente, absorvendo todos os detalhes dos objetos.
Depois de observar várias vitrines, ela chegou ao Gringotes, onde a direita, entrava-se na travessa do tranco.
Annelise parou, revirou os olhos, e encontrou o cartaz de Rosalie, mãe de Jake.
Sentiu um impulso de ir até lar, para ver algo que ela já tinha visto tantas vezes. Não queria ir, pensou ela. Aquele lugar só lhe trazia lembranças ruins, além de ser horrível, e os bruxos que geralmente freqüentavam ali eram muito estranhos. Mas não resistiu. Foi até lá, rever o cartaz.
Estava um pouco diferente. A palavra PROCURADA estava sublinhada com sangue, e alguém com certeza tentara arrancá-lo, sem resultado. Ela olhou para o chão, havia gotas de sangue, que formavam um caminho até um beco ainda mais escuro, onde, no momento, não havia ninguém.
Alguns bruxos estranhos sussurravam, encostados na parede. Annelise ouviu algo que parecia ter sido um “Eu duvido. Ele? Acho que não” e “Não acredito! Estava tão perto. E ainda perdeu toda sua honra, desse jeito”. Para ela, essas palavras não faziam sentido. Ela tentou encaixá-las em algo que ouviu antes, mas nada se conectava.
Voltou, então, a analisar o cartaz quando algo estranho aconteceu. A alguns metros de distancia, Jake e aquela bruxa esquisita se materializaram no ar, como fizeram antes.
Eles vinham a passos rápidos, cochichando. Jake com uma cara de ódio e assustado ao mesmo tempo, e a bruxa com uma cara de vingança.
Annelise se escondeu atrás de um muro, quando eles se aproximaram.
_ E aquela menina, quem era? – perguntou a bruxa de cabelos pretos à Jake. Ela escondia alguma coisa, pois suas mãos ficaram o tempo inteiro por baixo da capa.
_ Annelise, ela não é ninguém. – respondeu ele.
_ Ótimo, ela não pode saber de nada. Nada mesmo. Não vai querer estragar tudo, ou vai?
_ Não. – disse Jake. Ele estava estranho. Parecia muito estressado e muito apavorado. Tinha um ar de quem queria fazer coisas ruins acontecerem. Eles andavam depressa, sem dar atenção as pessoas a sua volta, os olhos apenas fixos no chão.
Ao passar por Annelise, ela respirou fundo e os seguiu. Jake estava voltando ao Caldeirão Furado, e a mulher regressava para o lugar em que surgira. Quando passou por Annelise, ela lançou-lhe um olhar aterrorizante.
O Caldeirão Furado estava cheio agora; Tom ria com mais uns clientes no balcão lotado. As mesas estavam cheias de bruxos encapuzados, mas Annelise já se acostumara com isso.
Sem fome nenhuma, Annelise subiu para o segundo andar. Chegou até o quarto número quatro, bateu uma vez. Ele não atendeu. Mas dessa vez, ela não esperaria até ele abrir, queria respostas. Abriu a porta. Jake estava curvado para a cama. Segurava alguma coisa.
_ JAKE, O QUE É ISSO? –gritou Annelise, aterrorizada.
Ele não precisava responder, pois Annelise estava certa do que acabara de ver.
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