St Mungus



Capítulo 47 – St Mungus.

Harry e Gina abraçados estavam no sofá da sala comunal, em frente a lareira de forma que ninguém os visse sem chegar perto. Era o último dia antes do feriado, ou melhor, a última noite.
A maioria dos estudantes estava no seu quarto, arrumando as coisas, ou aproveitando para descansar depois de muito estudo.
- Não to gostando nada desta historia de ir para cada sua casa neste Natal. – disse Gina. – Me acostumei a passar aqui, como todos.
- Concordo com você. Mas acho que nossos pais querem ficar um pouco com a gente separados. Nossas mães devem estar esgotadas com bagunça toda que aprontamos. – disse Harry. – Mas ainda vamos ter a festa pra ficarmos juntos.
- Verdade. Melhor aproveitarmos. – disse ela puxando o para um beijo.
Acabaram dormindo ali mesmo.
Harry acabou acordando sobressaltado. Era mais uma sensação estranha, algo que não era dele. Provavelmente mais um Eco.
O moreno olhou para a namorada, e com um suspiro constatou que ela ainda dormia. Não queria preocupá-la. E permaneceu olhando para ela.
Foi nessa posição que Minerva encontrou os dois. Ou melhor viu que alguém ainda estava na sala comunal naquela hora.
- Harry, o que vocês estão fazendo aqui? – perguntou ela, não parecia aborrecida, mas nervosa.
- Acabamos dormindo aqui, Tia Mimi. – respondeu ele. – Aconteceu alguma coisa?
- Sim, mas conversamos depois. Acorde a Gina, enquanto chamo os irmãos dela.
Harry esperou até que a professora tivesse subido as escadas para acordar a menina.
- Gi, acorde.
- Hum, por quê? Aqui está tão bom.
- Gi, aconteceu alguma coisa. A Mimi pediu para te acordar.
- O quê? A McGonagall nos viu assim? Ela vai tirar todos os pontos e nos colocar de detenção até Merlin interceder por nós.
- Ele já fez isso. – disse ele tentando rir. - Mas acho que foi a situação que causou isso. Ela foi chamar seus irmãos.
Gina viu a professora descer as escadas com os irmãos, que estavam ainda muito sonolentos.
- Me sigam. Você também, Potter.
A expressão da professora não era para se discutir e todos a seguiram.
Chegaram na sala do diretor. Onde este já esperava com Tiago e Mary.
- Meninos. – Começou a falar Dumbledore. – O Arthur sofreu um acidente esta noite. Ele estava no ministério, cuidando de uns assuntos da ordem quando foi atacado com outros membros. Ele foi levado para o St. Mungus. Ainda não sabemos como ele está, por isso vocês serão mandados para a Sede. Lá é mais perto, assim amanhã vocês poderão visitá-lo.
- As coisas de vocês serão mandadas para lá amanhã. Se precisarem podem usar algo do Sirius ou de uma das meninas. – disse Tiago.
- Eu irei com vocês. – disse Mary. – Amanhã os outros irão pra lá, também, mas pelo Expresso Hogwarts. Parece que vamos ter um Natal juntos.
- As perguntas podem ficar para depois. – disse o diretor ao ver que os meninos estavam para dizer algo. – Peguem essa chave de portal e esperem notícias por lá.
Dumbledore pegou um dos estranhos objetos que havia no seu escritório e enfeitiçou. Os Weasley, Harry e Mary tocaram nele e logo desapareceram.
Eles apareceram na cozinha da casa.
- Vamos logo para o hospital. – disse Gina se dirigindo para a porta. – Melhor, se troquem não quero aparecer ao lado de vocês assim.
- Gina, não podemos ir agora. – disse Mary. – Seu pai está em uma situação complicada. E nós não deveriam saber tão cedo do que aconteceu. Temos que esperar que sua mãe de notícias. Ela seria a primeira a ser informada.
- Ela está certa Gi. – disse Harry. – E não teríamos nenhuma serventia em um hospital, poderíamos atrapalhar tudo.
- Você me convenceu. – disse a ruiva se aproximando dele.
- O que vocês dois estavam fazendo no salão comunal uma hora daquelas? – perguntou Fred.
- Ainda mais com as roupas de ontem. – disse George.
- Vamos deixar essa discussão para depois. – disse Rony, que já tinha passado desta fase de ciúmes da Gina, depois de ver como Harry agia com ela.
- Eu quero responder isso, Rony. – disse Gina dando uma piscadinha marota para o irmão mais novo. – Eu e o Harry fomos para a Sala Precisa para que ele me mostrasse sua nova tatuagem. Um Rabo-Córneo Húngaro.
Harry abraçou Gina por trás e deu um sorriso que dizia ‘Vocês mexeram com fogo, agora agüenta’, mas somente Rony entendeu.
Os gêmeos se encararam e decidiram que era melhor deixar essa discussão para depois mesmo.
- Já que não vamos, esperaremos aqui as notícias. – disse a ruiva.
- Não poderei oferecer comida como faria Molly, mas uns biscoitos e cerveja amanteigada para passar o tempo eu tenho. – disse Mary agitando a varinha fazendo alguns pratos e garrafas aparecerem na mesa.
Harry puxou Gina para o colo, como se a consolasse.
A cozinha caiu em um silêncio, apenas eram ouvidos os sons das garrafas batendo na mesa e os estouros da madeira na lareira.
Foi quando uma bola de fogo irrompeu no ar. Deixando para trás uma carta e uma pena.
- E da Fawkes. – disse Mary pegando a pena. – e da mãe de vocês.
Rony pega a carta e começa a ler para todos.

“Meninos,
O pai de vocês está bem, fora de risco. Sofreu alguns cortes que estão demorando a fechar, mas os medibruxos estão fazendo de tudo por ele. Amanhã vocês poderão visitá-lo. Tomem cuidado.
Beijos, Mamãe”

- Viram, ele está bem. – disse Mary. – Acho melhor vocês dormirem agora, pra preocupar mais seus pais.
- Sim, Vamos. – disse Harry. – Vou pegar uma roupa de uma das meninas para você. E depois vou para cama.
O moreno levou a menina no colo, seguido pelos gêmeos. Deixou a menina na cama, e pegou uma roupa da Fernanda, que usava cores mais parecida com as que Gina usava. E logo saiu para o quarto que dividia com Rony. Mary apareceu com o pijama de Sirius para ele e logo saiu.

- Acorda Harry. – o moreno escutou alguém falar.
- Agora não, Gi. – resmungou ele. – deita aqui e dorme comigo, acabei de deitar.
- Eu bem que gostaria. Mas acho que nem a Gina nem o Sirius vão gostar. – disse Mary. – E se você ficar sem almoço sua mãe me mata.
- Como se você tivesse medo da mamãe. – disse ele levantando.
- Não gosto de estar entre as ruivas e seus amados. Já vi sua mãe rosnar para uma mulher na rua. – disse ela saindo para permitir que ele trocasse de roupa.
Mary tinha comprado pizza para todos, como ela e Sirius estavam morando em Hogwarts, não havia nada ali, e não tinha cabeça para cozinhar.
Comeram ainda em silêncio, com os gêmeos ainda encarando a irmã e o cunhado.
Assim que terminaram, escutaram alguém chegando. Eram Molly e Gui, que foi chamado para levar os irmãos para o hospital.
- Como está o papai? – perguntou Rony.
- Ele está bem. Perdeu muito sangue, e os cortes ainda não cicatrizaram, mas não corre risco de morte, pelo menos enquanto ficar no hospital. Ainda não descobriram o que traz esse efeito. Vamos visitá-lo depois que vocês se trocarem.
- Aqui estão as roupas de vocês. Harry vai ter que usar umas do Sirius. – disse Gui. – Tente achar algo trouxa. Teremos que usar o metor.
- Metrô. – corrigiu o moreno. – Já vi que eu vou ter que tomar conta desses ruivos no trajeto.
Se aprontaram e saíram.
Como Harry previu, ele teve que cuidar das passagens e do dinheiro trouxa. Sempre com Gina do seu lado. Ela queria aprender sobre as coisas que ele sabia.
Por sorte, Lilian havia ensinado aos filhos como chegar ao St. Mungus de forma trouxa, já que os Weasley sempre iam de forma mágica e não sabiam como andar pelas ruas de Londres sem magia.
Quando pararam em frente à loja de ferramentas fechada, Harry se posicionou na frente do vidro e observando se vinha alguém, o manequim que estava ali, piscou para ele e permitiu a entrada do grupo.
- Por que aquilo piscou para você? – perguntou Gina aborrecida.
- Aquilo é somente um feitiço, e como já vim inúmeras vezes aqui, já me identifica e permite a minha entrada sem problemas. – respondeu ele.
- Sei. – disse ela.
Molly tomou a dianteira e se apresentou para a recepcionista.
-Boa Tarde. Viemos visitar Arthur Weasley. Ele seria transferido de ala.
- Weasley? Sim, ele foi transferido para o primeiro andar, segunda porta à direita, Ala Dai Llewellyn.
- Obrigada. – disse ela e o grupo seguiu as escadas.
- Por que o papai estaria na ala para acidentes com criaturas, se foi atingido por feitiços? – perguntou Rony.
- Não sei, mas deve ter algum motivo. – disse Molly.
Eles seguiram para a ala indicada e perguntaram para um curandeiro qual o quarto dele.
Arthur estava em um quarto que tinha três camas, a primeira havia uma pessoa toda coberta por bandagens, a segunda vazia, e o ruivo estava na cama mais próxima a janela.
- Visitas. – disse ele dobrando o jornal que estava lendo.
Depois de que todos o cumprimentaram, Molly perguntou.
- Por que você está nesta ala?
- Os medibruxos acreditam que o que está impedindo os ferimentos de fecharem é um veneno de cobra, apesar de ainda não identificarem qual é.
- Mas o que aconteceu pai, ninguém conseguiu explicar pra gente. – disse Fred.
Mary enfeitiçou o quarto de forma que somente eles escutassem o que fosse falado, nem mesmo o outro paciente, se estiver acordado conseguiria isso.
- Acabei sendo chamado no ministério para resolveu um problema, algo sobre privadas que explodem, acabei o relatório tarde juntamente com Kim e outros membros da ordem. Mas o que importa é que quando estávamos saindo, um grupo tentou invadir o ministério. Alguns pareciam serem comensais, mas tinham uns diferentes, não sei explicar bem. Acabou tendo um confronto e fui atingido, só o que sei que eles queriam algo no Departamento de Mistério, algo como uma profecia.
Neste instante, Gina e Harry sentiram seus músculos endurecerem. Será que eles estavam atrás da profecia que tinham ouvido, ou será coincidência. Mas se realmente eram os comensais, algo com relação aos marotos era certo.
Gui percebeu que o ar ficou pesado e tentou mudar de assunto para como o pai estava, este aproveitou e começou a falar sobre o hospital, inclusive sabia que dois trouxas estavam internados também.

Aquela mesma tarde, chegaram Tony, Cris, Fernanda e Flávia. Os marotos decidiram que seria melhor que eles passassem o Natal juntos, e ali na Sede, que poderia acomodar a todos melhor e era mais perto do hospital.
Lilian seria o contato deles e sempre receberia noticias.
Harry e Gina estavam quietos, não sabiam se contavam para alguém sobre a profecia, e para quem. Decidiram esperar um pouco mais para ver se ela realmente se referia a eles.
Dois dias depois Hermione aparece ali, e foi quase que imediatamente ver os dois.
- Rony me contou que vocês estão estranhos, quietos demais. – disse a monitora.
- Não é nada, Mi. – disse Gina. – Só estou preocupada com meu pai. E eles me deixaram um pouco livre e então não tenho que bater de frente com eles.
- Será que finalmente vão deixar vocês em paz?
- Acredito que não. Assim que isso se resolver eles voltam a nos atazanar. – disse Harry. – Mas Mione, você não tinha que estar esquiando com seus pais?
- Ah, Harry. Esquiar não é pra mim. Disse para meus pais que precisava estudar. Eles ficaram meio chateados, mas entenderam. – disse ela. – Só não conta pro Rony, ele ficou zombando, dizendo que não entendi como os trouxas descem montanhas com tábuas nos pés.

O Clima foi melhorando com o passar dos dias, Sirius era visto toda hora cantando musicas natalinas, enquanto todos ajudavam na decoração da casa.
Régulo apareceu com uma namorada, o que espantou a todos, já que era uma nascida trouxa.
Molly e Lilian visitavam Arthur todos os dias. Hoje Molly chegou bufando em casa.
- O que aquele homem tem na cabeça.
- Calma, Molly. – disse Lilian.
- Como vou ter calma, se meu marido e pior que meus filhos. Pontos, onde já se viu um bruxo ver isso.
- O que é Pontos? – perguntou Tonks.
- Uma técnica trouxa para fechar cortes profundos. Basicamente eles são costurados para acelerar a cicatrização. – explicou a medibruxa. – O estagiário que foi designado para caso do Arthur é filho de trouxa, e conhecia a técnica, como nosso amigo é fanático por tudo que diz respeito a eles tentou. O problema é que o veneno parece dissolver os pontos.
- Foi uma grande irresponsabilidade dele. – disse Molly. – Ninguém conhece isso direito.
- Na verdade, eu já usei essa técnica em Hogwarts. – disse Lilian. – Foi em Logan, vocês sabem que magia não funciona nele.
- Funcionou? – perguntou Mary.
- Sim, esperava uma cicatriz, mas não ficou nada. Aquele é um menino especial.

A véspera do Natal amanheceu melancólica. A permanência do Arthur no hospital afetou aos ruivos, até mesmo os gêmeos não conseguiam aprontar das suas.
Harry ainda pensava no que Arthur tinha dito, e se lembrou de ter visto depois de uma reunião da Ordem um papel escrito Profecia com a letra da mãe. Será que existia outra profecia que os envolvia? Se existir desse ser atrás dela que os comensais estão atrás, ninguém mais sabia da que ele e Gina haviam ouvido.
Ele foi tirado de seus pensamentos pela campainha escandalosa da casa do padrinho. Mas como todos estavam na casa, e Molly e Lilian usava a rede de Flo, devia ser algo urgente.
Ao descer ele viu Arthur sendo aparado pela esposa.
- Arthur que surpresa boa. – disse Sirius. – Seja bem vindo à minha humilde casa.
- Deixa de cena, Sirius. – disse Mary. – Ou eu chamo o Harry pra você.
- Não precisa apelar. – disse o maroto cabisbaixo.
- Não liga pra eles. – disse Remo. – E bom ver você de volta.
- Como isso ocorreu? – perguntou Tonks.
- Foi uma coisa estranha. Ontem a noite chegou uma coruja com um presente de Natal, era um galão com uma poção, e uma carta onde dizia que era a cura para o veneno que estava no meu corpo. Os medibruxos estavam céticos quanto isso, mas depois de testes resolveram tentar, já que não tinham mais ideia do que fazer. E como podem ver estou bem.
- Poção? Por coruja? – Começou a indagar Tiago. – Tentaram saber algo sobre isso?
- Ti, eles não conseguiram nada. A carta sumiu logo depois de lida, e a coruja era uma de aluguel de Londres mesmo. – disse Lilian. – Eu mesmo vi a poção. Tem uma quantidade boa, e poderá servir se isso acontecer novamente.
- Acho que isso tem dedo dele... – murmurou o auror de óculos.
O clima melhorou muito depois da chegada de Arthur, que ainda tinha os ferimentos cicatrizando.

 Na manhã seguinte, houve a troca de presentes. Todos estavam felizes, exceto Cris, que não tirava o olho da janela.
Sua espera foi recompensada. Vênus apareceu com um pacote para ela.
- Sabia que ele não ia me esquecer. – disse ela para a ave. – Aqui está o presente dele.
Ela amarrou uma caixa nas garras da harpia, que deu uma bicadinha no braço dela e saiu voando.
- Não sabia que ele podia enviar uma carta aqui. – disse Sirius ao ver a sobrinha com um pacote na mão.
- Você enfeitiçou a casa para evitar que corujas de pessoas que não sabem da casa cheguem. – disse Mary. – Como você sabe, ele tem uma harpia.
- E ele não gosta muito de regras. – disse Cris abrindo o presente.
Era um bracelete de ouro branco, com algumas pedras vermelhas e azuis, e alguns desenhos, como flores e a constelação que ele tem no peito. Ela imediatamente colocou no braço. E o bracelete emitiu uma luz azul.
Ela pegou a carta e leu.

“Minha Fada,
Esse presente é especial, além de ser o meu primeiro presente de Natal para você, e uma forma de dizer que te amo.
Esse Bracelete e feito de uma liga especial, a mesma das minhas varinhas, o adamantium. Inquebrável. E possui os mesmos feitiços que os meus braceletes. Ops, esqueci que você ainda não viu os meus. Ele pode ficar invisível, assim você pode usar sempre. E também você pode colocar sua varinha ‘dentro’ dela, assim você nunca a perderá e nem será desarmada.
Qualquer problema, esclarecemos quando nos encontrarmos no trem.
Bjs
Te Amo
Seu Demônio”

- Esse é um presente bem útil. – disse Tonks. – Além de ser muito bonito e prático. Será que consigo um igual pra comprar?
- Duvido. – disse a ruiva. – Foi ele mesmo quem enfeitiçou, e deve ter sido alguém da família que moldou.
- Ele me disse que esse metal não é afetado nem por magia, depois que solidifica. – disse Harry.
- Quando? – questionou Lilian.
- Queria saber da varinha dele, a Mione não conseguiu achar nada sobre isso na biblioteca. – disse ele meio sem jeito. – Parece ser uma técnica pouco conhecida, mas que os caçadores não são os únicos que sabem.

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