Pombinhos - I - att 30/07/2012
- E no final, acabamos bêbados e com uma desconhecida como companhia. – Gui disse, ele contava uma de suas histórias de quando fora trabalhar no Gringotes. Começara a ventar forte no fim da tarde, mas sem um sinal de chuva, e eles entraram para se abrigar. – Acho que ela gostou de um dos duendes...
“ Fred sem dúvida nos faria rolar no chão de tanto rir”, pensou Hermione, que se segurou para não demonstrar suas emoções.
- Gui! – A voz da Sra. Weasley disse, de dentro da apertada sala de estar. – Pode vir aqui um instante, querido? – Gui seguiu para a cozinha.
Todos sorriram, embora não fosse tão divertido, trazia ânimo. Olhou melhor a sua volta. Todos juntos e felizes, melhor alimentados e com uma aparência aceitável, mas não havia se acostumado muito com sua perda de peso. Há poucos dias a guerra havia acabado. Todas as lembranças pareciam distantes, como se nunca tivessem acorrido. Dentro e fora, A Toca continuava sem seu brilho. Ela sabia. Sabia que ninguém estava de fato em plena satisfação. Sua pergunta veio à tona: “Será que, um dia, seremos mesmo felizes? Aprenderemos a conviver com isso?” Hermione permitiu que a resposta de Harry a invadisse, mas sem penetrar ou convencer.
- Ele não tem descanso... – Começa Ron, que se sentou no sofá – Não é para tanto.
- Mamãe precisa dele, Roniquinho. – Ginny falou. E para surpresa de Hermione, Ron não se opôs. Os quatro ficaram quietos por segundos. Fred o chamava assim quando queria implicar, mas com o jeito que ruiva o pronunciou parecia mais um agrado do que um motivo de chacota. Hermione se sentou numa poltrona ao lado do sofá de Ron.
- Eu sei. – Ele disse calmo, deitando-se e esticando as longas pernas. – Mas estou preocupado mesmo é com Jorge – Ele baixou o olhar – Ele não sai do quarto há dias.
- Talvez Jorge precise de tempo – Hermione falou, e pôs uma mecha de cabelo atrás da orelha. – E nós também vamos precisar. Para descansar, por as ideias em ordem.
- Sim, mas ele não pode fazer isso, é injusto com todos, e com ele mesmo... – Ron continuou. Oh-oh, poderia ser o início de uma discussão.
- Ron tem razão, Hermione. Ele não pode ficar se sacrificando. – Harry disse. Ron ergueu as sobrancelhas e virou a cabeça.
“Nem parece mais o mesmo”
Também não poderia conviver com o sentimento de culpa, o que está feito, está feito, nada mais será igual. Ginny tinha razão. Seu olhar permaneceu no ruivo mais novo, e, assim que percebeu que ele sustentou-o, desviou. E logo voltaram à seriedade constante.
- Então, Harry, se sente melhor? – Hermione perguntou, abraçando os joelhos.
- Como uma pluma – Harry respondeu, concordando com um aceno positivo de cabeça. Harry se esgueirou um pouco e deitou nas pernas de Ginny, confortavelmente acomodado em seu colo. Ela acariciou e bagunçou seus cabelos pretos.
- Deixe de folga, Potter. – Ron falou se dirigindo ao casal – Ela ainda é minha irmã.
- E eu com isso... – Ele disse, sonolento ao fresco dia de primavera. O ruivo se mostrou indignado, mas ela pode perceber um pequeno sorriso no canto de sua boca. Sua boca. Aquele sorriso torto era mais do que poderia suportar, e ela lutou contra o desejo novamente. Podia até sentir o cheiro da pele sardenta, a textura de seus lábios...
Ginny observou a cena boquiaberta, ainda acariciando Harry de leve.
- Isto não irá dar certo. – Ela murmurou baixinho.
- O quê? – Ron se virou para perguntar.
- Nada Ron, nada. – Ginny respondeu. Ele ficou ligeiramente constrangido, e se deu por satisfeito.
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- Queria que pudesse ficar mais. Senti sua falta. – Ela comentou, enquanto a morena sorria serenamente. As duas conversavam novamente, no quarto de Ginny, apoiadas no peitoril da janela. A noite fresca era um conforto, e os grilos cantavam baixo no início da madrugada. Não queria sair dali, onde sempre fora bem-vinda.
- Eu tenho que ir, mesmo... – Disse suave, e a outra compreendeu. Eram seus pais as pessoas em questão.
- Ainda não falou com o Ron sobre isso, certo? – Ginny continua.
- Quer fazer o favor de parar com isso!
- Está bem, está bem. Não vou mais discutir. – Ela levantou as mãos em sinal de desistência e se jogou na cama. Hermione admirou as estrelas e a lua brilhante no céu. – Mas tenho uma boa notícia...
“Como pode haver algo bom?”
- O que é? – Ela perguntou curiosa. Se sentou na cama, ansiosa por algo que a deixasse alegre. Ginny sorria e tinha um ar de mistério, quase maroto, como se quisesse fazer uma surpresa para todos. – Ande, fale logo!
- Bem... – Ela fez outra pausa – Amanhã, Harry vai anunciar que estamos namorando...
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Olha, eu não gostei muito do cap, mas em compensação ao tempo que fiquei sem postar - quero dizer, acho que isso compensa - postei uma nova drabble. Hipocrisia DrXAs (é a minha primeira fic do ship). http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=43283 . E estou preparando também outra drabble - ou shortfic, ainda não me decidi - só que esta será de outro ship...
Espero que gostem e, por favor, comentem.
Comentários (3)
MUITOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO LEGAL ESSA FIC AMANDO LER <3 <3
2012-12-21Obrigada Babi... Esse é o meu ponto, retratar menos Romione para dar a ideia de distância. Mas está chegando perto do que você deseja, se é que me entende ;)
2012-04-19Então, o capitulo esta otimo, mas eu particularmente não gostei porque eu gosto de ler Romione mesmo sabe? E o que teve nesse capitulo foi o sorriso e ponto. Mas o capitulo esta magnifico :)
2012-04-19