Uma Profecia Pode Mudar Tudo
Capítulo V – Uma Profecia Pode Mudar Tudo
A casa estava silenciosa. Todos já tinham se recolhido, menos a Sra. Weasley que terminava de arrumar tudo. Ela estava distraída, pensando em tudo o que tinha acontecido, quando ouviu um barulho na escada e viu o filho mais novo ainda com as roupas do dia. Já passava da meia-noite.
Rony estava quase irreconhecível nos últimos tempos. Não fazia mais muitas piadas, não tinha ânimo para jogar quadribol ou xadrez, e isso preocupava Harry. O ruivo vinha se isolando no pomar, sempre preocupado, alheio, até mal-humorado. Harry assumia que o fardo da morte de Fred mais a saudade e preocupação que sentia de Hermione estava deixando-o assim. Harry também tinha medo que a melhor amiga estivesse com algum problema, mas, assim como Gina comentou, sabia que Hermione era esperta e não iria se meter em encrencas facilmente, além do fato de a Austrália ser enorme. Claro que iria demorar um pouco.
Ele ficou levemente surpreso com a presença da mãe.
– Sem sono. – disse a guisa de explicação.
Ele se sentou à mesa, olhando desanimado para o tampo de madeira.
– Por quê?
– Por que o que, Rony?
–... Nada. Só estava pensando alto.
Ela não insistiu. Concluiu que ele falaria se quisesse. E não deu outra. Depois de alguns momentos ele disse:
– Já faz um mês. A mãe ergueu os olhos.
– Como é?
– Será que está tudo bem? A Sra. Weasley o encarou.
– Você está se sentindo bem?
– Eu estou, mas... mas acho que ela não está.
Ela ergueu as sobrancelhas.
– Em nome de Merlin, de quem você está falando? – ela não tinha certeza, mas tinha uma leve ideia de quem.
Ele olhou espantado para a mãe.
– Da Mione. – respondeu, comprovando que ela estava certa. Ela suspirou, há anos sabia que havia alguma coisa a mais entre os dois, mesmo que eles próprios ainda não soubessem disso.
– Tenho certeza de que está tudo bem, Rony. A Hermione é muito competente e sabe se cuidar. Não iria se arriscar à toa.
Rony se levantou e saiu para o quintal. Ele se sentou ao pé da macieira-brava e deixou o olhar vagar. Sabia de tudo o que vinham lhe dizendo. Sabia também que ele tinha o apagueiro que Dumbledore lhe deixara. Antes de voltarem para a Torre, Rony ficara poucos instantes sozinho com o retrato de Dumbledore, e aproveitara para perguntar algo que vinha lhe perturbando há algum tempo.
“Professor, posso perguntar uma coisa?” “Claro, sinta-se à vontade, Sr. Weasley.” Respondera bondosamente o ex-diretor. “Por que eu ouvi a voz da Hermione saindo do desiluminador e consegui encontrar os dois?” O sorriso de Alvo se ampliou. “Pensei que o senhor já tivesse deduzido a resposta. Diga-me, o que exatamente aconteceu?” “Bem, disse o garoto relutante, eu tinha deixado os dois, mas queria muito voltar. E uma noite, eu ouvi a voz dela saindo de lá, dizendo o meu nome. Só isso.” “Deixe eu explicar um detalhe sobre o funcionamento do desiluminador. Quando digo que ele dá luz, significa luz em todos os sentidos. Luz, também pode significar paz, felicidade, equilíbrio. E ele foi projetado para trazer o equilíbrio para o dono. Portanto, ele apenas funcionou para trazer tudo isso ao senhor. Ele, digamos, identificou sentimentos, padrões e preferências, e ‘descobriu’ o que lhe traria luz.” “Então...” Dumbledore riu. “Para falar claramente, ele soube qual era a pessoa que o senhor mais sentia falta, com quem realmente queria ficar. E assim que pode, ou seja, assim que ela disse algo relacionado ao senhor, essa propriedade foi ativada, e lhe indicou para onde ir.” As orelhas de Rony ficaram vermelhas. “O senhor sabia?” O velho diretor piscou. “Ora, Sr. Weasley, não foi preciso muita observação, pesquisa ou dedução para, me perdoe a indiscrição, saber que a Srta. Granger representava muito mais que uma amiga para o senhor.” Ele ficou sem saber o que responder, e na falta disso, acenou com a cabeça e se retirou.
Rony contara mais ou menos como o apagueiro funcionava para Hermione, assim sabia que se ela precisasse dele, daria um jeito de chamá-lo. Mas isso não o tranqüilizava, de forma nenhuma. Depois de algum tempo perdido nesses pensamentos, um ruído vindo do matagal ao lado chamou sua atenção.
Ele se ergueu, atento: qualquer barulho era suspeito, pois ainda existiam muitos Comensais à solta. O barulho se repetiu.
O garoto sentiu os sentidos se aguçarem. A respiração ficou mais curta e rápida e ele recuou para trás da árvore, a mão no punho da varinha. Os segundos se alongaram. Então, do meio dos juncos saiu uma garota cambaleante. Ela enxugava os olhos e soluçava. Rony avançou uns dois passos, pensando se estava tendo uma alucinação por falta de sono ou algo do tipo.
– Hermione?
Quando o viu, ela saiu correndo e se jogou nos braços dele, abraçando-o com força.
– Mione! – Ele sentiu o alívio jorrar. – O que...
Hermione definitivamente não estava bem. Ela tremia por causa dos soluços e nem mesmo conseguia falar direito. Ron acariciou os cabelos cacheados enquanto ela tentava dizer:
– E-e-eles... eles estão... quando e-eu che-guei...
Ela não falava coisa com coisa, estava em estado de choque.
– Ca-calma Mione! – ele estava começando a se assustar, raramente a vira perder o controle emocional daquele jeito. – Vai ficar tudo bem...
–... mortos. Ela sussurrou quase inaudivelmente. O ruivo encarou os olhos vermelhos e inchados de choro da garota, e sentiu como se uma pedra de gelo escorregasse do coração para o estômago. Ela tinha a expressão desnorteada como se tivessem tirado seu chão.
– Vem, vamos para dentro.
Ele fez um carinho no rosto dela, secando um pouco o rosto dela e a abraçou pela cintura, conduzindo a para dentro da casa torta. A mãe se sobressaltou e correu a ajudar os dois. Enquanto se sentavam na sala, ela foi buscar um copo de água para uma Hermione completamente descontrolada. Ele disse apenas movendo os lábios, “mortos”. A senhora assentiu e sentou-se em frente aos dois. Ainda demoraram alguns minutos para que ela tivesse condições de falar.
– Então, o que aconteceu?
Ela respirou fundo.
– Eu demorei muito para encontrá-los, sabe. Rodei toda a Austrália, até o deserto, e não consegui encontrar. Quero dizer, eu não sabia mais nada deles além do novo nome e o fato de não saberem que tinham uma filha. Tinha um foto deles comigo, mais nada.
– Mas você não deu uma nova memória? – perguntou Molly.
– Dei, mas ela não incluía detalhes que seriam cruciais para encontrar os dois. Achei que isso iria proteger ainda mais. Então eu fiquei meio perdida...
– É, quero dizer, a Austrália é um país um pouquinho grande. – justificou Rony. Hermione deu uma risadinha tremida.
– Então, ontem, eu localizei a casa – ela fez uma pausa, tomando um pouco de água e respirando fundo – parecia relativamente normal por fora, mas o gramado estava todo pisoteado e as cortinas corridas. Eu achei estranho, veja bem, lá ainda era dia. Não tinha sinais de arrombamento. Eu abri a porta com Alohomora e entrei meio hesitante. Logo no hall dava para perceber que tinha alguma coisa errada, estava tudo bagunçado. Eu chamei por alguém, mas...
Ela rompeu em lágrimas e Rony a abraçou de novo. Aos poucos ela foi recobrando o controle.
– Assim que entrei na cozinha, eu vi... vi o corpo da minha mãe. Ela... ela parecia... – gaguejava, tentando explicar, ainda chorando – que tinha sido torturada antes... antes de... – ela engoliu em seco.
Molly apertou as mãos de Hermione.
– O do meu pai estava no quarto. Eu... mal tive coragem de entrar. A porta estava... estava manchada...
Rony sentiu o estômago embrulhar.
– Sangue? A mãe o olhou com reprovação.
– Não faço a mínima ideia. Talvez fosse, mas... eu tomei tamanho susto que nem prestei atenção no que era. Não sei porque eu entrei ali. Não deveria ter entrado, eu devo ser masoquista! E ainda por cima burra!
– Não, não fala assim, você não é isso Mione!
– Ah, sou sim, quer dizer, por que diabos eu fiz isso? – ela choramingava. Ela descobriu que não conseguiria continuar e afundou o rosto nas mãos. Molly falou delicadamente:
– Querida, você notificou alguém?
Ela baixou as mãos.
– Bom, não. Quando vi aquilo, acho que entrei em choque e assim que voltei a mim, eu só quis fugir dali, ir para algum lugar seguro, familiar, onde... onde eu tivesse amigos e... – ela olhou rápida e significativamente para Rony –... aqui foi o primeiro lugar em que pensei.
– Então vou notificar o Ministério, porque obviamente foi assassinato. E você... – acrescentou baixinho para Rony – fique aqui com ela. A Mione vai precisar de você nesse momento tão difícil. Hermione, que secava os olhos, não ouviu e comentou:
– Agora eu sei como o Harry se sente. É... horrível.
Molly ia saindo, quando a garota a chamou de volta.
– Tem mais uma coisa. No quarto, tinha uma mancha na parede. Essa sim, tenho certeza que era de sangue. Com um formato bem específico.
Ambos a encararam.
– Era a Marca Negra.
* * *
A fogueira do acampamento ardia azul e muito quente. O motivo de toda a agitação era a reunião de conselheiros. Ela deveria ser privada e os chalés informados por seus líderes, mas como sempre alguém tinha que sair falando para os deuses e o mundo o que foi decidido. Esse alguém era Roxanne.
Em cinco minutos a notícia de que bruxos existiam se espalhou
como um rastilho de pólvora acesa. Todos cobraram explicações e soluções, e temerosos aguardavam respostas.
Estavam reunidos ao redor da fogueira no convés (que com uma ajudinha dos filhos de Hécate, ardia sem queimar o navio) e assim que Annabeth terminou de falar, tiveram que decidir o que fazer.
– Devemos enviar alguém? Um mensageiro?
– Claro que não, se os bruxos estão atacando seria muito perigoso!
– Então o que faremos? Represálias? – sugeriu Chris Rodrigues.
– Não vejo razão para isso. Por que motivo iríamos usar o método “ataca primeiro e pergunta depois”? – exclamou Thalia.
Parecia que nunca chegariam a um consenso, quando uma fumaça esverdeada surgiu. Ela foi se esgueirando lentamente na direção de Rachel, e todos se calaram quando ela se curvou parecendo ter levado um soco na boca do estômago, ela começou a tremer e a ter convulsões. Duas irmãs, Luce e Diane McCain, filhas de Apolo, correram com um banquinho de três pernas e a colocaram sobre ele, como se fossem treinadas para isso. A multidão de semideuses aguardou temerosa.
Os olhos de Rachel ficaram verde ácido e ela começou a falar, com a voz rouca e ampliada, como se três Rachels falassem.
“Seguireis para o Norte, rumo ao Destino,
os mortos de ambos os lados e os perigos se apresentam,
a União é a perdição, o jovem guerreiro, a donzela e o salvador divino,
bruxidade e poder deífico, os caminhos se cruzam,
juntos triunfarão, se separados, as trevas reinarão,
a resposta bem à frente se encontra
no castelo do lago e da floresta estão seus companheiros de luta.”
Ela começou a tossir e a engasgar. Conforme a fumaça foi se dissipando, os olhos dela foram voltando ao tom normal, e ela os fechou. Silêncio acolheu a profecia. Luce estivera anotando tudo e mirava o papel com um olhar espantado. O primeiro a quebrar a tensão e se manifestar foi Leo.
– Uau.
Típico.
A segunda foi Thalia que disse de maneira bem mais objetiva:
– Bem, isso simplifica muito as coisas. Temos que nos aliar aos bruxos ou não venceremos. Precisamos deles. Grover, porém não era tão otimista.
– Realmente isso está bem claro, mais ainda não explica como vamos – ele ergueu um dedo – encontrar os bruxos e – ergueu o segundo – qual será a reação deles quando isso acontecer.
– Meu caro, temos de rezar e esperar que sejamos bem-vindos. – Quíron ergueu os olhos e estudou as estrelas, contudo não pareceu gostar muito do que viu. – Porém uma coisa ficou óbvia.
– Devemos mudar o curso. Para o norte. – Percy afirmou.
– Espere um pouco aí. Vocês enlouqueceram? E Gaia? O Olimpo! – Clarisse gritou.
– Não temos escolha, Clarisse. Não podemos deliberadamente ignorar uma profecia do Oráculo. É suicídio!
– Suicídio é ir atrás de malucos que querem nos matar!
– Clarisse, não há provas de que eles queiram isso. Vai ver eles nem sabem de nossa existência.
– É UMA MISSÃO SUICIDA!
– Sua estúpida! Você não percebe que...
Clarisse sacou a espada e uma onda se elevou. Antes que acontecesse uma tragédia, Roxanne e Nico criaram uma parede de energia negra entre Percy e Clarisse.
– Acalme-se criança. Quanto a como encontraremos, se os encontrarmos, basta seguir aquela estrela. – Quíron apontou uma estrela da constelação de Caçadora. – Percy, vá corrigir imediatamente o curso.
– Mas Quíron, a estrela aponta para o norte, mas não fornece a diferença para o nosso destino. Ainda vamos para a Grécia? – perguntou confuso, mas antes que o centauro pudesse responder, Rachel abriu os olhos novamente e falou:
– Não. Para a Grã-Bretanha.
----------------------------------------------
Oi pessoal!
Sério, estava com medo de postar esse cap, mesmo. Sei que devem estar me azarando, no minimo, talvez até crucio. Me deu dor no coração ter matado os pais da Mione, mas é que eu sempre imaginei que ela não conseguiria salva-los. Não sei, o jeito que a Jo deixou no ar, nunca conseguiu me convencer. Então, não foi muito por importância na fic, mas uma questão de não acreditar que eles tenham sobrevivido. Então, por favor me perdoem por isso! Para me redimir, prometo que os proximos caps so vão melhorar, e ninguém mais vai morrer kkkk Por falar nisso, eu tive que dividir esse cap, por que ele era ENORME e eu não queria cansar vocês.
Marcella: tadinhos mesmo! E em relação aos romances, juro em nome de Merlin que todos os proximos vão ter muito mais. Se não fosse receio do cap ficar mais enorme do que ja é, até teria algumas cenas de romance a mais. Como eu contei num coment na sua fic, no momento estou so passando do caderno para o pc. Mas mesmo assim, o 6 vai ter um pouquinho mais de humor e o 7 vai começar mais com o romance.
Bjs, Roxanne Prince
Comentários (1)
Primeiro: você sabe fazer profecias como ninguém! Amei mesmo! Tadinha da Mione, mas acho que um certo ruivo não vai derxa ela ficar triste desse jeito. E pelo amor de Mérlin, kade o meu casal? Gina e Harry, vcs estão ai? shauhsau To esperando ansiosamente pelo próximo cap.. beijão =*
2012-01-07