Partida
Capítulo III – Partida
Harry retornou para o Salão Principal nublado e encontrou-o vazio e triste. Parecia que todos já tinham ido se recolher, afinal passava da meia-noite.
Ele andava pelos corredores desertos e destruídos quando ouviu um barulho suspeito. Recuando para trás de uma coluna, ele esperou que alguém aparecesse. Ele observou um garoto loiro e pálido ajoelhado nas sombras, arquejando como se tivesse sido mortalmente ferido e Harry aproximou-se devagar, buscando ajudar. Estacou. Draco Malfoy estava chorando de dor, encharcado de sangue.
– Draco! Draco, você está legal?
Harry correu e se abaixou para socorrer o sonserino. Draco parecia ter sido ferido por cacos de vidro. Harry conjurou uma maca, usou o feitiço de Levitação para erguer o rapaz e enviou um patrono falante para Madame Pomfrey, que em minutos apareceu e o levou para a Ala Hospitalar.
O garoto estava aturdido. A Batalha terminara a quase três dias e Malfoy conseguira ficar ferido daquela forma ou mantivera o ferimento oculto esse tempo todo. Ele continuou seu caminho.
Passando em frente a uma janela, ele notou os túmulos que foram construídos em uma área da Floresta que fora destruída por um gigante. Eram tantas tumbas, que não fora possível colocá-las ao lado do túmulo de mármore branco de Dumbledore. O estômago embrulhou novamente. Notou alguém ajoelhado em uma das tumbas, e apertou os olhos para descobrir quem era. Identificou Padma, a irmã gêmea de Parvati, morta na Batalha por Aleto Carrow, depositando flores e fazendo uma oração a moda indiana.
Forçou-se a caminhar para longe da janela, quando outro ruído o fez parar novamente. Virando uma esquina, ele deu de cara com Rony e Hermione, ligeiramente corados e ofegantes.
– O que vocês estão fazendo aqui. A essa hora. Sozinhos?
– Esperando você voltar... – começou Hermione.
–... da Câmara Secreta. – cortou Rony rapidamente. Hermione assentiu:
– Isso! Da Câmara, é.
– O que há com vocês dois? – perguntou Harry desconfiado.
– Nada! – responderam juntos imediatamente. Harry encarou os rostos culpados e decidiu que não queria saber.
– Deixei o corpo lá.
Silêncio. Depois de um tempo, eles começaram a voltar para a Torre da Grifinória e Mione disse:
– Você fez o que era certo, Harry.
– Espero que sim. O que aconteceu depois que eu saí?
– Nada de mais. McGonagall disse que temos de ser fortes, sabe, aquela coisa toda... ela pediu a nossa ajuda para reconstruir a escola. As reformas começam amanhã cedo. Harry assentiu.
Tinham chegado à entrada da Torre, que estava cheia e anormalmente silenciosa. Rony foi sentar perto de Gina, que abraçou o irmão. Tudo o que Harry mais queria naquele momento era ir até lá e abraçar a ruiva também. Não tinham conversado depois de tudo o que aconteceu. Harry voltara com Rony e Mione para a Torre e desmaiara na cama no mesmo instante, depois de ter acordado, apenas os dois melhores amigos falaram com ele, por decisão do próprio Harry. Ele desviou e foi sentar perto da janela. Dali a pouco, Neville veio falar com ele. Harry ainda se surpreendia com o quanto o amigo tinha mudado, para se tornar um líder na ausência de Harry.
– ‘Cê tá bem Harry?
– Ótimo.
– Ah.
O tom de Harry não era muito encorajador, mas Neville permaneceu ali, em silêncio. Depois de tudo o que aconteceu, Harry começou a achar que ele era até mais grifinório que ele próprio. O jeito com que ele se colocou à frente de Voldemort, quando parecera que tudo estava perdido, sabendo que poderia ser morto... Harry deu um sorrisinho. Admirava realmente Neville. A espada tinha escolhido bem.
Lá de longe, Hermione se levantou, disse algo no ouvido de Gina, deu um selinho em Rony e acenou para Harry e Neville. Em seguida subiu para o dormitório feminino.
– Hogwarts tem um novo fantasma, sabe.
Harry ergueu a cabeça.
– Remo decidiu ficar.
Mais um silêncio. Muito longo.
* * *
Quando Harry subiu para o dormitório com Neville, o lugar estava vazio. O colega desejou boa noite e fechou as cortinas. Harry sentou-se na cama no momento em que Rony entrou.
– Você está com uma cara boa. – observou.
– Remo vai ficar como fantasma.
– Ah, eu soube. Acho que quis conhecer o filho, quando ele vier para a escola. Rony desviou o olhar.
– Hum, Harry? Sobre... aah... a Mione e eu...
– Você está feliz? – perguntou Harry de supetão, interrompendo Rony.
Eles se encararam.
– Mais do que nunca.
Harry acenou com a cabeça como se concordasse, ou melhor, aceitasse. Rony parecia aliviado quando sentou na cama e deu boa noite também, fechando as cortinas.
Harry olhou pela janela. A lua estava cheia, e brilhava suavemente. A claridade prateada o fez lembrar de Gina novamente, e foi pensando nela que ele adormeceu.
* * *
No dormitório feminino, Gina discutia com Hermione.
– Eu não aguento mais isso Hermione! Fala logo, você acha que ele não liga mais?
– Gina, por Merlin! Eu já falei que a gente só conversava sobre os comensais, Voldemort e as horcruxes! Mas tenho certeza absoluta que o Harry só tem coisa demais na cabeça.
– Ele não falou comigo desde que...
– Eu sei! Mas posso te garantir, ele te ama.
– Como você pode ter certeza? Gina parecia desolada.
Hermione suspirou.
– Ele pegava o Mapa do Maroto todas as noites, só para ver se você estava bem. Por favor Gi, relaxe. Tenta conversar com ele amanhã ou depois, mas no tempo dele. Vai dar tudo certo.
Gina conteve as lágrimas.
– Eu já cansei de esperar dar tudo certo, Mione.
– Eu estou avisando, Gi, se você pressioná-lo vocês vão acabar brigando. Eu conheço o Harry, sei que está sentindo sua falta, mas...
– Ah é Hermione, isso vindo de você é muita coisa hein? – disse a ruiva sarcasticamente.
Hermione arregalou os olhos.
– Posso saber exatamente o que você quer dizer? – retrucou, gaguejando ligeiramente.
– Eu falei grego foi? Não sabe mesmo? – a ironia deixava clara a irritação de Gina – Você é doida pelo meu irmão faz anos, sempre esperando a hora certa para se declarar, esperando que ele desse o primeiro passo, fala sério!
O queixo de Hermione caiu. Estava pasma com a reação de Gina.
– Olha só Gina... – tentou ela, o dedo em riste.
– Vai dizer que eu estou mentindo!? – disparou ela, as lágrimas finalmente escorrendo.
Hermione engoliu em seco.
– Quer saber? Eu estou só tentando te ajudar, mas já que você resolveu que vai brigar comigo, se vire sozinha! O meu namoro com o Rony não tem nada a ver com os seus problemas e o Harry, então não mete a gente nessa. E quando você se acalmar a gente conversa.
Gina pareceu um pouco envergonhada. Ia abrir a boca para responder quando a porta do quarto se abriu violentamente, fazendo as duas se sobressaltarem. Lilá Brown entrou, com uma expressão de poucos amigos. Mione e Gina se entreolharam, pensando a mesma coisa. Será que ela tinha escutado a conversa das duas? Hermione esperava que a outra estivesse daquele jeito por causa de Parvati, e não pelo que tivesse eventualmente ouvido. Gina assoviou nervosa, enquanto Lilá corria as cortinas de sua cama violentamente. Hermione arqueou as sobrancelhas, começou a se trocar e depois se meteu na cama.
* * *
No dia seguinte as reformas começaram. E começaram, pra valer. Só a Torre Norte demorou cinco dias para ser terminada (mesmo porque Trelawney não parava de dar palpites no projeto original, levando McGonagall quase à insanidade). Os elfos ajudavam como podiam, e em um mês de obras contínuas Hogwarts estava novinha em folha. Houve um banquete para comemorar. Harry e Gina tinham conversado e finalmente se acertado. Ao final do banquete, quando Harry, Rony e Hermione iam saindo do Salão, (Gina, apesar de namorar Harry, não andava muito com eles, por conta do ciúme que Rony sentia. Ela tinha ficado conversando com Luna) um grito os fez parar.
– Aí estão vocês, Potter, Weasley, Granger!
A Profª McGonagall vinha ao encontro deles pelo corredor.
– Ainda bem que os encontrei antes de partirem. – ela fez uma pausa. – Por mais incrível e memorável que seja o feito dos três, temos que encarar os fatos. Os senhores são três jovens, sem formação acadêmica completa e com grandes planos profissionais para o futuro. – ela parou de falar, olhando severamente para o trio. Mione baixou os olhos.
– Por isso mesmo gostaria de convidá-los para fazer o sétimo ano aqui, assim como foi decidido que os outros alunos refarão esse ano que passou. Foi um ensino difícil e muito conturbado, e gostaria que meus alunos tivessem o melhor ensino possível.
Harry e Rony expressavam surpresa e gratidão, enquanto os olhos de Hermione brilhavam.
– Isso é sério, professora? – indagou.
– Claro que é. Se for de sua vontade voltar,...
–... Hogwarts sempre ajudará àqueles que a ela recorrerem. – terminou Harry.
– Certo, Potter. Então, que me dizem?
Hermione mal tomou fôlego e respondeu o que já era óbvio.
Já os dois...
– Ahn, não teria... ah... outro jeito?
A professora foi curta e grossa.
– Receio que não.
– Bem... – Hermione olhava feio para os dois – acho que se não tem outra solução...
– Excelente! Bem, assim simplifica muito tudo. Vocês receberão as cartas como usual.
Ela se afastou.
– UAU! Incrível, não é?
– Ah é, muito, Hermione! Olha só a minha cara de felicidade.
– Rony, não comece, você sabe que estudar...
“Pronto,” pensou Harry “nem namorando esses dois param de brigar”.
Foram andando até a Torre, quando um vulto perolado e transparente atravessou a parede bem em frente aos garotos, fazendo-os dar um salto, tamanho o susto que levaram. Isso interrompeu a discussão, enquanto observavam espantados o fantasma de um menininho que nunca tinham visto. Ele flutuou através do corredor e desapareceu.
– De qualquer forma, o que vão fazer agora? – perguntou Harry, antes que eles retomassem a briga.
– Vou para casa, é claro! E vocês dois vão para a Toca com a gente.
Harry sorriu.
– Claro, colega. E você, Mione?
Hermione, por sua vez, estava muito quieta.
– Vou atrás dos meus pais.
Ela disse muito baixinho. Depois de uns momentos de silêncio surpreso, Rony afirmou:
– Vamos com você.
– É, concordou Harry, você ficou comigo esse tempo todo, e vamos ajudar você agora, Mione.
– Não, é uma coisa que quero e preciso fazer sozinha.
– Mas Hermione, e se você se meter em encrenca, ou precisar de ajuda, ou... – começou Rony.
– E ainda tem Comensais lá fora! Harry insistiu.
– Podem parar, vocês dois! Eu não quero saber, já me decidi. Vou sozinha, mesmo porque sou perfeitamente capaz de me defender sozinha, ok?
Rony ainda queria discutir, mas Harry cortou.
– Quando você vai?
– Agora mesmo. O quanto antes melhor. Só vou pegar a bolsa, que deixei na Torre.
Pouco depois ela se despediu de ambos e sumiu na noite. Os dois ficaram observando a garota se afastar.
– Ela vai ficar bem – murmurou Harry.
– Sei que vai.
Juntos, voltaram para a claridade do saguão.
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Até que consegui terminar esse cap mais cedo do que imaginava...
Fiquei morrendo de pena do Draco, mas eu queria muito que ele aparecesse no cap, e espero que ao longo dos proximos caps vcs entendam o porquê de ele ter ido para a Ala Hospitalar. Se não ficar claro, sintam-se a vontade para perguntar! E como eu achei que seria muito injusto que tanta gente boa sumisse, decidi manter o melhor professor de DCAT por perto. Espero que tenha agradado. E, é claro, sem os alunos mais célebres de Hogwarts em Hogwarts, não teria fic! Para o desgosto do Rony, ele vai ter que estudar mais um pouco antes de ir para a academia de aurores (embora eu ache que ele não iria aguentar ficar tanto tempo longe da Mione né).
Marcella: aaaah eu fiquei tão feliz quando li seu comentario, vc não tem noção!!! Que bom que vc ta gostando, e muito obrigada pelo elogio! :) é, tio voldy no Tartaro não é bom, vc vai ver no proximo cap... VAMOS ABRIR UM FÃ CLUBE DO NICO???? kkkkkkkkk adoooro ele, o tyson também é muito fofo *-* Minha deusa preferida também é atena, mas eu sou fãzassa de apolo e artemis. Ah, eu sei que não foram propriamente momentos felizes do harry e da gina, mas deu tudo certo, no fim. Acho que amanhã ja consigo postar o proximo, ai vc vai conhecer a verdadeira Roxanne Prince;)
Bjsss :* (alias, deixa eu perguntar, vcs duas estão lendo?)
Bjs Roxanne Prince
Comentários (2)
Muito bom o Remo ficar como fantasma mesmo! Gostei! E quem é o garotinho fantasma q apareceu no corredor? hummm. E gostei deles ficarem no sétimo ano na escola! É lógico q ficassem afinal eles perderam o último ano indo atrás das orcruxes né! rs. Estou amando! Vamos ao próximo cap!
2012-11-02Heeeey, só passei aqui pra dizer que esse cap também foi ótimo.E eu adorei a idéia de Remus ter escolhido ficar, muito boa mesmo.Rumo ao próximo cap, te deixo comentario no final quando eu terminar de ler;Beijos ;*
2012-01-29