A Descoberta Do Mal e Do Medo.
O verão acabou, as folhas das árvores já estavam caindo, voando e esvoaçando pelos imensos jardins que rodeavam o castelo da família Malfoy. O pequeno Draco já não era tão pequeno, já tinha três meses de idade, e engatinhava por todo o castelo, perseguindo o pobre Dobby, que desde o dia em que o senhor Malfoy o jogara contra a parede, tentava evitar qualquer tipo de confusão com o bebe Draco.
Há uma semana, quando Draquinho – sua mãe costumava chamá-lo assim, e seu pai morria de vergonha disso e tentava fazer a mulher parar de chamar seu filho desse jeito tão ridículo que fazia parecer que ele fosse um bebe chorão – ganhou de presente uma pequena serpente negra e esverdeada de seu padrinho Snape, foi a maior alegria na mansão, pois além de Draquinho ter se dado muito bem com a cobrinha, que foi batizada de Ekans, a mesma atacou o pobre Dobby, mordendo o seu nariz pontudo e fino, fazendo com que o bebe desse muitas gargalhadas.
O herdeiro pode ter crescido, e começado a engatinhar e ter aprendido a falar algumas palavras fáceis como: maama, paapa e também coco, fedido e pipi, que deixavam seu pai com muito orgulho e ao mesmo tempo envergonhado. Mas, como antes, o bebe ainda não tinha chorado, nem para pedir comida ou que estava precisando trocar as fraldas, apenas ria e se divertia, como nenhum bebe normal fazia e, além disso, escutava as conversas dos outros com muita atenção como se tivesse entendendo cada palavra dita e seu pai retirava-o do aposento e colocava-o em seu quarto retangular e comprido, (e como todo o resto da casa tinha janelas altas e finas, objetos em prata, móveis em mogno e carvalho e bem no centro do aposento um berço grande, prateado e decorado com miniaturas de dragões verdes que voavam de verdade sobre o leito do bebe), para ter uma conversa em particular, mas o bebe Malfoy pulava o seu berço, abria a porta de carvalho dupla, e ia engatinhando até onde seu pai estava, e ficava parado, escondido atrás da porta entreaberta ouvindo tudo, e era somente nesses momentos em que ele parava de rir e de bagunçar e ficava em silencio ouvindo tudo com atenção e interesse.
Quando o Lorde das trevas foi visitá-lo em um dia frio, trouxe-lhe uma varinha mágica, com apenas doze centímetros de comprimento (sua primeira varinha mágica), mas como tamanho não é documento o bebe Draco brincou tanto com a varinha que o estrago no castelo foi insuperável, parecia que um tornado havia passado por lá – sua mãe ficava louca com isso e mandava o bebe de castigo, quando o pequenino insistia na brincadeira a mãe puxava a varinha dela das vestes verde esmeralda e fazia o bebe levitar ate o seu quarto e trancava-o lá – porém isso não o segurava, e conseguia fugir do quarto.
Como já era de costume, seu pai e o Lorde iam sempre para a sala da lareira conversar e conspirar, e o pequeno sempre os seguiam, mas seu pai o colocava em seu quarto e como isso não adiantava, o bebe voltava engatinhando direto para a sala onde ouvia toda a conversa. Em uma das conversas que Draco ouvira foi descoberto o eminente:
- Hoje é um grande dia Lucio – disse o Lorde com sua voz fria e arrastada em um tom muito contente – tenho boas novas!
- Claro meu amo, vejo que o senhor esta muito contente – disse Lucio com um tom de voz interessado – conte-me o que houve.
Lucio ofereceu a poltrona de espaldar alto para o Lorde se sentar, o mestre das trevas não demorou e logo se acomodou em frente da lareira acesa e continuou a conversa:
- Meu caro Comensal da Morte – disse em um tom de agrado – os Potter foram encontrados!
- Não me diga! Onde estão?
- Escondidos, é claro, mas muito mal escondidos! Há, há, há! – o mestre deu uma gargalhada fria, que fez o pequeno Draco gelar da cabeça aos pés – estão em uma casa de trouxas em um bairro de luxo em Londres!
- Mas como o senhor soube? E o encantamento de Dumbledore?
- Lembra-se da falha? – perguntou o mestre com um sorriso maldoso no rosto.
- Claro que me lembro! Sirius Black lhe contou tudo?
- Não! – respondeu com um sorriso um pouco maior – não foi Sirius Black quem me contou, ele não era o guardião do segredo, era alguém mais próximo de mim do que imagina!
- Quem lhe contou Lorde? – perguntou Lucio com muito interesse se inclinando na poltrona ficando sentado na pontinha da mesma se aproximando de seu mestre para ouvir melhor.
- Pedro Pettigrew! Ele que me informou! Ele era o guardião! – respondeu o mestre com muito orgulho e continuou –, confesso que foi fácil, me contou cada palavra, veio até mim com muito medo e receio, jurou ser meu servo se eu o perdoasse, e é claro que disse que faria tudo a ele se me contasse tudo!Naturalmente tive que jogar a maldição cruciatus nele. E pronto, vim lhe chamar para encontra-los e mata-los!
Nesse momento o pequeno coração de Draco se acelerou, não de medo, mas de excitação. A alegria do garoto foi tanta que começou a dar risadas, gargalhadas e rolar no chão como um louco, fazendo com que seu esconderijo fosse descoberto.
O Lorde das Trevas, naturalmente já sabia que o garotinho estava ali na porta escondido, escutando tudo, mas Lucio se levantou, agarrou o menino e ameaçou bater no filho, que mesmo sendo agarrado com força pelo pai, continuava a rir, sem medo do que poderia acontecer, quando o Lorde se levantou e disse: “largue o garoto Lucio, não vê que ele esta rindo? Deveria sentir orgulho dele. O mal corre em seu sangue e esfria seu coração!” Fez com que Draco gostasse ainda mais do Lorde. O pai soltou o garoto e o abraçou, com amor e orgulho como o mestre lhe disse para fazer.
Nas noites que se seguiram, o senhor Malfoy esteve fora. Draco ficou em seu quarto com sua cobra Ekans, acariciando-a e contando tudo mentalmente para o bicho de estimação, que como o bebe, entendia cada palavra que o pequeno dizia em sua mente: papai irá matar, matará Harry Potter, um dia quero ser igual à ele e ao Lorde das Trevas! E esses pensamentos sempre faziam o pequeno Draco dar muitas risadas, que deixavam sua mãe muito feliz – pois dizia que: “Draquinho alegra o castelo e a minha vida”.
Três longas noites se passaram e as noticias que a mãe de Draco leu para ele no Profeta Diário não eram as melhores:
A QUEDA DAQUELE-QUE-NÃO-DEVE-SER-NOMEADO!!!
As novas noticias não poderiam ser melhores, porém podem não ser verdadeiras. Depois de longos dez anos de perseguição, destruição e muitas mortes, Você-sabe-quem pode ter morrido, derrotado por um simples bebe! Mas como isso? O mais poderoso e temido bruxo do século, derrotado por um simples bebe de quatro meses de vida? Ninguém sabe, só se sabe que o bebe era filho dos Potter (Lílian e Tiago), que foram mortos em sua casa em um bairro de trouxas em Londres.A mansão foi destruída e o bebe foi encontrado por Rubeo Hagrid,(guarda-caça da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts)debaixo dos escombros, e por incrível que pareça com apenas uma cicatriz na testa em forma de raio! Testemunhas trouxas dizem que viram três feixes de luz verde saindo das janelas da casa - provavelmente Aquele-que-não-deve-ser-nomeado lançou uma das maldiçoes Imperdoáveis que mata a pessoa instantaneamente, felizmente, quem lança esse feitiço é levado para a cadeia de AZKABAN – e o ultimo feixe destruiu a casa em questão de segundos como uma bomba nuclear!(naturalmente que as mentes dos trouxas que viram o acontecimento foram devidamente apagadas). Uma outra pergunta que não quer calar: como um bebe sobreviveu a Aquele-que-não-deve-ser-nomeado e a uma maldição como a da morte, quando muitos bruxos adultos poderosos morreram com muito esforço?
Realmente é muito estranho, mas nós do mundo bruxo e até do mundo trouxa estamos comemorando o final de dez anos de medo e angustia que rondava nossas vidas.
Infelizmente isso causou a morte de dois grandes bruxos seguidores e amigos de Alvo Dumbledore, diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, considerado por muitos o maior bruxo dos tempos modernos, Ordem de Merlin primeira Classe. Tiago Potter herdou uma fortuna de sua família e casou-se com Lílian Monacco, nascida trouxa, porem considera uma das melhores alunas da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Sentimos muito pela perda desses grandes bruxos que poderiam ter mudado o mundo, e naturalmente mudaram, com seu filho, Harry Potter, de apenas quatro meses de vida. Nós devemos nossas vidas a essas pessoas. MUITO OBRIGADO!
A senhora Malfoy terminou de ler a noticia, e com sua voz habitual reclamou:
- Mas isso não é possível! É mentira... Ah meu pobre filhinho, tão novinho já tendo que escutar isso!
O bebe Malfoy estava sentado na sala de jantar junto com sua mãe em uma mesa comprida com duas cadeiras altas e finas uma em cada ponta, e escutava tudo e pela primeira vez, ele sentiu medo, rancor e raiva de Harry Potter! Como um bebe como ele, sem nenhum poder lógico, poderia derrotar o mestre de seu pai sem mover um dedo se quer? Perguntava-se mentalmente, indignado. Draco já sabia, ele sentia que tinha perdido, acreditava nas palavras do jornal que sua mãe lera, seu maior ídolo foi derrotado! Mas e seu pai? Onde ele estava? Será que o pegaram e levaram-no para essa tal prisão? E porque chamavam o mestre de seu pai de Aquele-que-não-deve-ser-nomeado? Nesse instante Draco sentiu um aperto no seu pequeno coração, como nunca sentira, e pela primeira vez chorou. Ele soube o que era esse sentimento, e sua mãe ficou desesperada tentando amparar o filho. O menino esperneava e gritava, todos os criados da casa foram ver o que estava acontecendo, até Dobby o elfo domestico foi averiguar, e sentiu alegria de ver o garoto chorando, achava o menino anormal, afinal toda criança chora, mas Draco nunca fizera isso na vida.
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