Ecos
Capítulo 46 – Ecos
Cris voltou toda feliz para a torre. Com sua mãe do seu lado, ninguém mais ia se intrometer no namoro. E agora que a parte caçadora da família de Logan também parecia aprovar.
Estava tão distraída que não percebeu que algumas colegas de quarto a olhavam feio. Entrou com um enorme sorriso no rosto.
- Pode ir contando tudo. – disse Fernanda dando um susto nela.
- Quer me matar? Quase conseguiu. – disse ela tentando se recuperar.
- Se você não morreu até hoje por causa do seu irmão, não vai ser um sustinho destes que vai fazer o serviço. – disse Flávia.
- Eu estava ajudando a minha mãe na enfermaria. – disse a ruiva pegando seu pijama e se trancando no banheiro para ganhar um tempo para pensar no que ia falar.
- Se ela não fosse irmã do Harry, eu poderia até acreditar nela. – disse Hermione.
Ela saiu do banheiro preparada para dormir.
- Vai ser por bem ou por mau. – disse Gina.
- Me expliquem como sabem que eu estou mentindo e eu conto tudo.
Flávia tira do bolso o mapa do Maroto.
- Foi meio estranho ver você indo para enfermaria, encontrar com Logan e sumir. – disse a morena.
- Para onde ele te levou? – perguntou Gina.
-Aliás, como ele fez isso? Chave de portal ou algo assim? – perguntou Hermione.
- Vocês se lembram quando ele recebeu uma carta pela Venus? – ao ver as caras de quem não estavam entendendo. – A harpia.
- Hãn. – disseram as meninas.
- Era do irmão dele. Marcando um encontro. Eu pedi para ir junto. Tenho que conhecer a família dele, né? Bom, mamãe me chamou para ajudar. Ele não queria que ninguém soubesse. Como ninguém, entendam a Dani e o Anjo. Aparatamos da enfermaria mesmo para Hogsmeade.
- Como aparataram, é impossível, né Mione? – perguntou Fernanda.
- Existem feitiços que impedem isso aqui, sim. Mas para alguém que recebeu um Avada de um comensal, acho que qualquer coisa pode ser possível.
- Magia não pode afetá-lo em Hogwarts, ou outro local mágico. Lembram? Fomos para o Três Vassouras, onde o irmão dele o esperava vestido de bruxo. Ficamos conversano um pouco, depois sai para dar um pouco de privacidade e eles conversarem o que foi o motivo para o encontro. Ficamos namorano um pouco antes de voltar. Ainda tivemos que enganar o papai para que ele não ficasse regulando muito o nosso namoro.
- Como é o tal caçador? – perguntou Fernanda.
- Vocês vão ver quando tiver uma visita ao vilarejo. – disse a ruiva. – Mas te garanto que Logan é o mais bonito.
Apesar da neve que caiu nos últimos dias eles iam para aula de Trato com Criaturas Mágicas. Seria a primeira aula depois que Hagrid voltou. E o professor estava animado com o animal que ia apresentar para eles.
Harry ai a frente abrindo caminho pela neve, mas sem deixar de notar que a turma da Sonserina que ia um pouco mais atrás.
As confusões no colégio pareceram diminuir este ano. Claro que os gêmeos ainda aprontavam, mas tudo parecia mais tranquilo. Pode ser que pela ausência de Malfoy, que era um líder entre os alunos da casa da serpente, ou a presença dos aurores.
Eles se acomodaram no picadeiro esperando o Hagrid.
Este chegou carregando algo que parecia ser o quarto traseiro de uma vaca.
- Pessoal, me sigam. Hoje a aula será por aqui. - disse ele caminhando para a orla da floresta.
Estava tão envolvido que nem percebeu a reação dos alunos. Alguns deram um passo atrás, algumas meninas fecharam a cara para o pedaço de carne. Harry e seus amigos seguiram o gigante, e se assustaram quando viram Logan seguindo o professor. Nenhum deles tinha percebido a presença dele ali.
Hagrid parou em uma clareira. E jogou a carne no chão.
- O animal que vamos estudar prefere ambientes assim, mais escuros. – disse o professor enquanto a turma se posicionava. – Acho que vou chamá-los.
Depois de um urro que assustou a todos, passos foram ouvidos, mas nada visto.
Foi quando Harry avistou algo, a princípio ele achou que fosse um cavalo, mas percebeu que apesar da forma, não era um. Tinha asas como as de dragão, assim como suas pele reptiliana, e não possuía carne, era aparência de ser apenas um esqueleto.
Ele tinha visto esses animais antes. Eles estavam levando as carruagens este ano. Apesar do moreno acreditar que eles sempre estiveram lá.
- Quem está vendo? – perguntou Hagrid.
Neville, Harry e um garoto da Sonserina levantaram a mão.
- O que deveríamos estar vendo? - perguntou Parvati.
Hagrid apontou para o pedaço de carne. Algo arrancou uma boa porção de carne e a fez sumir. Aqueles que podiam ver o animal souberam que eles estavam comendo.
- Alguém sabe o que estamos estudando.
- Testálios. – respondeu Mione.
- Mas a Professora Trelawney disse que eles são agouros de morte. – disse Lilá.
- Isso é bobagem. O que realmente acontece é que somente aqueles que virão a morte podem ver os animais. Eles não causam mortes. – disse o professor ofendido. – Esses animais são muito inteligentes, e tem um grande senso de direção. Dumbledore os utiliza quando tem que fazer uma viagem longa e não quer aparatar. Eles são usados nas carruagens que usamos para transporte até Hogsmeade.
Hagrid deu informações sobre os animais, enquanto eles assistiam a vaca ser comida.
Logan estava em um canto acariciando uma fêmea jovem. Mostrando que ele também via os animais.
- Sr. Longbotton, quem você viu morrer? – perguntou o professor curioso.
- Meu avô. – disse Neville. – Ele teve um problema no coração.
- E você Harry?
- Minha mãe... ela me levou uma vez no hospital... um homem morreu quando eu estava lá. – disse ele nervoso. – E foi isso.
A aula foi encerrada logo depois, e todos se dirigiram de volta para o castelo, já que estava muito frio.
Assim que se viram sozinhos, Hermione encarou Harry e disparou.
- Por que mentiu Harry? Nem adianta falar nada, eu sei muito bem que você não falou a verdade para o Hagrid.
- Você queria o que? Que eu falasse ali no meio de todos que alguém pode ter morrido ano passado naquele cemitério, quando eu fui seqüestrado. – disse ele saindo dali e simplesmente desaparecendo, deixando os amigos assustados.
Harry aparatou no criadouro de grifos de Godrico. Queria pensar um pouco. Ele tinha certeza que tinha mentido para Mione também. Nenhuma dos feitiços era mortal no cemitério, eles queriam que ele sofresse antes.
De repente uma massa de cabelos vermelhos atrapalhou sua vista.
- Oh, Harry. – disse a menina. – Logan me disse o que aconteceu.
- Esse menino ta me saindo um grande fofoqueiro. – disse Harry.
- Ele sabe que eu não vivo sem você. – disse a ruiva.
- Como se isso valesse para ele.
- Não fale assim, Anjo.
-Tudo bem, Fada.
- Agora me conta, o que você sentiu. Ele me disse o que viu.
- Eu ainda não sei, mas tenho certeza de que tem haver com isso. – disse Harry tirando O Livro do bolso. – Devia ter te contado isso há muito tempo.
- Chegou o momento. – disse Lorde Gryffindor.
- Sim. – disse Harry.
A figura nobre foi se modificando e se assumiu a sua forma original.
- Eu sou a imagem , memórias e personalidade de Harry Tiago Potter. Mas um Harry diferente, eu sou do futuro, um futuro diferente, que eu alterei voltando no futuro.
Assim o holograma contou resumidamente a sua história, sem entrar em detalhes de sua vida anterior a guerra, disse apenas que seus pais foram assassinados quando pequeno, e durante toda a sua vida foi perseguido por Voldemort, também disse que voltou no tempo para poder acabar com aquilo e salvar a todos que foram prejudicados pelas duas guerras, sem mencionar a Gina ou seu ano escolar naquela época.
- Mas o que isso tem haver com o que aconteceu hoje?
- Bom o que Harry tem é chamado de Ecos do Passado. Ele tem as lembranças do que passei. Ele consegue ver os testrálios, pois eu conseguia, depois de ver Cedrico morrer. Quando fomos seqüestrados por Voldemort, e este ressurgiu. – Disse Fenrir. – E durante toda a guerra eu vi outros morrem.
- Certo, mas por que você fez isso? Digo, criou esse livro?
- Foi para ajudar ao Harry, eu passei por tudo sozinho, o surgimento dos meus poderes, a perseguição de todos. Precisava de algo para ajudar a seu irmão.
- Mas como eu posso ver você, e mais ninguém?
- Esse livro, eu consegui durante a minha missão. Eu só enfeiticei para que pudesse conter também minhas memórias. Fiz de forma que os filhos de Tiago e Lilian Potter pudessem ver. Sabia que as coisas foram alteradas, mas não sabia como. Seus pais poderiam ter um filho antes. Ou usar outro nome.
- Temos visitas. – disse Harry.
- Acho que está na hora de trocarmos de ruivas. – Disse Logan ao lado de Gina.
- “Você vai contar pra ela?” – perguntou Cris ao irmão enquanto abraçava o namorado.
- “Agora não, mais pra frente, não quero envolve-la nisso, mais.” – respondeu ele.
- Cuidado, essa menina é muito insistente. – disse Logan para Harry.
- Sei disso. – disse ele recebendo um tapa no braço.
- Comportem-se. – disse Cris para os dois antes de sumir com Logan.
Gina não disse nada, apenas sentou no colo dele, já que esse ainda estava sentado. Sabia que tudo que precisava ser dito foi dito, ela estava ali para dar carinho para ele.
Com a aproximação do feriado de Natal, Dumbledore liberou mais uma visita a Hogsmeade.
Os alunos ficaram alvoroçados.
Alguns tentavam arrumara par enquanto esperavam pela liberação de Filch.
- Aonde está seu namorado? – perguntou Harry, não gostando de como alguns meninos olhavam para Cris.
- Ele está conversando com a Dani. O irmão mais velho deles está no vilarejo. – disse a ruiva.
- E? – disse ele, pois todos sabiam que a menina tinha permissão para sair.
- Nós nos encontramos com ele um dia desses. – disse a menina com um ar de que aquilo não era nada de mais.
- Repete.
- Não vou repetir, você conseguiu ouvir muito bem. Eles precisavam conversar e eu fui com o Logan. Sabe alguns assuntos profissionais. Nem adianta perguntar, eles conversaram em português e quando eu não estava por perto.
- E também, nós já fizemos isso também. – disse Gina. – Então deixa de hipocrisia.
- Da próxima vez, me conte. Eu quero te ver feliz. – disse o moreno.
- Pode deixar Anjo. – disse ela dando um beijo na bochecha dele.
A ruivinha saiu saltitando e encontrou com o brasileiro descendo as escadas com a loirinha.
Ficaram de encontrar dentro de algumas horas no Três Vassouras.
Harry ficou um pouco incomodado pela proximidade da irmã e do namorado, mas sabendo que a Dani estava com eles relaxou. Mas só esqueceu quando Gina o puxou para longe dos ruivos.
Aos poucos, todos foram se direcionando para o pub. Os primeiros a chegar foram Fernanda, Flávia e Tony. Fernanda estava meio entediada por seguir os dois. Tinha surgido um clima entre eles desde o incidente com Remo.
Neville apareceu junto com Rony e Mione, ele estava rindo enquanto o ruivo estava com as orelhas vermelhas reclamando de não ter privacidade.
Logan chega carregado de sacolas enquanto Cris e Dani tinham um doce na mão.
Luna surgiu do nada, falando que tinha mandado uma carta para o pai.
Harry e Gina foram os últimos a chegar, e ao perceber isso a ruiva corou, Harry bagunçou o cabelo e Rony quase foi tirar satisfações, mas foi impedido por Mione.
Pediram uma rodada de cerveja amanteigada, bancada pelos meninos, para irritação de Rony, que não percebeu que acabou pagando a sua somente.
Rafael entrou no pub chamando atenção de quase todas as garotas presentes, até mesmo madame Rosmerta, que já tinha visto o rapaz algumas vezes.
- Essa sua mania de chamar atenção quando entra em um lugar ainda vai te colocar em uma enrascada muito grande. – disse Tiago, cumprimentado o irmão com um abraço. – Pessoal, esse é meu irmão, Rafael. Rafa, esses é o pessoal.
- Fala ae. – disse ele, para todos.
- Cuidado com quem mexe. – disse Dani que conhecia muito bem o irmão.
O aviso nem foi preciso. Logan já abraçava Cris pela cintura, puxando a mais para perto. Harry segurava a mão de Gina sobre a mesa e Hermione estava com a cabeça no ombro de Rony.
Sem alternativa o recém chegado se sentou entre a irmã e Fernanda.
Por sorte ninguém falou nada sobre os caçadores na mesa. Muitas pessoas estavam de olho naquela mesa.
Uma pessoa encapuzada entrou no pub e ficou no balcão. Poucos perceberam isso. Mas os brasileiros imediatamente ficaram rígidos, mas apenas Hermione, Cris e Harry perceberam, mas não fizeram a ligação com o homem que tomava uísque de fogo.
- Rafael, você arrumou o que te pedi? – perguntou Logan.
- Sim, esta no quarto que aluguei. Dentro da mala.
- Ótimo. Vou buscar. – Cris fez menção de ir com ele. – Você fica. E parte do seu presente de Natal. Vou melhorá-lo um pouco no castelo.
- Não demore.
O ser encapuzado jogou algumas moedas no balcão e seguiu o menino de cabelos azuis.
Logan voltou pouco depois com um embrulho nos braços e a mão direita enfaixada.
- Que foi isso na sua mão? - perguntou Cris preocupada.
- O Rafael deixou seus brinquedos soltos na mala. Acabei me cortando. Nada profundo.
- Tem certeza, mamãe pode olhar. – insistiu a ruiva.
- Não, já vai fechar. – disse ele.
- Sua sogra é médica? Você teve sorte ou azar? – perguntou Rafael em português.
- Sorte. E ela gosta de mim, e aprova o namoro, sabendo o que eu sou. Você não terá essa facilidade.
- Não entendi. – disse ele desconversando.
Ficaram mais algum tempo ali, antes de voltarem para o castelo. Claro que todos repararam que Rafael estava interessado em Flávia.
Pontas e Almofadinhas se dirigiam para a sala de Dumbledore. Eles foram chamados por habitantes de Hogsmeade para ver uma coisa estranha.
- Tiago, Sirius. O que aconteceu para aurores serem chamados? – perguntou o diretor. – Algum aluno se envolveu em algo?
- Isso não podemos afirmar. – disse Sirius coçando a cabeça.
- Parem de enrolar. – disse Minerva, que estava angustia no canto, junto com os outros diretores das casas.
- Um dos moradores encontrou um corpo em uma ruela. Ninguém conhecido. – disse Tiago. – Ele possuía três buracos no peito, como se algo penetrasse e atingisse o coração.
- Que por sinal foi fatiado dentro do peito. – disse Sirius.
- Desde o começo do ano, venho pesquisando armas. – disse Tiago, deixando subentendido o motivo. – Não consegui nenhum paralelo com as conhecidas. Vou conversar com Arthur e Lilian para ver se eles têm alguma ideia. Mas isso não é o mais estranho.
- Não enrola, Tiago. – disse Filius.
- Isso. – disse ele retirando um vidro do bolso. – Esse é uma amostra do sangue dele.
O liquido era mais viscoso que o sangue normal, e era verde.
- E também tinha algumas coisas com ele. Esse colar, e fotos dos nossos filhotes. – disse Dumbledore. – Tudo indica que tem algo relacionado com os comensais.
Alvo ficou mais preocupado com o pingente do colar do que as fotos. Ele tinha a forma do pentagrama. Porém, era invertido com a ponta para baixo. Símbolo das trevas, evitado até mesmo pelos maiores bruxos das trevas dos últimos séculos. Nem mesmo Voldemort e Grindelwald.
A Situação era mais seria do que podiam supor. Mas algo ainda não se encaixava. Isso era a presença dos Caçadores no castelo.
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