Entre flores e gnomos



Capítulo 3 


 


- Jorge, por que não fica aqui conversando com os garotos? - Disse a Sra. Weasley, depois do almoço, ao pé da escada. O ruivo negou e, passando pela mãe, subiu para seu quarto.




 


Hermione se juntou a Ginny e Gui perto do lago esverdeado, escorando-se numa árvore. Só agora havia dado importância a estação em que estavam. A macieira tinha flores rosadas e delicadas, que às vezes, com a brisa fraca, caiam nos seus cabelos e nos acaju da amiga. Ginny se deitou na relva, colocando os braços atrás da cabeça e cruzando as pernas. Um gnomo cabeçudo apareceu espiando por detrás de uma pedra. A ruiva, na qual estava mais perto, o pegou de supetão pelos tornozelos e girou-o, lançando-o longe. “Boa jogada”, disse Gui.




 


- Aonde vai? – Perguntou Ginny, quando o ruivo se levantou.


 




- Chamar Harry e Ron. O que acha de uma tarde de sol no pomar? – Ele pergunta, mostrando que faria bem a todos passar o dia naquela parte acolhedora e confortável da propriedade.


 




- Uma ótima ideia. – Ela responde e Gui vai em direção à casa.


 




“Há quanto tempo”, ela pensou. Fazia meses que não vinha À Toca. Sentia falta daquelas paredes amadeiradas, do natural aroma de biscoito e grama molhada, das tardes em que jogava Quadribol terrivelmente e das noites em claro conversando, dos cabelos ruivos aparecendo de repente para lá e para cá, e até dos muitos gnomos de jardim. A morena se sentou quando a outra perguntou:






- Falou com Ron?






- Do que está falando? - Ela tentou disfarçar, fechando os olhos como se estivesse cansada.






- Não se finja de idiota, Mione. - Ela sentou, se encostando na árvore ao lado de Hermione.






-  Francamente, Ginny! Eu não faço ideia do que quer dizer com isso.





- Harry me contou tudo. – Ela a fitava com divertimento.






Seu coração palpitou no peito, que parecia pequeno e apertado demais. Vendo o lago, Hermione fixou seu olhar no reflexo das copas dançantes das árvores. Permaneceu ali, sem dizer e tentando não pensar em nada. Era impossível. Mas ela se esforçava, mantendo a respiração anormalmente regular para a situação em que se encontrava e mexendo nos cabelos distraidamente.


 
 


Mesmo sabendo que fora loucura, ela não resistiria na menor das circunstancias. Poderiam até pensar que foi pelo comentário de Ron, e isso teve uma parcela, mas foi por lembrar-se que talvez não sobrevivessem. Se morresse naquela noite, aquilo era única coisa que queria fazer.



Amaldiçoou-se pela milésima vez e olhou para sua amiga.


 




- Finalmente. – Ginny concluiu pensativa.


 




O silêncio continuou a apossar-se delas.


 




- Não... não sei o que deu em mim naquele momento. – Ela virou o rosto, ignorando qualquer tipo de reação de Ginny.


 




- Você o ama, é simples.


 




“Você o ama, é simples” – A frase ecoava em sua mente. Aquele “relacionamento” poderia ser tudo, menos simples.


 




- Não, não é. – Hermione retrucou e enterrou a cabeça nas mãos, em pleno desespero. Odiando a si mesma pelo ato inconsciente.


 




- Escuta, Hermione. – Ela se colocou em frente a amiga – Eu aposto todos os galeões que irei ganhar na minha vida em vocês dois e...


 
 



- Eu não devia ter feito aquilo – Hermione falou baixinho, interrompendo-a.


 




- Você fez muito bem, mesmo sendo aquele covarde do meu irmão quem deveria ter agido! – A morena deu uma risada nervosa. - Bom, se você não for falar com ele, eu falo.


 




- Não. – Ela se sobressaltou - Ginny, por fa... N... – Ela parou e, derrotada, voltou a se admirar a vista. – Esquece, você não entende.


 




- Muito pelo contrário, entendo mais do que pensa. – Falou, depois de minutos.


 




- Não é assim que as coisas funcionam.




 


- E como é? – Ginny disse tranquila.




- Eu não sei.
 




- Então não precisa de meus conselhos?





- Ca-ham – Elas ouvem depois que Hermione fala: “Não quis dizer isso”. Ron e Harry sentaram-se ao lado delas.

 
 



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Ele precisava de uma pena e um pergaminho. Andou apressado até a escrivaninha e pegou os objetos. Tinta, tinta! Procurou na gaveta, não achou nada. Com um floreio da varinha, um frasco apareceu em sua mão. Sentou-se e abriu o papel rapidamente, sentido sua aspereza em seus dedos. Mergulhou a ponta da pena no líquido cor de ébano e começou a escrever.






Sentiu uma fria rajada de vento, agarrou-se ao casaco e fechou a janela. As letras caprichadas já preenchiam toda a folha. Sua mão doía um pouco, devido a ter escrito muito rápido, mas isso não importava. Um brilho transpassou a parede e, assumindo a forma de um tordo, exclamou:





- Está quase na hora, você está atrasado! – Logo o patrono se dissolveu.




Deu uma última olhada na carta e assinou. Libertou Lazar, sua coruja, da gaiola e colocou a carta no bico do animal. Sussurrou o nome do destinatário. A coruja abriu as longas ,e de penas pardas, asas e desapareceu na escuridão.





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N/A : capítulo curto ( :/ ) mas de extrema importância!
E para quem estranhou por que o patrono no cap. é um tordo: Sim, aqui há uma fã de Jogos Vorazes. 

N/A²: alterei uma palavra na última parte, era "destinatário" e não "remetente", isso é pra mostrar minha falta de atenção...¬¬
*vergonha*

Em breve, o próximo cap. 

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Comentários (3)

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