De Cara com Dementadores



Eu estava em uma floresta totalmente escura; as árvores estavam tão juntas que eu me perguntava se estava de dia ou de noite. Esse lugar era meio familiar. Olhei ao redor, procurando algum sinal de vida ou alguma saída, então notei que eu estava no chão terroso da Floresta Proibida. Como eu chegara ali? O que eu estava fazendo tão longe do castelo?


O chão começou a tremer sobre meus pés; eu ia cair. Eu queria gritar e pedir socorro, mas minha voz parecia não querer sair. Me desequilibrei e cai deitada no chão, que pra minha surpresa era macio.


- Lílian! – ouvi a voz de Maria.


Eu continuava deitada.


- Lílian! Acorda! – falava Maria, alegremente.


Abri os olhos e só podia enxergar o dossel vermelho da minha cama e então o rosto da Maria entrou em foco. Ela estava radiante e estava pulando na minha cama, afundando o colchão.


- Acorda! – ela cantarolou, ainda pulando no colchão.


- Maria, pare com isso. – resmunguei, enterrando meu rosto no travesseiro.


- Nada disso, Senhora Preguiça, vamos levantar essa cabeleira ruiva desse travesseiro! – ela insistia animadamente.


- Não.


Ela puxou minha coberta e eu caí da cama.


- Maria! – exclamei irritada, enquanto ela ria.


- Eu disse que era pra você acordar.


- Mas ainda são sete horas da manhã!


- As outras meninas já acordaram e já foram pro Salão, e eu já não estava aguentando te ver dormir.


- E pra quê você deseja tanto minha presença? – perguntei, me levantando e espreguiçando.


- Pra te contar a noite de ontem!


- Ah, é. – lembrei, decididamente agora mais interessada. – Como foi?


- FANTÁSTICO! – ela gritou, me sobressaltando.


- Nossa, er... que ótimo! – falei, enquanto ela me abraçava.


- Obrigada, Lílian! Eu sei que você e o Tiago armaram tudo.


- De nada. Vamos ver se agora vocês param de brigar.


- Acho que agora sim.


- Mas e aí, como foi?


- Foi lindo! – respondeu com os olhos brilhando. - Aquele lugar é incrível. Simplesmente incrível. A gente acabou dormindo por lá.


- É, eu percebi. – falei, rindo. – E vocês chegaram a...


- Sim! – ela exclamou, dessa vez pulando na cama dela.


- Que bom Maria!


- É. No começo quando a gente viu o que vocês tinham aprontado nós começamos a discutir. Mas então o lugar nos chamou a atenção e então deu tudo certo. – ela disse, enfim cansando de pular na cama, arfando. – Vamos descer? Estou realmente precisando de um suco de abóbora.


No caminho até o Salão ela continuava a falar sobre o assunto, e eu não podia estar mais satisfeita. Enfim eles finalmente se entenderam e agora eu podia respirar em paz.


Chegamos à mesa da Grifinória e Maria correu a ficar junto de Dougie, enquanto eu me sentava ao lado de Tiago, que olhava a cena sorridente.


- Eu falei que ia funcionar. – sussurrei pra ele.


- Parabéns, Lílian, a cupido. – ele riu.


- Você também me ajudou.


- Mais um motivo para ter dado certo.


Eu revirei os olhos e comecei a me servir de panquecas.


- Então os pombinhos finalmente estão juntos mais uma vez? – brincou Sirius.


- É. – comentou Dougie, tão agitado quanto Maria. – E já está na sua hora de arrumar uma namorada, Almofadinhas.


- Isso não é muito comigo. – respondeu Sirius, que pela primeira vez na vida eu o vi ruborizar.


- Ah, qual é Almofadinhas. – eu disse, rindo. – Há muitas garotas interessantes em Hogwarts.


- Nenhuma interessante o bastante para mim. – ele respondeu, retornando ao seu tom humorado habitual.


Pouco depois o Salão se infestou de corujas novamente, e então a coruja de igreja que eu havia mandado para minha mãe finalmente retornou.


Abri o envelope e li:


Querida Lílian


Desculpe ter demorado a responder, eu ainda não sou muito acostumada com essa forma de comunicação.


Como você está? Como vai a escola? E seu novo namorado? Petúnia ficou muito desconcertada quando soube que você estava namorando. Não sei se ficou triste ou com raiva, talvez os dois ao mesmo tempo.


Os preparativos desse casamento estão realmente me cansando. Não se pode deixar nenhum detalhe escapar que Petúnia já reclama, sendo que ainda faltam seis meses para o casamento! É realmente bom para você ficar longe de casa por enquanto.


E por falar nisso, você virá passar a Páscoa conosco? Tenha certeza que não me importarei se a resposta for não.


Bom, escreva-me em breve para eu saber das ultimas novidades.


Beijos.


Mamãe.


- Novidades? – perguntou Tiago.


- Não. Só os chiliques da minha irmã. – falei bebendo um copo de leite.


- Então vamos para a aula, iremos nos atrasar.


Os alunos ainda não haviam se acostumado com um fantasma dando aula, mesmo que o Binns vivo e o não-vivo não fazia muita diferença. Ele continuava a relatar com sua voz arrastada as milhares de rebeliões do século XVII, enquanto que os alunos voltavam a cochilar.


A segunda e a terceira aula eram a de McGonagall, onde continuávamos a fazer os Feitiços Conjuratórios. Dessa vez tínhamos que fazer aparecer uma maçã. Eu consegui trazer minha maçã, mas ela não estava muito madura. A de Tiago, Sirius e Aluado estavam muito vermelhas e a de Maria, Rabicho e Dougie estavam mordidas em algumas partes. No final da aula, McGonagall tirou dez pontos da Grifinória por Dougie e Maria começarem a se beijar atrás dos livros de Transfiguração.


Depois tínhamos Poções. Tiago estava consideravelmente bem na matéria, e conseguiu perfeitamente concluir uma Poção de Fortalecer.


- Acho que vou usar essa poção para dar uma boa surra no Ranhoso. – ele comentou, avaliando a substância líquida e azul dentro do seu caldeirão de latão.


- Lá vem você. – comecei, mas Slughorn já estava vindo na nossa carteira avaliar nossas Poções.


- Lílian, quem bebesse sua poção poderia facilmente erguer um gigante! – exclamou Slughorn, feliz. – Dez pontos para a Grifinória. E devo lembrar que o convite da minha Festa da Páscoa ainda está de pé.


- Irei sim, professor.


- Ótimo! – ele falou e então se afastou.


A última aula era Feitiços, que eu também havia melhorado graças a ajuda de Tiago. Depois dessa sexta-feira relativamente cansativa finalmente nos sentamos nas poltronas mais fofas da Sala Comunal.


- Esse ano os professores estão pegando pesado. – comentou Maria, comendo um sapo de chocolate.


- Os N.I.E.M.'s não é para qualquer um. – respondeu Dougie.


- Em que matéria você passou mesmo, Maria? – perguntou Sirius, rindo. – Tenha certeza que é só curiosidade, eu não estou duvidando do que você é capaz.


- Engraçadinho. – Maria respondeu, enquanto os outros riam.


O dia seguinte amanheceu novamente ensolarado e por sorte, Maria não voltou a me acordar pulando na minha cama. O dia estava perfeito para dormir até mais tarde, mas, como sempre, o sono foi embora antes mesmo das dez da manhã.


- Bom dia. – falei, bocejando, quando desci ao Salão Principal. Apenas Tiago estava lá; me perguntei onde estariam os outros.


- Bom dia. – ele respondeu, me beijando.


- Dormiu bem? – perguntei, me servindo de torradas.


- Razoável. Programação de hoje?


- Adiantar os deveres.


- Eu estava pensando em ir à Hogsmeade.


- Mas hoje não é dia.


- E daí? Podemos usar uma das passagens secretas.


- Nem pensar, Tiago. O que acontece se alguém ver estudantes perambulando por lá?


- Podemos usar a capa ou o Feitiço de Desilusão.


- É muito perigoso.


- Qual é! Eu já fui pra lá várias vezes e não teve problema nenhum.


- Não dá pra esperar até o próximo passeio?


- Eu não quero ficar trancado na sala comunal fazendo deveres!


- E eu não quero sair por aí invisível! - respondi, voltando a comer. – Se quiser ir, Tiago, vai com o Sirius.


- Eu queria ir com você, só pra variar.


- Pois vai ter que esperar.


Tiago bufou.


- Sabe, às vezes você é certinha demais. – ele disse, irritado.


- Eu? Certinha? Eu só não me arrisco a toa que nem você faz!


- Eu não me arrisco!


- Ok então, Tiago. – falei, me levantando. – Sinto muito se sou certinha demais para você.


- Eu não queria ter dito isso. – ele falou depressa, puxando meu braço.


- Mas disse. – respondi, soltando do aperto e andando pelo Salão. Tiago veio atrás de mim.


- Me desculpe, ok?


- Você acha tão fácil, falar uma coisa e depois pede desculpas e já está resolvido, não é?


- Eu só queria sair um pouco com você.


- Mas faz pouquíssimo tempo do último passeio, Tiago. – respondi enquanto caminhava.


- Ah, por favor, Lílian! – ele respondeu, implorante. - Faz isso por mim?


- Não adianta vim com essa cara, que eu não caio nessa. E eu não vou chegar perto daquele Salgueiro nunca mais na minha vida.


- Mas não é pelo Salgueiro que eu estava pensando em ir.


- Como assim? – parei para encará-lo.


- Há outras passagens que levam para fora de Hogwarts.


- Quais?


- Eu te mostro se você vier comigo.


- Ah, não. Prefiro ficar com a curiosidade ou então perguntar para o Aluado, que com certeza também sabe.


- Você é tão teimosa! – ele reclamou, quando voltei a caminhar.


- E você é muito insistente.


- Lílian, uma vez na vida, vamos fazer algo diferente?


- Não.


- Só dessa vez?


- Não.


- Por favor.


- Não.


- Se fosse o Ranhoso que estivesse pedindo pra você, com certeza você iria com ele!


Eu me virei pra ele.


- Primeiro, nem que fosse o John Lennon me pedindo para ir até lá com ele, eu iria e segundo, acho que o Sev nunca me pediria pra fazer uma maluquice dessas.


- Você tá defendendo ele de novo.


- Essa é a verdade. Só isso. – respondi, aborrecida. – E só pra você saber, eu vou com você na porcaria dessa passagem pra você parar de me encher e pra você ver que o Sev não tem nada a ver com isso.


- Sério? – ele falou, com os olhos brilhando.


- Vamos logo, senão mudo de idéia.


Ele ficou parado, olhando para mim.


- Vai logo! – repeti.


Ele me abraçou pela cintura e me girou.


- Obrigado, Lílian!


- Tá. – falei, ligeiramente tonta, quando ele me repôs no chão; não sabia se era por ele ter me girado ou não.


- Certo, eu já volto. – ele disse e então saiu veloz pelo corredor.


Dez minutos depois ele estava de volta, com a capa em uma mão e a varinha e um pergaminho na outra.


- Porque demorou tanto?


- Tive que passar na Torre da Grifinória e depois em um outro lugar.


- Outro lugar? – perguntei desconfiada.


- A sala do Filch.


- A sala do Filch? O que você foi fazer lá?


- Buscar isso. – ele falou, erguendo o pergaminho.


- E o que é isso?


- Um Mapa.


- Mapa, que mapa?


- Vamos deixar o interrogatório pra depois? – ele falou, embora risse. – Vamos.


Tiago me levou até o terceiro andar, perto da estátua de uma bruxa de um olho só.


- Juro solenemente não fazer nada de bom. – ele murmurou para o tal Mapa, batendo nele a varinha.


No mesmo instante apareceram letras que diziam:


Os Srs. Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas,


fornecedores de recursos para bruxos malfeitores,


têm a honra de apresentar


O MAPA DO MAROTO


Em seguida, pra meu espanto, várias manchas de tinta surgiram sobre a superfície do pergaminho, revelando todos os andares de Hogwarts, os nomes de várias pessoas marcadas com pegadas, inclusive Tiago Potter e Lílian Evans no terceiro andar.


- Mas... isso... – tentei falar, incrédula.


- O Mapa de Hogwarts. Mapa do Maroto é o nome original. – ele sorriu. – Eu, Almofadinhas, Rabicho e o Aluado o fizemos.


- Isso... é... uma loucura.


- Bem, talvez seja. – ele respondeu, agora observando o mapa. – Pelo que vejo não tem ninguém por perto, então podemos sair.


- Sair? Como?


- Você verá. – ele sorriu de novo. Às vezes isso era meio irritante. Ele deu um toque de varinha na estátua e murmurou: – Dissendium!


A corcunda da bruxa se abriu, revelando um buraco estreito. Eu fiquei meio desconfortável; não gostava muito de buracos.


- Vamos ter que entrar aí? – perguntei.


- Sim. Está com medo?


- Não, só não sei se vou conseguir passar por aí.


- Passa sim, sem dúvidas. – ele falou, me observando.


- Certo. – falei rápido. – Você primeiro.


Tiago se espremeu facilmente pelo buraco, até seus cabelos negros sumirem de vista. Dei uma última olhada ao redor e entrei também.


Senti meu corpo deslizar; estava tudo escuro e isso não era nada agradável. Parecia um escorregador de parque de diversões. A única diferença é que não tinha nada divertido naquilo.


Enfim meus pés bateram num chão frio. Eu desequilibrei e caí na superfície de pedra.


- Ai! – gemi.


- Lílian? – o rosto de Tiago foi iluminado pela luz acesa de sua varinha. Ele me ajudou a levantar. – Tudo bem?


- Nada quebrado. – afirmei. – Isso foi uma péssima idéia.


- Acho que já sei como te convencer das coisas. – ele riu, enquanto eu acendia minha varinha também. – É só falar sobre o Ranhoso.


- Se não quiser que eu dê meia volta, é melhor nem começar esse assunto.


Ele não respondeu, apenas fez sinal para eu prosseguir. O túnel era de pedra como o chão, e olhando adiante parecia não ter fim.


- Vai demorar muito?


- Mais ou menos. – ele respondeu.


- Mais ou menos quanto?


- Uma hora por aí.


- O quê? – exclamei.


- Nem é tanto tempo assim.


- Ah, é claro que não. – falei ironicamente. – Com certeza ninguém vai sentir a nossa falta.


- Sem problemas, eu já avisei os outros.


- Eu sabia que estava estranho demais encontrar só você na mesa do café.


- É claro que nenhum deles acreditou que você aceitaria vir. – ele disse, pensativo. – Sem falar que ainda vou ganhar dois galeões porque...


Ele parou, arrependido.


- Você ganhou dois galeões por quê? – perguntei, pasma.


Ele não respondeu.


- Tiago Potter, estou avisando que...


- Ok, ok. – ele suspirou. – Eu apostei com Almofadinhas dois galeões que você viria comigo. Mas eu não queria vir só por isso, foi ele quem me desafiou!


- Você é um perfeito idiota! – exclamei, irritada e aumentando o passo para ficar longe dele. – Está até apostando com seus amigos o que eu vou fazer, não é? Eu não acredito que eu fui capaz de aceitar vir com você... seu... imbecil!


- Lílian, eu já disse que eu tinha planejado isso antes de Almofadinhas fazer a aposta!


- Mas você aceitou a aposta!


- É, mas eu...


- Não quero saber! – interrompi entre os dentes.


Eu sempre andava mais depressa, na frente dele. Não sei por que, mas essa história de aposta fez com que eu quisesse chegar mais rápido na saída daquele lugar. Eu estava irritada, aborrecida, arrependida, enraivecida, incrédula e muito mais coisa que eu ainda não consigo identificar.


O caminho continuava silencioso e interminável, Tiago sempre atrás de mim.


De repente o caminho começou uma subida, eu já estava realmente cansada de andar, até tropeçar no que me parecia um degrau. Eu teria batido a cara no degrau se Tiago não houvesse me segurado.


- Agora tem uma escada? – perguntei, sem me dar o trabalho de agradecer.


- É. – ele respondeu. Sua voz tentava disfarçar um riso, e isso me deixou ainda mais irritada.


Os degraus pareciam mais longos do que o próprio caminho. Eu já estava arfando quando minha cabeça bateu em algo duro de madeira.


- Ai! – falei, acariciando a cabeça.


- Você está bem?


- Não tenho certeza se vou sair viva desse lugar. – respondi, meus olhos agora lacrimejando de dor.


Tiago abriu cautelosamente a tábua de madeira, revelando um alçapão. Ele subiu rapidamente e depois me ajudou. Estávamos num porão.


- Que lugar é esse? – perguntei num sussurro.


- Na Dedosdemel. – Tiago respondeu, fechando o alçapão. – Certo, você veste a capa e eu uso o Feitiço da Desilusão.


- E como vamos saber onde o outro está?


- Eu entro debaixo da capa. O feitiço só vai ser pra cobrir meus pés.


Assim sendo, Tiago bateu com a varinha na cabeça e sumiu por completo. Eu vesti a capa e senti ele entrar por debaixo dela.


- Sinto que esse passeio não vai ser nada divertido. – comentei, enquanto subíamos a escada.


A loja estava muito vazia. Vazia até demais. Na verdade não tinha ninguém, nem mesmo os balconistas. Percebemos que a loja estava fechada.


- Porque está fechada? – perguntei, intrigada.


- Também não sei.


Fomos até a porta da loja, atentos à presença de alguém.


- Alorromora. – Tiago sussurrou para a porta, que se abriu com um estalo.


As ruas de Hogsmeade estavam muito vazias, o que era muito estranho.


- Isso não está me cheirando muito bem. – falei baixinho.


Andamos pela rua; todas as lojas estavam fechadas, até mesmo o Três Vassouras.


- Tiago, acho que a gente deve ir embora daqui. – comentei, mas então parei de respirar.


Um dementador avançava até nós; ele estava encoberto por sua grotesca capa esvoaçante. Senti um frio repentino e os pêlos no meu braço se arrepiarem.


Senti também medo; não era algo que eu costumava sentir. Senti medo e tristeza também. De repente a mesma imagem de minha família morta no chão gelado voltou à minha mente.


No minuto seguinte milhares de dementadores apareceram de todas as direções. Tiago ergueu a varinha.


- Expecto Patronum! – ele gritou. Dois dementadores recuaram, o que não foi muito útil, pois haviam milhares deles.


- Me ajude, Lílian! – Tiago disse alarmado, enquanto seu cervo prateado recuava mais três dementadores.


Pensei numa lembrança bem feliz; aquela noite fantástica que passei com Tiago, aquela noite antes da minha partida para as férias de Natal...


- Expecto Patronum! – gritei e a corça se juntou ao cervo, afastando mais dementadores.


O único problema é que naquele instante me senti fraca. Minhas pernas bambearam e senti minhas forças irem embora. Tiago me agarrou antes de eu desmontar, enquanto a negritude engolfava minha visão e tudo se apagou.

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