Passeio no Beco
Capítulo 48 – Passeio no Beco
Para os adolescentes o resto do feriado foi tranquilo. Apesar de terem sido obrigados pelos pais a fazerem os deveres.
Mas o mundo dos adultos estava uma bagunça. Além da invasão, na qual Arthur foi ferido, ocorreu outra, pouco depois. Mas foi mais discreta. Um dos inomináveis foi controlado pela Império, e entrou na Sala de Profecias e tentou roubar uma delas. Não se sabe qual, já que todas as profecias possuem um feitiço, que permite apenas aqueles aos qual a profecia se refere de retirar.
O inominável foi atingido por esse feitiço defensivo e foi encontrado inconsciente em um dos corredores, juntamente com um monte de cinzas.
Para Dumbledore era justamente a profecia que relacionava Harry a Voldemort. Provavelmente os comensais acreditam que ela possa dar alguma dica de como ressuscitar o antigo mestre e assim ganhar mais força. Felizmente, apenas ele, Tiago e Lilian sabiam do seu conteúdo e do fato de relacionar o herdeiro Potter com o descendente de Slytherin.
Essas ações por parte dos comensais indicam também que eles partiram para o ataque geral em breve, deixando de se concentrar nos marotos, já que seus planos estão sendo frustrados.
Porém todos estavam frustrados por não entender o que realmente eles queriam, seus próximos passos e também quem eram aqueles a quem se aliaram.
- Cansei. – disse Sirius no final de uma reunião. – isso é um feriado para relaxarmos e curtimos nossas famílias. E estamos presos aqui.
- Sirius. A situação está critica e você pensando em aprontar. – Mary ralhou com ele.
- Eu concordo com o Sirius. – disse Lilian, espantando a todos. – Era para podermos descansar e aproveitar as festas, mas só temos feito reunião. Mal pude conversar com os meninos.
- Parece que os comensais ainda não querem se expor. – disse Dumbledore. – Acredito que uma visita ao Beco Diagonal não será um problema. Acredito que as crianças vão gostar muito. Principalmente aquelas que já se formaram.
- O que você quer dizer com isso, Alvo? – perguntou Minerva.
- Eu estou falando de Tiago e Sirius.
- Ei.- reclamou Sirius.
- Oba. – disse Tiago feliz. – Tenho que passar na loja de artigos para quabribol, meu kit de limpeza de vassoura está velho e danifica mais que limpa.
- Se bem que os sorvetes de Hogsmeade não se comparam com o do Florean Fortescue. – disse Sirius antes de enumerar seus sabores favoritos.
- Eu não disse. – Dumbledore sussurrou para Minerva.
A casa amanheceu animada e numa correria depois que Molly e Lilian acordaram a todos anunciando a visita ao Beco. Os mais sonolentos foram sacudidos para fora da cama por Sirius que estava mais agitado que criança na véspera de Natal.
Durante o café da manhã, os adultos responsáveis passavam as instruções para as crianças e os adultos irresponsáveis.
Não colocaram limites, pois sabiam que isso só faria que os gêmeos tentassem quebrá-los. Mas combinaram de se encontrar para o almoço em um restaurante, portanto ao meio dia todos deveriam aparecer próximo do Grigontes.
Ao chegarem no beco, passando pelo Caldeirão Furado, eles se separaram. Molly foi em direção a uma loja de jardinagem, ela precisava de alguns produtos ali para sua horta, foi com Arthur que ainda não podia andar muito.
Lily arrastou Mary para a Floreios, precisava reservar de um livro que iria ser lançado na primavera. E claro evitar que a amiga preparasse uma festa surpresa para ela, já que seu aniversário seria no fim de janeiro.
Tiago e Sirius foram para a loja de artigos para quadribol e depois se dirigiram até a sorveteria, onde já estavam Remo e Tonks namorando. Aquele era o melhor ponto para vigiar. Mesmo com a certeza do diretor de que nada ocorreria, era sempre melhor estar atento. Mesmo porque as encrencas sempre rondam os filhotes de marotos.
Fred e George, com caras sérias, seguiram quietos para um beco ali. Quando questionados, responderam que era para tratar de negócios. Mas avisaram que estariam de olho nos irmãos, para que não se tornassem tios ainda na escola.
Cris, Fernanda, Flávia e Tony seguiram para Madame Malkin, para desagrado do monitor que queria passar algum tempo a sós com Flávia, coisa que não conseguia na Sede. Parece que Sirius acredita que todos os homens são iguais a ele.
Hermione levou Rony para a loja do Olivaras. Com a desculpa de que ia comprar um polidor para sua varinha, e não queria usar o mesmo de vassouras, mas quem conhecia a morena sabia que era só uma maneira de ficar sozinha com o namorado, principalmente que ela não encarava ninguém e o ruivo estava com as orelhas extremamente vermelhas.
Harry não pode acreditar que estava sozinho com Gina ali, no meio do beco. Ao olhar para a ruiva ela também tinha esse mesmo pensamento. Se abraçaram e começaram a andar pelo local. Parando em uma loja ou outra, se divertindo com as pessoas que passavam.
Harry aproveitou a oportunidade e entrou em uma loja de jóias, e levou Gina com ele para escolher o presente da mãe. Mas só depois de prometer para a ruiva não comprar nada para ela, como era seu plano.
O moreno escolheu um broche prateado, com algumas pedras coloridas.
Gina saiu da loja quando ele foi pagar, já que a vendedora queria vender várias peças para ela.
Alguém agarra o braço dela.
- Nunca pensei que a veria saindo de uma loja destas. – disse uma voz venenosa, que ela reconheceu com sendo de Malfoy. – Potter já começou a pagar pelos seus serviços?
Gina olhou para ele com nojo, e puxou o braço com força e bateu nele como se limpasse.
- Ao contrário de você, o Harry não precisa de pagar por nada na vida. – disse ela. – E minha vida e a dele não interessam a você.
- Por isso mesmo, afaste-se de nós. – disse uma voz que mais parecia ser um rugido.
Malfoy deu um passo a trás e tentou não demonstrar medo.
- Aprendi muitas coisas em Durmstrang, para onde fui obrigado a ir depois do que vocês me fizeram.
-Tente. – disse Harry se aproximando, com fogo nos olhos. – Mostre o que você tem.
Malfoy percebeu que não teria nenhuma chance com Harry e saiu correndo.
- Covarde. – disse Harry. – Aposto que foi correndo para a saia do papai.
- Deixa ele pra lá. – disse Gina abraçando o namorado para acalmá-lo. - Nem que ele quisesse, ele faria algo aqui.
- Você tem toda razão. – disse ele a beijando. – Acho que está na hora de encontrarmos com o resto do pessoal. Não quero duas ruivas caçando a gente por todos os lados.
- Melhor as duas ruivas que um bando de ruivos. – disse Gina, no que Harry bufou.
Os dois se seguiram para o ponto de encontro. Por mais incrível que pareça foram os primeiros a chegar junto aos adultos.
Aos poucos os outros foram chegando, sendo os últimos foram os gêmeos que apareceram conversando com uma mulher, mas ninguém conseguiu escutar nada.
Foram andando até um restaurante na parte não bruxa da cidade. Era um local bruxo que atendia a todos, mas os trouxas não conseguiam ver as comidas bruxas, nem nos pratos nem nos cardápios.
A conversa era animada, mas uma pessoa parecia perdida em pensamentos. Tiago olhava para Harry e Gina enquanto comia.
- “Por que está tão pensativo, Ti.” – perguntou Lilian através da ligação entre eles.
- “Estava pensando no que Fenrir e Gina contaram. Sobre a guerra. Mesmo com a derrota que nosso pequeno impôs a Voldemort, naquela noite, as coisas ainda eram meio nebulosas. Acredito que um lugar como esse não existiria.” – respondeu ele.
- “E qual o problema?”
- “E se essa nova ameaça destruir tudo isso. Sei que eu não teria dúvidas em me sacrificar você e nossos filhos. Mas não sei se vou conseguir viver sem um de vocês.”
- “Eu tenho o mesmo medo. Mas temos que ver que Harry conseguiu destruir Voldemort. Vocês são poderosos. Nada vai acontecer com a gente. Algo me diz que o fato de Logan ter vindo para cá, e um bom sinal, mesmo que também indique os problemas. Lembre-se da profecia. Se dá primeira vez tudo deu certo, da segunda também dará.”
- “Espero.” – disse Tiago suspirando e começando a participar da conversa meio normalmente.
A confusão na estação sempre era a mesma. Não importava a época do ano, ou quem estava ali. Sempre havia famílias se despedindo, crianças pequenas querendo ir também, e os encontros entre amigos.
Dos filhotes de marotos só faltavam Luna e Neville. Então eles entraram rapidamente no trem. Molly e Arthur seriam os únicos a ficar, então eles se despediram na sede mesmo.
Eles procuravam uma cabine para todos, enquanto os adultos se dirigiram para o vagão dos monitores.
George e Fred saíram da cabine assim que os faltantes chegaram.
- Onde você vai? – perguntou Harry ao ver a irmã se levantando.
- Procurar o Logan. – disse a ruiva. – Ele viajou para o Brasil para o Natal, e na vinda ele usou o trem. Então e normal que ele volte de trem, uai. Tchau.
Harry fechou a cara assim que a irmã fechou a porta.
- O que se passa, Harry? Achei que você aprovasse esse namoro. – disse Gina de forma que apenas eles ouvissem.
- Não é nada. – disse ele.
- Eu te conheço há anos, Harry. Me conta.
- Certo. Acho que o Azulzinho sabe algo sobre o que aconteceu com seu pai.
- Hein, eu não posso acreditar nisso. Ele nunca faria isso, ele salvou a gente do Remo transformado.
- Não, ele não foi o responsável pelo ataque, mas sabe quem foi. Sem contar que aquela poção misteriosa que apareceu e curou o seu pai. Ele é muito bom em poções, mamãe fica encantada toda aula.
- Eu nunca escutei nada disso.
- Mamãe não fala nada durante a aula, mas eu vejo no olhar dela. E Fada adora falar isso.
- Então?
- Se lembra da profecia que ouvimos. Acho que se refere a mim, como Anjo, a Cris como a Fada e o Logan como o demônio. Sabe as tatuagens mágicas.
- Acho que você não devia se preocupar muito. Se for realmente sobre vocês, só quer dizer que ele está aqui para protegê-la.
- Pode ser. – disse ele, mesmo não acreditando nisso, para ele Logan é quem trouxe o perigo para perto da Fada.
O tempo foi passando e o sol se pondo.
Cris voltou feliz para a cabine dos amigos.
- Achei que ia ficar lá até o fim da viagem. – disse Fernanda.
- Isso mesmo. Uma cabine só para vocês, esse tempo todo. – disse Flávia.
- Só para constar, Rafael e Daniela estavam lá o tempo todo. Mamãe apareceu também para conversar com eles. – disse a ruiva. – Ele só não veio comigo para cá antes, para não deixar o irmão sozinho, e pronto para aprontar por ai. Ele perguntou por você, Fernanda.
- No desembarque eu converso com ele. Senão der, dou um pulinho no vilarejo depois. – disse ele pensando em aprontar.
- Lembre-se que seu pai fica de olho em vocês duas. – disse Tony.
- Ainda não sei o que deu na cabeça de Dumbledore de colocar os Marotos de volta a escola. – reclamou a menina.
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