Paul, o assassino fantasma.
“Voltei para a cabine com muitas ideias em mente. Não tardei a contar tudo para a garota, o que a deixou animada, mudando um pouco sua feição horrenda. ‘Eu me lembro que há muito não o vejo por aqui’ disse ela quando eu falei sobre Paul ter se suicidado na ilha. ‘Quando acordei, já morta, não o vi.’ Isso foi algo que veio apenas para confirmar o que Marcus me contara um pouco antes. Depois de algumas semanas finalmente ancoramos na tal Ilha Assombrada. A garota estava muito aflita e ansiosa e eu estava apavorado.”
— O senhor era um belo medroso, hein? – falou Harry rindo.
— Na verdade eu não era covarde quando o assunto era gente viva. Mas quando havia de um fantasma na história... E o que mais me apavorava era o fato de um fantasma ter escondido seu próprio corpo. Como seria possível?
— Ele deve ter tido ajuda, ora!
— Chegaremos a essa parte daqui a pouco – falou Nick levantando as mãos em sinal para que Harry esperasse – Nós dois fomos para a Ilha, e todos os homens que observavam ficaram impressionados com a minha corajem (nenhum deles se atrevia a entrar muito na ilha por causa da tal assombração).
“Conforme iamos penetrando mais e mais na floresta, o clima ia piorando. Até que o frio estava insuportável, e eu temia que meu corpo congelasse. Corri para encontrar uma caverna e gravetos secos para acender uma fogueira, e felizmente tive sucesso. Enquanto eu me aquecia na fogueira recém-acesa, a garota voejava fora da caverna, aproveitando a liverdade que há tanto tempo não tinha.
“Meu coração quase parou quando uma voz muito imponente ressoou do fundo da caverna. ‘O que faz aqui?’ foi o que a voz disse. Só havia uma única pessoa (ou fantasma) que poderia estar ali e, mesmo que eu estivesse absolutamente apavorado, eu estava feliz por ter o encontrado.
“ ‘Eu estava procurando por você’ respondi com uma pose imponente (ou pelo menos eu achava que estava imponente) enquanto me virava para encará-lo, tendo a oportunidade de analizá-lo. Ele tinha um belo rosto e suas roupas não eram tão moribundas quanto as da garota. Para ser sincero estava bastante elegante. Mas a elegancia se perdia em uma funda marca vermelha em seu pescoço. Era evidente que ele era um homem bruto. ‘E por quê?’ aquela voz era tão grave que eu até estremeci um pouco, involuntáriamente. Eu não sabia o que responder.”
— E a garota? Onde ela estava? – perguntou Harry.
— Não sei. Ela não apareceu nem um segundo na caverna. Nem foi preciso contar a Paul que eu havia descoberto a história da garota. Sabe-se lá como, ele sabia que eu sabia. “Onde está ela?” perguntou ele. “Eu sei que você está aqui por causa dela. Você veio vingar-se? É parente dela? Diga-me!”
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