Mestiço
Capítulo 43 – Mestiço
Sirius estava tomando conta dos três que estavam na sala reservada da enfermaria. Assim que o sol nasceu, ele e Tiago trouxeram Remo para aquela sala. O lobisomem desmaiou ao se destransformar, mas felizmente não estava ferido.
O animago estava sentado na cama da filha. Ela estava dormindo, e Lilian tinha assegurado que ela apenas tinha batido a cabeça e não teria nenhum problema.
Aos poucos Flávia foi acordando.
- Pai. – disse a morena. – O que aconteceu?
- Você não se lembra de nada? – perguntou ele meio preocupado.
- Me lembro que estávamos na Sala Precisa, estudando. O Tio Aluado apareceu para ajudar. De repente a lua cresceu e o tio se transformou. Eu estava do lado dele, só senti a pancada e cai. O que aconteceu depois?
- Pelo que Lilian me contou, Tony enfrentou o pai para que ele não te atacasse, já que você estava desacordada. Tentou fazer com que ele parasse, mas parece que o que aconteceu foi mais forte, e o Aluado pulou sobre o Tony. O Logan acertou o lobisomem com um feitiço para evitar a tragédia, depois ele e o Harry conseguiram controlá-lo. Eu e o Pontas acabamos por levá-lo para a Floresta.
A menina olhou para as duas camas que estavam ali. Viu o professor cansado, como acontece depois da semana de lua cheia, e na outra cama o brasileiro, ele parecia apenas dormir, mas ela sabia que não era só isso.
- Você ia achar ruim se eu considerasse ele como um irmão? – perguntou a menina meio envergonhada, olhando para o namorado da amiga.
- Eu não tenho nada contra, quem não vai gostar muito vai ser a Fernanda. – disse o auror, soltando uma risada parecida com um latido. – Não sei o que esse menino tem que todas as mulheres querem ficar perto dele.
- Para você ver que o charme Black tem concorrência. – disse Remo, ainda com olhos fechados.
- Você já acordou Aluado? – perguntou Sirius.
- Sim, tem um cachorro latindo aqui.
- Como você está, Tio? – perguntou Flávia.
- Estou cansado, confuso e feliz. – disse ele. – Cansado, por causa da transformação repentina, rápida e não preparada. Confuso de como tudo isso aconteceu. E feliz por nada ter acontecido. Graças a Merlin, Harry e Tiago conseguiram me conter, antes de vocês chegarem. Mas por que ele está aqui? Eu nem encostei nele.
- Ele está aqui por causa de um esgotamento mágico e físico. – disse Poppy entrando no quarto ao ouvi-los conversar. – Não é nada fácil conter um lobisomem descontrolado, principalmente para um Caçador, que teve que conter também a si mesmo para não atacar.
A enfermeira verificou como estavam os dois que tinham acordado, e disse que Flávia podia sair na hora do almoço, enquanto Remo ficaria mais um dia de observação.
Tonks entrou na sala e quase pulou no pescoço do professor.
- Eu tive tanto medo, quando vi a lua crescer. – disse ela.
- Eu nunca mordi ninguém na minha vida, não seria agora que eu faria isso. – brincou ele.
Flávia e Sirius fingiram não estar presente, era bom ver que o lobisomem tinha alguém que se preocupava com ele.
- Não estava preocupada com isso. – disse ela e depois olhando para o garoto que estava dormindo. – Eu estava preocupada que ele poderia te matar, sem nem mesmo piscar.
- Não devia falar assim. Se ele quisesse me matar, eu não teria chance e ele teria um excelente motivo. Mas ele preferiu me ajudar. Ele me conteve para que o Harry pudesse me controlar e assim voltar ao normal. Ele está naquela cama por não querer me matar.
- Eu continuo achando ruim a presença dele aqui. – disse ela olhando feio para o brasileiro.
- E por isso que ele não conta para todos quem realmente é. Nós bruxos temos muito preconceito contra eles. Nem mesmo Pontas está reclamando dele. Olha que aquele lá é extremamente ciumento. Ele só sente algo estranho, mas não vê nada de errado no namoro em si.
- Vou ficar de olho nele mesmo assim. – disse ela.
- Eu se fosse você, conversava com ele. – disse Sirius. – Pelo que me contaram dele, ele é bem diferente do que pensamos.
- Sirius! – disse a metamorfomaga envergonhada. – Desde quando você está ai?
- Tem umas duas horas, desde que a Lily saiu para dar aula. – respondeu ele com um sorriso maroto.
- Pai, pare de deixar os dois sem graça. Deixa isso para o casamento. – disse Flávia deixando os dois mais envergonhados ainda.
Flávia saiu com Fernanda e Tony da enfermaria. Foram para a Sala Precisa onde era mais fácil para conversar e poderiam almoçar sossegados. Assim que chegaram todos perguntaram como ela estava e como estava o Aluado. Ela respondeu que estava bem, nem mesmo sentia dor, já o professor Aluado estava cansado, mas melhor que depois de uma transformação normal.
- Como está o Logan? – perguntou Cris preocupada. – Mamãe não me deixou entrar.
A ruiva recebeu olhares raivosos de Fernanda e Hermione.
- Da pra para com essa raiva dele. – explodiu Tony. – Estamos todos aqui vivos por causa dele. Nem mesmo Harry sozinho ia conseguir segurar o papai.
- Mas ele atacou o seu pai. – disse Fernanda.
- Sim, mas se ele não fizesse isso, agora meu pai estava enfrentando uma acusação por assassinato. Do Filho e daqueles que ele considera sobrinho.
- Ele mesmo afirmou que esta feliz por Logan tê-lo atacado. – disse Flávia.
- Agora que isso está fora de questão, como está o Azulzinho? – perguntou Harry em um tom de que não aceitava mais discussão sobre o assunto.
- Ele ainda não acordou, mas sua mãe acha que ele vai estar bem depois disso. – disse Flávia olhando para a amiga. – Assim que ele acorda, ela vai te avisar.
Logan abriu os olhos, e se viu na sala reservada da enfermaria, já era de noite. Ele acreditava que ainda estaria na Sala Precisa, já que ele duvidava que alguém conseguiria tira-lo de lá. Dani deve ter percebido que ele precisava de ajuda e foi até lá, pensou ele.
- Vejo que já acordou. – disse Remo.
- Preferia continuar dormindo. – respondeu o caçador, e Remo percebeu que ele mal conseguia mexer a boca.
- Você está bem? – perguntou o professor.
- Tirando o fato de que eu não consigo me mover, eu estou bem. – disse ele.
Remo percebeu que ele não ia falar nada sobre isso e resolveu não insistir. Ele conhecia muitas pessoas teimosas.
- Que queria agradecer pelo que você fez ontem. Eu não sei o que eu faria se tivesse ferido alguém mais gravemente ontem. Só não entendi porquê que você não me matou.
- Ao contrário do que as pessoas pensam, não somos monstros desalmados que matam tudo que passa na nossa frente. Antes de agir, analisamos a situação, vemos se é necessário agir, essas coisas. Você nunca foi uma ameaça, não havia motivo para uma morte. Eu já tinha pesquisado sobre todos os professores. Até mesmo minha presença no baile foi para ver quem estava na escola, e ver se teria algum problema. Você é professor há muito tempo, ninguém parecia ter descoberto nada sobre a sua situação. Creio que a Hermione tenha descoberto na última aula, mas ela é diferente.
- Quer dizer que o baile era só para ver as pessoas, e Cris?
- Nem tudo é planejado. Pedi para Minerva me indicar alguém para ir comigo ao baile, pelo menos para ter com quem conversar, e ter um pouco de informações sobre as pessoas. Mas quem entende o coração. Ao vê-la esqueci o que eu estava fazendo aqui, e acabei me comportando como um adolescente normal em um baile. Claro que se eu realmente fosse um adolescente normal.
- Eu não entendi o que aconteceu ontem direito.
- Claro que já percebeu que seus inimigos sabem que você é um lobisomem, já que uma pessoa que considerava um amigo seu é um deles. Eles queriam que você atacasse a todos no castelo e assim acabar com Dumbledore também por te manter aqui. Eles teriam dado sorte de você estar com os alvos principais de seus ataques, os filhotes de maroto.
- Você parece saber toda a história mesmo. – disse o lobisomem.
- Mais do que você imagina. – disse o brasileiro. – Lírio está chegando.
- Finalmente acordou. – disse a medibruxa entrando. – Cris e Dani estavam preocupadas com você.
- Elas já enfeitiçaram quantos para me defender?
- Nenhum, se bem que parece que Fernanda e Hermione não estão muito contentes com você. Mas depois que Tony e Harry te defenderam elas pararam para pensar um pouco. E como você está?
- Precisando de mais algumas horas de sono, para me recuperar. – disse ele.
- Você precisa de comer algo. Já que minhas poções não funcionam em você.
- Vai ter que ser algo líquido, você deve ter percebido que não consigo nem ao menos morder algo.
- Vou mandar preparar algo para você. E avisar aquelas duas que você está bem. Mas infelizmente elas só poderão te visitar amanhã, já passou do horário de visitas. – disse a ruiva. – Sua família continua aumentando, agora você tem mais uma irmã.
- Flávia. – disse Remo ao perceber a pergunta na cara dele.
Passaram se duas semanas desde o acontecido. Neste tempo, Logan conseguiu se recuperar parcialmente, recebia visitas de Cris, Dani e Flávia, quase todos os dias. Fernanda e Hermione pediram desculpas a ele depois de conversarem com Remo. Os outros filhotes de marotos também o visitaram de vez em quando.
Sirius acabou perdendo um motivo para aporrinhar Tiago, quando Mary adotou o brasileiro como sobrinho, só não tratava com um filho por achar que ele tinha demais, e precisava de alguém para desencaminhá-lo, depois que ele recebeu a visita de Molly, que ficou sabendo do episodio.
Ele saiu na sexta antes do primeiro passeio a Hogsmeades. Quem não gostou muito foi Dani, que por estar no primeiro ano, não pode ir, mas conseguiu convencer o irmão a conversar com falar com o diretor. Já que eles tinham alguns privilégios, mas como ele havia acabado de sair da ala hospitalar os dois decidiram não pedir isso agora.
Acabaram por ir em grupo para o vilarejo, para desagrado dos casais. Harry, Gina, Logan e Cris, dividiram uma carruagem com os gêmeos. O restante foi em outra.
Hermione deu a ideia de irem primeiro para o Três Vassouras, assim cada um poderia fazer o que quisesse depois.
- Cada vez que eu vejo esse grupo só aumenta. – disse Madame Rosmerta. – Quem é você?
- Esse é o Logan, meu namorado. – disse Cris, mas seu tom de voz que demonstrava mais orgulho que ciúmes.
- Bela escolha menina. Sempre soube que os Potter tinham bom gosto. – disse a dona do bar.
- Obrigada. – disse a menina corando, assim como Harry e Gina.
- Uma rodada de cerveja amanteigada para os casais por conta da casa. – disse ela.
Os gêmeos Weasley e as gêmeas Black tentaram se revoltar, mas sabiam que não ia resolver nada.
Em um dado momento, Tony acabou distraindo Fred e George sobre como eles conseguiam tantas detenções. Harry aproveitou e tirou Gina dali para poderem namorar um pouco. Sem antes dar uma encarada em Logan, deixando explicito que estava de olho nele.
Seguiram para uma pracinha que ali tinha. Sentaram em um banco debaixo de uma árvore e ficaram ali conversando, namorando.
Gina viu que Logan e Cris saindo e indo na direção da Dedos de Mel, e fez de tudo para evitar que o namorado visse.
Com o passar do dias eles viram os amigos indo em direções diferentes, e perceberam que Flávia acabou sozinha com Tony no bar.
- Olha o que temos aqui, meu caro Fred. – disse George.
- Um casal de namorados fujão, meu caro George. – respondeu o irmão.
- O que devemos fazer com eles? – perguntou George.
- Deixar em paz e fazer outras coisas na vila. – disse Gina, com um olhar expressivo. – O estoque de vocês de bombas de bosta não estava acabando.
- Bem lembrado. – disse Fred.
- Vamos agora, quem sabe podemos atrapalhar nosso irmãozinho com a monitora. – disse George.
Os dois saíram rápido dali.
- Depois eu que sou mau, você espantou os gêmeos apenas com um olhar. – disse Harry.
- Eu sei vários segredos deles, coisa que mamãe não deve saber, mas você sabe com eu posso me esquecer disso, né?
- Tenho que me lembrar de nunca deixar você aborrecida ou com raiva de mim.
- Bom saber disso. – disse ela dando um beijo nele.
Cris e Logan estavam voltando para o castelo, quando escutaram alguma coisa se mexendo no meio da folhagem do caminho que ligava até a escola. Cris automaticamente sacou a varinha, se preparando para se defender. Mas Logan apenas abriu um sorriso e andou até a origem do som.
- Pode ser um comensal. – disse a ruiva.
- Não, eles gostam de espetáculo. – disse o menino de cabelo azul. – Quem está fazendo esse barulho é muito pequeno e não cheira a humano.
- Às vezes esqueço que você é um caçador, não vejo nada diferente em você. – disse ela em um tom divertido. – Você está mudando a minha visão sobre vocês. Devo estar vendo a verdade.
- Dê uma olhada aqui. – disse ele gostando do que a namorada disse.
Ela se aproximou dele, e olhou para onde ele indicava. Ali estava um pequeno animal, muito parecido com um gato, mas era de uma cor diferente, era uma mescla de branco e azul, e tinha olhos completamente brancos.
Cris tentou se aproximar, mas o pequeno animal começou a rosnar para ela. Logan começou a rir.
- Essa pequenina é uma Flamecat. Um felino mágico, que dificilmente é vista. Pelo tamanho é recém nascida, e está machucada.
- Flamecat? Fêmea? Recém nascida? A mãe pode aparecer a qualquer momento?
- Flamecat é uma espécie de gato que pode entrar em combustão, quando está em perigo, caçando, brincando ou acasalando. Pelo formato das orelhas pude perceber que é uma fêmea. Deve ter no máximo dois dias de vida, mas infelizmente sua mãe não vai aparecer, ela foi abandonada por ser diferente.
- Diferente?
- Sim, normalmente os Flamecats são alaranjados e vermelhos, cores normais do fogo. Como você pode ver ela é azul e branca. – disse ele pegando a gatinha no colo, onde ela se aconchegou bem.
- Como o fogo que você fez com a carta do ministério. O fogo dela também é frio como o seu? Por isso ela não te atacou?
- Sim. Vamos levar ela para o castelo. – disse ele. – Não se preocupe, ela vai gostar de você, mas como ela foi atacada pela própria mãe por isso reagiu a você, em alguns dias ela se acostuma com você e com a Dani. Viu pequena, a Fada não vai te fazer mal.
A gatinha abriu os olhos, e olhou na direção da ruiva, e ronronou para ela, como se aceitasse as palavras dele.
Harry estava passeando com Gina pelos corredores do castelo, depois que Angelina cancelou o treino do dia, depois que os gêmeos pegaram detenção por azarar toda a turma do sétimo ano da Sonserina.
- Eu nunca imaginei que estaríamos assim quando nos conhecemos na estação. – disse Harry.
- Nem eu. – mentiu a ruiva, que sempre se imaginou em namorar com o menino que sobreviveu.
Um beijo seguiu esse pequeno dialogo, mas foi interrompido quando o moreno sentiu que algo estava errado, assustando a ruiva.
- Fada. – disse ele de repente e aparatou para perto da irmã, levando Gina.
Saíram correndo e viraram um corredor e viram uma coisa desagradável. Dois alunos estavam falando com Cris e Logan. O brasileiro segurava a ruiva pela cintura, evitando que ela atacasse os dois.
- Não sei por que você está tão nervosinha assim. Eu só disse a verdade. Você é muito gostosa. – disse um deles.
- Você tem coragem de falar isso na frente do meu namorado? – perguntou indignada a menina.
- Ele não é de nada. Nem mesmo está aborrecido. – disse o outro.
- Não é por que não estou tentando quebrar a cara de vocês, quer dizer que eu não queira fazer isso. – disse ele de forma bem venenosa. – Não serão dois idiotas que nos farão mudar nossos sentimentos. Portanto no momento vocês não são nada para mim.
Harry e Gina sentiram a temperatura cair um pouco com isso.
- Para alguém que nem consegue falar seu nome, você é bem valente. Tem vergonha dele.
- Deve ser porque é um mestiço idiota, não ligue ela também é.
Agora sim a temperatura despencou, chegando a aparecer cristais de gelo nas paredes do castelo. Logan se endureceu, e Harry percebeu que foi a mesma reação que tinha acontecido quando Malfoy disse a mesma coisa.
O Caçador colocou uma Cris paralisada pela reação dele para trás e começou a caminhar lentamente para perto dos dois alunos. Eles começaram a tremer, de frio e de medo.
Quando Logan já estava a apenas dois passos dos dois, um círculo de fogo vermelho o envolveu.
- Se eu fosse vocês dois, eu corria. Se ele sair dali, vocês terão uma morte lenta e bem dolorosa. – disse uma voz do nada.
Os dois seguiram o conselho e correram como nunca.
Harry e Gina tentaram avistar quem foi responsável por impedir a tragédia. E viram Dani ao lado de Cris.
- Cris, você tem que ajudar. Só você pode acalmar o Ti. – disse a loirinha, com um leve tom desesperado na voz.
- Mas como? – perguntou ela.
- Você saberá. Mas você tem que entrar no fogo, se aproxime e não tenha medo.
Ela se aproximou e sentiu que um novo círculo de fogo a envolvendo, e este se juntando ao círculo que prendia o namorado. A ruiva entendeu que era uma forma de colocar junto de Logan sem que esse se visse livre.
Quando os dois círculos se juntaram Cris se posicionou na frente de Logan. Ela se assustou com o que viu, os olhos deles eram bestiais, bem parecidos com os do pai quando este fica com raiva. Sua postura era de ataque, mas não era para ela, suas mãos tinha uma protuberância, coisa que ela deixou para lá. Ela colocou suas mãos sobre as dele e o chamou:
- Wolverine. – ela usou o nome de Predador dele, para ver se ele respondia. Mas nada aconteceu.
- Logan. – tentou ela de novo e aquilo que tinha em seus punhos sumiu.
- Tiago. – seus olhos voltaram ao normal no que ela o abraça.
- Meu Demônio. – disse ela de forma que apenas ele ouvisse, depois que ele retribuiu o abraço.
- Minha Fada. – respondeu ele.
Dani cancelou o circulo de fogo.
- Nunca mais faça isso de novo, longe da mamãe ou do papai. – disse ela. – E muito cansativo evitar tragédias.
- Desculpa. – disse ele para a irmã em português.
- E você, Sr Harry, por que não evitou o que aconteceu. – disse a corvinal se virando para os dois que ainda se mantinham longe.
- Foi tudo muito rápido. – disse ele. – E como eu ia saber que ele ia se descontrolar assim.
- Acho que devo explicações. – disse Logan.
- Ele disse que deve explicações. Ele está meio confuso, efeito do que aconteceu, por isso está falando em português.
- Vamos para Sala Precisa. – disse Gina.
- Oi, pequena, você apareceu. – disse o caçador pegando no colo a Flamecat.
- Precisamos de um nome para ela. – disse Cris abraçando novamente o namorado e acariciando a felina, que já gostava dela.
A Sala criou uma ambiente confortável. Logan sentou e puxou Cris para seu colo e a abraçou como se ela fosse fugir dele. Harry e Gina se sentaram em outro sofá e Dani deitou em outro, com a Flamecat sobre a barriga, ela estava realmente cansada.
E foi nesta posição que todos os aurores encontraram eles, junto deles estavam Remo, Mary e Lilian.
- O que aconteceu? – perguntou Sirius, o único que conseguiu reagir a cena.
- Como sabem que foi um de nós, a fazer o que quer que aconteceu? – perguntou Harry, não sabendo porque, mas não queria prejudicar o cunhado.
- Um corredor inteiro está congelado, e são poucas pessoas que tem poder para isso aqui dentro do castelo. – disse Mel.
- O resto dos seus amigos está na sala comunal, vocês estavam desaparecidos e encontramos isso. – disse Tonks. – O que vocês queriam que pensássemos?
Cris contou toda a discussão que ocorreu. Até a intervenção de Dani.
- Pra mim é mais difícil. – começou a falar Logan antes que alguém perguntasse. – Nas sociedades bruxas e trouxas existe o preconceito uma contra a outra, mas são poucos os que sofrem com ele. De vez em quando aparece alguém com intuído de destruir a outra. Mas na maior parte do tempo, podem conviver perfeitamente, mesmo que sem muita interação. Temos exemplos de que isso é possível, Tiago e Lírio.
Ele fez uma pausa para respirar.
- Mas quando as coisas envolvem Caçadores e Bruxos, as coisas são completamente diferentes. O ódio entre os dois é muito grande, ninguém sabe como começou, mas os dois lados tentavam controlar o outro para seus próprios fins. Mas apenas o ódio permanece. Claro que às vezes esse ódio não é o suficiente. Meu pai encontrou minha mãe, em uma festa na praia. Nunca entendi essa fixação por praias. Mas deixa pra lá. Os dois conseguem ocultar seus poderes. Depois que se apaixonaram, eles revelaram a verdade. Mas já era tarde. Se casaram. Ninguém acha ruim dessa união, já que os dois são influentes do seu lado. Rafael é um caçador, e nada sofre por isso. Daniela é uma bruxa, e como caçadores também tem certos poderes, ela é considerada como “sangue-pura”. Eu sou um mestiço, para os dois lados, logo sou odiado por ambos.
- O fato de com sete anos você comandar um esquadrão de guerreiros, e representar o país e ganhar um torneio de magia não tem nada haver com isso, né? – disse Dani com muito sono.
- Esse é o maior problema. Eu sou muito poderoso. Todos querem me querem do seu lado, mas me temem, principalmente por perder o controle mais facilmente em ambiente puros. Remo com certeza pode sentir algo assim. Sirius e Tonks também, por causa da família, ela segue as trevas, mas eles não, porém eles não e são poucos que acreditam.
- Você realmente sabe tudo. – disse Remo.
- Não fica assim, Demônio. – disse Cris. – Nós gostamos de você, Eu gosto de você.
- Obrigado, Fada. – ele disse em um tom de alivio.
- Acho que está na hora de vocês irem para cama. – disse Mary depois de um grande silêncio.
Logan pegou Dani no colo, já que a loira adormecerá, depois de se despedir de Cris. Esta seguiu o irmão e a namorada dele.
Os adultos permaneceram na sala precisa.
- Ele estava com muito medo. – disse Remo.
- Como você sabe? – perguntou Lilian.
- Ele estava com a mesmo cara que o Pontas fazia quando você brigava com ele depois que começaram a namorar. Principalmente aquele episódio que Poppy ajudou a resolveu que quase fez Guinho e Gi morrem.
- Eu fazia essa cara? – perguntou Tiago.
- Sim, e faz até hoje. – disse Sirius.
- Ele realmente gosta da Fada. – disse Lilian.
- O que me intriga é o fato dele saber muito sobre todos nós, e não sabermos nada sobre ele e a irmã; - disse Mel.
- Ele é um caçador, está no sangue dele. – disse Tonks. – Eu conversei com ele. Ele disse que pesquisou a todos nós para proteção da irmã. E também porque se apaixonou pela Cris no baile.
- Ele parece saber muito sobre nosso passado. – disse Mary. – Mais que do que os outros sabem. Sobre o Guinho e a Gi.
- Eu confio nele. – disse Lilian. – Se ele quisesse fazer algum mau com meus filhos não teria reagido assim. Ele realmente parecia com medo de que a Fada fugisse dele, ao descobrir sobre ele. Por isso acho que ele não conta tudo.
-Tudo bem, Meu Lírio. Vou ficar de olho nele, apenas para evitar outro acidente assim. Mas ainda temos que descobrir como descongelar o corredor. Nem mesmo o círculo de fogo da Daniela foi capaz disso.
- Quem sabe se você botar fogo. – disse Lilian. – Ele se parece mais com você que o Harry. Digo na personalidade, quando não está se escondendo.
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