O Sonho
Annelise notou que Jake não demonstrou medo em seus olhos desde que a bruxa o chamou de covarde. Foi quando percebeu que este Jake não era o mesmo que Annelise conhecia há cinco dias.
Ela esticou a cabeça para fora do muro para poder vê-los melhor; a bruxa tirava um papel de debaixo de sua capa e entregava-o a Jake.
_ Magda, você tem certeza? – Ele perguntou, pouco à vontade.
_ Confie em mim.
Jake e Magda se entreolharam. A bruxa deu um sorriso malicioso e Jake, pela primeira vez, correspondeu. Ela era tão curva que seus olhos estavam praticamente na mesma altura.
Já estava escuro; o céu estrelado.
Aterrorizada com as recentes descobertas, Annelise, assim que conseguiu, voltou para o seu quarto no Caldeirão Furado. Deitou-se na cama e dormiu.
Ela estava andando por uma rua escura. Olhou para os lados, não havia ninguém. Seguiu, acelerando o passo. Chegou à frente de uma casa senhorial, provavelmente reformada, de dois andares, a mais bonita da vizinhança. Todas as luzes da casa estavam apagadas.
Ela encostou os ouvidos na porta para ter certeza de que todos os habitantes já haviam ido dormir. Não ouviu nenhum barulho, então murmurou “Alorromora”. Com um estalido, a porta se abriu e ela entrou.
A sala era muito bem decorada, com uma mesa de centro, um sofá cor de vinho numa parede branca e o piso de mármore. Ela prosseguiu. Subiu as escadas e se encontrou em um enorme corredor com várias portas. Eram seis no total.
Ela abriu a primeira à direita. Era apenas uma biblioteca, a parede totalmente coberta por estantes cheia de livros. Tentou fazer o menor barulho possível enquanto fechava a porta e abria a da direita, que era uma enorme sala com um sofá de três lugares de couro branco e uma enorme TV de plasma.
Tentou a segunda porta a direta, pois não podia perder tempo. Era apenas um escritório muito formal, uma escrivaninha, uma poltrona, algumas estantes, uma enorme janela em que se via o Big Ben de longe. Fechou a porta com cautela e abriu a porta da frente com o mesmo cuidado. De novo, errado, era apenas um banheiro.
Ela tentou a ultima porta a direita. Agora ela estava em um belo quarto com uma cama de casal onde havia um homem e uma mulher deitados, abraçados, dormindo. O casal que ela esperava encontrar.
Andou pelo quarto enorme, olhando a um intervalo de segundos para o casal que dormia, para verificar quem eles continuavam desacordados.
Em cada lado da cama havia uma cômoda. Ela reparou na cômoda da direita um retrado de um casal sorrindo carregando no colo um bebê de cabelo dourado e liso, os olhos azuis, a pele clara como neve.
A mulher tinha o cabelo dourado liso, com cachos nas pontas, os olhos azuis, magra e alta, e um sorriso brilhante, devido aos seus dentes brancos. Enquanto o homem tinha o cabelo loiro claro, os olhos muito azuis e um sorriso perfeito, assim como o da esposa. Era também mais alto que ela, e um tanto forte. Todos dois muito pálidos.
Estava indecisa entre matá-los desacordados ou acordados. Desacordados faria menos barulho, o que seria muito imprudente nas circunstancias atuais. Apontou a varinha para o casal e murmurou: “AVADA KEDAVRA”. Da ponta de sua varinha saiu um jorro de luz verde e o casal caiu duro no chão, um de cada lado da cama.
Com um sorriso no rosto, ela saiu do quarto e voltou a sua casa, satisfeita.
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