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OS EVENTOS A SEGUIR OCORREM ENTRE DUAS E TRÊS DA MADRUGADA.
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–Não... Não é possível... Tem que haver uma explicação!
Harry olhava para todos os lados, desorientado. Nada naquela noite fazia sentido. Cho tentou acalma-lo.
–Harry, eu também não acredito em nenhum momento que o Rony que nós conhecemos fizesse uma coisa dessas, mas... este é o desiluminador dele! Já usamos em várias missões de campo! Você melhor do que ninguém pode reconhece-lo!
Ela estendeu o saquinho plástico para ele, Harry apanhou-o.
Aquele isqueiro preto com detalhes em dourado, perfeitamente cilíndrico, era sem dúvida o que Alvo Dumbledore havia deixado para Rony há muitos anos atrás. Harry vasculhou a mente a procura de alternativas.
–Existe a possibilidade de Rony ter entrado naquele camarote depois de Krane ter encontrado o corpo?
–Não... Krane selou a sala logo depois que saiu... pelo menos é o que ele diz. Eu, Justino, o curandeiro e outros dois guardas fomos os únicos com permissão de entrar naquele camarote... – Cho falou pausadamente, como se estivesse escolhendo muito bem as suas palavras seguintes. – Quem quer que tenha entrado com esse isqueiro lá dentro, certamente fez isso enquanto o Ministro ainda estava vivo, ou no período de tempo até ele ser encontrado...
–Você está dizendo – falou Harry, descrente – que o Rony é um assassino?!
Cho olhou para Harry com condolência.
–Harry, será que você não reparou o quanto Rony está estranho nos últimos minutos... ele está todo o momento com uma expressão estranha no rosto, meio vidrada e está tão calado... o que é de se assustar quando a gente sabe o quanto ele consegue ser inconveniente.
Harry abriu a boca para argumentar, mas congelou. Alguma coisa no que Cho dizia fazia um certo sentido. Rony realmente estava muito estranho naquela noite, mas Harry julgava que era apenas o choque por Kingsley Shacklebolt ter sido assassinado. Agora uma outra teoria começava a tomar forma em sua mente...
–Você entendeu, não foi? – perguntou Cho – Ou alguém tomou uma poção polissuco e está se fazendo passar por Rony, o que eu acho menos provável, ou ele foi enfeitiçado... Imperius ou Confundus, talvez... alguém o enfeitiçou e mandou ele... bom, você sabe!
Harry estava estático. Se aquilo fosse verdade, pensava, aquela trama era mais sombria e terrível do que parecia... se fosse realmente uma Maldição Imperius, talvez nem mesmo Rony soubesse quem o enfeitiçara.
–Como vamos saber a verdade? – perguntou Harry.
–Só tem uma maneira – respondeu Cho – temos que chegar até ele.
Harry estava olhando para as vassouras no armário, embora não fixasse sua atenção nelas realmente. Por fim, tomou sua decisão. Pegou o relógio comunicador e começou a girar um botãozinho. Como acontecera alguns minutos antes, o vidro se esfumaçou e o rosto do Rony apareceu. Ele estava muito pálido, com aquela expressão doentia de quem estava por vomitar a qualquer momento.
–Harry... – foi o que Rony falou.
–Anh... cara, você podia vir aqui no Piso 7 um momentinho? Num... – refletiu Harry, pensando no absurdo que estava prestes a falar – num armário de vassouras bem a frente da escadaria principal. Tem uma coisa aqui, que acho que você precisa ver.
–Certo! – falou Rony, sem discutir nem se parecer intrigado, apenas concordou.
Aquela inexpressividade deixou Harry com calafrios.
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Na cozinha do Largo Grimmauld, Gina Weasley Potter já não conseguia dormir. Tomava uma xícara de chá quente, enquanto fazia a vigília. Harry ficara de mandar notícias assim que pudesse, mas até agora nada. O grande relógio de carrilhão a um canto indicava que já passara das duas da manhã. E a apreensão e o medo já começavam a tomar conta dela. Quem ou o que poderia ter matado o Ministro da Magia e porquê? As palavras de Hermione, não conseguiam sair de sua cabeça... “Forças sinistras estavam para tomar o poder.” Se lembrou daquele terrível ano quando Lord Voldemort assumiu o poder através de seu marionete de carne, Pio Tickness. As terríveis coisas que aconteceram... os bruxos foragidos, o abuso do poder em Hogwarts, os filhos de trouxas sendo arrebanhados como gado. E em meio a tudo aquilo, a ausência e a distância de Harry. Ainda hoje, crescida e com filhos, ela ainda se perguntara como conseguira suportar.
Um barulho de metal chocando contra metal despertou Gina de suas profundas reflexões. Ela olhou em volta procurando a origem do barulho.
–Monstro?! – ela chamou.
Da pequena porta que levava a uma antiga estufa, que era usada de quarto por Monstro, o pequeno elfo saiu. Estava menor e mais enrugado agora em sua extrema velhice. E já mostrava sinais de profunda caduquice. Trazia nas mãos um balde e um pequenino esfregão, proporcional ao seu tamanho.
–Madame Potter – falou o elfo com sua voz rouca, curvando-se e quase encostando seu narigão no chão – Eu estava indo agora limpar o banheiro...
Gina suspirou. Seu ânimo entre a compaixão e o desespero.
–Você já o limpou hoje, Monstro – respondeu Gina – e já são duas da manhã!
O elfo então olhou para as janelas e viu a escuridão noturna que azulava as cortinas e deixava a cozinha em um breu parcial.
–Oh... – disse o elfo, como se não soubesse bem o que falar a seguir – mil perdões, Madame Potter! Existe algo que eu possa fazer pela Madame?
Gina olhou para a pequena xícara vazia a sua frente, onde estivera brincando distraída com a pequena colherzinha.
–Bem, já que você já está acordado, eu gostaria de um pouco mais de chá, por favor. E, se não fosse muito incômodo, um pouco de companhia não faria mal!
–Madame pede, Monstro faz! – Monstro fez uma segunda curvatura e se encaminhou para o fogão. Gina suspirou. Não era exatamente a melhor companhia do mundo, mas pelo menos a presença do elfo tiraria aquela sensação de solidão.
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Rony entrou no armário de vassouras acompanhado por Harry que havia saído para espera-lo na escada. Ao entrar o ruivo nem registrou a presença de Cho Chang, ou se o fez, a presença dela ali não o interessava nem um pouco. Assim também como não parecia achar estranha aquela pequena reunião improvisada em um local tão estranho. Harry não sabia o que pensar, se ficava aliviado pelo amigo não estar em suas reais faculdades mentais e assim estar isento da culpa ou se ficava preocupado com o comprometimento da investigação ou com o que ainda poderia ocorrer com o amigo.
Quando Harry fechou a porta atrás de si, o ruivo se virou e perguntou:
–Então, o que é que você queria que eu visse?
Harry e Cho se entreolharam, então Harry perguntou.
–Rony, existe alguma coisa que você sabe e que ainda não nos contou?
Rony olhou para Harry meio apalermado, meio assustado. Um pequeno junco de curiosidade enrugou sua testa.
–Não, por quê?
Harry e Cho se entreolharam novamente. Harry decidiu colocar as cartas na mesa.
–Cho encontrou isto debaixo da poltrona do Ministro no camarote. Sabemos que ninguém mais entrou lá desde que ele foi encontrado morto. Certamente você sabe o que é. – Harry ergueu o saquinho plástico com o desiluminador bem visível. Por um momento, ele pode ver um cisco de emoção no olhar de Rony, algo parecido talvez com uma raiva ou grito de desespero, ele não saberia responder.
Tão rápido quanto veio, aquela impressão desapareceu. O rosto de Rony se tornou novamente inexpressivo e ele tomou a dianteira.
–Sim... isso é meu, havia perdido mais cedo, obrigado. – Falou Rony pegando o saquinho das mãos de Harry e guardando no bolso. O auror ficou embasbacado.
–Como assim... perdeu?... Rony, explique essa história direito!
–Não sei... – Rony parecia perdido, procurando alguma explicação – talvez, talvez alguém tenha roubado para me incriminar... é... talvez tenha sido ela – falou ele, apontando para Cho. A garota perdeu o compasso.
–O quê??! Eu nunca faria uma coisa dess...
–Quem garante??!!! – Rony, de repente estava aos berros. Um prazer malicioso começou a surgir em sua face – Quem garante que não foi você que matou o Ministro da Magia???!!!
Cho Chang perdeu o fôlego de estupefação. Harry, no entanto prestava atenção em outra coisa. No momento em que Rony alterara a voz e gritara com a colega, seus olhos azuis haviam, por um pequeno segundo, tomado uma coloração esverdeada e brilhante como duas esmeraldas. Harry nunca vira nada parecido.
Quando parecia que Rony e Cho iriam se atracar, Harry puxou a varinha. Rony recuou.
–Eu não sei quem é você – falou, apontando a varinha para o amigo – mas eu sei que não é o Rony! O que está acontecendo aqui?? Explique-se!!
Para surpresa de Harry e Cho, o rosto de Rony abrira-se em um malicioso sorriso, como se duvidasse que o amigo poderia fazer alguma coisa para machuca-lo. Ele então, calmamente, se virou de costas para Harry e Cho, e começou a passar a mão em uma das vassouras que estava ali, logo atrás deles. Por fim, a única coisa que disse foi:
–Há tantas coisas que vocês não entendem...
E depois, o que se seguiu aconteceu numa seqüência muito rápida, Rony se virou numa velocidade descomunal, quase sobre-humana! Puxando a varinha da manga, gritou:
–BOMBARDA!
A onda de choque produzida pelo feitiço foi tão poderosa que não só destruiu em pedaços a porta do armário como também fizeram Harry e Cho voarem pelo corredor, baterem no outro lado e escorregarem para o chão. Harry sentiu uma dor excruciante na cabeça, no ponto onde havia se chocado com a parede. Quando abriu os olhos, Cho estava ao seu lado tentando se levantar e Rony passava por ele, montado em uma vassoura e sumindo, ao virar um corredor.
Harry ergueu sua própria varinha para o armário de vassouras e disse:
–Accio!
Uma das vassouras veio voando na direção dele, parando a um metro de distancia. Sentiu-se seu corpo dolorido ao levantar-se e montar. Deu um impulso com os pés, e saiu voando pelo corredor no encalço de Rony.
–Harry??! – ele ouvira Cho Chang atrás dele chamando-o, mas não voltou. Virou na mesma direção em que Rony virara e, acelerando-o não demorou muito para te-lo de volta no campo visual.
Rony percebera que estava sendo caçado e de perto. Com a varinha ainda em uma mão e pilotando com a outra começou a lançar raios de feitiços por cima do ombro. Harry se desviava ou rebatia os encantamentos a medida que conseguia. Dois dos feitiços que ele rebatera atingiram o chão e as paredes, abrindo profundas rachaduras em ambos. Harry era melhor no duelo do que Rony, mas mesmo assim, isso não era suficiente para alcança-lo. Logo os dois perceberam que o corredor por onde voavam vertiginosamente terminava em uma sólida parede de granito. Por um momento Harry sentira-se satisfeito, pois encurralara-o. Doce ilusão, percebendo que não havia saída, Rony apontara a varinha para a parede e gritou:
–BOMBARDA MAXIMUS!!!!!!!
A parede de granito explodiu como se fosse de isopor, abrindo uma enorme cratera no meio do corredor. Rony passou voando por ela com Harry em seu encalço. Quando Harry cruzou a passagem a recém aberta, no entanto, sentiu seu coração se apertar. Não haviam saído para fora do Estádio, como supunha, e sim entrado para dentro do campo.
As pessoas que continuavam lá embaixo, gritaram desesperadas quando pedaços da parede começaram a chover em suas cabeças. Apontando a varinha para baixo ele desacelerou a queda dos fragmentos, mas esse momento de distração foi retribuído com um feitiço de Rony que desorientou por uns instantes a sua vassoura, perdendo em velocidade.
Rony mergulhou e começou a voar em rasante pelo público mais abaixo. As pessoas gritavam e saiam do caminho numa carreira desabalada enquanto o ruivo, fora de si, lançava feitiços que explodiam poltronas, jogando seus restos em chamas para tentar atrapalhar Harry. O auror mal conseguia se defender, quanto mais defender as pessoas ao seu redor... tudo o que podia fazer era torcer para que ninguém saísse gravemente ferido.
De repente, Rony voltou a subir com a vassoura apontando para o céu estrelado. Harry o acompanhou, apontando a vassoura para o alto. O caos lá embaixo continuava, como ele pode constatar pelos gritos e berros. Poucos segundos depois, os dois passavam por cima do paredão do estádio e voavam cada vez mais rápidos para o mundo lá fora. Naquele horário, eles não conseguiam ver nada, a não ser a grande mancha escura que se prolongava diante deles. A floresta.
02:32:42
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À muitos quilômetros dali, um velho bruxo saía das chamas verde-esmeralda de uma lareira e saía para o saguão escuro quase todo deserto. Suas vestes estavam um tanto amarrotadas e seus cabelos um pouco desalinhados, como se estivesse se arrumado as pressas. Esperava que, àquela hora, o Átrio deveria estar deserto, mas, para sua surpresa, uma pequena turma de repórteres e fotógrafos correra para ele no momento em que pusera o pé no Saguão.
–Sr. Fudge! Sr. Fudge!
O Ex-Ministro da Magia, Cornélio Fudge, estava velho, mas ainda era considerado um velho lobo da política. E como um político sabia que deixar de falar com a imprensa era uma descortesia enorme. Desacelerou o passo, permitindo que o pequeno grupo se aproximasse. Um jovem robusto e talentoso parecia lidera-los.
–Sr. Fudge, o que pode nos dizer sobre o assassinato do Ministro Shacklebolt?!
Cornélio parou, mas então olhou para os repórteres com um olhar astuto.
–Parece que é verdade que a imprensa tem olhos em todos os lugares e todos os tempos – falou o Ministro.
–Bem, digamos que... temos uma repórter que consegue se espremer por dentro de fechaduras – falou o corajoso líder do grupo.
–Entendo – disse Fudge, embora não entendesse. Então, ensaiando um olhar melancólico disse – Certamente, a recente perda do Ministro Kingsley Shacklebolt é terrível para toda a nossa Sociedade Bruxa. É por isso que a Suprema Corte dos Bruxos irá se reunir dentro de alguns minutos aqui no Ministério para escolhermos aquele que nos guiará até a realização de uma nova eleição!
Cornélio Fudge já estava se encaminhando para os elevadores quando o jovem audacioso fez uma nova pergunta:
–Senhor Fudge, não é verdade que, o senhor como membro honorável da Suprema Corte dos Bruxos e, já tendo sido Ministro antes, é um nome forte para a substituição do cargo?
O velho parou. Hesitou. Voltou-se para o jovem, não conseguindo evitar um pequeno sorriso.
–Como é mesmo o seu nome, meu jovem?
–Creevey, senhor! Denis Creevey!
–Pois bem, Creevey! Saiba que independente de qual for a vontade da Suprema Corte, está será sábia e terá em vista o benefício de nossa sociedade! Se eu for o escolhido, fique certo de que me esforçarei ao máximo para cumprir minhas obrigações para com o nosso povo! A sociedade bruxa nada tem a temer!
E dizendo isso, virou-se e se encaminhou direto para os elevadores. Um sorriso sardônico brincando no rosto.
02:38:04
02:38:05
02:38:06
O Esquadrão Alpha estava quase todo reunido no corredor do Piso 7. Terencio, Justino, Ernesto, Cho e Monique formavam um pequeno círculo entre os restos da porta destruída que ocupavam boa parte do local. Cho acabara de contar para os outros, de maneira bem resumida, o que havia acontecido ali, enquanto passava um pouco de Ditamno em um profundo corte no braço. Monique estava furiosa.
–Porque não se relatou direto a mim, Chang?!
–Harry e Rony sempre foram companheiros... – tentou justificar Chang com uma careta, enquanto a essência fazia efeito em seu braço. – Ele tinha o direito de saber...
–Ele, assim como você, tinha o único direito de falar diretamente comigo! – disse a auror-chefe, o rosto rígido como uma máscara.
–Até onde eu sei, – Cho inesperadamente se revoltou – estamos passando por uma crise onde qualquer um de nós pode ser um culpado. Como saber que devo confiar na senhora?
Aquele argumento pesou em torno do grupo como se o tempo congelasse por um segundo. Os três homens ficaram completamente quietos olhando para aquelas duas mulheres que pareciam soltar chispas de fogo pelos olhos. Monique estava com uma cara de quem havia recebido um forte tapa... Então, para aliviar a tensão, ela tentou descontrair as feições.
–Eu sei que estamos passando por um momento de forte stress... todos nós... Mas se não pudermos confiar em nós mesmos e nos manter unidos, não conseguiremos fazer o nosso trabalho. As coisas vão acabar fugindo do controle assim.... já estão fugindo...
A auror respirou fundo. Cho começou a se sentir arrependida por ter colocado a chefe contra a parede. Não era o medo de perder sua função que a deixava mal, mas a possibilidade de te-la magoado...
–Vamos tentar recolocar as coisas no lugar, ok? – Monique continuou. Ela se virou para o armário de vassouras as suas costas completamente arrombado, e constatou que, entre muitos baldes, caixotes e objetos havia ali ainda três vassouras. Arquitetou seu próximo passo, e se voltou para eles – Chang, McMillan, Finch-Fletchley, vocês três vão pegar essas vassouras e irem atrás de Harry e Rony... Achem-os e tragam diretamente para cá. Vamos interrogar Rony... se ele foi mesmo enfeitiçado, Grid, o curandeiro, tem meios de descobrir.
Quando ela se voltou de frente para o grupo novamente, sua voz adquirira uma nova força e ela parecia estar com a energia restabelecida. Energia essa que parecia se transmitir pra eles. Os três aurores destacados concordaram com uma afirmação silenciosa, e entraram no armário para pegar as vassouras. Terencio se voltou para líder.
–E quanto a mim, La Roche? O que farei?
–Você poderá ajudar o Sr. Grid a atender os feridos lá embaixo... vamos...
E já começavam a descer as escadarias, quando pararam repentinamente. A pessoa que vinha de encontro a eles era a última que Monique gostaria de ver naquele momento.
–Sra. Weasley? O que faz aqui?
Hermione subia correndo as escadas e parou de frente aos dois aurores.
–Não que tenha sido muito fácil conseguir entrar... – falou Hermione, com um tom visível de mau-humor. – Faz uns quinze minutos que eu estou tentando entrar, mas por fim eles deixaram. Tem seus privilégios ser membro do Departamento de Execução das Leis da Magia...
Ela respirou fundo, parecia estar muito irritada. Mas em segundos, a lembrança dos recentes acontecimentos levou seu rosto da raiva a consternação.
–Eu soube do que aconteceu com o Ministro... onde está Rony?
Os dois se entreolharam. Monique pareceu realmente pega de surpresa, mas, por sorte, Terencio veio ao seu socorro.
–Ele... saiu – respondeu o auror. Deu uma pausa e continuou, dessa vez mais convincente – Ele e Harry saíram em direção a floresta, estão... perseguindo uma pista. É bem provável que o assassino tenha fugido para lá... Anh, venha... eu vou te levar até uma sala onde você poderá esperar por ele.
E dando uma piscadela para Monique, começou a descer as escadas com Hermione. A auror precisou uns minutos para colocar seus pensamentos em ordem. Aquilo estava ficando cada vez mais complicado.
02:45:25
02:45:26
02:45:27
Com as vassouras ao ombro, Cho, Justino e Ernesto subiam cada vez mais escadas. Acabaram entrando por um corredor muito estreito e bem mal iluminado, caminhavam com pressa como se estivessem disputando uma espécie de corrida absurda.
Cho se sentia profundamente culpada agora pelo que estava acontecendo, não pensara realmente que tudo fosse tão longe. Pensava o que teria acontecido se tivesse falado com a chefe primeiro, teria ela conseguido evitar o rompante do Rony enlouquecido?
Justino, vendo o estranho abatimento da colega de trabalho, ficou um pouco para trás para poder caminhar ao lado dela.
–Ei, está tudo bem – Justino falou – vamos encontrar os dois e traze-los de volta. Tudo vai se acertar você vai ver.
Cho olhou agradecida para Justino. Desde que ela havia entrado para o Esquadrão Alpha, ele havia se mostrado mais que um colega de trabalho. Mostrara-se também ser um valioso e atencioso amigo. As vezes Cho achava que havia algo mais que amizade nos olhos dele quando eles falavam. Como gostaria do fundo do seu coração conseguir retribuir aquele sentimento.
Ernesto enfim, falou:
–Tudo vai se acertar se conseguirmos controlar o Rony... se ele foi enfeitiçado por uma Maldição Imperius talvez não seja difícil controla-lo... mas...
–Você acha que não foi? – perguntou Cho Chang, notando a hesitação em sua voz.
–Estou pensando no que você disse – continuou Ernesto – no estranho brilho esverdeado que apareceu no olhar dele. Isso não é coisa de uma Maldição Imperdoável, na verdade não lembra nada que eu já tenha ouvido falar antes.
Eles atravessaram uma última porta, e a vista os deixara completamente extasiados.
Haviam subido até o topo do Estádio, e lá embaixo, muito embaixo deles, podiam ver a extensa mancha vermelha que era o campo do estádio coberto por poltronas. Milhares de pessoas lá embaixo se movimentavam num pequeno caos.
–Espero que ninguém tenha se ferido gravemente – falou Cho, enquanto uma brisa suava balançou seus cabelos.
–O curandeiro do St. Mungus deve estar cuidando disso agora – disse Justino – E então, vamos?
E apontando as três vassouras para o céu noturno acima deles, eles ganharam os céus voando em direção a floresta.
02:53:29
02:53:30
02:53:31
Harry e Rony continuavam voando rente as copas das arvores em alta velocidade. Os feitiços dos dois relampejavam na escuridão enquanto eles desviavam, contornavam e ziguezagueavam em torno um do outro. Já estavam lutando há vários minutos e Harry começava a achar que não conseguiria deter Rony, quando o impensável aconteceu. Um feitiço acertou em cheia a vassoura do ruivo que se rompeu ao meio. Com um grito de raiva o ruivo foi jogado em para frente e caiu, desaparecendo entre as folhas.
Procurando uma brecha entre as árvores onde pudesse pousar, Harry desceu com a vassoura e, mergulhando entre galhos e ramos, chegara ao chão. Abaixo das copas das árvores da floresta a escuridão era total.
No momento em que pousara, no entanto, um raio azulado riscou na escuridão ao seu encontro, Harry se jogou para trás de uma arvore para se proteger. Ele parou, arquejando, tentando controlar a respiração. Naquele breu não conseguia enxergar praticamente nada. Apurou os ouvidos, na esperança de conseguir ouvir algo.
A direita da árvore onde estava escondido começou a escutar sons de alguém rastejando e uma capa passando por cima de folhas mortas.
Usando mais seu instinto do que seus sentidos, Harry se jogou para o lado e apontando a varinha para a escuridão gritou:
–Encarcerous!!!!
Um feitiço prateado cruzou o seu campo visual e logo em seguida um som de fúria pode ser escutado. Harry permaneceu quieto por algum tempo, esperando qualquer sinal de resposta. Como este não veio, o auror acendeu fracamente a luz de sua varinha e começou a andar até o local onde escutara o ganido. Ao chegar até o local onde Rony estava, já esperava por aquela visão, mas assim mesmo, isso não o preparou pela sensação que lhe encheu a boca do estômago.
Rony Weasley estava deitado de lado, os braços estavam estranhamente voltados para trás como se alguém invisível os detesse. Envolvendo seus pulsos, duas algemas feitas de um feixe azul-prateado mantinham suas mãos unidas num estranho ângulo para trás. O ruivo respirava ruidosamente como um animal que fora ferido em uma caçada. Harry olhou nos olhos do amigo e não o reconheceu, por trás daquele olhar só havia uma raiva selvagem e insana. Foi com um profundo gosto de fel na boca, que o auror disse suas seguintes palavras.
–Ronald Weasley, você está detido pelo Esquadrão Alpha. Tem o direito de permanecer calado, tudo o que disser pode ser usado contra você!
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Comentários (1)
Que tensão, pelos deuses! E que narrativa gostosa e envolvente! Esse caso do Ron me deixou intrigada... Possuído ou não, a coisa vai além dos limites de normalidade aceitáveis, eu acho. Bem, espero pelo próximo *-* Se eu disser que procurei spoiler na própria série para tentar captar alguma coisa dessa fic e não consegui nada, ninguém acredita. HAHAHAHAHA
2011-12-11